• Capítulo 42 •
Jimin on
— Aquele cara é um estuprador - Jeon falou.
— Preciso falar com Tae - subi correndo para pegar meu celular, comecei tentar ligar, mas ele não atendia - Droga.
— Conseguiu falar com ele? - Jeon perguntou entrando no quarto.
— Não, ele não atende - falei - Eu quero voltar, estou sentindo que algo aconteceu.
— Vamos príncipe - a única vez que presenciei Jeon dirigindo tão rápido foi quando aconteceu meu acidente na escada, fora isso extremamente cuidadoso para não me machucar.
Em dez minutos estávamos no restaurante, entramos e perguntamos se eles virão alguém com as características do Tae saindo, a resposta foi sim.
Saí do restaurante com Jeon começamos procurar ao redor do restaurante, não posso me desesperar, a calma prevalece.
Meu celular começou tocar no meu bolso, atendi.
— Jimin? - era o Tae.
— Onde você está? - perguntei.
— Em uma praça perto do restaurante - sua voz está estranha - Desculpa atrapalhar seu encontro com Jungkook, mas pode vir até aqui?
— Já estou indo - ele desligou, fomos para a praça.
Tem carrinhos vendendo comida e doces, algumas crianças, mas a maioria são casais de adolescentes namorando.
Em um banco afastado vi Tae sentado olhando para o céu, pedi para Jeon ficar afastado e fui até ele.
— O que aconteceu Tae? - perguntei após me sentar ao lado dele.
— Será que os meninos ainda vão me querer sabendo que alguém me beijou e tentou me estuprar? - falou sem me olhar - Talvez eu tenha perdido eles.
— Não Tae, eles não vão te deixar por ele ser um escroto e tentar fazer isso com você - falei.
Ele deixou a cabeça tombar no meu ombro, consegui ouvir estar chorando.
Meu irmãozinho.
— Ele batizou minha bebida enquanto fui ao banheiro, me beijou sem eu querer, eu tentei me soltar - estou controlando o ódio que sinto - Ele ficou passando a mão pelo meu corpo falando o que queria fazer comigo, ficou dizendo que eu deveria agradecer por ele se interessar por mim, só assim para conseguir o emprego, consegui fugir após bater com a garrafa na cabeça dele, ainda me sinto enjoado com o que ele me deu.
— Não se preocupe, Jeon vai achar ele - e eu vou o matar.
— Os meninos vão acreditar em mim? E se eles me deixarem? - essa era sua maior preocupação.
— Eles não vão, fica tranquilo - falei passando a mão em seu cabelo - Vamos para casa, vou cuidar de você.
— Não, não quero que a mãe me veja assim - falou.
— Está tudo bem, ela não vai falar nada - vai querer matar o outro lá.
Nesse tempo Jeon trouxe o carro para cá, fui no banco de trás com ele, o caminho foi entre tentar manter ele acordado e tentar o fazer perceber que não era culpa dele.
Ao chegar em casa, tirar ele do carro foi outro sacrifício, mas consegui.
Entramos, meus pais estão na cozinha tomando chá e conversando, ao nos ver começaram as perguntas.
Eu subi com Tae e deixei Jeon para explicar, levei ele para o quarto dele, tirei a jaqueta que ele usava.
— Vem, precisa colocar a droga para fora - falei o arrastando para o banheiro - Dedo na garganta.
Se abaixou ficando na altura do vaso, fez o que eu falei, começou vomitar tudo.
— Ainda me sinto tonto - falou se sentado no vaso após dar descarga.
— É normal, escova o dente para tirar o gosto ruim da boca - falei, entreguei a escova com a pasta.
— Desculpa atrapalhar sua semana com Jeon, pode ir ficar com ele - começou escovar o dente.
— Já desistiu de participar do desfile mais importante do ano para cuidar de mim, terei muitas chances de passar a semana com Jungkook, você é minha prioridade agora - falei.
— Não me faz chorar - falou já chorando.
— Vem, precisa deitar para tontura passar - levei para o quarto e minha mãe estava entrando.
Tae ficou envergonhado e abaixou a cabeça, vou acabar chorando nessa merda.
— Fiz esse chá para você Tae, ajuda fazer passar a tontura - entregou a xícara para ele - Vamos cuidar de você, após Jimin ser drogado procurei saber o que ajudava caso acontecesse de novo, não esperava que seria meu outro filho.
Voltou chorar pronto, eu não irei chorar agora, preciso ficar firme por ele.
— Senta na cama - ele sentou e começou beber o chá, por parar de chorar está aéreo.
— Vai se despedir do Jeon, eu fico com ele - minha mãe falou.
— Já volto Tae - falei para ele.
Corri do quarto, desci correndo também.
— Vai devagar nessa escada Jimin - meu pai me alertou.
— Já estou acostumado - falei.
Saí de casa e Jeon estava encostado no carro com as mãos no bolso da jaqueta, olhando para o final da rua, caminhei até ele.
— O que está olhando? - perguntei.
— Seus seguranças chegando - olhei e dois carros estavam vindo - Vai querer que eu traga suas coisas?
— Não precisa, em breve eu vou de novo - falei - Tchau amor.
— Tchau príncipe - me beijou, vou sentir falta dele.
Estava perto da porta quando ele me chamou.
— Você vai querer matar ele né? - perguntou em uma altura que só eu ouviria.
— Me conhece tão bem - falei deixando claro que sim, irei matar ele.
Entrei em casa, subi para o quarto do Tae de novo, ele estava dormindo com meus pais olhando.
— Vai avisar os noivos dele? - meu pai perguntou.
— Preciso saber se ele quer ver os noivos, o que mais importou para ele é se os meninos vão continuar com ele - falei.
— Essa família não tem paz - minha mãe falou - Jeon disse que vai pernoitar atrás do defunto, falou que amanhã ele já deve estar com o morto.
— Eu imaginei que ele iria fazer isso - falei.
— Hoje você passa a noite com ele, não durma Jimin - minha mãe falou.
— Eu sei mãe, podem ir - os dois saíram do quarto, me sentei na poltrona ao lado da cama.
Vou pernoitar jogando.
[...] 03:00
Ele acordou chorando falando para tirar ele dali, corri e deitei com ele o acalmando, chorou abraçado comigo.
— Canta para mim - pediu baixinho.
Comecei cantar baixinho a primeira música que veio na minha mente, aos poucos ele foi se acalmando.
Ele voltou dormir, fiquei ali até os primeiros raios de sol começar aparecer na janela, meu pai entrou no quarto com o iPad dele.
— Vai dormir, eu e sua mãe ficaremos com ele - falou se sentando onde eu estava.
Me soltei devagar dele, peguei meu celular e saí do quarto, entrei no meu.
Coloquei o celular para carregar no carregador reserva, afinal o meu está na casa do Jungkook, deitei na cama apagando completamente.
— Papai Ji, cadê você? - estou em uma cozinha, mas não é a da minha mãe nem a do Jeon.
— Vamos assustar ele? - ouvi a voz de um menino, como consigo ouvir se estão sussurrando?
Antes que eu conseguisse ver, fui acordado.
— Príncipe - é Jeon.
— Eu vou te bater - resmunguei.
— Já acorda me ameaçando, realmente está estressado - tentei acertar ele.
— Estava tendo um sonho ótimo - sentei na cama, tirei o amassado dos meus fios rosas - Não vou te contar por me acordar.
— Você é ruim, tenho boas notícias - falou.
— Pegou o Ethan? - perguntei.
— Sim, eu disse que pegaria - ótimo - Quer mesmo matar ele? Eu posso fazer isso.
— Quero, sei que pode fazer - falei saindo da cama.
— Certeza mesmo, está bem com isso? - perguntou.
— Estou, eu conversei com Jin sobre tudo isso e sobre ter a oportunidade de matar alguém de novo - é estranho me ouvir falando dessa forma - Ele me falou que isso não foi Hyelim que causou em mim, isso sempre esteve comigo, mas estava reprimido, ou melhor dizendo dormindo e tudo que aconteceu serviu para despertar, não irei mudar quem sou ou a maneira que penso sobre isso é o mesmo Jimin que conheceu, mas agora eu sei enfrentar meus problemas, inseguranças, medos, e pessoas que atrapalham minha vida, sozinho.
— Era só um neném quando conheci, como o tempo passa rápido - falou me olhando.
— Ainda sou um neném - falei entrando no banheiro.
— Neném não ataca o companheiro - falou.
— Não ataquei ninguém, tem provas? Sem provas não há crime - comecei escovar meu dente.
— Um neném perigoso - sou mesmo.
— Jimin? - minha mãe bateu na porta do quarto.
— Entra - falei, limpei a boca.
— O Tae quer falar com você filho - falou ao me ver saindo do banheiro.
— Tudo bem, já vou lá - falei.
Ela saiu tornando me deixar sozinho com Jeon.
— Vou ir lá - falei para Jeon que sentou na minha cama - Quando eu voltar, vai me levar para essa tal central.
Saí do quarto e fui para o do Tae, meus pais saíram quando entrei.
— O que queria falar comigo? - perguntei sentando na cama perto dele.
— Falei com Hoseok e Yoongi - não esperava que ele fosse contar - Eles disseram que eu poderia escolher, me tratar aqui e eles se mudariam para cá, ou eu voltar para lá.
— O que escolheu? - perguntei apreensivo, não quero que ele vá embora!
— Eles preferem que eu volte, eu disse que só voltaria com uma condição - falou - É mais fácil eu voltar, no momento estão na Coréia para gravação do Yoongi com o novo álbum e último.
— Qual condição? - estou morrendo de ansiedade.
— Só volto se for comigo, caso contrário eles terão que vir para cá - por essa eu não esperava - Quer voltar comigo?
Ele largou a vida dele e carreira para cuidar de mim, não se importando com o emprego, só queria me ver bem.
— Claro, por que não? - o que de mal pode acontecer?
— Essa pergunta dá azar, fica quieto - Cleberson falou.
— Quando nós vamos? - perguntei - E quanto tempo passaremos lá?
— Só vou passar algumas semanas lá, tempo suficiente para me curar do trauma - falou - Eles vão comprar nossas passagens para amanhã.
— Tudo bem, agora eu vou sair com Jeon resolver uma pendência que não pode ser adiada e até a noite estou de volta - falei me levantando.
— Pendência? - perguntou confuso.
— Nada muito relevante fica tranquilo, tchauzinho! - saí do quarto voltei para meu quarto.
— Meu neném vai para Coréia, até iria se não tivesse ocupado com a máfia, mas sabe que colocarei alguém de olho em vocês? - nem é cuidadoso.
— Eu sei, prefiro que seja a Na-yeon - falei para ele.
— Será ela e mais dez, não confio em você com Tae - nossa, sou um anjo - Vocês dois são doidos.
— Calúnia - entrei no closet para trocar de roupa, coloquei uma roupa completamente preta e bota, estou parecendo com Jeon - Vamos? - saímos do quarto.
Estava apenas meu pai na sala, ainda com o iPad na mão, deve ser algo importante da empresa.
— Aonde vai Jimin? - perguntou.
— Resolver pendências - falei.
— Não demore - falou.
Saí com Jeon, estava ansioso para saber como era essa central, ouvi Rachel falando sobre, mas é diferente ouvir e ver pessoalmente.
O caminho foi longo, saímos da cidade, cinco minutos na pista Jeon entrou em um desvio asfaltado na floresta.
Árvore dos dois lados, mais vinte minutos no carro chegamos a um portão de uns sete metros, muro cercando tudo não deixando ver o que tem do outro lado.
Jeon colocou a mão inteira no sensor e o portão começou abrir, não era nada do que eu estava esperando.
Tem gente armada em todo lugar, carros todos são pretos e blindados pelo símbolo que tem no vidro.
Um prédio de uns seis andares, não vou contar para ter certeza, todo cinza e branco, janelas que não permitem saber o que tem dentro.
Meu alfa estacionou na vaga dele, sei ser dele por ver uma plaquinha com o nome dele ao lado.
Ele saiu primeiro e abriu a porta para mim, saí quase morrendo.
— O que achou? - perguntou pegando na minha mão.
— Nada do que eu esperava, mas legal, quero ver dentro - falei, notei que absolutamente todos pararam o que faziam para me olhar - Amor, eles estão me olhando.
— Estavam ansiosos para saber quem era meu companheiro, só sabia quem era você os que foram te resgatar e quem fez sua segurança, o restante não fazia a mínima ideia de quem era - falou me guiando para dentro.
— Mesmo assim é vergonhoso - falei quase me fundindo com o braço dele.
Ele riu e abriu a porta para eu entrar, entrei me surpreendendo um pouco mais, cadê as baratas e os ratos? A sujeira espalhada?
Um andar inteiro com pequenos grupos de pessoas treinando, parece ser isso, não entendo de máfia.
— O que eles estão fazendo? - perguntei.
— Treinando - respondeu simples - Jin deve estar aqui hoje, avisei que você viria.
— O que ele faz aqui? - estou curioso sobre esse mundo, apesar de saber o que Jeon faz ele não conta com detalhes.
— É comandante, treina todos os soldados e dá as ordens, só existe eu acima dele - o que será que ele faz mais?
Confeiteiro, psicólogo, mafioso, comandante, algo mais querido?
— Nossa - eu terminei a escola, suficiente para alguém do meu tamanho.
Entramos no elevador, ele apertou para o último andar, deu direto em um corredor gigante cheio de portas, o final dava em outros dois corredores.
Que lugar grande!
Jin saiu de um dos corredores conversando com Namjoon, ele está com uma roupa parecida com a de Jeon, e uma arma grande presa em seu corpo.
Sorriu ao me ver, eu queria me esconder atrás de Jeon pelo Namjoon, olha o tamanho dele cara.
Preciso melhorar isso de ter medo de pessoas maiores que eu, só falta esse pequeno detalhe da minha vida para melhorar.
— Oi Jimin, que bom te ver aqui - falou quando estávamos próximos.
— Oi Jin - falei.
— Olá Park - Namjoon falou.
— Oi! - alguém me tira daqui? - Amor vamos logo.
— O Ethan está pronto? - perguntou para os dois em sua frente.
— Só com um corte na testa, mas está - Jin falou - Juro que não fui eu.
— Lógico que não, calúnia contra você - Jeon falou.
Jeon me guiou para o final do corredor, o casal atrás de nós, seguia virando o outro mais portas.
— Vai ficar na casa de Tae? - Jeon perguntou.
— Provavelmente, se não, meus pais têm casa lá - respondi.
— Vai sair de Quebec Jimin? - Jin perguntou.
— Sim, Tae quer que eu o acompanhe para Coréia, eu volto em algumas semanas - falei.
— Entendo - falou.
Na última porta que entramos, ainda teve uma escada para ir onde o Ethan estava, lugar longe do cacete.
Finalmente a última porta, entramos só estava o Ethan acorrentado pelos braços em pé, e Rachel sentada uma mesa com o notebook dela.
— Bom te ver Jimin - falou ao me ver, sorri para ela - Então Jungkook, ele estava com planos de fugir para uma ilha com todo dinheiro que retirou da conta ontem a noite.
Jeon me contou que ela é a única subordinada que chama ele pelo nome e não de "Senhor", vantagens de ser amiga do namorado do chefe.
— Divida o dinheiro entre contas pequenas no banco, de preferência as zeradas - Jeon falou.
Dando dinheiro aos pobres, que homem gentil.
— Acorda ele Jin - falou com o irmão.
Um único chute nas costelas foi suficiente para o traste acordar gemendo de dor.
— Que lugar é esse? - perguntou olhando ao redor.
Boa pergunta, Jungkook responda.
— Isso não é importante, não tive a chance de me apresentar mais cedo afinal você estava desacordado quando te capturamos - Jeon falou frente a frente com ele - Sou Jeon Jungkook...
— Seu pior pesadelo - Cleberson completou.
Não me faça rir agora criatura, estou tentando ficar sério, mas essa anta está me fazendo rir com piadas pesadas sobre o momento.
— Sou lobo, anta não - reclamou.
Grande diferença.
— Jimin? - Jin chamou minha atenção, olhei para ele - Jeon te chamou.
Não ouvi nada, um pouco distraído? Talvez.
Me aproximei dele, ficando perto do defunto.
— Tive uma ideia príncipe - a forma que ele muda para falar comigo, é incrível - Eu irei torturar e você termina com resto que sobrar.
— Tudo bem, mas eu vou assistir né? - perguntei.
— Vai, pode se sentar ali - apontou para uma cadeira perto da Rachel, me deu um selinho antes que eu me afastasse dele.
— É a primeira vez que vai assistir isso? - perguntei para Rachel ao me sentar.
— Não, assisti na primeira semana aqui, era um pedófilo - falou digitando sem parar e olhando para mim, como faz isso? - Fico aqui para pegar provas dos crimes em sites que só alguém como eu, consegue entrar, caso apareça algo enquanto a tortura acontece aumenta o nível.
— Nível do quê? - Jeon está colocando uma luva de couro, agora eu entendi o porquê daquelas luvas no closet, como eu sou tão lerdo? Estava na minha cara o tempo todo.
— Se for algo "leve" é uma morte rápida, se for "pesado" demora dias, aumentando o nível da tortura - explicou.
— É sempre Jeon que faz isso? - estou curioso.
— Na maioria das vezes sim, mas o Jin também faz se ele achar interessante o crime, e tem uma alfa que às vezes faz, não sei o nome dela ainda - respondeu.
— Interessante - comecei prestar atenção no que Jeon estava fazendo.
— Rachel leia a causa que fez ele estar aqui, e quais serão as consequências - Jungkook falou com o que parece ser uma faca, mas o formato da lâmina é estranho.
— Ethan Walker está aqui por: estupro, tentativa de estupro e tentativa de homicídio - leu o que estava no notebook - Achei algo, ele já gravou meninos menores de idade tomando banho para um teste na agência.
— Fudeu - ouvi Jin falando.
Não entendi, mas tudo bem.
— Jeon abomina violência com menores, não sei se vai sobrar algo para você terminar - impressionantemente quem me explicou foi Namjoon.
Pensei que ele não gostava de mim, sou paranóico me deixa.
— As consequências dos seus atos, são: morrer da pior forma possível - Rachel terminou de falar com um sorriso levemente diabólico, sempre achei ela estranha.
— Você não pode fazer isso, vão sentir minha falta e vão me procurar - Ethan falou.
— Eu não posso fazer isso? - Jeon perguntou - Acredite, eu posso fazer isso, não se preocupe com quem for te procurar, você mandou uma carta dizendo estar bem e feliz na Suíça, com foto e tudo, não é maravilhoso?
Fiquei um pouco excitado? Um pouquinho só, nem deu para notar.
— Nunca estive na Suíça para ter fotos - quis contradizer o que Jeon disse.
— Você é burro? Tecnologia idiota, qualquer pessoa com um celular faz uma montagem te colocando em qualquer lugar do mundo - falou - Mas nós usamos algo mais convincente, aquela alfa ali fez um vídeo seu e postou nas suas redes sociais, se eu não soubesse que você vai morrer hoje acreditaria tranquilamente.
Que calor né? Aquecimento global, certeza.
— Aqui Jimin - Rachel me mostrou o vídeo, incrível.
— Parabéns, ficou perfeito - falei para ela.
— Quantas vítimas de estupro? - Jeon questionou.
— Dez - respondeu.
Ethan foi esfaqueado dez vezes, Jeon ao enfiar a faca girava, o morto está cuspindo sangue.
— Queria pipoca - resmunguei.
Jeon estalou o dedo duas vezes o Namjoon saiu, aonde ele foi? Saiu na melhor parte.
Um grito esganiçada saiu da garganta do alfa ao ter seu braço quebrado, tudo bem estou começando desconfiar que o Jeon é psicopata.
Mafioso até vai, psicopata é passar dos limites.
Senti uma leve agonia ao ver o osso para fora, que nojo.
— Sua pipoca, e um suco - Namjoon me entregou um pote com pipoca e uma caixinha de suco.
— Eu estava brin... - deixa para lá, está aqui vou comer - Obrigado.
Comecei comer, e dividir com Rachel, essa parte eu não gostei.
O que é aquilo? Um bastão de beisebol com arame farpado enrolado na ponta.
Eu jurando que não iria piorar, estava enganado.
Bateu na coxa, costela, barriga, como ele ainda está vivo?
O cara está vazando sangue por buracos feitos pelo Jeon, esse meu namorado é diferente.
Alguém me salva?
— Olha quem fala - esse lobo é chato.
— Meu Deus! - não tenho palavras para descrever o que eu acabei de ver.
O Jeon, o meu namorado que fica triste por levantar a voz comigo, quem me enche de carinho e doce quando estou triste, acabou de arrancar a pele do peito do defunto.
Será que é dupla personalidade? Tantos no mundo vou amar justo o psicopata, porém ele está lindo com a pele de outro ser na mão.
— Queria ter pegado seu ômega - ele ainda fala, mas deveria ter ficado quieto.
— Mata, mata, mata - o lobo incentivou.
Quem vai fazer isso, sou eu.
Jeon olhou para o nojento desacreditado de suas palavras, talvez eu não mate mais ele.
— Repete isso - não repete, não repete.
— Queria ter pegado seu ômega - ele repetiu gente, pois morra também!
Jeon rasgou o resto de pele dele, não vai sobrar nada para mim desse jeito.
— Amor - chamei Jeon - Não querendo atrapalhar, mas já atrapalhando pretende deixar algo para mim, ou vai fazer sozinho?
— Todo seu príncipe - soltou a pele do quase morto e abriu espaço para mim.
Levantei colocando o pote vazio na mesa da Rachel, caminhei lentamente até a mesa com coisas que eu nem sei para que servem, uma faca comum não tem?
— Não tem faca? - perguntei ainda olhando tudo.
— Parede príncipe - olhei a parede na minha frente, acredito que eu preciso de óculos.
Peguei a mais comum, está muito afiada, posso até me cortar se não tomar cuidado.
— Não vai querer experimentar algo que demore mais? - me perguntou ao ver que eu já mataria ele.
— Quero ser rápido, pipoca me deu fome - falei sincero.
— A pessoa ficou com fome assistindo uma cena de tortura, dona Lua se o próximo for assim eu desisto de ser lobo - Cleberson falou.
— Tem como deixar ele um pouco mais baixa? - perguntei, ele é mais alto que eu.
— Abaixa as correntes Namjoon - Jeon deu à ordem.
Namjoon com um controle abaixou, ele ficou de joelho, melhor assim.
Tive que pisar no sangue dele para me aproximar, nojento.
Com a mão esquerda puxei a cabeça dele para trás pelos cabelos, posicionei a faca no pescoço.
— Espero que passe a eternidade sendo torturado pelo diabo - cortei a garganta dele, tem sangue na minha mão.
Entreguei a faca para Jeon, minha bota está suja de sangue, vai dá um trabalho para limpar.
— Podemos ir? Realmente estou com fome - falei com Jeon.
— Já vamos príncipe, preciso terminar algo antes - eu espero, talvez não esteja mais vivo quando terminar, que fome.
Ele deu ordem para queimarem o corpo, Jin mandou alguém para fazer isso, disse que se recusava ficar sentindo cheiro de queimado.
Todos saímos da sala, e dois soldados (deve ser assim que chama) bem maiores que eu entraram, com máscara de gás.
— Tira sua bota príncipe, vai encher o prédio de marcas - Jeon falou.
Se abaixou tirando minha bota com cuidado, ainda bem que a meia é preta, se fosse de bichinhos eu tenho várias dessas.
Ou branca, minha mãe me matava e fazia frito para o jantar.
Mais dois soldados passaram e olharam estranho para Jeon depois para mim, ele acabou de tirar a outra bota.
— Por que olharam assim? - perguntei.
— Em todos os anos deles como soldados e subordinados nunca viram Jeon de joelhos tirando o sapato de alguém - Jin respondeu.
— Entendi - sou especial eu.
Seguimos para fora daquele lugar, Jeon segurando minha bota e eu andando só de meia pelo prédio.
— Quero lavar minha mão - falei com Jeon, o sangue até secou.
— No meu escritório tem banheiro, você pode lavar lá - falou para mim.
Vou conhecer a sala dele, estou ansioso, Rachel desceu com o casal e nós seguimos o corredor na direção contrária que vai para sala de tortura.
Não me surpreende ser a última porta do corredor, ele abriu me permitindo entrar, uma janela grande do lado esquerdo clareia o escritório inteiro.
Dois sofás de dois lugares pretos um de frente para o outro, uma mesa de vidro entre eles.
— Muito interessante - resmunguei enquanto observava tudo.
A mesa dele toda de madeira ao fundo com dois MacBook, uma cadeira que parece muito confortável e duas cadeiras "simples" na frente da mesa, tem duas pilhas de dez centímetros de papéis em cima da mesa.
A parede atrás eram apenas livros, na direita tem uma porta e mais prateleiras com livros, alguns quadros enigmáticos terminam de preencher a parede.
— O banheiro é ali - apontou para a porta que eu citei - Você fica aqui que eu vou ir lavar sua bota e pegar algo para você enganar sua fome, preciso assinar umas coisas antes de ir.
— Tudo bem - concordei.
Saiu fechando a porta, fui direto para o banheiro lavar essa mão.
— Tudo aqui é bonito pelo jeito - resmunguei ao olhar o banheiro, que é um lavabo.
Lavei minha mão e saí, sentei na cadeira do Jeon, realmente é muito confortável.
Fiquei girando na cadeira olhando o teto, por ficar zonzo parei.
Olhei a mesa, tem uma foto minha aqui, foi em uma chamada de vídeo que tivemos, bem no início do namoro ele deve ter tirado print da tela.
— O que esse ômega está fazendo na sala do chefe? - ouvi uma voz feminina falando.
— Quem é você? - outra perguntou, levantei a cabeça para olhar as duas - O que faz aqui e sentado na cadeira do chefe? Tinha que ser ômega, bem burrinho.
São duas betas, uma loira e outra morena.
— Oi? - não entendi o que aconteceu, bem que Jeon disse que alguns não fazem ideia de quem sou eu.
— Saia dessa sala, aqui não é lugar para você - a morena falou.
Bem receptivo os soldados do Jeon, povo amoroso.
— Fala que manda aqui, vai ficar perfeita a cara delas, vacas - o lobo falou.
— Sou Park Jimin, namorado do Jeon, mando nisso aqui também - ouvi o conselho do lobo - Não é muito educado entrar na sala do "chefe" sem bater - imitei elas para falar "chefe".
Jeon entrou olhando o que estava na mão dele, até ver as duas.
— Suas amigas, amor? Tão receptivas, nunca fui tratado tão bem na minha vida - falei com sarcasmo, as duas não sabem o que fazer - Segundo elas aqui não é o meu lugar, e sou burrinho, ainda me menosprezaram por ser ômega, uns amores elas.
— Limpa o veneno, está escorrendo - Cleberson falou.
— Saiam da minha sala, Na-yeon vai conversar com vocês - as duas arregalaram os olhos - Estão esperando eu falar uma segunda vez?
Saíram rápido da sala, não esperava por isso, mas faz parte.
— O que trouxe de interessante para mim comer? - perguntei olhando o que estava na mão dele.
— Bolo que o Jin trouxe - se aproximou e me entregou o pote e uma colher - Não ficou chateado com o que elas disseram, se ficou eu mato elas.
— Não fiquei, eu sei que não sou burro, sobre aqui não ser meu lugar é um pouco verdade - falei, ele virou minha cadeira para ter acesso aos meus pés.
— Por quê? - perguntou.
— Apesar de gostar dessa emoção de matar, achei incrível ver você torturando alguém, e a forma que me trata totalmente diferente dos demais, me senti especial - comecei falar - Não me encaixo aqui, nunca imaginei estar em uma máfia fazendo o que você faz, isso não faz parte e nem vai fazer parte da minha história, essa é a sua história.
— Não pensa mesmo em entrar? - ele quer ter certeza, terminou de calçar minhas botas, ficou em pé na minha frente.
— Não, Jin me contou que tem negócio com sangue para entrar - já disse que sou muito de Deus para fazer pacto - Eu posso continuar ocasionalmente vir para matar alguém, ou assistir uma tortura isso eu realmente gostei, mas não quero me prender aqui.
— Tudo bem, se isso vai te fazer feliz posso suportar não ter meu ômega aqui - ele fez drama - O que você pensava em fazer antes de me conhecer?
— Já pensei em muita coisa - abri o pote, de chocolate, eu amo bolo de chocolate - Queria investir em tentar ser um k-idol, mas é muito difícil todo o processo.
— Concordo, mas poderia tentar ser apenas cantor sem se envolver com a mídia coreana - ele falou puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado, pegou uma caneta e começou olhar os papéis.
— Pensei nisso, mas ainda penso que seria difícil não envolver a mídia coreana sendo coreano - falei - Pensei também em assumir a empresa do meu pai, mas é muito difícil ser presidente da empresa, psicologia já cogitei e desisti após Jin contar dos pacientes que perdeu.
Não aguentaria ver meu paciente morrer, se for criança pior.
— Algo mais, ou acabou sua lista? - perguntou concentrado nos papéis.
— Esposo de alguém rico, meu lobo disse que almejam muito essa profissão, talvez eu tente - falei brincando - Só preciso do homem rico.
— Engraçadinho você príncipe - ri do ciúme dele.
Passei apenas comer meu bolo enquanto ele assinava e lia esse monte de papel, quando terminei o tédio bateu.
Levantei e fiquei olhando os livros, boa parte eu já li, alguns eu tenho, mas falta coragem para ler.
— Já leu todos esses livros, ou é só para ficar bonito o escritório? - perguntei.
— Li quase todos, falta apenas um livro para ler - respondeu.
— Por que ainda não leu ele? - perguntei.
— Não tem um motivo, apenas não li - respondeu simples.
Voltei me sentar, fiquei girando de olho fechado.
— Vai voltar o que comeu se continuar girando - Jeon me alertou.
— Tem nada para eu fazer - reclamei - Dá o seu celular?
— Cadê o seu? - perguntou me entregando o dele.
— Em casa, deixei carregando passei a noite com ele ligado - falei - Mudou a senha?
— Não, é a mesma - respondeu.
— Está enganado, você mudou sim, estou colocando e está dando "senha incorreta" - falei mostrando a tela.
— O que você colocou príncipe? - perguntou.
— Seu aniversário, mais as duas letras do meu nome, o que sempre foi - falei.
— E qual é meu aniversário? - respondi - Não sabe o mês do meu aniversário, maravilhoso príncipe.
— Eu confundi com o da Rachel - é perto por isso errei - Falta um mês e meio né?
— Sim, meu namorado não sabe meu aniversário - nem é dramático.
— Quanto drama - falei.
Agora coloquei a senha certa, mexi no WhatsApp dele nada de interessante, ele só baixou por minha causa.
— Isso vai ser incrível - resmunguei após ter uma ideia.
Vou fazer um Instagram para ele, não vai ter o nome dele lógico, sou idiota, mas não nesse nível.
Procurei foto dele comigo que não mostra o rosto, não é muito difícil já que ele não gosta de aparecer em fotos.
— Precisamos tirar foto, amor - falei após terminar o perfil dele.
— De novo? Já temos um monte - reclamou.
— Mentira, temos pouquíssimas fotos, não custa nada tirar foto - falei - E pelo menos uma com seu rosto aparecendo.
— Está querendo demais - falou.
— Não estou, quando eu voltar da Coréia você vai tirar fotos comigo, ou eu fico por lá mesmo - ameacei.
— Eu te busco com sua mãe, vou na sua casa e falo como estou sofrendo sem meu ômega, já sabe que sua mãe me ama - olha que fariseu.
— Você está muito sem vergonha, sonso - baixei um jogo qualquer para jogar enquanto o mafioso termina esses papéis.
Estava concentrado no jogo, é de tiro.
— Ei, devolve - ele tomou o celular da minha mão.
— Você já atirou tantas vezes que me sinto no meio da guerra - falou - E nós vamos embora.
— Chato - me levantei seguindo ele para fora do escritório, o mesmo pegou em minha mão.
No elevador encontramos Rachel e uma beta que eu não conheço.
— Jimin fiquei sabendo que colocou medo em duas meninas - Rachel falou.
— Não coloquei medo em ninguém, só disse a verdade - me defendi - Como ficou sabendo?
— Na-yeon me contou, todos estão sabendo como é o ômega do chefe - respondeu - E agora todos tem medo de você.
— Mas não quero que fiquem com medo - resmunguei.
— Não se preocupe príncipe, quando eu voltar explico o que aconteceu - Jeon me tranquilizou.
— Tchau Rachel - falei ao sair do elevador.
— Tchau Jimin - falou acenando.
Saímos do prédio e fomos direto para o carro, entrei após Jeon abir a porta, coloquei o cinto enquanto ele entrava.
— Ainda está com fome? Podemos passar em algum lugar para você comer - falou saindo do estacionamento.
— Não precisa, provavelmente minha mãe já fez almoço - falei.
Achei interessante como isso é escondido no meio da floresta, escondido mesmo.
Senti minha mão sendo entrelaçada com a de Jeon, porque minha mão fica tão pequena perto da dele?
Fui o caminho inteiro apenas observando as coisas pela janela pensando em como vai ser na Coréia, e se o Tae vai ficar melhor.
— Chegamos príncipe - Jeon me despertou.
— Vai entrar? - perguntei.
— Não, preciso voltar tem muitas coisas para eu fazer - falou.
— Tudo bem, te mando mensagem sobre o dia e a hora que irei - falei tirando o cinto.
— Tchau príncipe - queria grudar nele como um coala? Sim, mas preciso ir.
— Tchau! - beijei ele antes de sair do carro.
Vi o carro sumindo na rua em seguida dois parando em frente, são meus seguranças.
Entrei em casa, tirei a bota e calcei a pantufa no hall de entrada, entrei com a bota na mão.
— Vai guardar sua bota e vem comer - minha mãe falou já sentada á mesa, até o Tae estava.
Em minutos voltei para comer, sentei ao lado do Tae meus pais falavam sobre um problema que deu na igreja, o Tae apenas observando enquanto comia.
— Que dia vocês vão para Coréia? - meu pai perguntou após encerrar o outro o assunto, o Tae contou para eles.
— Amanhã na parte da tarde - Tae respondeu - 17:00 horas está marcando nas passagens.
— Vamos levar vocês, quanto tempo irão passar lá? - minha mãe perguntou.
Eu só sei que vou, o resto das informações que eu deveria saber só o Tae sabe.
— Duas semanas no máximo - respondeu - Meus noivos já compraram um apartamento no centro aqui, eles sabem que aqui vai ser melhor para mim.
— Já é mobiliado? - perguntei.
— Não, por isso já vou perguntar a senhora pode decorar ele, gosto de como decora - ela ia fazer isso de qualquer jeito, minha mãe é a louca da decoração - Eu transfiro o dinheiro do que precisar comprar.
— Nem precisa, considere como um presente de casamento - mentirosa, no casamento ela vai dar outro presente.
Tudo desculpa, ela ama comprar só precisa de um motivo.
Após terminar de comer meu pai ficou com as louças, reclamando muito, mas ele lavou.
Eu subi para arrumar minhas coisas, o Tae já arrumou as deles enquanto estava fora. Coloquei a mala no chão para ficar melhor, Tae ficou sentado no puff tentando tirar informações do lugar que eu fui.
— O que custa contar para mim o lugar que foi? - perguntou.
— Promete não ficar triste? - confirmou - Fui na famosa central matar o Ethan.
— Você matou ele? - perguntou levemente assustado.
— Sim, Jeon torturou ele até não sobrar quase nada e eu terminei o serviço com um corte na garganta - falei.
— É ruim eu ficar feliz com a morte de alguém? - neguei - O pesadelo que tive foi dele voltar para terminar o que fazia.
— Isso se tornou impossível, pode dormir em paz ele não vai voltar - falei tentando escolher que casacos iria levar, apesar que lá não é tão frio como aqui, só no inverno.
— Vou dormir melhor depois dessa, não posso postar que meu irmão e cunhado matam quem mexer comigo né? - mesmo machucado ainda é meio doido, só o Tae.
— Nem pense nisso - ele reclamou - Não sei quantos casacos levar.
— Dois será suficiente, Yoongi disse que lá estranhamente está muito quente - falou.
[...]
Estava no aeroporto me despedindo dos meus pais, boa parte da equipe de segurança já foi, outra parte vai comigo.
E Jeon não deu nem as caras até agora, estou triste? Muito, mas sei disfarçar.
— Vamos Tae, essa foi a última chamada - falei após ouvir a moça anunciando.
— Jungkook não vem se despedir de você? - perguntou enquanto andávamos para o portão de embarque.
— Não, deve estar ocupado com algo mais importante - falei dando de ombros.
Estou sentindo que não será apenas duas semanas, e nem um beijinho de despedida vou ter.
Me sentei na primeira classe.
— Ele não vem mesmo......................
(Foto que está no quadro na mesa do Jeon)
Jeon não se despediu do pequeno ômega, que mundo é esse tão cruel que a gente vive?
Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!!!
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