• Capítulo 67 •

Capítulo tão esperado, preparem os lenços e o calmante.

Jimin on.

— Você pode vir para cá? — ele pediu.

Jungkook está apoiado no balcão me olhando, ele sabe que por mim eu não faria isso tão cedo.

— Ele ainda não segurou a Li-Yu, não amamentou, e não aguenta ouvir ela chorando que começa a chorar também, não sabemos mais o que fazer Jimin. — falou.

Li-Yu? Nome chinês.

— Ele precisa de você. — minha unha já está entre os dentes. — Pense nisso por favor.

Ele desligou, perdi a fome.

— Vou subir. — falei.

Subi para o nosso quarto, deitei na cama abraçando um travesseiro, comecei a pensar em rejeitar, mas fui lembrando de certas coisas.

Vou focar só nesses momentos e esquecer o que nos afastou, não devo ficar só lembrando o que de ruim ele fez para mim, mas lembrar de tudo que foi bom.

Passei um bom tempo ali revivendo o que passamos juntos, para esquecer tudo de ruim, guardar isso faz mal e eu não quero mais ficar assim.

— Você vai né? — abri os olhos, limpei as lágrimas, sentei na cama olhando para a porta.

— Sim. — ele negou me olhando.

— Sua facilidade em perdoar me encanta. — Jungkook não perdoa, nunca mesmo. — Eu vou com você.

— Vai? — confirmou. — E o conselho, a máfia?

— Você é mais importante que isso. — eu sei. — Namjoon vai saber se virar sem mim, como você já comprou a boate, se resolver com o conselho vai ser fácil.

— Tudo bem, vou arrumar as malas. — falei saindo da cama.

Assim na noite do dia seguinte estávamos no avião rumo a Coréia, não falei nada com Hoseok, aparecer de surpresa, se eu contar ele vai falar com o Tae.

Tomei remédio e passei o voo inteiro dormindo, é muito longe, se eu ficar acordado vou acabar pensando, não vou fazer sexo no avião dessa vez, Pétrus está aqui.

Despertei faltavam minutos para o avião pousar, fiquei com a cabeça no ombro do Jungkook enquanto ele lê um livro pelo iPad, Pétrus está dormindo na poltrona da frente.

Quando avisou que pousaria, Jeon colocou ele na gaiola de gato, e nós colocamos o cinto. Após pousar tiramos ele da gaiola, ele odeia, saímos do avião e ele no meu colo.

Passamos na esteira pegando as duas malas, saímos do aeroporto e já tem um carro esperando, o motorista guardou nossas malas e a gaiola, entramos no carro.

Jungkook alugou um apartamento aqui, e os conhecidos da máfia dele cuidaram de colocar coisas no apartamento, já era mobiliado, só colocaram alimentos, no Canadá não deixamos nada na geladeira para perder, coisas dos armários estão com uma data muito longa para vencimento não tem perigo.

Só passamos no apartamento para deixar o Pétrus, demos petisco e água para ele, comeu, bebeu água, foi para a varanda do apartamento, subiu na cadeira de balanço para dormir.

— Vamos amor. — saímos de fininho do apartamento, está na hora do almoço agora, mas não sinto fome.

Milagre. — silêncio.

O carro que o motorista veio dirigindo está sozinho, entramos, recordei do endereço do Tae e Jeon disse conhecer o lugar, quero nem saber como.

Dirigiu para lá, é cerca de dez minutos de carro até o apartamento dos três, não é tão longe, e quando você não quer chegar no lugar é mais rápido.

Saímos do carro olhando aquele prédio grande, só celebridades moram aqui, isso explica muita coisa. Entramos, apesar de ter porteiro ele não barrou nossa entrada, subimos de elevador para a cobertura.

Meu coração está muito acelerado, e minha mão gelada pelo nervosismo.

— Come. — colocou uma bolinha de chocolate na frente da minha boca, abri a boca e ele me deu. — Calma príncipe, respira fundo.

— Estou respirando. — mas parece que o ar vai me matar.

Saímos do elevador, deixei o chocolate fazer efeito no meu corpo, estou surtando!

Fazem muitos meses que eu não falo nem vejo ele, e como eu disse para não me procurarem mais, é difícil estar aqui para ajudar ele, se é que vou conseguir fazer isso.

Dei três batidas na porta, tem campainha, mas vai assustar a bebê.

Estou apertando forte a mão do Jungkook, espero não quebrar os dedos dele.

A porta abriu, Yoongi se surpreendeu em nós ver, tanto que nem soube o que falar.

— Quem é Yoon? — ouvi Hoseok perguntando, e seus passos se aproximando. — Você veio.

— É, eu vim. — falei, clima tenso misericórdia.

— Entrem. — entramos no apartamento, trocamos os sapatos pelas pantufas. — Pensei que não viria, vai passar quanto tempo? — apontou os sofás, nós sentamos.

— Não muito, Jungkook está ocupado com as coisas da máfia, não podemos passar muito tempo aqui. — e eu não conseguiria também.

— Tudo bem, vocês querem água, café ou suco? — ofereceu.

— Não, obrigado. — Jeon falou, ele está olhando direto para a cadeira de descanso, ao lado tem uma pelota de pelos dormindo em uma caminha, o cachorro.

— Só água, por favor. — falei. — Cadê a Li-Yu?

— Ali, quer pegar? — Yoongi perguntou enquanto Hoseok pega minha água, confirmei.

Ele foi até a cadeira, tirou ela e trouxe um embrulho na manta roxa, estendi os braços ele colocou, trouxe para perto olhando a neném.

— Ela é linda. — agora Jungkook bem próximo de mim para ver ela. — Um mês já né?

— Um mês e uma semana. — Hoseok apareceu com a água, como está com canudo Jeon segurou o copo e eu tomei, sem tirar a pequena do meu colo.

Mais velha que as minhas sobrinhas, mas ainda é tão pequena.

— Quer segurar? — perguntei para Jungkook, ele negou. — Quer sim. — conheço ele.

Coloquei ela no colo dele, fiquei olhando ela nos braços dele.

Deus, esse é o último teste né? Agora estou sendo testado com o Jeon, com certeza é o último.

— Cadê o Tae? — perguntei-lhes.

— No quarto. — Hoseok respondeu.

— Pode me levar lá? — acabar logo com isso.

— Venha. — falou.

Jungkook não pareceu ligar de ficar para trás segurando a menina, estava muito encantado com ela.

Acompanhei Hoseok até o quarto deles, mas passamos direto na porta, fomos para o quarto que eu fiquei ao vir aqui.

— Boa sorte. — me deixou na porta e saiu.

Os dois também não parecem bem, estão com olheiras escuras e profundas, mais magros, até um pouco pálidos.

Respirei fundo, contei até três bati uma vez na porta, ninguém respondeu.

Abri a porta, entrei e fechei de novo, esse quarto está um breu, não vejo nada.

Acendi a luz, achei ele encolhido na cama, só consigo ouvir sua respiração, está acordado.

— Apaga a luz Hoseok ou Yoongi, quero ficar sozinho. — ouvi sua voz, cobriu até a cabeça.

Apaguei a luz, mas fui até as janelas e abri as cortinas, a luz invadiu o quarto, o céu está nublado dia normal de inverno na Coréia.

— Fecha essas cortinas. — não mesmo. — Já falei que quero ficar sozinho.

— Por quê? — falei pela primeira vez. — Porque quer ficar sozinho Tae?

— Estou ouvindo coisas, Jimin não quer mais me ver. — continuou enfiado embaixo do edredom.

— Não sairia do Canadá se não quisesse te ver. — sentei na cama próximo dele.

Ele saiu do edredom, os olhos cheios de lágrimas, abraçou meu corpo chorando pedindo desculpa entre soluços, lágrimas começaram brotar em meus olhos.

— Me desculpa por favor, eu não consigo viver sabendo que fiz mal a você, por favor me perdoa. — estou chorando droga.

A única coisa que vem no meu coração agora é "libera perdão", "libera perdão e ele vai ficar bem", a justiça de Deus tarda, mas não falha.

— Está tudo bem Tae, eu perdoo você. — falei chorando também. — Já passou.

Aí ele chorou mais, fiquei um bom tempo só acalmando ele, abraçado com ele percebo que está bem mais magro, antes dele me abraçar vi as olheiras, quanto tempo será que você não dorme?

Ele finalmente me soltou, ficou só me olhando.

— Porque quer ficar sozinho? — perguntei.

— Eu causei você parar em um hospital, preciso ficar longe de todos para não machucar ninguém. — respondeu.

— Você não fez isso sozinho, aquilo foi um momento de egoísmo seu, sei que você não é assim. — falei. — Porque não quer pegar sua filha no colo?

— Antes de se afastar de mim você disse "que você possa conseguir tudo que eu não pude com o Benjamin", você não conseguiu pegar ele no colo, suas palavras ficam se repetindo na minha mente e eu não consigo pegar ela. — eu desejei o bem, a mente dele que contornou isso para mal. — Parece ser injusto.

— O quê? — perguntei sem entender.

— Eu ser pai e você não, você se preparou para tudo, tudo que pudesse acontecer com o Benjamin você estaria pronto, você seria o melhor pai, e Jungkook não fica atrás com o sonho dele de ser pai, agora eu nunca almejei isso simplesmente aconteceu e eu aceitei. — falou olhando para as próprias mãos. — Você merece muito mais que eu, teve isso arrancado de você, e eu sendo muito imaturo não percebi isso a tempo de ver como estava te machucando, não mereço ser perdoado.

— Olha Tae eu já superei isso, Benjamin está em um lugar melhor, eu e o Jungkook estamos bem com isso de não sermos pais, se Deus quis te dar a dádiva de carregar aquela criança se sinta feliz com isso muitos queriam estar no seu lugar e não podem. — fiz ele olhar para mim. — Você merece ser perdoado, eu já te perdoei desde o dia que saí da casa dos meus pais.

Se não tivesse não estaria aqui agora, Jungkook queria matar todo mundo.

— Obrigado Jimin. — agradeceu. — Você é o melhor amigo que alguém poderia ter, se é que posso te chamar assim.

— Pode, somos amigos de alma não é mesmo. — passei no teste né Deus?

— Sim, você é a melhor pessoa que existe. — eu sei.

Exibido. — sou também lobo.

— Quer segurar ela? — confirmou. — Jungkook trás ela.

— Nessa altura ele vai ouvir? — confirmei.

— Ele é um Lúpus esqueceu? — ouvi passos, a porta abriu e ele entrou com ela, de cara fechada com a bebê no colo. — Dê ela.

Ele colocou ela no meu colo e saiu do quarto.

— Não consigo. — suas mãos estão tremendo.

— Consegue sim, ela é sua filha, parte de você. — falei, devagar coloquei ela no colo dele. — Viu? Não foi tão difícil, porque deu um nome chinês para ela?

— Pelo significado, "dia chuvoso" quando ela nasceu o céu estava chorando. — falou.

— Quer amamentar ela? — negou. — Quer sim, ela precisa disso para ficar forte para o resto da vida.

Peguei uma toalha no banheiro, ele sem entender.

— Você precisa voltar a se alimentar direito, e logo. — falei. — Vou levantar sua blusa.

Levantei a blusa dele, devagar toquei seu peito para saber se tem leite, para a sorte dele tem, fiz uma massagem.

— O que está fazendo? — perguntou.

— Isso vai fazer doer menos. — falei.

— Como assim doer? — ele não sabe, tadinho.

— Você não tem muito bico do peito e ela vai querer isso, vai doer para ela ter o que quer. — é, vai doer bastante. — Por isso a toalha, na hora que você começar gritar e chorar, não assustar ela.

Dobrei e coloquei na boca dele, aproximei a bebê do peito e ela achou sozinha a fonte de alimento, como eu falei ele começou chorar e gritar.

Hoseok e Yoongi apareceram preocupados, viram o que estava acontecendo.

— É normal, logo não vai doer mais. — mentira, vai doer um tempo. — Eu já vou indo, volto amanhã.

Despedi do Tae e saí do quarto, Yoongi ficou lá com ele, Hoseok me acompanhou, Jungkook já estava de pé na sala me esperando.

— Até amanhã. — falei.

— Até, obrigado Jimin, obrigado mesmo. — agradeceu.

— De nada. — após calçar os sapatos saímos do apartamento deles, entramos no elevador. — É, agora estou bem com esse assunto.

— Mesmo neném? — confirmei. — E sua mãe?

— O que tem ela? — perguntei.

— Não vai fazer o mesmo? — neguei.

— Ela me rejeitou desde o nascimento, não foi apenas essa situação. — falei. — Perdoei ela, mas não quero contato.

— Tudo bem. — todas as minhas decisões ele vai apoiar em relação a isso. — Está com fome?

— Sim. — ao sair de lá fomos para um restaurante, lá nós comemos.

Voltamos para o apartamento, Pétrus ainda está dormindo, mas no sofá.

Eu sentei ao lado dele, mandei notícias para o Jimy e a Sara, meu pai sabe que estou aqui pelo Tae, mas ele está em Busan não Seul.

Após desligar o celular, Jeon colocou uma xícara de chá na minha frente, peguei e comecei a esfriar para tomar sem queimar a língua, sentou ao meu lado, tombei a cabeça deitando em seu ombro.

— Eu te amo. — estiquei e beijei seu pescoço.

— Eu te amo príncipe. — beijou minha cabeça.

Quando a noite caiu ele disse que levaria eu em um lugar, tomei banho, como ele não falou o lugar não sei como me arrumar.

Vesti uma calça preta, blusa preta gola alta e sobretudo marrom, calcei botas nos pés.

Na sala ele já estava pronto me esperando, só peguei meu celular.

— Está lindo neném. — eu sei. — Vamos?

— Vamos! — pegou em minha mão e saímos do apartamento, descemos após trancar a porta. — Aonde vai me levar?

— Um lugar. — legal o nome, detesto surpresa. — Primeiro precisamos passar em uma loja.

Cinco minutos no carro e paramos em uma loja de doces, mas ele não me deixou descer foi sozinho, disse que eu não iria querer sair de lá, discordo.

Concordo. — Cleberson falou.

Fiquei esperando no carro jogando meus joguinhos, não sei quanto tempo ele passou lá, estava concentrado em ir para a próxima fase, isso é mais importante.

— Segura e não come nada. — colocou muitas sacolas com doces no meu colo.

— Como assim não come nada, você não me ama mais é isso? Sabe que eu amo doce. — e tem bastante aqui.

— Tem um pirulito para você. — falou achando graça do meu drama, judas.

— Só um pirulito? Estou realmente duvidando do seu amor por mim. — falei indignado. — Onde está?

— Sacola rosa. — peguei ela, enfiei a mão tirando o pirulito do chaves.

— Incrível, sempre quis um desse. — comer quando voltar para o apartamento.

— O que te impedia de ter um? Tem lojas de doces no Canadá que vendem. — perguntou.

— Minha mãe disse ser muito doce para mim, então não podia comprar. — respondi simples. — Já pode falar para onde vamos?

— Não curioso. — chato!

Passei o resto do caminho olhando as sacolas e os doces que fui proibido de comer, bicho ruim, só não vou comer porque parece que eles já tem dono.

Tenho quase certeza que vou conhecer algum parente importante do Jungkook, porque a maioria moram aqui em Seul, só a tia legal dele mora em Busan, e os pais no Japão.

Parou o carro, desci com as sacolas, menos a que está o meu pirulito, ele pegou uma parte delas.

— O que é aqui? — perguntei apontando para a casa.

— Já vai ver, príncipe. — apertou o interfone, uma voz de mulher foi ouvida.

— Estamos fechados, volte amanhã. — é um estabelecimento?

— É o Jungkook ahjumma. — já sei ser uma mulher bem mais velha que o Jungkook pela forma que a chamou.

— Oh! Já estou abrindo. — eu aqui boiando sem entender nada, beleza viu Jungkook, vai ter volta.

O portão destravou, Jeon abriu e nós entramos, ele fechou. Um quintal relativamente pequeno, mas o jardim é bem cuidado está lindo pela época que estamos do ano.

— Vem neném. — caminhamos, uma mulher parecendo ter idade para ser minha avó saiu, e sorriu grande olhando Jungkook, é avó dele?

Ele passou as sacolas que estavam em suas mãos, para abraçar ela, agora que eu boiei mesmo.

É avó? Parente próxima? Conhecida? Quem é essa senhora?

— Muito tempo que você não vem aqui, esqueceu de nós Jungkook? — esqueceu senhora, porque nunca me falou de vocês.

— Jamais esqueceria de vocês, finalmente trouxe meu marido para a senhora conhecer. — ah! Agora lembrou de mim.

— Finalmente, estava ansiosa para conhecer esse rapaz que você fala tão bem. — falou olhando para mim, fiquei com vergonha.

— Príncipe essa é Lee Hong-im dona deste lugar, ahjumma esse é meu marido Jeon Jimin. — fez as apresentações.

— Um prazer conhecer a senhora. — curvei-me educadamente.

— O prazer é meu, você é lindo. — sorri pelo elogio. — E dono de um sorriso lindo, Jungkook teve sorte.

Também acho senhora, esse já andou com cada uma que misericórdia, só trapo.

— Obrigado. — agradeci.

— Venham, entrem. — entramos, tiramos os sapatos, de pantufas entramos na casa. — Eles estão assistindo ao filme, crianças olhem quem está aqui.

Seis pares de olhos viraram para trás, de repente uma gritaria de criança correndo até o Jungkook, desde quando as crianças gostam de você? Normalmente elas tem medo.

— Hyung, você não veio mais aqui. — ouvi um menininho falando, estou só observando a interação deles.

— Estava muito ocupado com meu ômega, o que ensinei sobre isso com vocês alfinhas? — alfinhas, desde quando você fala isso no diminutivo Jungkook?

— Nossos ômegas vem em primeiro lugar. — todos responderam, são todos alfas.

— Cadê seu ômega? — uma menina perguntou.

— Vem príncipe. — aproximei dele, muitas crianças me olhando. — Crianças esse é meu ômega Jeon Jimin.

— Ele é tão bonito, parece um príncipe mesmo. — a menina falou.

— O príncipe Eric. — preciso assistir o bendito filme.

— Oi crianças. — falei. — Amor estou cansado de carregar essas sacolas.

— Dê elas. — passei para ele. — São para vocês, muitos doces para compensar o tempo que passei longe.

Pelos gritos eles gostam de doce, também gosto.

Ele distribuiu entre as crianças os doces, eu só observando.

Que perturbação, acho desnecessário eu ver isso e imaginar outra coisa, uma família com filhos.

Todos correram de volta para o sofá com seus doces, ele veio até mim, a senhora está em uma poltrona tricotando enquanto olha as crianças.

— Quem são? Que lugar é esse? Porque nunca me falou disso? — fiz as perguntas.

— Nunca falei porque não surgiu a oportunidade, aqui é um abrigo para crianças, essas são as crianças protegidas por esse abrigo. — respondeu. — Todas elas tem memória fotográfica, e assistiram um crime horrível, ainda não peguei o culpado elas são testemunhas de tudo, se saírem ele pode matar cada uma, não podem sair nunca desse abrigo.

— Qual crime horrível elas assistiram? — perguntei.

— Todas essas crianças estavam em um parque brincando, quando se distanciaram para a mata, lá viram um homem estuprar e matar uma mulher, a polícia não foi chamada, aquela ali. — apontou a menina que me chamou de príncipe. — Ela é filha de um soldado meu, ele pediu proteção da filha, acabei protegendo todas aqui, é vigiado vinte e quatro horas fazem dois anos que estão aqui.

— Como descobriu que elas tem memória fotográfica? — sou curioso.

— Jin fez o teste em todas elas, elas lembram com detalhes incríveis do dia antes do crime, o crime e o dia seguinte. — não é coincidência mesmo. — Falta pouco para eu pegar quem fez aquilo e elas voltarem ter uma vida normal.

— Porque me trouxe aqui? — perguntei tentando entender.

— Essa é única parte da minha vida que você não sabia, e agora que somos casados não acho justo você não saber algo que tem muita importância para mim. — respondeu. — E também para te provar que as crianças gostam de mim, as outras que se encantam com você é porque tem facilidade em conversar com elas.

— As crianças me amam, e obrigado por me trazer aqui. — devagar, em passos de tartaruga nossa vida de casados vai entrando no eixo.

— E você neném, tem algo que eu ainda não saiba sobre você? — pensei bastante.

— No apartamento conversamos. — falei.

Senti meu sobretudo sendo puxado, olhei para baixo, um projeto de gente puxando, abaixei na frente dela.

— Você quer doce? — ofereceu para mim.

— Não, obrigado. — não vou tirar os doces da criança.

— E brincar, você quer? — aceitei.

Resumindo, fui em um salão particular das duas únicas meninas desse abrigo, colocaram presilhas no meu cabelo e passaram maquiagem em mim, Jungkook passou longe do salão para não ter o mesmo destino que o meu.

Ficou brincando de polícia e ladrão com os meninos, ele era o policial, que irônico não é mesmo?

— Agora é minha vez. — falei, as duas sentaram, a menina com cabelo curto coloquei presilhas rosas no cabelo dela, a outra tem o cabelo enorme fiz uma trança nela e amarrei embaixo com lacinho roxo.

Passei apenas gloss nas duas, e bem pouco blush, suficiente para crianças.

— Lindas. — tirei fotos com elas e delas separadas, só para guardar de recordação.

— Mostra seu celular. — pediram.

Na minha mão eu mostrei as músicas, fotos que tirei em viagens que fiz, meus joguinhos favoritos, até conversas mostrei para elas.

— Onde é essa foto? — a mais nova perguntou.

— Em uma ilha bem longe daqui, é do Jungkook, um dia podemos ir lá para vocês conhecerem. — respondi.

— Podemos mesmo? — confirmei. — Legal, quero muito sair.

Continuei mostrando as fotos, porque elas acharam incrível, mostrei o Pétrus e ela ficaram doidas para pegar ele, até apertar, faz isso e ele arranha as duas.

Coloquei um joguinho e elas começaram jogar, a senhora chamou o Jungkook os dois saíram para algum lugar, nisso os meninos se aproximaram para olhar o jogo também.

Fiquei ali com eles até Jeon aparecer, dizendo que já íamos embora, primeiro tirei uma foto com todos eles, após despedir saímos da casa.

Entramos no carro, coloquei o cinto.

— Então, o que você foi falar com a senhora para fora da casa? — perguntei.

— Algo sobre uma das professoras das crianças, que ela estava muito estranha ultimamente e tratando as crianças mal. — já não gostei dela. — Vou mandar a Rachel verificar, mas já imagino o que seja, vai precisar ir sozinho amanhã no Tae.

— Tudo bem. — duvido nada que essa mulher esteja querendo entregar o paradeiro das crianças. — Eles vão mudar de casa né?

— Sim, em dois dias no máximo. — sabia. — Você tem produto para limpar o rosto? Está parecendo um palhaço, mas um palhaço lindo.

— Quer dormir no sofá Jeon? — idiota.

— Você é muito radical príncipe. — então não provoca a fera.

O caminho para casa foi tranquilo, com o Jungkook se esforçando muito para dormir no sofá ao ficar me comparando com o IT, palhaço ridículo.

Eu com a minha sacola com o pirulito saí do carro, ele passou o braço pelo meu ombro e nós entramos no prédio, pela escada subimos até o terceiro andar, ele abriu a porta do apartamento.

Pétrus já veio miando, quer comida, coloquei petisco com ração após entrar para ele, foi comer ficando quieto.

Fui para o quarto, na minha mala peguei a nécessaire e o produto de limpeza de pele, com isso tirei toda maquiagem do meu rosto, usei o sabonete próprio da minha pele para lavar o rosto, tirei as presilhas do cabelo por último.

Troquei a roupa que estava usando para algo mais leve, com celular em mãos fui para a cozinha.

— O que está fazendo? — perguntei.

— Fervendo água para colocar no ramyeon. — miojo, o coreano faz tempo que eu não como. — Pega dois no armário.

Peguei dois potes, apimentado para ele, suave para mim.

— O que você tem para me falar que eu ainda não sei? — perguntou colocando a água nos dois potes.

— Lembra quando fiquei bravo com você porque não quis transar comigo? — confirmou. — E no dia seguinte fiquei triste com tudo?

— Sim, você tocou uma música muito triste no piano. — ele lembra ótimo.

— Quando nós perdemos o Benjamin eu fui na igreja, aquele pastor que fez nosso casamento disse que eu iria sofrer duas decepções enormes, como passou o tempo eu esqueci, mas naquele dia eu lembrei e liguei para o pastor. — ele prestando atenção nas minhas palavras. — Ele já sabia que seria com Tae e minha mãe, só não me falou porque eu já estava muito machucado, não iria aguentar descobrir aquilo.

— É o pastor que falou sobre mim? — como sabe? — Eu ouvi uma parte da ligação sua com ele.

— Sim, ele disse que você seria curado, e que foi você que me manteve de pé. — tudo verdade. — Falou que eu receberia um presente, mas isso eu já sei o que seja.

— Ele já conhecia você? — neguei.

— Nem meu pai, foi conhecer na igreja. — falei. — Só isso que você não sabia, agora já está sabendo, não precisa falar nada eu só queria te contar.

— Tudo bem, toma. — entregou o pote de ramyeon para mim, peguei hashi e fomos para o sofá.

Liguei a televisão coloquei em um seriado policial, eu amo assistir isso.

E é casado com um mafioso, ironia da vida. — silêncio lobo.

Após comer assistindo ele já foi para o quarto dormir, só eu dormi no voo. Arrumei tudo na cozinha antes de ir para o quarto, escovei meu dente e fui deitar.

Fiquei esperando o sono chegar olhando o celular, entrei no Instagram e como tirei o Tae do silêncio já posso ver as publicações dele, ele postou uma foto com a Li-Yu segurando o dedo dele com a mãozinha, a legenda "meu melhor presente" ele bloqueou os comentários só pode curtir.

A mídia deve estar uma loucura, ele conseguiu esconder a gravidez durante todo o tempo até o nascimento dela, graças ao Jungkook que matou quem queria revelar.

Continuei olhando outras coisas, Jimy postando fotos das duas bebês, elas fizeram um ensaio fotográfico, uma fofura sem fim.

Dói né? — dói.

Quando o sono chegou, desliguei o celular e coloquei na mesa de cabeceira, abracei o corpo do Jungkook que já passou o braço ao redor de mim, vou dormir que amanhã será um longo dia.

[...]

Bati na porta, meu celular tocou atendi e é a Sara.

— Oi Sar... — não me deixou terminar.

— Como assim você está na Coréia? — perguntou. — Foi ajudar o Tae? Você está bem para isso?

— Calma Sara, eu estou bem fica tranquila. — falei.

Hoseok abriu a porta, acenei para ele entrando.

— Jimin, você é a melhor pessoa que existe na Terra, sem brincadeira, o que você faz ninguém faria. — troquei o tênis pela pantufa.

— Não exagera, existe alguém melhor tenho certeza. — doida. — Isso não é muito, é o básico.

— Básico? Básico é você ligar e perguntar se a pessoa está bem, o que está fazendo é muito, sem contar que se formos colocar o que aconteceu para separar vocês, você realmente perdoou totalmente para conseguir ir ajudar ele em tudo, Jimin você poderia ser um santo. — falou desacreditada.

— Quer água? — neguei.

— Santo Jimin, o que acha? Essa parte que está fazendo não irei colocar na fanfic, meu personagem é rancoroso e não perdoa fácil. — ri da fala dela. — Não ria, preciso desligar vou ir dormir.

— Tudo bem, bons sonhos doida. — desliguei antes dela reclamar. — Então, cadê o Tae?

— No quarto dormindo. — uma hora dessa.

— E a Li-Yu? — já imagino a resposta.

— Yoongi vai dar banho nela. — nem pensar.

— Fale para o Yoongi esperar. — fui até o quarto, e dessa vez é no quarto do trisal.

Entrei e acendi a luz, comecei sacudir ele, é quase meio-dia e ele dormindo, você tem uma filha criatura não é hora de dormir.

— Que foi? O que aconteceu? — sentou na cama. — Você voltou.

— Eu disse que voltaria, agora levanta que sua filha precisa tomar banho. — por um mês e pouco os dois alfas se viraram para cuidar dela, chegou a sua vez meu parceiro.

Ele veio me seguindo, entramos no quarto da bebê, lilás e branco, com ursinhos marrom de macacão lilás com bolinhas brancas.

Entrando no banheiro todo adaptado para ela, Yoongi com ela no trocador, eu segurei e ele saiu.

— Já deu banho nela? — perguntei.

— Não, nem sei como fazer. — fica tranquilo que agora você vai aprender.

— Vem. — ele manteve ela parada. — Tira a fralda e limpa ela.

Ele tirou a fralda e começou reclamar do cheiro, sinceramente, normal isso.

— Eu sou um Lúpus estou sentindo mais que você, não reclame tanto. — ele olhou para mim. — Que foi?

— Você disser ser um Lúpus? — confirmei. — Mas não era.

— Fazem cinco meses que estamos afastados Tae, muita coisa aconteceu. — falei.

— Então foi marcado? — abaixei a gola da blusa mostrando a marca. — Jimy falou que você casou.

— Sim, faz um mês e três semanas. — mexi na minha aliança. — Também não moro mais em Quebec.

— Muita coisa mesmo aconteceu. — voltou a limpar ela.

— Sabe segurar na banheira? — negou. — Vem, eu vou te ensinar.

Ensinei ele dar banho nela, quais posições são as certas, saiu limpinha do banheiro na toalha.

Ele colocou fralda e roupa nela, a segurou no colo.

— Deita ela no seu colo, ainda não fique de pé é perigoso. — ele deitou ela.

— Meus agentes agora que ela nasceu querem que eu volte para o Canadá, como diretor geral da Louis Vuitton, mas falei que iria pensar. — a exaltação dele não para.

— Porque vai pensar? Senta e dê mama ela está com fome. — hoje não vai doer tanto como ontem, ele sentou na poltrona e colocou ela para mamar só fez algumas caretas de dor.

— Porque eu não sei se quero voltar trabalhar. — ele quer, Tae ama esse mundo. — E se você vai gostar que eu volte.

— Parece que não me conhece Tae, você foi embora de lá porque quis eu nunca pedi para você sair, eu só não queria contato porque estava machucado e precisava manter distância para a ferida cicatrizar. — falei a verdade. — Não tenho nenhum problema em você voltar para o Canadá, isso é decisão sua.

Ele ficou pensativo e eu não atrapalhei os pensamentos dele, estava mexendo no celular.

— Você amadureceu muito. — olhei para ele, desliguei o celular. — Não é mais o menino que eu conheci, já está um homem, e perdi partes de você amadurecendo por ser imaturo.

Não falei nada, não sei o que falar para ele.

— Como foi o casamento? Você só postou foto na mesa de bolo e no altar. — é, do casamento em si não revelei muita coisa.

— Teve quase oitenta pessoas, os meus parentes e do Jungkook estavam, o Pétrus entrou com as alianças, tocaram violoncelo e violino quando entrei, a decoração foi em branco e dourado, a Sara foi a madrinha, e quase fui sequestrado indo para o casamento. — ser marido de mafioso dá nisso.

— Seus parentes? Como assim sequestrado? — colocou ela para arrotar.

— É, por parte de mãe e pai, convidei todos e eles foram em peso para o Canadá assistir o sobrinho mais novo casar. — meus primos são mais velhos que eu. — Um inimigo do Jungkook se passou por motorista da limousine e tentou me sequestrar, Na-yeon interviu a tempo.

— O peso de ser fiel de mafioso. — quase isso. — Pedro levou mesmo Jimy para o Brasil?

— Levou, faz uns dois meses mais ou menos, talvez mais não sou bom de conta. — falei.

Levantou com ela para fazer dormir novamente, só dorme e come, parece o Pétrus.

— Como está você e o Jungkook? — perguntou.

— Estamos bem, ele na máfia e eu em casa. — amo desse jeito, de vez em quando eu vou, posso torturar alguém, mas nada me prende a máfia.

— Foi nas Maldivas a Lua de mel né? — confirmei.

— Jungkook quis as Maldivas, eu preferia a ilha dele, mas também foi ótimo o tempo que passamos lá, passeamos bastante, conheci mais um país para a coleção. — contei tudo me lembrando, quero voltar. — Agora são oito ao total, nesse ano pretendo viajar mais, como Jungkook viaja bastante por conta da máfia vou conseguir conhecer mais países.

— Qual você vai primeiro? — pensei um pouco.

— Japão, visitar os pais do Jungkook, estão cobrando uma visita tem um tempo, então iremos lá. — e o Jungkook vai assinar um tratado com a máfia de lá antes que eles ataquem a Coréia. — Ela dormiu?

— Sim. — arrumei o berço e tirei o travesseiro.

— Não use isso, muito cedo. — ele colocou ela que só mexeu um pouco, mas não acordou.

— É... — lá vem. — Não sei se vai querer responder isso, vou entender se disser não, mas como aconteceu até estar no hospital?

Estava olhando a bebê e continuei.

— Quando você e Jimy engravidaram fiquei feliz por vocês, jamais iria ficar tristes por vocês estarem gerando vidas, mas eu ainda estava superando a morte do Benjamin então foi um baque para mim, e eu não estava com o Jungkook, logo em seguida recebi a notícia do noivado da Sara com a Rachel. — sim, começou há muito tempo para virar o que virou.

— Desde o princípio você estava mal? — confirmei.

— Então a minha mente estava assim, faz poucos meses que perdi meu filho, um mês que estou sem o amor da minha vida, e todos com a sua vida muito bem, aquilo começou me sufocar de não conseguir respirar, aí eu viajei para o Brasil tentando fugir disso tudo. — hoje é tranquilo falar disso.

— Por isso não falou para ninguém? — exato.

— Sim, quando eu voltei e ouvi você supor que eu estava triste com a gravidez fiquei muito triste, e com raiva, porque você melhor que ninguém deveria saber que isso não é algo que sentiria, eu estava triste com a minha vida, mas feliz pela sua estar bem, porque eu jamais desejaria para ninguém passar o que passei de precisar ficar um tempo superando a morte do filho sem o companheiro do lado. — contei explicando meu lado da história.

Jimin, só você para falar disso sem chorar, porque eu vou. — lobinho emotivo.

— O tempo foi passando, meu psicólogo disse para eu não ficar perto de possíveis gatilhos, mas vocês só falavam disso, e eu fui piorando a cada dia, quando fui obrigado participar daquela festa já foi muito difícil. — não gosto nem de lembrar. — Passei o aniversário de namoro com o Jungkook na ilha e foi ótimo, eu iria surtar bem antes se não fosse isso, então nós voltamos para ir viajar.

Interessante lembrar dessas coisas, que ficam muito claras na nossa mente.

— Na viagem foi muito sufocante porque vocês só falavam da gravidez, então você pediu para eu fazer o chá, foi bem no dia do aniversário da morte do Benjamin de oito meses se não estou enganado. — contei. — Quando voltamos estava cada vez pior, minha mãe já não era a mesma, eu fui ao cemitério visitar o Benjamin e tive uma crise horrível, porque parecia que ninguém percebeu como eu estava, eu estava entrando em depressão e ninguém percebeu.

Com certeza esse é o teste final, eu tô sentindo isso.

— Jungkook me ligou da China e me acalmou, disse que eu deveria falar que vocês estavam me machucando, mas eu sabia que seria apedrejado no momento que abrisse a boca. — é só triste lembrar disso, mas não me faz querer chorar. — Eu fui à cafeteria do Jin e encontrei a Sara com a Rachel, ela percebeu que eu não estava bem ao ouvir minha voz pela ligação, no dia seguinte minha mãe me obrigou levar vocês à clínica.

Hora de contar sobre a tragédia.

— No caminho foi uma tortura, e parecia ser de propósito, você citou para tomar cuidado com escada, naquele momento eu soube que você esqueceu como eu perdi o Benjamin. — ainda estou olhando a bebê. — Eu saí do carro com falta de ar, no consultório quando iria ouvir o coração do bebê meu corpo não aguentou, e para não passar mal na frente de vocês eu corri.

Na próxima vida eu imploro, o Jimin precisa de uma amizade sem decepções. — também acho lobo.

— Fiquei tentando respirar no carro, a Na-yeon entrou tentando me ajudar com a segunda comandante, mas eu perdi a consciência após uma parada respiratória. — contei. — Com o que me contaram, eu tive duas paradas cardíacas no hospital e fizeram ressuscitação, mas meus batimentos ficaram bem fracos por um tempo.

Deus, última vez que falo sobre isso, vou escrever sobre isso para quando alguém perguntar eu mando ela ler e pronto.

— Jungkook veio da China para ficar comigo no hospital, quando fui liberado fui para casa dele, na minha não tinha quarto embaixo e eu fui proibido de subir escada. — e mais mil coisas. — Após estar lá já na cama descansando eu te liguei porque queria saber se algo aconteceu, se estava tudo bem com sua filha, mas você não queria falar comigo.

Falando em voz alta agora, como eu sofri misericórdia.

— E quando falou disse que eu troquei vocês por sexo, o dia que precisasse ninguém iria me ajudar, eu tive uma crise de falta de ar. — está acabando. — Jungkook falou algo com você e desligou, me colocou no respirador para eu não perder a consciência e ter outra parada respiratória, eu sei que eu ficaria muito pior se o Jimy não tivesse ligado, ele perguntou se eu estava bem e se algo aconteceu.

Não posso evitar que as pessoas me decepcionem, mas posso evitar que façam novamente.

— Então passei um mês na casa do Jungkook em recuperação, todo dia tinha terapia, assim me recuperei da situação que me fizeram passar, após não aguentar mais em casa coloquei tudo para fora e fui viver minha vida longe de vocês. — terminei.

Olhei para ele que está chorando, de soluçar, vai acordar a bebê.

— Não precisa chorar, já passou. — passei muito tempo com o Jungkook, me tornei alguém muito frio.

Esperei ele se acalmar, o que demorou um pouco porque ele parecia sentir dor ao chorar, eu sei exatamente como é chorar assim.

— Eu não quero ser isento do que fiz com você, e vou tentar me redimir todos os dias se me aceitar de volta na sua vida. — falou secando os olhos. — Só preciso te fazer mais uma pergunta, você conversou com a sua mãe após o ocorrido?

— Ela só ligou para parabenizar pelo casamento, também teve uma carta já que ela se divorciou do meu pai, mais nada. — contei. — A carta só pedia perdão pelo que me fez.

— Por te rejeitar quando nasceu né? — como sabe? — Ela também traiu seu pai não é?

— Como sabe de tudo isso? Jimy te contou? — negou.

— Eu vou te contar algo, você vai decidir se vai acreditar ou não. — o que foi agora? — Quando você estava no hospital, eu estava bravo com você, mas como sua mãe era muito sábia perguntei para ela o que deveria fazer e eu jurava que ela iria ficar do seu lado, mas foi totalmente o oposto, eu não tinha a intenção de te ignorar por tanto tempo, por isso quando você falou tudo eu sabia que tinha te perdido por ouvir ela.

Não, ela não fez isso, ela não pode ter feito isso, ela não tinha o direito de fazer isso, eu sou filho dela como ela coloca meu melhor amigo contra mim.

Ele pegou o celular mexeu em algo e entregou para mim.

— Você decide se quer ouvir e acreditar nisso, a escolha é toda sua. — tem quatro áudios de datas diferentes. — Meus noivos não sabem disso, se soubessem não teriam deixado chegar na proporção que chegou.

O primeiro áudio tem a data logo após eu voltar com o Jungkook, eu sei que isso não vai me entristecer, só irei ficar com raiva.

Pode ouvir. — obrigado lobo.

Dei play no primeiro, meu coração está acelerado.

— Precisa falar mais da gravidez perto dele, puxa assunto com o Jimy, só assim ele vai superar a morte do... — ela não falou isso. — Ele tem que ficar longe do Jungkook, se estiver perto o cachorrinho vai consolar ele, precisa superar logo já faz meses e ele ainda tá nessa.

Por isso a viagem e não mudaram para eu ficar perto do Jungkook, tudo está fazendo sentido agora, por isso insistiam tanto, realmente era de propósito que falavam da gravidez.

Segundo áudio, tem a data próxima ao aniversário e a festa que eu detesto lembrar.

— Lógico que vai estar na festa, se ele tentar escapar vai apanhar pela primeira vez na vida. — isso eu sorri, não seria a primeira mamãe.

Né Jungkook?

— Essa festa vai mostrar como consigo o que eu quero. — era só por causa dela, nunca pensou nos filhos.

Se eu mostrar esse áudio para o Jungkook, ele mata ela, e o Jin manda para o hospício porque é doida.

Ela é narcisista compulsiva.

Terceiro áudio, data do dia seguinte que passei mal e perdi a consciência, quase morri, vamos ver o que ela tem a dizer.

— Ele com certeza trocou vocês por sexo. — então foi ela que colocou essa ideia maluca na cabeça dele. — Porque não tem motivo para ele abandonar vocês e ir passear na casa do Jungkook, isso só serviu para mostrar quem ele é.

Quem eu sou? Alguém que não deveria ter pedido misericórdia por sua vida ao Jungkook.

Último áudio, esse é mais recente.

Comecei ouvir, ela contando do divórcio, que traiu meu pai, da rejeição que eu sofri por parte dela, contou tudo, a pior parte é o final.

— Não arrependo de nada, agora está como eu quero, logo vou ir ver minhas netas do meu único filho, não tenho mais marido no meu pé. — ela quis isso, ela precisa voltar tomar os remédios. — Até escrevi uma carta, mas fazia parte do acordo no divórcio, Hyeon não queria que Jimin ficasse sem eu pedir perdão.

Fechei os olhos respirando fundo, parece que minha vida é uma novela mexicana, que só faz sentido no final de tudo, porque antes ainda estava um pouco confuso certos pontos, agora tudo se esclareceu.

Mas vem a dúvida, eu posso acreditar nisso?

Sim, é disso para pior. — misericórdia Cleberson. — Mas tem coisa que é melhor você não saber.

— Porque ela enviou para você isso? — perguntei.

— Também não sei, acredito que ela pensou que eu também estava feliz em perder você. — só se for isso. — Você acredita em mim?

— Vou te dar esse voto de confiança. — entreguei o celular para ele. — Mas você nunca mais nem sonhe em ser egoísta de novo, ou ser influenciado por alguém conhecendo quem eu sou, porque se isso acontecer não pedirei misericórdia ao Jungkook.

— Obrigado pelo voto de confiança, e não serei egoísta nem influenciado. — falou. — O que vai fazer pela sua mãe?

— Sentar e esperar Deus cobrar o que ela me fez passar. — isso não vai ficar assim.

Liguei para o Pedro, ele vai tirar essa doida de perto do Jimy e das bebês.

— Oi Jimin, quer falar com o Jimy? — perguntou após atender.

— Não, é com você mesmo. — espero que ele faça isso. — Eu preciso que você coloque minha mãe para fora do Brasil.

— Tudo bem. — como?

— Fácil assim, não vai perguntar o motivo? — estranho, Tae só olhando a neném dormindo.

— Quando o marido do Jeon Jungkook pede algo, você só faz, pergunta depois. — ser Jeon Jimin tem seus privilégios. — Em meia hora ela vai estar no primeiro avião para fora daqui, como descobriu o que ela falou?

— O que ela falou? — perguntei.

— O Jimy te conta, tchau! — desligou me deixando sem resposta.

Yoongi e Hoseok entraram no quarto, tenho certeza que os dois estavam ouvindo, ouvi as respirações deles do lado de fora.

— Não esconda essa coisas de nós de novo, poderíamos ter livrado você de cair nessa história maluca. — Yoongi falou. — Eu sabia que tinha algo errado para você ficar daquele jeito.

— O Yoon tem razão Taetae, isso que aconteceu poderia ser evitado se tivesse contado para nós, mas foi bom para você aprender ouvir seus companheiros e parar de ser tão cabeça dura. — Hoseok falou.

— Bem-feito otário. — falei antes de sair do quarto.

Liguei para o Jungkook, não demorou para ele atender.

— O que aconteceu para você ficar com raiva neném? — ele sentiu pela marca. — Taehyung te fez algo?

— Ele me contou algo, quando chegar em casa nós conversamos, mas já vai tomando um chá para acalmar porque te conhecendo vai querer matar alguém. — ele com certeza vai querer matar a minha mãe.

— Eu sei que não vou gostar de ouvir, está bem com o que ouviu? — perguntou.

— Sim, não vou deixar que a maldade de outras pessoas me deixem triste. — sinto que só falta uma coisa para o teste acabar.

— Muito bem príncipe, cresceu tão rápido. — palhaço. — Amo ver como amadureceu, e como superou seus piores traumas, eu te amo neném!

— E eu amo que esteve ao meu lado sempre, eu te amo! — quero ver logo meu alfa. — Vou desligar, tchau!

— Tchau! — eu desliguei, os três chegaram na cozinha.

— Vamos almoçar Jimin. — Hoseok falou.

Após almoçar com eles, ajudei o Tae mais um pouco com a Li-Yu porque ela acordou, ele disse que ainda não vai expor o rostinho dela na internet, muito cedo para isso.

Meu celular começou a tocar, olhei e é o Jimy.

— Oi Jimy. — falei ao atender.

— Oi Jimin, Pedro colocou a mãe para fora do Brasil, você é vidente por acaso? — neguei. — Ela estava falando muito mal de você para a Fernanda, João falou para ela que se Jungkook descobrisse cortava a cabeça dela, e a chamou de velha fofoqueira.

— Foi por outros motivos. — contei a ele o que aconteceu e o que descobri.

— Eu juro que não sabia disso, se eu soubesse iria te contar na mesma hora. — falou. — Agora só temos o pai né? Ele ama nós dois iguais, eu te falei que ela precisava ser internada.

— Sei que você não sabia, só ele mesmo. — mas é suficiente. — Agora é tarde para isso.

— Pedro está aqui andando de um lado para o outro preocupado como Jungkook vai reagir ao saber que estavam falando do marido dele na nossa casa. — contou.

— Ele pode ficar tranquilo, com o Jungkook eu sei lidar. — ele não vai fazer algo que eu sou contra.

— Ele ainda está com medo, medroso. — Jimy gosta de provocar o Pedro porque sabe que Jungkook não toca nele por ser meu irmão. — Vou desligar, suas sobrinhas acordaram querendo leite.

— Tchau! Cuida bem delas. — ele desligou.

— Jimin. — olhei para ele está com a bebê no colo. — Aceita ser padrinho dela com o Jungkook?

Como cristão eu não acredito em apadrinhamento, fui ensinado dessa forma, mas não rejeitaria isso.

— Aceito. — falei. — Eu não sei ser padrinho só para deixar claro, você ensina e eu estrago a educação né?

— Não é isso. — eu sei que é isso.

— Jungkook vai dar armas para ela. — certeza.

Quando a noite caiu, eu fui embora agora ele já pode cuidar dela sem minha ajuda, isso significa que irei voltar para minha verdadeira casa.

O teste acabou, esse era o propósito aqui, descobrir coisas que ainda estavam escondidas e fazer as pazes com o Tae.

Ele tem culpa, mas certas coisas poderiam ser evitadas se minha mãe não tivesse se intrometido.

Entrei em casa, tirei meu tênis e calcei a pantufa, Pétrus veio se esfregar nas minhas pernas para ganhar comida.

— Quer comida gatinho? — falei com ele.

— Ele acabou de comer, não caia nessa. — Jungkook saiu da cozinha falando, está com um avental sem camisa de calça moletom.

— Porque está vestido assim, tentação? — meu marido é incrível, e só meu.

Egoísta. — Shiu!

— Estou fazendo comida. — entrou na cozinha de novo, e Pétrus sentado esperando algo.

Dei um pouquinho escondido para ele, não consigo negar a esses olhinhos.

Entrei na cozinha, abracei a cintura dele.

— Já resolveu o problema da professora? — perguntei.

— Sim, matei ela. — nada de novo. — As crianças vão mudar amanhã, e tenho novas pistas do assassino, logo elas serão livres.

— Que bom! — beijei sua costa.

— Está tentando me acalmar sendo mansinho desse jeito? O que aconteceu? — perguntou.

— Vou ir tomar banho. — mais um beijo e me afastei.

Só estar limpo e com uma roupa fresca, porque o apartamento tem aquecedor, se colocar roupa quente eu irei derreter.

— Vem comer neném. — ouvi Jeon me chamando, estava passando a escova no meu cabelo molhado, saí do quarto e fui para a cozinha.

Sentei e ele me serviu, isso já é bem comum, ele me servir, o contrário não é.

Eu sou o neném dele, ele não é meu neném.

— Por onde quer começar? Pedro me ligou contando que colocou sua mãe para fora do Brasil, o que aconteceu? — lá vamos nós.

Comecei a contar para ele o que aconteceu, eu senti meu corpo ficar quente pela raiva que ele estava sentindo, quando terminei de contar cada detalhe ele nem comia mais.

— Sabe que se eu quiser posso matar ela né? — confirmei. — Você quer que eu mate sua mãe?

— Não. — me olhou bravo. — Não fica bravo comigo, você vai entender.

— Eu não estou bravo com você, estou bravo por você ser muito misericordioso, eu já teria matado todo mundo se você fosse um pouco mais frio. — eu sei amor, te conheço. — Não irei matar ela, mas se ela sonhar em colocar seu nome na boca de novo, você não vai conseguir me impedir de matar ela.

— Tudo bem amor, agora come, pensa em matar depois. — falei. — Taehyung perguntou se eu e você poderíamos ser padrinhos da Li-Yu.

— O que você respondeu? — perguntou.

— Que sim, sei que você gostou dela. — seríamos bons pais.

Continuamos comendo e combinando sobre a nossa volta para casa, pretendemos passar apenas mais um dia aqui, depois voltaremos para nosso lar.

Fiquei lavando as louças já que ele fez, mas o grude ficou o tempo todo no meu cangote, não desgrudou um minuto, nem quando fomos escovar o dente.

Antes Pétrus pediu mais comida, esse gato ainda vai sair rolando, bolinha.

Deitamos na cama, ele ficou fazendo cafuné até eu dormir, gosto de dormir abraçado com ele.

— Vocês serão bons pais.........................




























































































Próximo capítulo tem um pulo no tempo.

Agora está tudo resolvido.

Não diga que foram pegos de surpresa, teve gente que percebeu desde o início como a mãe dele era. Sempre mostrei que ela é controladora, narcisista compulsiva, e leves toques de sociopata.

A história está acabando.

Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!!!!!

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