• Capítulo 48 •
Autora on
— Eu quero pedir desculpas — Hyun falou, sua mão ainda tremia pelo olhar tão frio de Jeon sobre si.
— Pelo quê? Não lembro o que você fez — Jeon falou.
Jimin não poderia nem sonhar estar fazendo isso, o ômega deixou claro que não era para ficar dando uma de sonso para o beta se humilhar pelo perdão do Lúpus.
Mas o ômega ficou em casa, é óbvio que ele iria aprontar.
— Desculpa por acreditar que você poderia ser uma ameaça para Jimy, e falar que você não deveria se aproximar de alguém por ser quem é — foi sincero.
Jimy também avisou que se ele não deixasse tudo bem resolvido com Jeon, voltaria sem noivo, e sem filhos para Coréia.
Ele estava arrependido, mas o alerta do ômega ajudou ele estar ali.
— Não deveria tirar conclusões sem antes te conhecer, foi uma ação horrível da minha parte que não vai se repetir — terminou de falar, sua mão parou de tremer.
Jeon até pensou em continuar sendo sonso, mas viu sinceridade no pedido do beta, viu que ele realmente se arrependia do que fez e falou.
— Está desculpado, espero que realmente não se repita — o alfa falou.
O beta nem sabia que prendeu a respiração, mas soltou voltando ao normal.
[...] Jimin on
Aqui estou com Pétrus nessa casa enorme, completamente sozinhos.
— Pétrus, desça daí — falei com o gato, está na fase rebelde.
Olhou para mim e miou, mas não desceu da parte com roupas pretas de Jeon.
— Jungkook vai querer fazer você frita se ver que encheu as roupas dele de pelo — falei — Desça Pétrus.
Ele desceu passando por mim, desfilando, gato afrontoso.
— Você não era assim — falei acompanhando ele para fora do quarto.
Ele correu escada abaixo, desci indo para cozinha, sinto fome!
Abri a geladeira olhando o que eu poderia comer, mas meu estômago está pedindo algo específico que não estou vendo.
Posso sair para comprar e Jeon infartar quando chegar e não me ver, ou peço para entregar aqui.
Fui para sala, peguei meu celular, busquei o número do restaurante liguei e pedi o que eu queria.
Coloquei no programa de blogueiras, elas competem para ganhar uma coroa de melhor blogueira, mas tem muita treta até na coroação.
Assisti um episódio de quarenta minutos esperando minha comida, a campainha me fez levantar.
Já deixei meu cartão no jeito para pegar e conseguir pagar, caminhei até a porta abrindo e um entregador estava com uma sacola.
— Park Jimin? — perguntou olhando no próprio celular.
— Eu mesmo — respondi.
— Sua entrega — me passou a sacola.
Pegou a máquina de cartão para eu conseguir passar o meu, mas estava dando erro na máquina.
Enquanto esperava ele reiniciar ela começou jogar seus encantos para cima de mim, ser bonito tem um alto preço a se pagar.
— Certeza que não quer sair comigo? — perguntou sorrindo malicioso.
— Certeza, eu namoro e mesmo se não namorasse você não faz meu tipo — falei revirando os olhos.
— Você é um ômega bem atrevido — falou.
— É o que dizem — mentira, eu era mais chamado tímido.
Agora está fazendo piadinhas com duplo sentido, nem sei como estou entendendo.
Vocês sabem que sou um pouco lerdo para descobrir algo.
Jungkook cadê você?
— Essa foi boa, pode entrar para comédia — falei com sarcasmo — Passe logo esse cartão.
— Sem estresse docinho — doce no meio da sua fuça.
— Quem é você para chamar meu namorado de docinho? — dê adeus a vida, se ferrou otário.
Nem vi Jeon chegando, mas ele finalmente chegou para minha alegria.
— Esse é meu namorado — informei.
Se desculpou várias vezes, a sociedade é tão preconceituosa com ômegas, só passam nos respeitar se tem um alfa na história.
Antes disso parecemos apenas um ser para sexo.
De repente a máquina voltou funcionar e ele foi embora correndo.
— Está bem? — Jungkook perguntou, confirmei entrando.
— É só mais um babaca — falei.
Coloquei a comida na mesa, abri pegando o que pedi para mim o de Jeon está separado. Peguei refrigerante e sentei para comer.
— Hana estava muito aérea hoje — Jeon comentou se sentando de frente para mim.
— Deve ter a ver com ela ter duas companheiras — comentei simples.
Jungkook engasgou com a saliva, pelo jeito ela não comentou nada com ele.
— Como assim? — perguntou.
— Sara e Rachel, o bom é que já conhece elas e sabe serem boas pessoas — falei.
— Como sabe serem as duas? — perguntou.
— Longa história — comecei comer, não me importando com as perguntas de Jeon.
Estou com fome, depois eu conto.
Após terminar lavei os copos que sujamos, subi para o quarto e escovei meu dente. Saí do quarto, Jeon está sentado na cama.
Dei a volta e deitei, minha costa está doendo por passar muito tempo no sofá.
— Agora pode contar? — perguntou, se deitou também.
Contei para ele como aconteceu na casa do Tae, e o possível motivo para Hana estar pensativa.
— Você acredita em leitura de mãos? — questionou.
— Não, por quê? — perguntei.
— Você falou com tanta convicção sobre isso que pareceu acreditar — respondeu.
— Falei assim porquê acredito que as três vão ficar juntas, falar que alguém vai encontrar um amor é muito vago — expliquei — O Pétrus pode ser um amor, alguém da família, aí depende como você vai interpretar e a Sara interpretou que vai encontrar um amor romântico, vai de pessoa para pessoa.
— Você fica tão gostoso falando desse jeito — vai devagar que ainda existe um pouco de timidez em mim.
— Obrigado!? — nem sei o que responder.
Quero doce!
— Pega doce para mim? — pedi.
— Qual você quer? — perguntou.
— Chocolate — respondi.
Ele foi buscar o meu doce, liguei a televisão procurei algum filme interessante de comédia, não achei.
— Achou sim, mas vai ser o mesmo de novo — o intrometido falou.
Vamos de "As Branquelas" pela milésima vez.
— Que filme é? — perguntou, entregou a barra de chocolate.
— As Branquelas — respondi, abri a embalagem é o crocante, amo esse!
— Você já não assistiu esse? — perguntou.
— Sim, mas vou assistir de novo nunca perda a graça — falei.
Ele foi tomar banho, eu continuei comendo e assistindo.
Usei o lenço que fica na escrivaninha para limpar meus dedos, óbvio que eu lambi antes desperdício de chocolate é muito feio.
Joguei na mini lixeira próxima à cama, voltei a atenção para o filme.
Jeon saiu do banheiro de toalha, pecado ambulante.
— Não deixe o Jimin cair em tentação, amém — Cleberson falou.
Me concentrei no filme para não acabar no que mais tenho feito nos últimos dias, estamos parecendo dois coelhos no cio.
Se deitou ao meu lado após sair do closet, cadê a blusa?
— Por que está se remexendo inquieto? — perguntou.
— Não estou inquieto — minha mente só pensa em uma coisa.
— Tesão acumulada — o lobo falou.
— Se remexeu de novo — posso nem mexer.
— Cadê sua blusa? — perguntei.
— Estou com calor, ficarei sem ela — falou.
— Vou ficar me remexendo então — falei.
Assistir ao filme nem faz mais sentido, acabei me virando de lado encarando as tatuagens ultimamente isso está me deixando doido.
— Faz cócegas — falou quando passei o dedo em cima.
Ele se virou para mim, o jogo de se encarar até alguém acabar tomando a atitude de beijar.
— Eu te amo príncipe — falou do nada.
— Eu te amo Jungkook — falei sorrindo.
— Quando vai parar de falar meu nome? Já perdera esse costume — perguntou.
— Gosto do seu nome, e acabei perdendo totalmente o costume no tempo que passamos separados — falei — Em breve eu pego de novo, fica tranquilo.
— Tudo bem, é sexy você falando meu nome — sempre voltamos para o assunto que vai dar em sexo.
Voltamos se encarar, senti meu corpo quente e meus olhos ficarem diferentes, Jeon me olhou assustado.
— Seu lobo — falou.
— O que tem ele?
— Seu lobo tem olhos azuis — respondeu — Vi o lampejo azul, você nunca mostrou.
— Ele disse que só poderia ao ser marcado por você — falei.
— Por isso deve ter sido tão rápido — falou.
Ele virou de barriga para cima, subi nele.
Estava demorando muito para fazer algo, eu mesmo beijei ele.
Ainda parece que estou no cio, mas já se passou quase dois desde que acabou não era para eu estar assim tão sedento por contato.
— Você está muito carente desde que acabou cio — falou após eu me separar e enfiar a cabeça em seu pescoço.
— Eu sei — resmunguei — Como você passou seu cio?
— Remédio, não entrei no cio — respondeu — Pensou que eu tivesse passado com outra pessoa?
— Não — óbvio que sim, ele pode ter quem quiser com um telefonema.
— Eu sei quando mente príncipe, e isso foi mentira — negarei até o fim.
— Não foi, próximo mês é meu aniversário — falei — Minha mãe quer fazer uma festa enorme para mim e para meu irmão, Tae está apoiando.
— E você, o que pensa sobre isso? — perguntou.
— Penso em sair do país no dia, mas minha mãe vai me buscar pelos cabelos — respondi — Ela quer fazer porque nunca teve a oportunidade de fazer uma festa para nós dois, quando crianças, de um ano essas coisas que pais gostam de fazer.
Quando ainda estava grávido, Jeon já cogitou a ideia de fazer uma festa enorme no aniversário de um ano do Benjamim, mas essa ideia foi tirada de nós.
— Podemos fugir para uma ilha deserta, só nós dois — sugeriu — Ninguém vai nos achar.
— Esqueceu que minha mãe tem o WhatsApp de Deus? Ela acha, e ainda posso levar umas tapas por fugir — falei — Não quero festa, vou tentar convencer ela fazer apenas para o Jimy.
— Você sabe que ela não vai ceder — não precisa me lembrar — Já teve festas de aniversário?
— Fui passar ter amigos após estudar com Tae-min, antes disso eu era completamente sozinho, criança coreana com o cabelo quase branco é motivo de bullying e eu era uma bolinha, ninguém queria ser meu amigo — depressão e afins.
— Vou chorar, licença — Cleberson falou.
— Queria muito ter conhecido você nessa época, iria te proteger deles — falou, me apertou mais contra ele.
— Única coisa que não perdi daquela época foram as bochechas, infelizmente — falei.
— Eu amo suas bochechas — apertou uma delas, bati na mão dele.
— Não é de apertar, pare já — ele riu e apertou de novo, respeito nesse relacionamento não existe.
Continuamos abraçados conversando, estava concentrado nas tatuagens do peito dele, enquanto ele conta sobre quando estudava na Coréia.
Meu celular tocou, ele pegou e me entregou.
— Alô — não olhei para saber quem era.
— Esqueceu que tem mãe? — estava demorando — Dois dias, Jimin sem notícias suas.
— Não esqueci, estava ocupado mãe — com nada, eu realmente esqueci de ligar — Estou bem fica tranquila.
— Impossível ficar tranquila com você, sempre aprontando algo — calúnia — Eu preciso que você desgrude do Jungkook, já deu de fazer sexo.
— MÃE — saí de perto do Jungkook que está rindo, idiota.
Saí do quarto e desci para sala, saí da casa para ficar bem longe do Jungkook e sua audição de Lúpus aguçada.
— Ele estava do meu lado mãe, isso não é coisa que se fale — falei, meu coração ficou até acelerado.
— É normal, vocês namoram a quase um ano já deveria estar acostumado com isso — deveria nada, mulher doida.
— Tá! O que senhora precisa? — perguntei.
— Sua cor favorita é azul né? — perguntou.
— Não mais, é vermelho — respondi.
— Tudo bem, vermelho Tae — falou com o Tae que deve estar lá — Escolha uma cor que combine com vermelho.
— Branco e dourado — falei duas.
— Você gosta de vidro ou madeira? — estou começando entender o motivo das perguntas.
— Vidro — respondi — É para a festa que eu falei que não quero mãe? Eu não quero festa!
— Eu não queria casar com seu pai e olha só onde estou, a vida não faz nossas vontades, vai ter festa sim. — eu amo minha mãe!
— Faz só para o Jimy, ele quer — falei.
— Na verdade, ele falou a mesma coisa que você — ele me entende — Mas vocês são meus filhos e pelo menos uma festa com os dois eu vou fazer, e volte logo para casa precisamos ir provar os bolos.
Desligou.
— POR QUÊ? — eu precisava disso.
— Ainda bem que não tenho vizinhos — ouvi a voz de Jeon, olhei para trás e ele está encostado no batente da porta.
— Vai ter festa — falei, voltei para dentro — No final da festa eu aceito ir para essa ilha.
— Me fale o dia da festa que eu arrumo tudo para nós irmos para ilha — me abraçou por trás, fomos para o sofá onde um certo gato está dormindo — Ele tem mais de seis camas espalhadas pela casa, por que ele sempre deita no sofá?
— O proibido é mais gostoso né Pétrus? — fiz carinho nele, se esticou todo procurando minha mão — Que bonitinho!
Sentei ao lado dele, continuei passando a mão e ele ronronando.
— Folgado, ladrão de namorado — Jungkook reclamou.
Pétrus miou, ele não concorda com essa calúnia.
Meu celular tocou, o que está acontecendo com esse povo que vive me ligando agora? Existe mensagem.
— Que foi? — falei após atender.
— Então mochi, preciso de um favorzinho seu — ouvi a voz da Sara.
— Você não matou ninguém né? Não vou ajudar esconder o corpo, deveria ligar para o Jungkook se for isso — Jeon concordou.
— Não é isso, até parece que eu consigo matar alguém, sou um anjinho — só se for caído, os que veio com o diabo — E não é caído Jimin.
— Nem pensei isso — sempre que ela fala isso eu chamo de "anjo caído" — Fala logo o favor criatura, eu tenho um gato para cuidar.
— O Jungkook né safadinho? — tantos no mundo eu vou ser amigo da doida — O favor é você sabe aquele aeroporto que fica na cidade vizinha?
— Sei, o que tem ele? — perguntei.
— Nada de mais, eu estou nele agora — como é?
— Por que você não está na faculdade? — se ela fugiu para vender arte na praia, eu levo de volta.
— Férias, seria semana que vem, mas tiveram que liberar antes por conta que alguém incendiou o nosso laboratório — contou despreocupada — Pode me buscar, quero fazer surpresa para Rachel.
— Tudo bem, vou ir aí — ela agradeceu e desligou.
Levantei do sofá e subi, Jeon veio atrás, entrei no quarto e fui para o closet colocar uma roupa descente para sair.
Shortinho e camiseta não é roupa para ir ao aeroporto, troquei por calça jeans e moletom rosa, calcei um tênis que Jeon me deu, é da Nike com aquele jogador de basquete.
Saí e fui ao banheiro escovar meu dente, Jeon parou na porta atrás de mim.
— Que foi? — perguntei após limpar a boca.
— Você sabe ir nesse aeroporto? — perguntou.
— Existe GPS — saí do banheiro e do quarto — Fica tranquilo, eu volto rápido.
Desci para sala, peguei meu celular no sofá e minha chave na mesinha da entrada.
— Tchauzinho! — dei um selinho nele e saí de casa.
— Não quer que eu te leve? É bem melhor, você nem conhece as estradas que levam para lá — que namorado preocupado e protetor eu tenho.
— Você fica, vou sozinho e nem pense em colocar alguém para me seguir — falei — Eu vou ficar bem, sério mesmo.
Fui até meu carro e entrei no mesmo, coloquei o cinto e pude sair da propriedade do Jungkook, pelo retrovisor vi ele parado na porta.
Protetor demais!
— Com razão, você é doido — Cleberson falou.
Discordo, sou normal.
As estradas têm muitas placas, não precisei do GPS, em uma hora eu estava estacionando o carro em frente ao aeroporto.
Liguei para Sara.
— Acabei de chegar — avisei, saí do carro — Onde você está?
— Na cafeteria do aeroporto, perto ao guichê — informou, entrei no aeroporto procurando por ela.
— Qual roupa você está usando? — fica bem mais fácil.
— Vestido amarelo com flores brancas bem pequenas — agora preciso achar esse vestido.
Comecei olhar ao redor procurando, em lugar nenhum vi vestido amarelo.
— Você está usando moletom rosa? — ela perguntou, confirmei — Eu estou te vendo, olha para trás.
Olhei e vi ela acenando na tal cafeteria, desliguei e fui até lá.
— Olá mochi — falou quando parei perto dela — Sabe quanto custou isso? Vinte dólares Jimin, deixei meu rim como pagamento.
— Mão de vaca — falei, apesar que um café por vinte dólares não está barato — Podemos ir? Jungkook estava preocupado por eu vir sozinho.
— Com razão, você é doido dirigindo — calúnia — Vamos.
Duas malas a bonita trouxe, um mês de férias atormentando a Rachel.
— Você cresceu? — perguntou.
— Dois centímetros — respondi — E você cada vez menor.
Chutou minha canela, que menina agressiva.
— Menor teu nariz, é ponto de vista — se defendeu.
Fomos até o carro após sair do grande aeroporto, coloquei as coisas dela, no porta-malas enquanto ela entra.
— Vai para seu apartamento, ou a casa da Rachel? — perguntei entrando no carro, coloquei cinto — Cinto Sara.
— É mesmo — esquecida como sempre — Eu não sei se ela está em casa.
— Espera — liguei para o Jungkook.
— O que aconteceu? Você se perdeu? Não achou o lugar? — confia tanto em mim né?
— Nada disso, só quero saber se Rachel está na Central? — perguntei.
— Está, ela está instalando programas para rastrear os soldados — respondeu.
— Só isso, em duas horas estarei aí — desliguei.
O caminho todo ouvindo Sara contar o que tem feito na faculdade dos sonhos, falar que os professores amam ela, e algumas colegas a odeiam por sempre ficar com as notas mais altas.
— Por que saímos da estrada? — perguntou quando entrei na rua que leva para a Central.
— Vou te levar onde sua noiva está trabalhando — ela comemorou.
— Ela nunca me deixou vir, vou finalmente conhecer a famosa Central — está empolgada.
Continuou contando sobre sua vida emocionante, a minha não é preferi só ouvir ela falar.
Preciso fazer algo, mas que não exija tanto esforço.
Essa Central é muito longe, você fica andando um bom tempo cercado de árvores altas, é bem escondido.
— Que portão gigante — ela está impressionada.
— Nome e o que deseja aqui? — ouvi a voz de alguém após apertar o botão.
— Park Jimin — o portão se abriu antes que eu falasse o que vim fazer — Obrigado.
— Deixa ele passar que ele é ômega de vagabundo — Sara falou algo em português.
— Traduz, só entendi "vagabundo" e "ômega" — falei, entrei na Central.
— Nada importante — estacionei na vaga do Jungkook, saí do carro com ela.
— Quanta gente armada — se grudou em mim — Me protege, eles estão me olhando.
Ri do medo evidente dela, entramos no prédio e estava cheio de gente treinando.
— Oi Jimin — Na-yeon falou ao passar por mim.
— Oi! — falei sorrindo.
— Conhece? — Sara perguntou.
— Sim, os betas e ômegas tem medo dela, segundo Jungkook foi após ela arrancar a cabeça de alguém — contei.
— Jimin — Jeong-yeon cumprimentou formalmente passando por mim.
— Olá! — sorri para ela.
— Também conhece? — confirmei.
— Ela matou um homem para sair da máfia e ser informante do Jungkook, me contaram que o cara ficou sem o pênis — Sara fez cara de nojo.
— Oi Jimin, não sabia que viria aqui sem Jeon — Jin me parou no caminho.
— Olá Jin, só vim trazer Sara para ver a Rachel — falei, Sara está quase atrás de mim.
— Então você é a famosa Sara, Rachel fala muito de você — Jin falou — Sou Kim Seok-jin, irmão do Jungkook.
Apenas Sara sabia do Jin e viu uma foto dele, mas ele não conhecia ela.
— Sara Gomes — falou apertando a mão dele, ainda falta um pedaço do nome dela.
— Sabe onde está a alfa, Jin? — perguntei.
— Terceiro andar sala 17 — falou — A Hana está com ela, Rachel precisou de ajuda com algum negócio do novo programa, não entendo dessas coisas.
— Eu também não entendo — falei.
— Tchau! Foi bom conhecer você Sara — falou com a ômega, se afastou de nós.
— O que ele fez? Ele não parece que mata pessoas, ele cheira bolo de chocolate — Sara falou quando entramos no elevador.
— Ele mata e tortura pessoas, o cheiro de bolo deve estar ligado com ele ser confeiteiro — falei — Ele é meu psicólogo.
— Psicólogo, confeiteiro, e torturador — ainda falta coisa na lista de coisas que ele faz — Você só conhece gente estranha, eles matam pessoas e é o trabalho deles.
— Você também é estranha — me deu uma tapa.
— Eu posso — não entendo ela.
Saímos do elevador, procuramos a sala 17 e não foi difícil achar, Sara estava nervosa.
— Por que está nervosa? — perguntei.
— Não sei, sentimento que algo vai acontecer — está sentindo demais.
Após tranquilizar ela, decidimos bater na porta.
— Entra — ouvimos a voz da Rachel.
Eu abri a porta, Sara se escondeu atrás de mim.
A sala é cheia de computadores, e uma tela gigante na parede que Rachel e Hana estão olhando para ela falando língua de hackers.
— Rachel — chamei a atenção dela, as duas olharam para mim — Trouxe seu pacotinho de doçura.
Sara saiu de trás de mim, por motivos que eu não sei está com vergonha.
— Oi! — falou ainda com vergonha.
Tem a Hana, esqueci desse fato.
— Por que não me contou que viria? — Rachel abandonou o controle e veio até a ômega, abraçou a mesma.
— Queria fazer surpresa — falou.
— Você diminuiu? — perguntou após soltar a ômega, e já levou um chute na canela.
— Você que está crescendo fora do limite e eu que estou diminuindo, é ponto de vista — falou brava — Está muito ocupada? Posso ir para sua casa se estiver.
— Ela não está, fica aqui observando as duas fazerem essas coisas de hacker — falei.
— Oi Sara — Hana falou com a ômega.
— Olá Hana, você é mais bonita pessoalmente — vergonha na cara não tem né? Safada.
— Você também — Hana falou.
— Eu estou aqui tá? — Rachel falou achando o cúmulo — Dando em cima da minha ômega na minha frente, sem vergonha!
— Não fiz isso — Hana falou, mentirosa.
— Aprenda dividir amor — Sara falou olhando a Hana, poderia assistir essa interação o dia inteiro — Já conversamos sobre isso.
— Você me induziu responder o que você queria ouvir — Rachel contestou.
Sexo, certeza que foi com sexo, essas duas parece dois coelhos quando estão juntas.
— Faz parte, o mundo é dos espertos — falou — Então Hana, está solteira?
Uma pipoca seria perfeito, Rachel revirou os olhos.
— Sim. — respondeu.
Isso aqui está perfeito, estou amando!
A merda do meu celular começou tocar no meu bolso, peguei e atendi.
— Príncipe por que ainda não chegou? — lógico que é Jeon.
— Me atrapalhou Jungkook, ainda estou na Central — falei.
— Volte para casa, e agora — ele está pensando que é quem? Você não manda mim.
— Me obrigue — desliguei, o trio está me olhando.
— Amanhã você não anda — Sara falou — Talvez nem sobreviva para contar como foi.
— Você se fudeu — Rachel falou.
— Ele vai acabar com você — Hana falou.
— Eu sei — falei sorrindo.
— Você gosta disso sem vergonha? Safado — Sara falou.
— Não gosto disso, desobedecer que é legal — falei — Preciso ir, ele provavelmente vem aqui me obrigar voltar, começou o jogo.
— Preciso pegar minhas malas — Sara veio junto.
Até o carro ela cantando que eu não irei andar amanhã, faz parte isso.
— Já encontrou seu outro amor pelo jeito? — perguntei tirando as duas malas do carro.
— Sim, ela é muito bonita — falou — Tchau! Obrigada por me buscar.
— De nada, não exagera flertando, Hana vai se assustar — falei — Tchauzinho.
Entrei no carro, e partiu fugir do Jungkook bravo.
Saí da Central, aquele caminho longo, fui cantarolando uma música qualquer que ouvi recentemente, entrei na pista.
Avistei o carro que parecia do Jungkook, abri a janela.
— Adeus Jungkook — gritei, ele olhou não acreditando.
Acelerei, pelo retrovisor vi ele passar para minha faixa me seguindo, isso vai divertido!
Fugir do Jeon foi bem fácil, andando em Zig Zag em alta velocidade, deixei ele bem para trás.
Ao chegar na cidade virei em um esquina bem escondida, deixei o carro pronto para sair, vi o carro dele passando.
Saí do esconderijo, e fui para casa dele estacionei o carro na garagem e subi para entrar.
— Olá Pétrus, você estava me esperando? — falei com o gato parado atrás da porta, fechei.
Subi para o quarto com ele me seguindo, tirei meu tênis e deitei na cama. Meu corpo está cansado, muitos exercícios.
Acabei cochilando, não por muito tempo já que meu celular começou tremer sem parar, vou desligar ele em breve.
Mensagens de Jeon, e Rachel me ligando.
— Onde você está criatura? — falou quando atendi.
— Na casa do Jungkook!? — falei o óbvio.
— Ele não te achou, já veio aqui e foi embora te procurando, ele está putasso Jimin — imaginei que isso aconteceria — Ele queria que eu te procurasse, mas seu celular é bloqueado e eu não consigo entrar — falou — Você não tem noção do quão bravo ele está, Jimin você está muito fudido, se sobreviver manda mensagem.
— Tá! Eu vou sobreviver — eu acho.
Ela desligou, e eu voltei dormir.
[...]
Acordei, mas não abri os olhos e nem me mexi, ele está me olhando.
Continuei imóvel por um bom tempo, o cheiro do lobo dele está no quarto inteiro, isso não é bom, ele sempre deixa o meu porque gosta.
Fui me espreguiçando devagar fingindo que acabei de acordar, olhei para ele que está em pé me encarando.
— Por que está me olhando assim? — vou atuar e fingir não saber o motivo.
— Por que será né? — também não sei.
— Foi porque eu disse para você me obrigar voltar? — perguntei.
— Não, me fazer de otário — eu não tenho culpa se ele não sabe me procurar nos lugares certos.
— Mas eu não te fiz de otário — falei.
— Eu fui na sua casa, seu pai me ameaçou por te perder de vista — faz parte, se quer namorar comigo, aguente meu pai te ameaçando — Tae que falou que você estaria aqui.
— Terrível né? Algo inacreditável — virei para o outro lado fechando os olhos, pretendo dormir mais.
— Você é inacreditável — saiu do quarto, obrigado.
Devo ter dormido por mais duas horas no máximo, acordei já estava escuro o quarto e eu estou coberto pelo edredom preto.
Saí da cama devagar, fui para o banheiro tomar um banho para despertar, a água quente relaxou e me acordou.
Me enrolei na toalha, escovei o dente antes de sair, Jeon está sentado na cama falando com alguém no celular.
Entrei no closet, vesti algo bem leve para maratona alguma série interessante, por enquanto sem a blusa. Estava penteando meu cabelo quando ele entrou.
— Vou precisar sair, vai ficar bem sozinho? — perguntou, não está mais bravo.
— Sim, pode ir — falei, continuei o que fazia — Vai passar perto de algum mercado?
— Vou, por quê? — perguntou.
— Compra Doritos e refrigerante por favor — pedi.
— Tudo bem — se aproximou e beijou minha testa — Não vou demorar.
— Tchau! — ele saiu.
Passei hidratante na tatuagem, e limpei o piercing, eu estava muito louco de aceitar fazer isso.
Coloquei a blusa, saí do closet atrás do meu celular, no meio da cama abandonado.
Ainda tem bateria, milagre.
Voltei para o closet, coloquei em uma playlist qualquer e fui arrumar minhas coisas, amanhã voltarei para minha casa.
Jungkook não vai ficar nada feliz com isso, mas eu não posso fazer nada a respeito disso. Gosto de morar com meus pais, e de ficar com ele.
Meus pais são legais e não me proíbem de fazer nada, não teria porquê eu sair cedo de casa. Se eles fossem preconceituosos, religiosos, chatos, não respeitassem meu espaço tudo bem eu querer sair.
Mas eles não são assim.
E ficar com o Jungkook também é ótimo, ele é meu namorado lógico que eu iria amar ficar com ele. Mas não me vejo saindo de casa para morar com ele ante dos vinte.
Que eu nunca tenha que escolher entre os dois, vai ficar sem resposta porque eu mudo de país.
— O que está fazendo príncipe? — foi rápido mesmo.
— Arrumando minhas coisas — respondi — Amanhã volto para minha casa.
— Já? Fica mais uma semana — se aproximou me abraçando por trás beijando meu pescoço, isso é maldade.
— Não tente me ganhar beijando meu pescoço — falei — Eu queria ficar, mas minha mãe quer eu lá nos preparativos da festa.
— Você vai lá depois volta para mim — sugeriu.
— Sabe que isso é complicado, eu posso chegar aqui e você estar na Central — ele esquece que tem uma vida bem agitada — Você tem seus compromissos com a máfia, eu ouvi Namjoon te cobrando esses dias por não comparecer e sumir de vista, para você não abandonar sua responsabilidade.
Mesmo que eu não estivesse raciocinando bem por conta do cio, eu ouvi muito bem e concordo com Namjoon.
— Ele tem razão, não pode deixar o que faz para me dar atenção, mesmo que eu ame quando está perto de mim — falei — Ficar aqui significa te atrapalhar, em breve Namjoon vem te buscar pelos cabelos.
— Você não atrapalha nada, e Namjoon não faria isso — faria sim, como faria.
— Tudo bem, mas está decidido amanhã irei para minha casa — eu disse que ele não ficaria feliz — Em breve vamos viajar juntos.
— Ainda falta muito — falta nada, ele é exagerado.
Ele finalmente me soltou e eu consegui terminar de arrumar minhas coisas, tem coisas que irei deixar aqui por já ter em casa.
Descemos para sala, ele comprou tamanho família, está dizendo que eu como muito?
Coloquei uma quantia boa em uma vasilha, copo de refrigerante e voltei para sala assistir série, comendo, grudadinho com o namorado.
[...]
— Todo homem independente ele né, sai e esquece de voltar — minha mãe falou quando entrei.
A despedida com Jeon parecia que eu iria morar em outro planeta, mas é na mesma cidade, ele ficou todo tristonho olhando meu carro se afastando da casa dele.
— Jimin chorou só para deixar claro, e muito — shiu lobo.
— Lembrou que tem casa? — dramática.
— Quero comer — falei.
— Ah! Quer comer, galo onde canta, janta — muito dramática — Pensei que iria morar lá.
— Já voltei mãe, menos drama — subi com minha mala e ela ainda reclamando, que mulher dramática.
Estou vendendo, quem quiser chama na DM para nós negociarmos o preço.
Coloquei no closet e desci, meu pai na cozinha fazendo comida e minha mãe na sala com Jimy, Tae planejando coisas do aniversário.
Que eu sou contra, se ainda não ficou claro estarei sempre repetindo.
Sentei perto deles, mas estava falando com Jeon por mensagem nem me importando com o que eles estão conversando.
— Qual você prefere Jimin? — alguém perguntou.
— Sim. — respondi.
— "Sim"? Não tem essa opção, qual flor? — outra voz perguntou, ri da figurinha que ele mandou — O que está fazendo ele rir?
— Não — mandei outra de volta, tenho a impressão de já ter vivido isso.
— O celular Jimin, passe para cá — minha mãe falou, me despedi de Jeon e entreguei para ela.
— O que foi? — perguntei com tédio.
— Estamos perguntando qual flor você prefere? — Tae falou, mostrou os dois modelos de flores vermelhas e são iguais.
— São iguais — falei.
— Teu nariz, essa tem menos pétalas a outra tem cinco a mais — falou a enorme diferença.
— A da direita — mesma coisa.
Continuaram falando e eu no mundo da Lua pensando em muita coisa, e nada. Será que existe vida em outros planetas? Ou estamos sozinhos no universo? Eu gostaria de não ser terráqueo.
— Um dia quem sabe — lobo doido.
— Jimin — olhei para minha mãe — Ouviu o que falamos?
— E se eu só for no dia, vocês fazem o resto e eu nem vou reclamar se não gostar? — sugeri.
— Não — chatos.
— Amanhã vamos provar os bolos, serão dois — minha mãe falou olhando o iPad dela — Tem as roupas de vocês também, do Jimy só vai experimentar próximo do dia porque ele pode engordar até lá.
Como se eu não pudesse, do jeito que estou comendo só vou deitar no chão alguém empurra, irei sair rolando até a festa.
— E se o Jungkook e o Hyun forem com roupas combinando com a de vocês? — Tae deu uma ideia péssima.
— Esqueça, o Jungkook não vai aceitar fazer isso e eu não quero, é extremamente brega — discordei — Se tivéssemos fazendo quinze anos tudo bem, mas dezenove já é um pouco tarde para isso.
— É mesmo — Tae concordou.
— Eu gostei dessa ideia — Jimy falou.
— Não dá para um ficar combinando e outro totalmente fora — minha mãe falou — Vai ser no joquempô.
Ganhar de um grávido seria muita crueldade, mas do meu irmão é maravilhoso.
— Ganhei — comemorei — Nada de roupas combinando, Hyun pode usar uma gravata da cor da sua roupa.
— Pode ser — o ômega concordou.
O restante eles foram decidindo entre si, fui para cozinha e meu pai já está terminando.
— Por que não quer a festa? — perguntou.
— Só não quero mesmo — falei — Nunca gostei de festas, não tenho motivo para festejar.
— Mais um ano de vida é motivo — falou.
— Sim, então todo ano teria que ter festa — acho tão desnecessário, você paga para encher barriga de outras pessoas que vão sair falando mal da festa.
— Nem no seu casamento vai ter festa então já que você não gosta — me deu um pedaço de carne para provar.
— Está bom — falei — E nem eu, nem Jungkook conversamos ou citamos casamento, acredito que ele não queira isso agora.
— E você quer? — muitas perguntas senhor Park.
— Não fizemos nem um ano de namoro, quando ele quiser vai pedir — falei — E eu não quero casar por agora.
— Sei — falou desconfiado — Chama os festeiros para almoçar.
Fui até à sala e chamei todos, voltei e me sentei, passei o almoço inteiro pensando no que meu pai falou.
Casar? Casar com Jeon? Por que eu nunca parei para pensar nisso?
Eu lembro de uma única vez que Jeon falou de casamento e nunca mais, foi sobre mudar meu nome para "Jeon Jimin", vou perder o Park.
"Jeon Park Jimin" muito grande, se passar o Park para frente Jungkook teria que mudar o dele também, e isso influência em áreas da vida dele que não sou permitido entrar, a máfia.
Eu até sou permitido, mas eu decidi ficar fora de tudo isso após uma longa consulta com Jin, foi ótimo.
— Park Jeon Jimin — falei sozinho no quarto para saber como iria sair.
Não é tão ruim, mas "Jeon Jimin" ainda está em primeiro lugar.
Engraçado que estou decidindo isso sem Jeon não falar nada de se casar, iludido eu né? Não concorda.
— Jimin? — Jimy falou atrás da porta, permiti que entrasse — Posso falar com você?
— Pode — me sentei na cama, eu tava deitado enquanto pensava.
— O que você vai fazer após a festa? Tae falou que poderíamos viajar nós três para o Brasil, sempre quis conhecer — perguntou eufórico.
— Desculpa Jimy, vou viajar com Jungkook para alguma ilha assim que acabar a festa — ou até antes dependendo do meu humor — Só é três dias no máximo, quando eu voltar nós vamos.
— Tudo bem, vou falar para ele — saiu sorrindo do quarto.
Levantei e calcei meu tênis, saí do quarto correndo desci pulando degraus para ser mais rápido, a chave do carro está no bolso da calça.
— Aonde vai? — meus pais perguntaram.
— Comprar doce — menti, saí de casa e fui falar com o motivo de não querer festa.
Dirigi até lá, está calmo como sempre o parque que fica em frente, caminhei até a árvore que ele fica perto.
Sentei encostado nela, olhei a lápide "Jeon Park Benjamin" bem que o Jin avisou que teria dias que eu sentiria mais que outros, hoje é um deles.
No dia que vai completar sete meses que ele partiu não estarei aqui, estarei na festa.....................
Hoje ninguém vai ficar desesperado pelo próximo capítulo, terminei bem suave.
Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!!!!!
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