Feelings In Chicago
∆*∞★ °CAPÍTULO 4° ★∞*∆
• 🌔 | Sentimentos em Chicago •
𝕹um quarto de um hotel barato, ainda de noite, estava a jovem Elena Gilbert mexendo no travesseiro pela décima vez, tentando encontrar o sono que ainda não vinha. Eram por volta das 11 da noite, Elena já estava há quase uma hora assim, seus pensamentos não permitiram que ela encontrasse seu sono, estavam martelando na sua cabeça desde a hora que se deitou para dormir. O principal deles: Klaus. O híbrido estava instalado duas portas depois de onde estava Elena, ele havia feito essa parada num hotel qualquer para poderem passar a noite, no outro dia de manhã, eles seguiriam rumo até uma nova cidade. Chicago. Durante o percurso até o hotel, que não durou nem uma hora, Klaus não trocou uma palavra. Elena percebeu o quão mal ele ainda estava por causa dos seus futuros híbridos mortos, por isso, ela também decidiu não questioná-lo.
O quarto não era tão grande e nem tão pequeno. Havia uma cama de casal com lençóis novos de pano branco, uma televisão presa na parede de frente para cama, porta branca que dava para um banheiro onde não havia banheira, apenas o chuveiro, portas de vidro de deslizes que davam para uma varanda que eram cobertas com cortinas de cor beje, e uma pequena mesa redonda de madeira com suas cadeiras, onde na mesa, havia uma bandeja com algumas guloseimas e uma garrafa de água. A mesma coisa era o quarto de Klaus, embora quando ele entrou, o mesmo não se importou em notar muita coisa, ele apenas se jogou na cama após retirar os calçados. Elena estava preocupada com o híbrido.
Mas por quê? Por que ela se preocuparia com o homem que matou sua tia e a ela mesma?
Ela, de alguma forma, deveria se sentir aliviada pelos planos de Niklaus não terem dado certo. O híbrido esperou tantos anos para quebrar sua maldição, e quando finalmente consegue, seu plano de transformar lobisomens em híbridos de vampiros tudo falha. É como se a natureza estivesse contra Klaus criar seus híbridos, não suportariam ter mais seres que eram considerados aberrações, como os vampiros em si. E só havia uma maneira de descobrir, que era pelas próprias mãos de seus servos. Bruxas. Por isso, Klaus estava indo até Chicago. Lá, ele conhece uma bruxa que pode ajudá-lo a resolver esse problema. Elena tinha medo do que poderia acontecer quando Klaus descobrisse o real motivo de seus híbridos morrerem, ela não fazia ideia de que ela era a chave para todos os problemas de Klaus.
Até para os problemas de amor.
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O dia já havia amanhecido, a humana e o híbrido Original seguiam caminho de carro em direção a Chicago. Havia um bom tempo que Klaus não visitava essa cidade, isso aconteceu nos anos 20 quando ele viu pela primeira vez Stefan Salvatore, ou melhor, o Estripador. Stefan tinha desligado sua humanidade quando conheceu o Original, o vampiro estava acompanhado por outra Original que era ninguém menos que sua irmã caçula Rebekah — a qual ele a apunhalou com uma adaga e a colocou em um caixão desde daquela época quando ela disse que preferia ficar com Stefan do que com o irmão. Uma paixonite que deixou Klaus frustrado. A Original permanece no caixão até hoje, somente Klaus decide quando vai acordá-la, ou algum de seus irmãos.
Assim como no dia anterior, o caminho até Chicago foi silencioso entre Niklaus e Elena. O híbrido estava mais humorado que ontem, hoje ele saberia a verdade de seu fracasso com os lobisomens, agora só precisava encontrar a bruxa, o que não seria muito difícil para ele. A cidade não havia mudado muita coisa da última vez que Klaus esteve aí, era bom estar de volta, relembrar os velhos tempos com o Estripador. O híbrido estacionou o carro em frente um bar bem conhecido da cidade. Era lá que ficava a bruxa que Klaus conheceu nos anos 20. Niklaus saiu do carro primeiro, logo seguido de Elena.
— Tá, pode me dizer porque viemos para cá? — perguntou ela batendo a porta do carro.
— Vamos ver a minha bruxa preferida. Se tem uma pessoa que pode me dizer o problema com os meus híbridos... — Klaus se virou de lado para olhar Elena — É ela.
A Gilbert assentiu em entendimento. Ela andou para entrar no bar, mas foi impedida pelo híbrido ao puxar seu braço.
— Antes de tudo, eu quero que uma coisa fique clara — Elena olhou atentamente para os olhos frios do híbrido — Se ela me dizer que o motivo do fracasso dos meus híbridos for o fato de você ainda estar respirando, eu não vou pensar duas vezes em matar você na mesma hora.
Elena engoliu a seco, pois sabia que realmente Klaus poderia fazer tal ato, algo dentro dela também dizia que ela era a culpada pela morte dos híbridos do Mikaelson. Se for essa a verdade, ela estaria morta em menos de 1 minuto. E pior, é que ela iria morrer no dia do seu aniversário de 18 anos, não era assim que Elena achou passar seu dia especial. A expressão séria do Original a deixava mais assustada, Klaus diminuiu o aperto do braço dela lentamente sem desfazer o contato visual com Elena. A Gilbert andou para dentro do bar, deixando Klaus parado lá sozinho por alguns segundos. Alguma coisa nela o atraia, algo lhe fazia seu peito aquecer estando perto dela, mas no momento, ele tinha assuntos mais importantes para tratar.
Elena abriu a porta do bar, notando de cara que o ambiente estava escuro, apenas a luz do sol que passava por entre as frestas das janelas, não havia absolutamente ninguém ali, as cadeiras estavam viradas em cima das mesas, lâmpadas presas nas paredes ao lado das janelas, uma prateleira cheia de garrafas com uma variedade infinita de bebidas atrás do balcão. Niklaus entrou logo depois da duplicata, fechando a porta atrás de si.
— Faz anos que não venho aqui. Não mudou exatamente muita coisa — comentou Klaus. O híbrido e a duplicata se aproximaram do balcão, ambos pousando suas mãos em cima dele.
— Não acredito.
Uma voz saiu da parte de trás do bar, chamando a atenção do híbrido e da duplicata. Ambos avistaram uma mulher de cabelo branco platinado curto e roupa elegante saindo das sombras, olhando fixamente Klaus com a expressão surpresa. Fazia anos que ele não a via.
— Olha só... — murmurou Klaus — O híbrido entra num bar e diz...
— Para! — ordenou a mulher fazendo o híbrido parar — Você pode ser incrível, mas não tem nada de engraçado — a mulher diz se aproximando dos 2, sua fala despertou um sorriso sacana nos lábios do híbrido.
Elena se distanciou do balcão ao notar a presença da mulher ali, ela parou ficando de frente para a morena.
— Quem é você, mocinha?
— Sou Elena — a duplicata respondeu meio tímida.
— Elena, essa é Glória — apresentou Klaus, parando ao lado da Gilbert — A bruxa que viemos procurar.
— E já imagino que você tenha vindo aqui por algum motivo. Diga logo o que é e vá embora daqui.
— Ah, que isso? É assim que recebe um velho amigo? — perguntou Klaus num tom provocativo.
— Nós não somos amigos. Mas confesso que ultimamente eu tenho andado bastante entediada — o híbrido olhou sorrindo divertido para a bruxa — Tá certo, então — Glória juntou as mãos fazendo um barulho alto — Eu faço o que você quiser que eu faça, e em troca eu deixo você e sua amiga ficarem aqui esta noite.
— Nunca confie nos acordos das bruxas — murmurou Klaus — Está certo. Fechado! E eu preciso que você me ajude com uma coisa.
Glória respirou fundo, não era a primeira vez que um vampiro vinha ao seu encontro pedindo sua ajuda, já havia virado costume dos vampiros pedirem ajuda às bruxas. A mulher tirou uma das cadeiras viradas de cima da mesa, sendo seguida por Klaus ao repetir seu gesto.
— Deixa eu adivinhar... — a bruxa tirou uma das cadeiras de cima de uma das mesas. Klaus repetiu seu gesto — Um híbrido que quer criar outros híbridos, mas não consegue.
— Exatamente — disse ele se sentando de frente para ele, apoiando os braços em cima da mesa — E eu quero uma resposta para esse meu problema. Eu sei o quanto você é uma bruxa poderosa, por isso preciso da sua ajuda.
— A natureza sempre deixa uma brecha, mas para essa maldição, seria necessário contatar a bruxa que a criou.
— Sinto lhe dizer que a bruxa Original está morta há muitos anos. Existe outro jeito de descobrir?
Glória ficou uns instantes em silêncio.
— Na verdade, sim. E creio que meu palpite esteja mesmo certo. Me diga... No ritual, você fez tudo que era necessário?
— Fiz exatamente tudo que me mandaram fazer. A pedra da lua foi destruída, eu matei um vampiro, matei um lobisomem, e matei a duplicata, mas surpreendentemente, a duplicata reviveu. Não é, Elena? — o híbrido olhou para ela com um sorriso sombrio.
A Gilbert continuava em pé com os braços cruzados enquanto se mantinha encostada no balcão, ficando de frente para os 2 ali conversando. Ao ouvir a pronúncia de Klaus, ela arregalou os olhos levemente.
— Então essa é a duplicata que você teve que matar — alegou Glória olhando atentamente para Elena.
— É, e como punição, e para salvar a vida do namorado reserva dela, fiz ela ser minha prisioneira — o híbrido disse com provocação, voltando seu olhar para a bruxa.
— Agora entendi tudo. É por isso que seus híbridos não funcionaram.
— A duplicata tinha que morrer? — Klaus voltou a olhar Elena, dessa vez com mais raiva — Eu já imaginava.
O híbrido levantou em sua velocidade sobrenatural e foi até Elena, lhe causando um pulinho de susto devido a aproximação repentina dele. Seu rosto sério estava bem próximo do seu, ela podia sentir o medo percorrendo seu corpo, Elena parecia um bichinho assustado que iria ser devorado pelo seu predador.
— Na verdade... — a voz de Glória, fez Klaus parar sua ação — A duplicata precisa continuar viva.
O Mikaelson franziu a testa levemente e se virou para olhar a bruxa, que já estava de pé.
— Como assim "precisa continuar viva"?
— O sangue. Foi o sangue dela quem te transformou em um híbrido, então é necessário o sangue dela para criar outros híbridos. Para criar seres sobrenaturais, é preciso de sangue sobrenatural, e uma duplicata é uma ocorrência sobrenatural. Não existem muitos como ela — explicou Glória.
— Então se eu tivesse dado o sangue da Elena para os lobisomens, eles estariam vivos?
A bruxa confirmou mexendo a cabeça levemente. O híbrido virou-se para a duplicata lentamente, seu olhar foi direto para seus olhos castanhos, Klaus abriu um sorriso sacana.
— Parece que no fim das contas foi bom você estar aqui. Você ainda vai ser muito útil para mim, Elena.
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A noite chegou bem rápido. O bar de Glória estava repleto de pessoas, não era muita surpresa para a bruxa, era um lugar muito conhecido, todos adoravam aquele lugar. O público estava interagindo muito, risadas altas eram ouvidas, pessoas bebendo, jogando jogos, uma mulher sedutora cantava uma música bem sexy para descontrair os clientes. Klaus estava sentado num banco giratório em frente ao balcão, acompanhado de uma garrafa de cerveja na mão. Ele parecia bem entediado. Resolveu seguir o plano com os híbridos no dia seguinte, por hoje, ele apenas queria curtir um pouco e deixar a duplicata relaxar também. Afinal agora, ela era sua bolsa de sangue humana.
Elena se aproximou de onde o híbrido estava, mas se mantendo de pé.
— Onde você estava? — perguntou ele sem olhá-la.
— No banheiro. Não sabia que o bar da Glória era sempre tão cheio.
— Devia ter visto nos anos 20, eram bem mais lotados — respondeu ele, se lembrando daquela época em que conheceu o Estripador nesse mesmo bar. Não ouviram muitas mudanças.
A bartender se aproximou deles, e no mesmo instante Elena se lembrou de Victoria — a bartender generosa que conheceu enquanto estava passeando pelo Tennessee. Essa era loira, aparentava ter por volta de uns 23 anos, e era muito bonita.
— Vai querer mais uma? — perguntou a loira para o híbrido, se referindo a outra garrafa de cerveja.
— Por favor — o híbrido disse tomando o último gole daquela garrafa.
A bartender tirou outra garrafa de cerveja debaixo do balcão e entregou para o híbrido. Elena, ao ver ele tomando, se sentiu como uma criança querendo as coisas que via os outros beberem e sentiu vontade de tomar também. Já havia tomado uma vez no Tennessee, e hoje ela completa 18 anos, então a partir dessa idade não haveria mais problemas.
— Eu também quero — Elena disse erguendo a postura, com os braços cruzados sobre o balcão.
Klaus, ao finalizar seu primeiro gole na cerveja, virou o rosto para a duplicata com expressão de confusão e surpresa. Ele achava que Elena era muito santinha para tomar um tipo de bebida forte como essa, e também por ela ser menor de idade — pelo menos hoje não era mais. Elena olhou na direção dele, arqueando as sobrancelhas quando notou a expressão surpresa do híbrido.
— Que foi?
— Nada — ele sorriu, dando de ombros, voltando seu olhar para frente — Só achei que você fosse menor de idade.
— Hoje eu completo 18 anos, e eu já havia tomado cerveja antes.
O híbrido franziu a testa levemente, virando o rosto para ela.
— Hoje é seu aniversário? — ela assentiu — Por que não me contou?
— Não achei que fosse se importar.
E de fato, talvez Klaus realmente não se importasse com o aniversário de Elena, mas ele se sentiu estranhamente mal por ela não ter lhe contado que hoje era seu aniversário. Talvez ele quisesse ter preparado uma surpresa para ela, lhe dar um presente, ou talvez fosse apenas coisa da sua cabeça. Claramente ela não aceitaria um presente vindo dele. Ele sorriu irônico por Elena estar tendo um aniversário bem inesperado, já que ele — praticamente — tinha a sequestrado.
— Feliz aniversário, então — o híbrido riu baixo.
Elena tomou um gole grande de sua cerveja, fazendo uma careta logo em seguida. Ela ainda não havia se acostumado muito bem com esses tipos de bebida. Quem adoraria isso era Caroline, a loira sempre estava empurrando as amigas para festas maiores de idade e bebia álcool, sem se importar. Elena tomou metade da cerveja enquanto compartilhava suas batatas fritas com Klaus. Uma música mais agitada começou a tocar pelo bar, Elena prestou atenção nas pessoas ao redor, vendo a maioria se levantando das cadeiras e começando a dançar. Como se aquilo fosse uma balada bem animada. Elena sorriu divertida e saiu de perto do híbrido, se caminhando para o meio da multidão que dançava. Se aquele era o último dia de sua vida após Klaus utilizá-la para criar híbridos, então ela iria aproveitar.
Inesperadamente, a Gilbert subiu em cima de uma mesa redonda, ainda chacoalhando seu corpo no ritmo da música. Ela estava diante de todas as pessoas ali, dançando animada, jogando o cabelo e rindo muito. Elena começou a puxar sua blusa azul para cima, ficando com uma blusa preta de alça fina por baixo, girando ela com uma mão acima da cabeça.
Klaus via tudo aquilo há alguns metros de distância. Ele ainda estava sentado perto do balcão, observando a Gilbert dançando como uma louca, super animada. Por um momento, ele pensou que haviam colocado energético na cerveja de Elena. O híbrido se mantinha de braços cruzados, um sorriso divertido se formou nos lábios dele ao ver o quanto ela estava empolgada, a mesma sorria sem parar, se deixando levar pela música. Observando ela dançando, o loiro sentiu um calor pulsante em seu peito, uma inquietação que ele associava a momentos de tensão e não a algo tão... Fascinante. Esse mesmo acontecimento já havia sido realizado por ele quando estavam no Tennessee. Ele seguiu seus olhos pelo corpo fino da duplicata, suas curvas perfeitas, o contorno de seus quadris, a forma como ela movimentava o cabelo de uma forma sensual.
Klaus tinha certeza que queria guardar aquela imagem na sua mente com todos os detalhes. Cada movimento de Elena, lhe hipnotizava, era como um lembrete que a presença dela perto dele era forte, uma chama que se recusava ser apagada — mesmo quando está cercada por escuridão. Havia algo nela que o desafiava, que o encantava, que o fazia querer quebrar essa resistência apenas para ver o que existia por trás de toda aquela determinação.
Quando ela estava do lado dele antes de sair para dançar, ele podia sentir o aroma único de baunilha vindo da duplicata. A fragrância era suave e delicada, assim como ela. Klaus se encontrava fascinado com sua beleza, ele queria se aproximar mais para poder presenciá-la melhor, poder tocá-la nem que fosse por 1 segundo, sentir a maciez da sua pele. Sentiu o próprio coração bater um pouco mais rápido e, surpreso consigo mesmo, ele andou em direção onde estava a duplicata, ainda dançando em cima da mesa, passando por entre a multidão animada. Klaus não tirou os olhos dela nem por 1 segundo.
Ele parou quando chegou mais perto dela, a jovem Gilbert não tinha notado ainda sua presença ali. Mais alguns segundos de admiração, Elena finalmente notou a presença dele ali, desfez o sorriso lentamente, porém deixando um mini sorrisinho de canto. Ela desceu da mesa, fazendo um barulho de salto pelo saltinho da sua bota, a Gilbert se aproximou mais do híbrido, parando em sua frente.
— Veio se divertir também?
— Só vim apreciar a dançarina de mais perto — confessou ele sorrindo divertido.
— Se eu estiver fazendo muita loucura, posso parar agora.
— Não. Aproveite sua noite, ainda é seu aniversário, apenas divirta-se.
Elena sorriu mais abertamente. Seu sorriso alegre mostrando seus dentes brancos, fez Klaus se sentir mais leve, ainda podia escutar as batidas do seu coração de forma mais acelerada. Isso o deixava de fato intrigado, como em apenas alguns dias juntos, Klaus se sentia diferente, tudo por estar perto de Elena.
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Por volta das 11 da noite, Elena se deitou no meio de uma estrada deserta. Pode parecer loucura sim, mas ela queria aproveitar os últimos minutos do seu aniversário fazendo a coisa que mais adorava fazer com os pais. Olhar para as estrelas. Elena sentia tanta falta dessa época, dormir abraçada com os pais no quintal da casa debaixo das estrelas era como uma tradição que eles faziam em toda data especial, como o aniversário dela. O céu estava bem estrelado, a lua estava em fase minguante, bem reluzente, com seu brilho luminoso. Klaus avistou a Gilbert deitada na estrada e andou em passos calmos até ela.
— Posso saber o que uma doida como você está fazendo deitada no meio da estrada? — a voz dele fez Elena mexer um pouco a cabeça para o lado.
— Observando as estrelas.
— Se um carro vier para cima de você, eu não vou te salvar — brincou ele, rindo.
— Você tem. Já que eu sou a chave para a criação dos seus híbridos.
No bar quando ele viu Elena dançando, Klaus nem pensou nos híbridos. Estava tão focado na duplicata dançando tão alegremente, que se esqueceu por 1 minuto de que precisava dela para seus híbridos. Klaus ficou um tempo em silêncio, só olhando a Gilbert observar as estrelas.
— Deita aqui comigo — pediu ela, sem olhá-lo.
O Original revirou os olhos. Hesitou um pouco no início, mas atendeu o pedido da jovem, se pondo a deitar ao seu lado. O chão duro e frio do asfalto fez contato com suas costas desnudas. Para a sorte de Elena, ela estava usando uma jaqueta preta para protegê-la um pouco desse frio. Klaus podia ouvir a respiração acelerada da duplicata.
— Agora que você sabe do que precisa para a criação dos seus híbridos... — Niklaus virou o rosto para ela — Imagino que você não vai mais querer me soltar, né?
Elena o olhou com um mini sorriso de canto.
— Acho que já sabe a resposta.
Ela voltou a olhar para o céu estrelado, soltando um suspiro fundo em seguida. Ela não queria morrer, mas ela sabia que não tinha poder para deter o híbrido. Não tinha escolha.
— Por que você gosta de fazer isso? — Klaus perguntou olhando para as estrelas.
— Meus pais e eu tínhamos meio que uma tradição. Em toda data importante, como um aniversário, ou natal, passávamos a noite no nosso quintal olhando as estrelas. Em nenhum dos meus aniversários foi diferente — respondeu ela com tristeza na voz ao recordar dos pais.
— Lamento que tenha os perdido — Klaus disse sendo sincero.
Não era uma coisa que ele costumava falar, ou muito menos sentir pena de alguém, mas com Elena ele era diferente. Klaus estava acostumado a controlar, manipular, dobrar o mundo à sua vontade, mas Elena... Ela fazia com que ele sentisse como se estivesse fora do seu elemento, como se existisse algo nela que ele jamais conseguiria controlar. E isso o fascinava. A cada momento ao lado dela — como esse —, algo muda dentro dele. Para ele, o amor torna as pessoas fracas, e ele não podia ser um fraco. Mas quando ele está com ela, tudo vira um turbilhão de sentimentos. Elena era ousada, inteligente, até insolente e, de certo modo, Klaus admirava isso nela. Pela primeira vez em muito tempo, Klaus se viu intrigado.
— Obrigada por ter me deixado viva por hoje. Pelo menos aproveitei bem o meu aniversário, mesmo não estando ao lado de várias pessoas queridas — Elena se pronunciou depois de um tempo em silêncio.
Niklaus olhou para ela com pena, estranhamente, sentindo um pouco de culpa pois ele sabia que era por causa dele que ela estava ali. Mas não podia se deixar levar pelos sentimentos. Seu dever agora era fazer seu exercício de híbridos com o sangue da duplicata, e não se interessar por ela.
To be continued...
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