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— Então, neném? Qual casa você vai escolher? — muito difícil essa pergunta.
Olhei bem a casa que estamos agora, essa é muito boa, condomínio fechado, segurança boa, casa grande mesmo sendo apenas duas pessoas e um gato.
— Essa aqui. — falei com certeza, e as casas não são tão perto, devido ao meu leve problema em ficar quieto é melhor assim.
— Fizeram uma ótima escolha. — a moça da imobiliária falou. — Os senhores vão parcelar? Como vão querer fazer o pagamento.
— A vista. — Hyunjin falou e ela ficou de boca aberta. — Essa é dois milhões ou a primeira?
— A primeira, essa é mais cara. — imaginei, é por ser em condomínio.
Fiquei olhando tudo enquanto Hyunjin lida com a parte da burocracia com ela, só me chamou para assinar os papéis, essa é nossa casa.
Ela foi embora já deixando a chave conosco, agora falta mobiliar ela inteira.
— Preciso chamar a equipe para deixar nosso quarto a prova de sons, agora com vizinhos é pior. — concordo. — Vamos, você está sem comer desde ontem e já fez muita coisa com estômago vazio.
— Eu estou bem. — só me sentindo um pouco fraco. — Não fiz muita coisa hoje.
— Fez sim, já limpou nosso quarto, mudou toda a roupa de lugar no closet, e lavou o banheiro. — isso não é muito. — Sem falar que correu na montanha.
É melhor nem discordar, não vai adiantar muita coisa, muito teimoso ele.
— Só ele, né? — fica shiu lobo.
Entramos no carro, ele está dirigindo porque eu vim só duas vezes aqui e não estava na direção, a empresa do meu pai fica em Montreal só passei aqui quando minha mãe queria algo.
Fiquei olhando a cidade, capital do Canadá, vai ser bom mudar.
— Por que parou aqui? — perguntei.
— São quatro horas para voltar príncipe, precisa comer. — soltei do cinto e saí do carro, estamos em frente a um restaurante, olhei a placa.
— Não sabia que tinha restaurante com comidas brasileiras aqui. — tem a bandeira do Brasil na placa.
— Tem, vamos entrar. — pegou em minha mão e nós entramos, um garçom nos levou até uma mesa, já passando os cardápios. — Que música está tocando? — ele perguntou para mim.
— Parece com pagode eu acho. — isso eu conheci pelos pais da Soojin, eles gostam de pagode e samba, Shuhua é do funk e sertanejo. — Já foi ao Brasil antes de me conhecer?
— Sim, três vezes. — para quê? — Uma vez para resolver briga de facção, estavam chamando muita atenção, outra para fechar acordo com Pedro, na última foi a passeio mesmo.
— Qual acordo você tem com o Pedro? — me olhou e eu já entendi. — Não pode me falar, chato!
Voltei ao cardápio, já escolhi o que irei comer.
— Prontos para pedir? — confirmamos.
— Feijoada. — falei o meu.
— Esse aqui. — ele não arriscou falar o nome, ri com aquilo.
— Bebida para acompanhar? — só pedi suco mesmo, meu marido quis refrigerante.
Eu gosto muito de falar isso, meu marido.
— Em breve serão servidos, com licença. — ele se retirou.
— O que pediu que não quis falar o nome? — os pratos estão com o nome em português, só o que vai no prato está em inglês.
— Algo com camarão. — aí você complica, tem bastantes pratos no Brasil com camarão, se você for em restaurante a beira do mar principalmente.
Logo trouxeram nossa comida, fiquei concentrado comendo, Hyunjin reclamando ser muito e não aguentaria comer, esqueci de avisar ele que na maioria dos restaurantes brasileiros eles não tem dó de colocar comida.
— Está bom? — perguntei.
— Sim, vou pedir para embalarem o que eu não aguentar comer. — fraco. — Vai aguentar comer tudo isso?
— O que você acha? — óbvio que sim.
— Felix come pelo Hyunjin e por ele. — sim, exatamente.
Eu comi tudo e ele não conseguiu terminar, embalaram para viagem para ele. Saí comendo um bombom do Brasil, ele comprou cinco para mim.
Entrei no carro após ele abrir a porta, coloquei o cinto e já abri outro bombom, muito bom isso aqui.
"Sonho de valsa", cinco é pouco.
— Amor. — falei quando ele entrou.
— Sim, neném? — me olhou esperando eu falar.
— Compra mais desses, por favor? — fazer os olhinhos do gato de botas para convencer ele.
— Compro, já volto. — saiu do carro, e eu aproveitei para comemorar.
— Você é terrível. — eu sei Cleberson, eu sei.
Quando voltou colocou uma sacola no meu colo, abri me assustando.
— Obrigado amor, te amo. — beijei a bochecha dele. — Como conseguiu comprar os dois pacotes? Ameaçou eles?
— Não, falei ser para você e paguei bem, aceitaram. — tudo bem.
Comi mais três, o restante irei comer depois, são quatro horas de viagem até Quebec.
Passei a viagem inteira acordado cantando baixinho as músicas que tocavam no carro, e mexendo no meu celular com uma mão, a outra ele fica segurando.
Ao chegarmos tem dois carros parados em frente de casa, está um pouco tarde para visitas, são dez horas da noite.
— Quem são? — perguntei ao Hyunjin que pareceu reconhecer.
— Gente como eu. — são mafiosos. — Só espero que não seja quem estou pensando.
— Que seria? — ele parou o carro.
— Conselho da máfia internacional. — é gente importante, pensa em um povo organizado são esses mafiosos, nem o governo é tão organizado.
Saímos do carro, coloquei meu celular no bolso do sobretudo, a sacola dos meus bombons na mão, Hyunjin me passou a sacola da comida dele e segurou minha mão disponível.
Dos dois carros, de cada um saíram três homens de terno, dois mais jovens os outros aparentavam ter uns sessenta anos por aí.
Tem um coreano, pelo menos parece ser né.
Hyunjin caminhou até eles, eu jurava que ele iria fazer reverência, mas quem fez foram eles em seguida apertaram as mãos.
— Esse é o meu marido, Hwang Felix. — apertei a mão deles. — São do conselho internacional. — falou o nome de todos, é coreano mesmo, sabia. — Vamos entrar.
Eu fui na frente abrindo a porta para ver se Pétrus não está em nenhum lugar proibido, não estava a vista.
Fui para a cozinha, coloquei a comida do Hyunjin na geladeira, meus bombons foram para o pote de bombons, comi dois para o açúcar ajudar eu ficar calmo.
Voltei para a sala onde todos estão sentados, Hyunjin me chamou e eu fui até ele, quando vi estava sentado em uma de suas pernas.
— Viemos parabenizar pelo casamento, quando ficamos sabendo esperamos pelo convite, mas não recebemos. — ferrou em.
— Pensamos que estava escondendo algo para não convidar, então fomos procurar informações do seu marido. — o que tem eu? — Nunca contou que ele é um dos herdeiros do império de armas "Lee", também não contou que trocou o fornecedor de armas comprando apenas do sogro.
Hyunjin você não parece estar em bons lençóis.
— Está querendo perder o apoio do conselho nas coisas que anda planejando fazer? Você sabe muito bem que isso tudo precisa ser informado no conselho, não estamos te ameaçando, mas vai acabar perdendo seu posto de líder na máfia se continuar assim. — um dos mais velhos falou.
Eu consigo sentir a fúria do Hyunjin, nem tentei acalmar ele, eles procuraram isso, ameaçar ele na própria casa.
— Será que vocês esqueceram quem criou o conselho da máfia, quer que eu refresque a memória de vocês? Eu criei, quem está querendo perder algum posto aqui são vocês com essas ameaças vazias na minha própria casa. — bem-feito. — Não venha querer me ameaçar sendo que em um piscar de olhos eu acabo com o conselho, mato cada um de vocês para deixar de exemplo.
Eu já ia levantar, mas ele me segurou, eu quero ir ao banheiro droga.
— Eu não sou obrigado avisar o que estou fazendo na minha máfia e muito menos convidar vocês para o meu casamento. — nem seus parentes eu queria lá, imagina esses vovôs intrometidos. — Porque eu continuaria comprando armas de um desconhecido ao invés do pai do meu marido? Vocês tem merda na cabeça para fazer pergunta idiota?
Estou muito apertado, me deixa sair.
— Agora vão embora, e espalhem que minha máfia não faz mais parte do conselho, até amanhã vamos ver quantas farão parte? — vai matar os velhos desse jeito amor. — O que estão esperando? Fora.
Levantaram e saíram, finalmente.
— Já posso sair? — confirmou.
Fui ao lavabo mesmo, quando saí secando a mão na roupa mesmo ele estava me esperando.
— Que foi? — perguntei. — Sua comida está na geladeira, quer um chá para acalmar?
Olhar muito sugestivo esse seu.
— De camomila mente poluída. — só pensa em sexo.
— Então não quero, não vai perguntar nada sobre o que aconteceu? — neguei.
— Não tem o que perguntar, você sabe o que faz com sua máfia amor, e eu nem entendo dessas coisas. — fui para a cozinha, peguei um copo enchendo de água na porta da geladeira. — Só gosto de torturar e às vezes matar alguns, o restante da máfia não me chama atenção, mas apoio suas decisões em relação a ela.
— Você é perfeito príncipe. — me abraçou, coloquei o copo cheio no balcão antes de retribuir o abraço dele.
— Eu sei. — ele beijou a marca, me fazendo arrepiar inteiro.
— Sensível, meu neném. — sempre. — Nada de chá mesmo? — perguntou após me soltar.
— Hoje não, seu neném está cansado, com dor nas costas, e querendo muito dormir. — falei pegando o copo de novo.
— Tudo bem, quer massagem? — confirmei. — Pode subir tomar banho, vou alimentar o Pétrus.
Olhei para o lado e tem um gatinho sentado esperando o petisco dele, milagre não chegar miando.
— Boa janta, Pétrus. — fiz carinho na cabeça dele.
Subi com o copo de água, no quarto peguei o remédio que uso para outras dores normalmente após uma noite sem dormir com Hyunjin.
Tomei o remédio, deixei o copo ali na mesa de cabeceira, tirei meu celular do bolso e coloquei ali também. Entrei no closet, guardando o sobretudo, tirei a bota e guardei também.
No banheiro tirei toda a roupa e entrei para tomar banho, água quentinha direto na costa. Após estar limpo saí me secando, escovei os dentes enrolado na toalha.
Entrei no closet e limpei o piercing, já decidi onde irei colocar outro, na sobrancelha.
Passei hidratante na pele, fazer mais tatuagem, convencer o Hyunjin fazer uma comigo.
— Com chá bem gostoso ele faz o que você quiser. — concordo com você Cleberson.
Coloquei calça bem larga e camiseta do mesmo jeito, voltei ao quarto deitando na cama. Hyunjin entrou no quarto com o óleo que ele usa para fazer massagem em mim, e outras coisas mais.
— Povo safado, misericórdia. — calúnia.
Tirei a camiseta e deitei de bruços, ele sentou ao meu lado na cama.
Peguei meu celular, comecei responder às mensagens, Jimy já está no Brasil falando da sogra superprotetora com as netas que vão nascer, normal.
Shuhua ainda falando sobre o vídeo, ela disse que nunca vai superar isso.
— Príncipe. — fiz "hum". — Por que a Shuhua mandou perguntando sobre uma tatuagem que eu tenho na parte de trás da coxa?
— Mandei um pedaço do vídeo para ela, ela deve ter visto. — ela assistiu repetidas vezes com certeza notou as tatuagens.
— Pensei que a doida estava espionando nós dois dormindo, você não disse que eu era o exibicionista? Tem certeza ser apenas eu? — tenho.
— Sim, só foi para ela o vídeo. — ninguém mais vai ver.
— Sei. — continuou a massagem.
Respondi meu pai que perguntava se estava tudo bem comigo, até do Hyunjin. Após isso entrei no Instagram fiquei olhando aqueles vídeos curtos, dormi com a massagem e o celular na mão.
[...] Duas semanas depois.
— Já entendi amor, sim, estou saindo da casa. — falei na ligação com Hyunjin.
Vim aqui sozinho pela primeira vez, precisava acertar os últimos detalhes sobre a casa antes de começarem arrumar tudo, porque na próxima semana irei mudar.
O quarto já está a prova de sons, é ótimo! Porque o vizinho da casa ao lado da nossa, é um idoso, não seria legal ele ouvir certas coisas.
Do outro lado é um casal de lésbicas, elas tem dois menininhos bem curiosos, já conversei com os dois, que são gêmeos.
— Hyunjin, não me estressa, eu não vou e ponto final, que saco. — ah! O que está acontecendo?
Meu marido maravilhoso quer que eu assuma com ele a máfia, em algum momento eu dei a entender querer ser líder da máfia? Não, né? Porque eu não quero mesmo.
Ele só quer isso porque para sair do conselho eu preciso estar liderando com ele, coisa que não está acontecendo, ele vai me usar para conseguir o que quer.
Nem pagando, otário.
— Príncipe, por favor, pelo menos pensa no assunto. — respirei fundo.
— Você é muito insistente, vou pensar, não veja isso como uma coisa boa. — falei.
— Obrigado, eu te amo e te vejo em casa quando chegar. — como se ele realmente fosse estar em casa, está chegando quando eu já dormi.
— Claro, tchau! — desliguei.
— Felix, Felix. — olhei para o lado, os dois clones vinham correndo até mim.
— Nossas mães pediram para te entregar. — deu um refratário de vidro com tampa, abri olhando os Cookie.
— Agradeça elas por mim, e obrigado por trazer. — falei com eles. — Vocês gostam de bolo de chocolate?
— Sim. — responderam juntos.
— Quando eu voltar vou trazer para vocês, combinado? — confirmaram. — Tchau!
— Tchau! — correram de volta para a própria casa, entrei no carro, coloquei no banco do passageiro o refratário.
Coloquei o cinto, liguei meu celular pelo bluetooth no carro, uma playlist tranquila para eu me acalmar até chegar em casa se Hyunjin realmente estiver lá.
— Pelo menos consegue ver ele de manhã, se ainda tivessem namorando você passaria meses sem ver ele. — isso lobo, tem a parte boa de estar casado com ele.
Mesmo estando bravo ainda sentiria falta dele, muita falta, lembro quando não estávamos morando junto como era difícil ver ele.
Namorei a distância morando na mesma cidade.
Concentrei na estrada de volta para casa, fui pensando na proposta do Hyunjin em assumir a máfia com ele, até agora só vi o lado ruim.
Eu sou bem mais rápido que Hyunjin dirigindo, quatro horas e meia eu fiz em três horas, só não cheguei antes pelos radares.
Passei em um mercado comprando umas coisas para eu fazer a janta, aí fui para casa. Entrei em casa com sacolas e os Cook, coloquei o refratário em cima do balcão.
Como eu já imaginava, ele não está em casa, duas semanas que isso está acontecendo, não vou reclamar porque já sabia que isso aconteceria após a Lua de mel.
Pétrus veio miando, coloquei petisco para ele, continuou miando, peguei no colo fazendo carinho ficou quieto.
Até o gato está recebendo carinho quando pede, mundo injusto.
Miou e eu desci ele, aí foi comer o petisco.
Fiz o jantar ouvindo música na televisão, e comi assistindo, ao terminar experimentei o Cookie, com bastante gotas de chocolate como eu gosto, delícia!
Lavei toda a louça, guardei após secar, também limpei o Cooktop.
Hyunjin vai chegar, fazer o prato dele e esquentar no microondas, conheço o ritual dele.
Como não quero deitar ainda por me sentir pesado, peguei uma taça de vinho e sentei para tocar um pouco de piano, quero aliviar o que sinto pela música.
Tomei um pouco e coloquei ali em cima, antes de começar tocar ouvi Pétrus miando no segundo andar, está procurando Hyunjin.
— Ele não está em casa, Pétrus. — falei como se o gato fosse entender, logo ele apareceu, subiu no banco que estou sentado, deitou com a cabeça apoiada na minha perna.
Coloquei a música que eu quero no iPad, comecei tocar seguindo o que estava ali, aos poucos fui me sentindo mais leve.
Só fui perceber que estava muito tempo ali, quando o iPad desligou, conectei no carregador esperando ele ligar novamente, olhei o relógio na parede.
Meia-noite em ponto, nem sinal do meu amado marido.
Suspirei cansado, peguei Pétrus no colo e levei a taça para pia, passei água nela deixei ali mesmo. Subi para o quarto, deixei o gato na cama.
Entrei no banheiro, tomei um banho rápido, quando deitei suspirei aliviado por finalmente estar na cama.
Cobri com o edredom, olhei meu celular e não tem mensagem do Hyunjin, desliguei colocando de volta na mesa de cabeceira.
Dormi com Pétrus sendo a conchinha menor, ele ama dormir assim comigo, meu companheiro fiel.
Não sei a hora que Hyunjin chegou, ele quis não me acordar evitando fazer barulho no quarto, acordei com o chuveiro, mas só virei para o outro lado voltando dormir.
Infelizmente não passou muito tempo ouvi meu celular tocando, esticando o braço peguei ele, atendi sem olhar quem era.
— Alô? — que sono!
— Nasceu, Felix. — quem nasceu? — Suas sobrinhas nasceram.
— Parabéns Jimy, vocês estão bem? — sentei na cama bocejando, olhei para o lado Hyunjin está dormindo.
— Sim, e acredito que uma você vai achar interessante, graças ao bom Deus nasceram a minha cara. — isso é realmente muito bom!
— Para a nossa felicidade, porque vou achar interessante? — saí da cama calçando o chinelo, vou sair antes que acorde ele.
— Ela é loira, Felix. — eu falei, né?
— Sorte a minha, você não está falando muito para quem acabou de dar à luz? — perguntei.
— Que nada, foi tranquilo o parto, doeu só na hora, estou só esperando Pedro e a Fernanda soltarem minhas filhas para eu finalmente segurar no colo, e amamentar, após amanhã já serei liberado do hospital. — feliz que deu tudo certo para ele. — Você vem para cá conhecer elas?
— Amanhã é sábado né? — vamos ver. — Tudo bem, amanhã irei para o Brasil conhecer as duas.
— Isso, vem você e o Hyunjin? — perguntou. — Seria bom vocês dois, já que em breve vocês vão mudar aí vai demorar mais para ele vir.
— Sinto muito Jimy, Hyunjin está ocupado com a máfia, está certo sobre a mudança. — talvez ele nem ajude na mudança de tão ocupado que está. — Não mande fotos, quero ver pessoalmente.
— Tudo bem, uma pena ele não vir, pretende passar quantos dias aqui? — não muito.
— Três dias no máximo. — tenho muita coisa para arrumar da mudança.
— Então não vai ver a mãe, em cinco dias ela vem conhecer as netas, nosso pai você vai ver ele já saiu da Coréia. — Deus obrigado, seria muito estranho ver ela, esperar mais um pouco para esse reencontro.
— Ele estava ansioso para o nascimento delas. — ouvi Hyunjin saindo da cama, estou no final do corredor olhando a Lua pela janela.
— Sim, vou deixar você dormir, até breve. — despediu. — Não traz presente, não tenho mais espaço para colocar presente, só sua presença é suficiente.
— Tudo bem, tchau! — ele desligou, vou levar presente sim, estou sendo tio pela primeira vez.
— O que está fazendo aí, neném? — olhei para trás, está parado próximo a porta do quarto.
— Falando com o Jimy, as meninas nasceram. — respondi desliguei o celular. — Amanhã vou para lá conhecer elas, volto em três dias, tudo bem?
— Agora que já falou que iria não adianta ver se eu concordo. — começou.
— Eu não esto... — pensei bem. — É, você está certo, desculpe minha atitude impensada.
Não estou com ânimo para brigar com ninguém, são quatro horas da manhã.
Entrei no quarto, tirei o chinelo e coloquei o celular para carregar, deitei na cama me cobrindo de novo.
Abracei um travesseiro, ele não fica querendo discutir comigo de madrugada e após passar duas semanas sem falar comigo direito por estar ocupado com a máfia, gosto do travesseiro.
Voltei a dormir sabendo que em três horas o despertador vai começar a gritar, por isso meia hora antes já estava acordado e dispensando o barulhento.
Levantei e fui ao banheiro, escovei o dente e lavei o rosto. No closet vesti roupa que uso para correr, normalmente eu corro após tomar café com Hyunjin, mas hoje não estou querendo fazer isso.
Calcei o tênis após colocar talco, coloquei a braçadeira e relógio, antes de sair peguei meu celular com fones, desci a escada em passos rápidos, com a garrafa em mãos saí de casa.
Liguei a playlist, alonguei ali na frente, após estar bem alongado comecei correr.
É normal ter um esfriamento no casamento, mas não em um mês após o casamento, eu já vi casais que ficam frios após anos juntos, o meu foi muito rápido.
— Realmente. — não é para concordar lobo.
Será que em algum momento eu fiz algo para isso acontecer sem ver? Que eu saiba estava tudo normal, de repente eu mal falo com meu próprio marido morando na mesma casa.
Fiquei a corrida inteira pensando sobre isso, passei um tempo lá em cima só pensando enquanto olhava a vista, quando senti frio comecei descer para o sangue esquentar.
Mesmo pela marca ele só vai sentir que tem algo me incomodando, até ele descobrir o que é, já morreu de velho.
Lerdo do jeito que é, se notar que algo me incomoda já vai ser um grande passo.
Entrei na casa silenciosa, ele já foi para a Central.
Fiz todo processo de garrafa e tênis antes de subir para tomar banho, tomei banho e lavei meu cabelo.
Entrei no closet, limpei o piercing antes de me vestir, coloquei uma calça jeans preta camiseta azul-escuro e sobretudo branco, sentei para calçar o coturno.
Deixei meu cabelo bem seco com o secador, passei hidratante labial na frente do espelho.
Peguei uma mala pequena, coloquei coisas para passar três dias fora, entrei no banheiro pegando os produtos que uso para levar na mala, coloquei na nécessaire antes de pôr na mala.
Peguei os dois presentes que já comprei para quando elas nascerem, coloquei na mala.
Conferi tudo, saí com a bolsinha transversal, documentos e passaporte já está nela, coloquei o básico, cartão, fones, carregador, e celular.
Desci e antes de sair alimentei o Pétrus, deixando petisco para ele passar o dia, Hyunjin vai chegar tarde de novo.
Antes de ir para o Brasil tenho terapia com Chan, bom aliviar o estresse contando tudo.
[...]
Como sempre a hora passa voando, no estacionamento do aeroporto paguei pelos três dias que meu carro vai ficar guardado aqui.
Em uma hora estava no avião com destino ao Brasil, peguei meu celular.
Chegou mensagem do Hyunjin, lembrou que eu existo.
Amor - Foi mesmo para o Brasil?
Estou no avião, por quê? Queria que eu ficasse?
Deveria pedir, é tão fácil.
Amor - Por nada, boa viagem!
Como isso dói, misericórdia.
Desliguei o celular, passei a viagem inteira assistindo série, evitando pensar no que deixei em Quebec.
Se pensar eu choro, de soluçar, eu me conheço e não quero chorar no avião.
Oito horas da noite eu pisei em solo brasileiro, senti falta, faz meses que não venho para cá.
Com carro particular fui até o morro, ele só me deixou em frente, para a minha sorte, quem estava ali é o cara que está namorando a Miyeon é a ômega caiu feito patinho nos encantos do brasileiro.
— Você de novo. — falou ao me ver. — Seu irmão já voltou, disse para te levar lá.
— Tudo bem. — melhorei muito meu português desde a última vez que estive aqui.
Subimos de carro até a casa que meu irmão mora com o Pedro, ao chegar ele desceu minha mala.
— Pode entrar. — falou passando minha mala.
— Obrigado. — já estou sem o sobretudo, enquanto lá é inverno aqui estão no verão, calor do cacete.
Entrei, passei pelo jardim que continua lindo, bati à porta, logo a porta abriu revelando o beta João.
— Felix. — me abraçou, retribui após o susto. — Desculpa, esqueci que vocês coreanos não se cumprimentam assim.
— Tudo bem, já acostumei. — vou permanecer no inglês por enquanto.
— Entra, seu irmão está surtando. — até que demorou.
Entrei puxando a mala, só os móveis que estão em lugares diferentes.
— Vem, vou te levar no quarto, seu pai preferiu ir para um hotel, disse que iria incomodar. — ele é assim mesmo, não fica na casa de ninguém.
Subimos a escada, na porta eu já tinha ouvido os choros das duas bebês, agora só ficou um tom acima.
Abriu a primeira porta do corredor, mostrando o quarto bem organizado, a cama impecável.
— Aqui, fique a vontade. — deitei a mala no chão e abri, pegando o chinelo.
Coturno e verão do Brasil não dá certo, meu pé vai derreter.
Calcei o chinelo, fechei a mala de novo após pegar os presentes.
— Agora vamos ver elas. — saímos do quarto, do outro lado do corredor na terceira porta, abriu mostrando o lugar todo decorado de gatas com laços na cabeça.
Pedro estava em pé, Jimy sentado na poltrona que usa para amamentar, e um pequeno ser loiro chorando muito.
— Por que ela não para de chorar eu já fiz de tudo? — perguntou ao Pedro.
— Tranquilo né, Jimy? — ele olhou para mim. — Presente para elas.
— Obrigado, agora me ajuda por favor. — Pedro pegou os dois embrulhos, fui até ele.
— Cadê a outra? — perguntei.
— Dormindo, ela mamou e após arrotar dormiu. — olhei o berço e tem uma menininha dormindo tranquila.
— Qual o nome da loirinha? — Deus me ajuda pegar essa criança no colo sem entrar em surto.
— Ela é a Zoe, e a do berço é a Aika. — falou sorrindo.
— Grego e japonês, você escolheu sozinho? — negou.
— Pedro escolheu da Zoe após ouvir ela chorar quando nasceu, cheia de vida. — e fôlego, eu estaria morrendo se chorasse desse jeito. — Eu escolhi da Aika, pelos olhos dela.
— Muito lindo, parabéns. — não peça para eu pegar, por favor.
— Pega ela, me ajude descobrir o motivo do choro. — porque Deus?
— Tudo bem. — fechei o punho estralando os ossos antes de bem devagar tirar ela do colo do meu irmão. — Olá Zoe, porque você está chorando?
Olhei ela inteira, os cabelinhos loiros, se sair no sol brilha assim como os meus.
Comecei bem devagar sussurrar ela para dormir, lembrei de uma música que aprendi que ajuda bebês dormirem, já faz mais de um ano que não precisei dela para nada.
Ao cantar ela foi se acalmando, segurando meu dedo com força ela dormiu me ouvindo cantar.
— Que milagre foi esse? — João perguntou. — Ela está chorando desde que chegou do hospital.
— Só um instante. — aproximei meu rosto dela, puxei o cheiro além do cheiro dela mesmo já soube o que estava errado. — Ela é uma ômega, e já sei o que tem de errado.
— Uma ômega, minha bebê é uma ômega. — Jimy falou. — Como sabe o que tem de errado?
— Hyunjin tem o mesmo problema que ela. — falei, coloquei ela no berço e comecei tirar a roupa que estava usando a deixando só com a fralda.
— Problema? Os médicos disseram que as duas são saudáveis. — Pedro falou preocupado.
— E são, esse problema não afeta em nada a vida dela, vocês só precisam mudar o produto que usa para lavar as roupinhas dela, porque esse que estão usando ela tem alergia e é muito forte para uma bebê, Hyunjin tem a pele sensível não posso usar outro produto nas roupas dele. — não vai chorar como ela, mas vai coçar muito.
— Só a roupa fez ela chorar assim? — confirmei. — Não é tão sério, agora precisa comprar esse produto e lavar as roupas das duas de novo.
— Pega o presente, eu lavei com o produto que uso na roupa do hyunjin, para bebê não pode usar coisas fortes ou muito perfumado, o fígado deles ainda não consegue filtrar tudo isso, aí causaria problemas futuramente. — falei. — Tudo que fizer para elas pelos próximos dois anos é o que vai decidir a saúde delas para o resto da vida, precisa ser extremamente cuidadoso com tudo.
Coloquei o body branco nela, está em inglês as letras rosas na frente, "sou princesa do titio".
Peguei ela no colo de novo, pedi para ele tirar uma foto.
— Pode postar ou não vai expor elas? — perguntei devolvendo ao berço, consegui, obrigado Deus!
— Expor mais né, Jimy só faltou anunciar no jornal o nascimento delas. — João dedurou o cunhado.
— Shiu João. — crianças. — Não quer ficar mais, Felix?
— Sabe que não, ainda não estou pronto para ver nossa mãe. — falei.
— Qual o nome do produto Felix, eu vou ir comprar. — Pedro perguntou, falei o nome e mostrei uma foto no Google para ele achar mais fácil no mercado. — Já volto docinho.
Após dar um selinho no Jimy saiu, safados.
— Docinho, né? — eu não quero nem pensar de onde saiu esse apelido.
— Tem piores Felix, tem bem piores. — João falou. — Que dó de mim mesmo. — saiu do quarto reclamando.
— Cadê a Fernanda? — perguntei.
— Ela passou a noite e o dia comigo, foi descansar, amanhã ela está aí. — a tá! —Se me permite falar, você teria sido um ótimo pai.
— Obrigado. — esse é o teste final para saber se estou bem mesmo né Deus? Precisa ser o último.
— Ainda pode ser. — posso não. — Vocês podem adotar, tem muitas crianças precisando de pais amorosos como vocês.
— Acredito que o Hyunjin não quer adotar, vai ser só eu e ele mesmo, tem o Pétrus também, estamos bem assim. — não tão bem.
— Certeza? Seu "estamos bem" não pareceu convincente. — nem me esforço para esconder.
— Problemas comuns que dá em todo casamento, nada de mais. — falei.
— Conte, morei dois anos com a praga, e estou há alguns com o Pedro. — contei o que aconteceu observando as duas dormindo. — Vou ser sincero com você Felix, na sua cabeça você está se adaptando a ele, mas não é bem assim.
Como?
— Ele está se adaptando a você, você sempre teve gente em casa, uma rotina para seguir, ele não. — verdade. — Ele mora sozinho desde os?
— Espera. — puxei na memória. — Vinte anos, está com vinte e sete agora.
— Então, tem sete anos que ele mora sozinho, tem sete anos que ele não precisa ter um horário para chegar porque tem alguém o esperando, sete anos que ele está acostumado com a rotina dele que não te inclui. — falou.
— Mas... — comecei pensar.
— Ele acorda, toma o café da manhã olhando o iPad ou em ligação, vai para a Central, volta quase de madrugada, come sozinho, e vai dormir esperando viver tudo de novo, ele criou uma rotina de anos. — ele está certo. — Quem vai se adaptar é ele, não você.
— Só ouvi verdades até agora, como resolvo isso? — perguntei.
— Faça ele ver que precisa se adaptar mais rápido porque está te ferindo, sem falar abertamente, pode gerar briga. — pode mesmo. — O que está fazendo quando ele chega?
— Dormindo? É quase três horas da manhã. — cada coisa.
— Passe ficar acordado, quando ele chegar e te ver acordado vai começar ver que precisa chegar mais cedo para não te fazer esperar, ele não fala com você no café né? — confirmei. — Puxe assunto, fale de algo que vai chamar atenção dele para você, você precisa fazer ele criar uma rotina que te envolva, afinal você já está acostumado viver com mais pessoas, ele não.
— Obrigado por isso, ajudou bastante. — colocar em prática quando eu voltar. — E sobre a máfia?
— Você quer ser da máfia? — neguei. — Já tem sua resposta, mas se quer o ajudar com o problema, encontre uma solução para ele sair desse conselho estranho sem te envolver.
— Melhor irmão que você não tem. — falei.
— Eu sei, agora você me ajuda. — com o quê? — Mas você não precisa fazer se quiser.
— Está me assustando, fala logo. — me deixando ansioso.
— Com elas, fale o que você sabe para mim, estou surtando. — falou desesperado.
Eu surtando com o meu casamento e ele com as filhas.
Elas não vão acordar por agora.
— Pegue um caderno e uma caneta, vou te falar o que sei. — saímos do quarto e descemos, sentei à mesa onde João está comendo bolo de chocolate.
— Quer? — aceitei, ele pegou pratinho e um garfo, colocou para mim.
— Obrigado. — comi o bolo com cobertura, delícia é brigadeiro.
— Pronto, vai falando. — Jimy sentou à minha frente com caderno e caneta.
— Vamos começar pelas posições para segurar e colocar para dormir. — eu falando tudo e ele anotando, Pedro chegou já estávamos terminando.
— O que estão fazendo? — perguntou.
— Felix está me passando o que ele sabe. — contou. — Cadê o produto?
— Aqui. — colocou o de cinco litros na mesa.
— Leva para a lavanderia quando eu terminar isso irei lá lavar as roupinhas delas de novo. — terminei de passar tudo.
— Pode subir, não vai querer ajuda mesmo? — confirmou. — Tudo bem, boa noite para vocês.
Subi para o quarto, fechei a porta, peguei minha roupa de dormir na mala e fui para o banheiro do quarto. Tomei um banho relaxante, escovei o dente após me vestir, saí e já deitei na cama.
Peguei o controle ligando o ar-condicionado, que calor!
Postei a foto com a Zoe no Instagram, entrei no WhatsApp e o Hyunjin mandou mensagem perguntando se eu já cheguei bem.
Sim, estou bem, já está em casa?
Não vou esperar ele responder, fechei os olhos para dormir, mas o celular vibrou, peguei ele.
Amor - Não, ainda na Central.
Imaginei, vou ir dormir, boa noite!
Amor - Boa noite, príncipe!
Saudade do meu alfa, droga!
Fui dormir pensando nele, como é horrível dormir sem ele.
Minha noite não foi muito boa por não ter ele na cama comigo, a marca estava coçando um pouco também, mas são coisas que vou aguentar pelos próximos três dias.
Quando acordei, fui ao banheiro escovar meus dentes e lavar o rosto, da roupa de dormir troquei a calça larga por uma bermuda jeans.
Calcei o chinelo antes de sair do quarto, já tem gente acordado, estou ouvindo conversas animadas.
Desci a escada, na sala de jantar está João, Fernanda, Pedro, a prima doida lésbica, e o meu pai.
— Não quer me adotar? Eu nem dou trabalho. — ela falava com meu pai.
— Ele não quer, esse pai me pertence. — falei. — Bom dia!
— Dividir o pai de cada dia. — esse pai não, esse é meu.
— Esse não. — sentei ao lado dele. — Oi pai.
— Olá Feliz, como você está? — perguntou.
— Estou bem, e o senhor? Já resolveu o problema da empresa? — perguntei.
— Bem, ainda não, talvez eu venda a filial da Coréia. — é sério mesmo o problema. — Mas ainda tem cinco pelo mundo, e pretendo abrir mais uma, não vai fazer diferença.
— Felix, o que custa dividir o pai? Vai me amar ter como irmã. — interesseira.
— Vai nada, você é insuportável. — Pedro falou.
— Concordo, chata! — João falou.
— Ninguém me ama nessa casa, só a tia Fernanda. — ela que comia o bolo até engasgou.
— Claro. — não foi muito convincente. — Pode se servir Felix, Jimy não vai acordar tão cedo.
— Ele vai, em alguns minutos, na verdade. — falei pegando bolo de fubá, coloquei café em uma xícara para mim.
— Como sabe? — ela perguntou.
— Porque está chegando a hora delas mamarem, e o peito dele vai doer, precisando levantar, ele vai acordar. — todos olhando para mim. — Que foi?
— Como sabe tudo isso? — Michele a doida perguntou.
— Longa história, longa mesmo. — falei voltando comer o bolo.
Ouvi primeiro uma chorando, em seguida duas chorando, logo passos do meu irmão.
— Eu disse. — sempre certo.
Pedro subiu em seguida, pai babão.
Ao terminar de comer eu e meu pai subimos, João vai em algum lugar com a Fernanda buscar uma coisa para as gêmeas, e Michele foi irritar algum segurança da casa.
Entramos no quarto delas, Pedro com Zoe no colo e Jimy com Aika mamando, são tão pequenas.
— Seu cabelo era exatamente assim quando nasceu, Felix. — meu pai falou apontando Zoe. — Pensei que fosse escurecer, mas com um ano seu cabelo estava branco e brilhando.
— Será que o cabelo dela também vai ficar branco? — Jimy perguntou.
— Não sei filho, vamos ver com o passar do tempo. — respondeu.
Assim que Aika terminou e arrotou meu pai já pegou ela, agora a vez de Zoe mamar.
Esses dias vão passar bem rápidos, e como passaram, pisquei já estava voltando para Quebec, meu pai vai embora amanhã já que minha mãe chega no dia seguinte, ele falou que os dois concordaram manter uma distância por agora que ainda faz pouco tempo desde o divórcio.
O propósito da minha vinda para o Brasil cumpriu, Jimy me aconselhar com Hyunjin, e eu ajudar ele com as meninas.
Meu marido não sabe que estou chegando, eu disse que voltaria em três dias, mas ele sabe como é difícil eu cumprir isso, dessa vez eu cumpri.
Cheguei a noite em Quebec, após pegar meu carro dirigi para casa, amanhã começo arrumar as coisas para mudar, estou ansioso para isso.
Ao chegar notei um dos carros dele parados para fora da garagem, parei o meu ao lado, desci e tirei a mala de trás. Digitei a senha para entrar, quieto.
Fechei a porta e acendi a luz, ninguém aqui.
Subi para o quarto, não está aqui e não ouço nada, ele ainda não chegou.
Coloquei a mala no closet, amanhã irei lavar essas roupas e limpar a mala para guardar, não gosto de coisas sujas.
Antes de descer para esperar ele tomei um banho para tirar o cansaço da viagem, com um conjunto moletom roxo desci.
São onze horas agora, e eu só queria dormir.
Fiz um espaguete com molho branco e frango, comi um pouco por estar com fome, raramente eu como em avião tenho medo de passar mal.
Ao terminar deixei a pia impecável, meia-noite e meia, acredito que já está para chegar.
De qualquer jeito fiz café, bebi duas canecas puro sem açúcar, ainda comi duas barras de chocolate para ajudar eu ficar bem acordado.
Estava comendo alguns bombons enquanto assistia ao programa de bolo, aquele que tem coisas que não parecem ser, mas são bolos.
A luz da sala está apagada, só a televisão iluminando tudo, ouvi barulho de carro parando ao ver o meu ele já sabe que estou em casa, mas não espera que eu esteja acordado esperando ele.
Com sono e cansado, mas fiquei firme.
Ele digitando a senha e abrindo a porta, acendeu a luz se surpreendeu em me ver sentado no sofá acordado.
— Príncipe, não pensei que chegaria hoje. — falou fechando a porta.
— Também não, mas já fiz o que precisava então voltei. — falei.
— O que faz acordado? Não está cansado? — perguntou tirando o casaco preto.
— Estava te esperando. — não vai me dar nenhum beijinho? Como você é ruim. — Já comeu?
— Não precisava me esperar, vai descansar. — nem sonhando. — Ainda não.
— Eu fiz espaguete para você. — saí do sofá calcei o chinelo antes de ir para a cozinha, sua mão segurou meu pulso trazendo para ele.
— Senti sua falta. — falou me abraçando.
— Também senti a sua. — como eu senti falta dele. — Vem comer. — quem disse que me soltou? — Precisa me soltar para comer.
— Ainda não me chamou de amor, neném. — é isso.
— Vem comer, amor. — agora me soltou. — Qual vinho vai querer?
— Nenhum, vai me atrapalhar dormir, tem suco? — confirmei, não demorei para esquentar o espaguete, servi no prato para ele. — Você me servindo, está muito estranho isso.
Eu não sirvo ele, nunca mesmo, pelo simples fato que ele tem duas mãos que funcionam muito bem, se sirva sozinho.
— Não se acostume, é só hoje. — não sou servo para ficar servindo ele.
Peguei suco de maracujá na geladeira, coloquei no copo e passei para ele, sentei de frente para ele.
— Pode descansar príncipe. — neguei. — Vai ficar aqui? — confirmei. — Está tudo bem?
— Sim, por que não estaria? — sabia que ele iria estranhar.
— Você está agindo de forma estranha. — coisa da sua cabeça. — Eu vi sua foto com a Zoe, né?
— Isso, ela é uma graça. — as duas são, mas me apeguei mais a loirinha. — E ela tem algo parecido com tio Hyunjin.
— Tem? Só vi semelhanças com você e Jimy. — com certeza tem.
— Sua pele sensível ela tem, nada de produtos fortes para ela, igual a você. — contei. — Quando cheguei ela estava chorando, gritando, fiz ela dormir cantando uma música de ninar que aprendi, após trocar a roupa ficou tranquila.
— Falou para trocarem o produto? — confirmei. — Só a Zoe tem? A Aika não?
— Não, a Aika não tem, mas mesmo assim eu disse para excluir todos os produtos e coisas perfumadas, não é bom para elas. — falei. — Quer mais?
— Já estou satisfeito, obrigado príncipe. — agradeceu, tirei o prato e o copo dele levando para a pia, comecei a lavar. — Tem certeza que está bem?
— Sim, pode ir tomar banho. — respondi.
— Não parece. — ele deve pensar que estou para morrer de uma doença terminal.
Ouvi ele subindo a escada, não demorou também ouvi o chuveiro.
Assim que terminei eu subi correndo após apagar a luz, entrei no quarto, Pétrus está na cama em coma com a barriga para cima.
Sentei na cama fiquei fazendo carinho nele até Hyunjin sair só de calça moletom secando o cabelo, entrou no closet.
Entrei no banheiro e escovei o dente, saí olhando ele se deitar, entrei no closet já sabendo o que encontraria, uma toalha molhada jogada.
Eu posso ir lá xingar todos os antepassados dele, e ainda tacar fogo na toalha, ou só pegar e colocar no lugar certo evitando a fadiga.
Peguei saindo com ela na mão, entrei no banheiro e coloquei no lugar certo, voltei deitando na cama.
Ele me olhando desconfiado, quando vi já estava com a mão na minha testa, bati na mão dele.
— O que está fazendo? — perguntei me cobrindo.
— Você tem certeza que está bem? — confirmei. — Pensa em trabalhar algum dia?
Ele está me testando para ver se não trocaram o Felix.
— Não, tenho preguiça. — falei virando de costa para ele, abracei um travesseiro. — Algo mais?
— Por que tem a tatuagem do pequeno príncipe? — perguntou.
— Porque você já me chamou assim. — fez mais cinco perguntas. — Agora dorme amor, eu estou bem e não fui trocado.
— Duvido muito. — senti suas mãos me puxando para perto dele, beijou meu pescoço. — Boa noite, neném.
— Boa noite, amor. — finalmente dormir, estava exausto.
[...]
Eu queria mesmo acordar para tomar café com ele, mas meus olhos se recusaram abrir, só dormia tanto desse jeito dopado de remédio, sem nada é impossível dormir assim.
Acordei meio-dia, isso é hora de acordar? Não.
Sentei na cama me culpando por não conseguir acordar mais cedo, agora só amanhã para ver ele já que ele chega de madrugada.
— Droga. — resmunguei irritado.
— O que é droga? — caí da cama pelo susto. — Você está bem, príncipe?
— Não, minha bunda está doendo. — o que ele está fazendo aqui? — Que horas vai para a Central? Já é meio-dia.
Levantei do chão sentando na cama, vou precisar tomar remédio.
— Hoje eu não vou. — evitei mostrar o sorriso. — Passar o dia com você.
— Por quê? — que foi? É estranho isso.
— Passou três dias fora de casa, senti sua falta. — difícil ficar bravo com você, Hyunjin. — O que vai fazer hoje?
— Começar arrumar as coisas para mudança, faltam só quatro dias e tem muita coisa para arrumar. — falei. — Então?
— Primeiro vamos comer. — entramos no banheiro escovando o dente juntos, tem duas cubas não teve problemas então.
Calcei meu chinelo, ele só fica de meia em casa, meia branca.
Quando coloca para lavar, preciso fazer ela voltar ser branca, é difícil isso.
Logo estávamos descendo, Pétrus ao lado do potinho dele esperando ração, ele foi ver nosso café e eu colocar comida para o bichano.
— É petisco que você quer? Fala para mim. — conversei com ele.
— Fala não, só mia por gentileza. — apareceu a bonita. — Obrigado, gosto que reconheçam minha beleza.
Convencido!
Peguei petisco colocando no potinho e todo esse tempo ele passando entre minhas pernas, quase me derrubou.
Coloquei o potinho no lugar para ele comer, foi comer feliz.
Fui para a cozinha, ele me passou um bowl com iogurte e granola, eu mesmo peguei o mel para colocar, sentei em um dos banquinhos para comer.
Ele sentou ao meu lado com torradas, e leite puro, muito ruim misericórdia.
— Você me desculpa? — engasguei droga, granola desgraçada.
— Pelo quê? — perguntei após tossir olhando para ele.
— A forma que eu te tratei antes de ir para o Brasil. — ainda estou raciocinando. — Não deveria querer brigar com você por algo que não me cabia decidir nada, você pode ir para onde quiser sem pedir minha permissão, eu estava estressado e você não tinha que ser o alvo para eu descontar.
Espera, ainda raciocinando.
— Então, me perdoa príncipe? — é, eu tô com cara de besta.
— Claro, está tudo bem. — falei finalmente. — Já tinha esquecido.
— Tudo bem mesmo? — confirmei comendo mais. — Não vai querer brigar?
— Ei, eu não sou barraqueiro para viver brigando seu sem vergonha. — mais respeito por gentileza. — E nós nunca brigamos, normalmente é só uma discussão curta.
— Verdade, lembra de alguma briga nossa que você desejou grudar no meu pescoço? — ri da pergunta dele. — Que foi?
— Não precisamos brigar para eu desejar isso, toda vez que você deixa algo fora do lugar me imagino colocando as mãos nesse lindo pescoço. — bagunceiro, me olhou desacreditado. — Deixa eu ver se tem alguma.
Comecei puxar na memória alguma briga que eu tenha ofendido ele e desejado sua morte pelas minhas mãos.
— Lembrei. — falei. — No início do nosso namoro que você estava com aquela de história "você está me escondendo", nós brigamos e você passou o fim de semana inteiro me ignorando, muito cruel da sua parte viu, senhor Hyunjin.
— Mas você estava. — bati com a colher na testa dele. — Isso doeu.
— Fale isso de novo e não será uma colher, eu não estava te escondendo, não tinha como chegar nos meus pais assim "mãe e pai esse é meu namorado homem, meu professor, com quem estou vivendo um relacionamento proibido, já irei aproveitar para dizer que sou gay". — interessante reviver uma briga após um ano, tem argumentos novos.
— Você está certo. — eu sei. — De onde você tirou aqueles xingamentos? Eu tive que procurar no Google alguns e realmente fiquei ofendido.
— Foi mal, mas como eu nunca pude falar palavrão é com a bíblia que eu xingo os outros. — contei.
— Agora você pode, tenta vai. — olha a influência do cão.
— Não, estou bem sem falar, já me convenceu tomar bebida alcoólica e fazer loucuras em uma cama, palavrão não irei falar. — falei.
Desci do banquinho indo até a pia, lavei o que sujei, coloquei para secar.
— Rapidinho aí amor, tem muita coisa para fazer. — subi correndo.
Entrei no nosso quarto, arrumei a cama antes de qualquer coisa. No closet peguei minha mala e saí com ela, desci.
— Onde vai? — perguntou quando passei.
— Lavar roupa. — estava separando quando ele entrou, coloquei em duas máquinas.
Limpei a mala com ele fungando no meu cangote, voltamos para dentro, subimos para o quarto.
— Então. — lá vem. — E se você deixar isso para lá, só ficar comigo o dia inteiro.
— Eu vou ficar com você o dia inteiro. — eu entendi o que ele quer, mas isso vai atrapalhar eu arrumar as coisas.
— Não desse jeito, sem fazer nada, só assistir filme em. — ele é muito ligado para as coisas da máfia, pede para fazer algo em casa, só na base da ameaça bichinho preguiçoso.
— Amanhã você vai para a Central, né? — confirmou. — Tudo bem.
Só guardei a mala, descemos para a sala de cinema, com um edredom na mão.
Entramos e fomos para o meio, ele com o controle na mão.
— Deixa eu escolher. — negou. — Que não o quê? Você só escolhe filme ruim, passa já esse controle pilantra.
— Calúnia, são filmes excelentes. — é nada.
Passou o controle, comecei procurar algum interessante, comédia não, romance não, animação não, filme "365 dias" nunca vi isso, a capa é bem sugestiva.
— Vamos ver esse. — coloquei.
Aconcheguei nele, o filme começou e eu prestando atenção.
— São mafiosos igual você, amor. — comentei.
— Sim, neném. — esse protagonista é bem do espertinho, mas meu mafioso é melhor que ele.
Gente, em menos de quinze minutos de filme já tem coisa pornográfica.
— Nossa. — resmunguei olhando, que agressivo.
Mexi inquieto olhando a cena, povo safado, avião não é lugar para isso.
— Justo você falando isso, fez bem pior que boquete no avião. — silêncio lobo.
Acabou finalmente, se ele só dura isso na vida real é precoce, fico até com a mandíbula doendo com o Hyunjin, não goza nunca misericórdia.
Melhor eu parar de pensar nisso, vou acabar ficando excitado e quero terminar de ver esse filme.
Foi passando o filme esses dois só nas provocações, apenas provocações.
— Eles não vão transar não? — Hyunjin perguntou.
— É, está demorando muito. — agora a bonita resolveu dar uma de peixe, humano não respira embaixo d'água, sorte que ele salvou ela. — Se ela morrer sem os dois transarem, mate eles.
— Claro, príncipe safado. — concordou.
Está acontecendo finalmente, fico até emocionado, após uma hora de filme isso precisava acontecer.
Estou ficando com calor, tirei o moletom deixando só a regata branca, quente, muito quente mesmo.
Porque nunca dá para ver? Não que eu queira ver isso lógico.
Fui até tombando a cabeça e prestando atenção para ver algo, mas não vi nada.
Em compensação tenho um completamente disponível para mim, usar quando quiser.
Coloquei a mão em cima de seu membro, mas continuei prestando atenção nesses dois coelhos que agora não param de transar.
Apertei devagar, sem pretensões de fazer nada.
— O que está fazendo, neném? — ouvi ele perguntando.
— Nada, por quê? — continuei assistindo e apertando.
— O seu nada é diferente do meu príncipe, não provoque se não vai aguentar as consequências. — ele fala isso para um brat.
Mesma coisa de dizer "continue provocando".
Deslizei a mão para dentro de sua calça, sem cueca como eu esperava, isso deixa mais fácil, só segurando passando o dedo na cabecinha brincando com o pré gozo.
Ouvindo ele suspirar, ele sabe que se avançar eu vou desistir o deixando literalmente na mão.
— Você é uma peste, Felix. — eu sei lobo.
Tirei seu pau da calça, meu brinquedo preferido.
Estou com a cabeça deitada em sua barriga apenas admirando o que me pertence, todinho meu.
— Príncipe, meu pau não é brinquedo. — quem disse?
— É sim, só meu. — beijei a glande e comecei descer com boca, até onde minha garganta permite.
— Porra. — senti sua mão no meu cabelo incentivando continuar, como se eu pretendesse parar.
— Não goza na minha boca. — voltei chupar, como estou deitado de lado ele tem livre acesso a minha bunda, ele se aproveitou disso.
Senti sua mão entrando na minha calça e apertando minha bunda.
— Em outra vida eu assisto esse filme, porque nessa meu Felix é muito pervertido e prefere transar. — Cleberson falou.
Gemi em seu membro quando senti um dedo me penetrando, ele está tentando tirar minha atenção, não vai conseguir.
Fui treinado pelo melhor, idiota.
Tirei da boca para respirar, sinto meu interior queimando pela excitação, essa é parte boa de ficar um bom tempo sem contato íntimo com ele.
Voltei colocar na boca, fui descendo, mas ele impulsionou o quadril na direção da minha boca, tirei.
— Não, quietinho aí. — quando eu quero tirar a paciência dele faço isso, depois ele toma o "controle" e acaba comigo.
Porque sem ele saber eu sempre estou no controle, afinal, uma palavra minha e ele não pode mais fazer nada.
Comecei masturbar ele apenas passando a língua na glande, é, eu gosto das torturas depois.
Afastei dele, tirei calça e cueca, sentei em seu colo guiei seu membro para sentar devagar.
— Não quer ser preparado? — neguei.
— Gosto da dor. — fechei os olhos absorvendo tudo que meu corpo está sentindo.
— Meu pequeno masoquista. — senti beijando meu pescoço, chupou na marca, quase perdi o equilíbrio. — Sensível como sempre.
Culpa sua!
Finalmente terminei de descer ele colocou as mãos na barra da minha regata levantando, levantei os braços o ajudando terminar de me deixar nu.
Sua mão foi direto para o piercing, deve ser fetiche.
Subi e desci devagar, ainda é muito difícil lidar com a nossa excitação.
— Quer ajuda, príncipe? — vou me arrepender disso.
— Sim. — eu sei que vou.
Vai me torturar.
[...]
Estava escovando os dentes após tomar banho, ao terminar limpei o espelho do vapor quente que a água causou, olhei as marcas no pescoço, sorri admirando elas.
Saí do banheiro já vestido, entrei no closet e Hyunjin está usando a toalha para secar o cabelo, tem um secador aqui, mas ele prefere a toalha.
Peguei o que uso para limpar o piercing, fiquei na frente do espelho, levantei blusa usando a boca para não deixar cair e comecei limpar o furo, não quero que inflame.
Pelo espelho vi ele me observando, pode aquietar esse fogo, você acabou comigo sem vergonha.
— Para de me olhar desse jeito. — falei após soltar a blusa, saí do closet e entrei no banheiro jogando fora o que usei.
— Que jeito? — sonso e cínico.
— Não seja sonso, estava me devorando com os olhos. — saímos do quarto, encontrei Pétrus no caminho peguei ele no colo.
— Estava não. — claro, e eu sou hétero.
Descemos a escada, soltei o gato após ele miar.
Fomos para a cozinha, ele realmente vai passar o dia no meu cangote.
Olhei a geladeira pegando a carne para o carnívoro, coloquei ele para me ajudar, não vai ficar só em cima de mim sem fazer nada, muito injusto.
Ao terminar sentamos para comer, mas logo ele levantou para buscar uma garrafa de vinho e colocar comida para o Pétrus.
Já estava fazendo um escândalo, como se passasse fome.
Peguei as taças e fiquei esperando ele voltar, apareceu com uma garrafa, abriu sem dificuldade colocando para nós dois após sentar.
Servi comida para mim, como sempre me concentrando apenas na comida, estava comendo de colher isso deixou uma mão minha livre, Hyunjin pegou quase me matando do coração.
— Está querendo me matar? Sabe que eu me assusto fácil. — ele rindo e eu bravo. — Por que pegou minha mão?
— Está sem aliança por quê? — não estou, olhei a minha mão, cadê a aliança?
— Agora eu morro de verdade, e se eu perdi no Brasil? — comecei desesperar.
— Calminha, ontem você estava com ela, está em algum lugar aqui em casa. — tu dizes.
Forcei comer, quando terminei fui para a sala de cinema, olhei cada canto do sofá espaçoso que estávamos, mas nada de aliança.
Subi para o quarto, desarrumei a cama para procurar, arrumei de novo quando não achei.
Sentei no chão sentindo já meus olhos cheios de lágrimas.
— Olha para o lado. — quê? Por quê? Ele não falou mais nada.
Olhei para o lado, bem perto da mesa de cabeceira vi ela caída ali, engatinhando até ela a peguei, coloquei no dedo.
Obrigado lobo.
Levantei, antes de voltar escovei meus dentes.
Hyunjin estava lavando a louça, peguei um bombom, sim, escovei o dente para comer doce.
— Achou? — mostrei a mão.
— Deve ter caído quando eu arrumei a cama. — falei.
Comecei secar e guardar o que ele já lavou, disfarçadamente olhando se está bem lavado.
— O que vamos fazer agora? — perguntou quando terminamos de arrumar a cozinha.
— Preciso colocar a roupa na secadora. — veio me seguindo para a lavanderia, um grude.
Ele me abraçando por trás enquanto fazia o que falei, voltamos ele ainda grudado em mim, peguei mais dois bombons e nós subimos.
Sentei na cama com a costa apoiada na cabeceira, e ele deitou usando minha coxa como travesseiro.
Estava comendo meu bombom e ele alisando minha perna, às vezes apertava.
— Você está me devendo algo, neném. — o que foi agora?
— Não lembro de te dever nada, amor. — falei.
— Mas está. — não estou.
— O quê? — perguntei até com medo da resposta.
— Um chá. — sabia que não devia nada.
— Tem de camomila, hortelã, chá preto, limão com mel, qual sabor vai querer? — bancar o desentendido.
— Podemos usar o mel. — marido safado, misericórdia.
— Não vai passar mel em mim. — cada coisa.
— Por que não? Você já passou chocolate em mim, e leite condensado. — eu posso.
— Foi uma delícia. — falei lembrando de quando fizemos isso.
— Pervertido. — ganhei uma tapa na coxa, como se eu não gostasse de apanhar. — Vai príncipe, por favor, prometo que não vou te torturar.
Mentiroso, todas às vezes que ele falou isso eu sofri na mão dele para conseguir gozar.
— Mas já fizemos sexo hoje. — vou precisar tomar outro banho, sem falar da bagunça que esse mel vai fazer.
— E? Já fizemos três vezes no dia. — já sei, somos como coelhos.
— São mesmo, como eu sofro, esses dois não podem ficar junto sem fazer nada que já vai transar. — é bom lobo, muito bom.
— Tudo bem. — concordei.
— Vou ir pegar o mel. — e eu sou o pervertido.
Ele saiu do quarto, coloquei um bombom inteiro na boca, levantei tirando o edredom e travesseiros da cama, dobrei e coloquei em cima da cadeira que tem no canto do quarto, não vou falar o motivo dela estar aí.
— Felix voyeur e Hyunjin exibicionista, pensando um pouco você descobre. — cala a boca fofoqueiro.
Tirei o lençol, peguei um que comprei especialmente para quando fizermos essas coisas, é impermeável, não vai sujar o colchão e é bem fácil para lavar depois.
Ele entrou com o vidro de mel na mão, está bem animado para fazer isso, consigo ver e sentir.
Tirei a blusa que estava usando, ele só está de bermuda, no momento estou apenas com um shortinho preto sem nada por baixo.
Eu vou ficar todo melado de mel, não encoste no meu cabelo.
— Não chegue perto do piercing com o mel. — avisei.
— Tudo bem, pode deitar. — subi na cama, não deitei totalmente, ele colocou o mel na mesa de cabeceira e veio para cima de mim. — Lindo.
Eu sei, mas pode falar mais.
Beijou minha boca que está puro chocolate, minha boca sempre está com o gosto de algum doce, na maioria das vezes é chocolate.
Se afastou só para pegar o mel.
— Abre a boca. — a vontade de soltar um "me obriga" é grande, mas apenas hoje farei os desejos dele sem desobedecer.
Abri e ele colocou mel na minha língua, voltou me beijar, gostei disso, continua.
É quase impossível eu sentir a excitação dele sem ficar excitado, ligados pela marca.
Mordeu meu lábio inferior, deu um selinho demorado antes de afastar sua boca da minha. Mas não afastou sua boca do meu corpo, foi descendo os beijos.
Olhei ele fazendo um caminho com o mel pelo meu tronco até o cós do shortinho, passou beijar e chupar os lugares com o mel, não vou negar, é bom.
No mamilo sem piercing ele passou e já começou brincar com a língua, fetiche certeza, perguntarei depois.
Passou pelo meu umbigo, só mais um pouquinho, continua descendo.
Subiu de novo para o meu pescoço, droga.
— Apressadinho. — ouvi ele falando, fiquei tentado em xingar ele.
— A culpa é sua. — na marca não, na marca não.
Gemi quando chupou a marca, passando a língua devagar, isso é tortura.
Voltou descer após colocar mais mel, se ele não descer tudo vai apanhar, meu pé está bem no rumo do pau dele.
Afastou o vidro com mel para tirar o shortinho, vi o lampejo de seus olhos vermelhos, nem pense em deixar o lobo tomar controle.
Quero andar amanhã, e depois também.
Sustentei meu tronco nos dois cotovelos para olhar o que ele vai fazer, despejou mel, ele nem gosta de doce, mas para fazer isso vira até formiga se for possível.
Pervertido!
Senti sua boca quente, porque tão bom? Fechei os olhos e me deixei levar por suas ações.
Meu celular começou tocar, abri os olhos e peguei para desligar.
— Atende. — nem sonhando. — Atende, príncipe.
— Você é um chato. — atendi.
— Oi Felix. — assustei ao ouvir a voz do Jisung.
— Oi Jisung. — Hyunjin me olhou, tira a boca daí agora.
— Está tudo bem? — para você ligar acredito que não.
Nenhum dos três tem meu número, eu troquei de celular nesse tempo porque Hyunjin deixou o outro cair na pia com água.
Onde ele conseguiu meu número?
— Claro, sem querer sem rude, porque está me ligando? — chutei levemente o pau do Hyunjin para ele tirar a boca do meu.
— Preciso da sua ajuda. — com o quê?
— Se eu puder fazer, o que seria? — perguntei com medo.
Agora Hyunjin está só com as mãos, prestando atenção para saber a resposta do Han.
— Minho está com depressão pós parto.........................
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