58
— Príncipe. — alguém está me balançando. — Hora de acordar.
— Se me balançar de novo, você vai dormir para sempre Hyunjin, me deixa dormir. — virei para o outro lado.
— Para de ser agressivo, já são meio-dia e tem consulta uma hora, precisa acordar, príncipe. — discordo, abri os olhos e virei para ele de novo.
— Por que preciso ir a essa consulta? — perguntei.
— Querem saber como está seu coração neném, vão continuar monitorando até você estar totalmente bem. — explicou.
— Tá! Se tiver algo para me furar você apanha. — levantei da cama, fui para o banheiro.
Só posso tomar banho de porta aberta agora, caso aconteça algo Hyunjin não vai precisar arrombar ela para me ajudar, até agora não aconteceu nada.
Tomei um banho rápido, apenas para despertar.
Porque estou acordando tão tarde? Fico até três horas da manhã assistindo série, é na cama com o iPad e fones para não atrapalhar o sono do Hyunjin.
Eu não posso fazer absolutamente nada que exija esforço físico, então está um tédio, por isso fico assistindo a série.
Já se passou uma semana desde o incidente Chan vem todos os dias, Soojin e vieram três vezes me fazer companhia quando Hyunjin precisou ir à Central.
Jimy também veio, mas foram apenas duas vezes porque a mãe fica perguntando onde ele vai, e ele é um péssimo mentiroso.
minho não mandou mais nada, nem a minha mãe.
Na verdade, ela ficou sabendo de mim pelo meu pai, ele me ligou e mandou mensagem perguntando como estou (ainda não sabe o que aconteceu).
Limpei o piercing e escovei meus dentes antes de sair, entrei no closet, hwang contratou alguém para arrumar, disse que eu poderia ficar muito cansado ao fazer isso.
E ele é preguiçoso.
Saí já com roupa e tênis, fui para a sala onde hwang me espera.
— Vamos? — confirmei, saímos da casa dele e o carro está na frente, ele abriu a porta para mim.
Coloquei o cinto após entrar, fechei os olhos encostando a cabeça no banco, fui o caminho inteiro dormindo, hwang me acordou quando chegamos.
Não demorou para eu ser chamada, a doutora explicou como iria fazer para meu coração voltar ter uma rotina normal sem os batimentos caírem ou aumentarem.
Colocou muitos fios colados em mim, e eu fui para a esteira.
Fiquei um bom tempo lá, que tédio!
— Pelo que posso ver, não vai demorar para você voltar a sua rotina, seus batimentos reagiram bem a esse estímulo. — ela falou tirando os fios. — Continue seguindo o que passei e em breve será liberado.
O que ela passou foi, não faça nada.
— Obrigado doutora, já posso ir? — confirmou. — Vamos hyunjin, estou com fome.
Coloquei meu casaco saindo do consultório, ele pegou em minha mão quando terminei me guiando para fora.
Serão longos dias até acabar essa tortura.
[...] Três semanas depois.
Não aconteceu nada de interessante, apenas que a médica me liberou ontem.
De resto minha vida, é comer e dormir. Tenho consultas com chan e com a doutora, único momento que faço exercício físico.
— Precisa mesmo fazer isso? — hwang perguntou segurando em minha cintura.
— Sim, preciso voltar para minha casa. — Passei um mês fora de casa, o tanto que irei ouvir não vai ser brincadeira.
— Você poderia ficar um pouco mais. — queria ficar direto, mas não sei pedir isso.
— Sabe sim, alguém traz um copo com uísque. — não entendi o lobo.
— Vai ser bom eu ir, ainda mais que ficará ocupado agora que o homem da China chegou. — falei. — Não se preocupe, eu irei ficar bem.
— É, a última vez que disse isso parou em um hospital, não consigo ficar tranquilo com você voltando príncipe. — falou isso a semana inteira. — Se falarem qualquer coisa para te ferir você promete voltar?
— Não, óbvio que vão falar amor. — ficou bravo. — Vamos, você precisa me levar já que não confia em mim dirigindo.
— Perigoso para você e o resto da humanidade. — calúnia, eu sou um ótimo motorista.
Entramos no meu carro, no caminho inteiro ele tentou me fazer mudar de ideia, quase conseguiu.
Eu já não quero voltar mesmo, ele sabe disso, vai insistir até conseguir o que quer.
— Certeza príncipe? — viu?
— Certeza, se algo muito ruim acontecer eu vou para sua casa, o resto eu aguento. — não aguento, tadinho do chan que vai ouvir tudo.
Ele me ameaçou, disse que mandaria o Petrus para outro país se eu não começasse a falar tudo, um pouco agressivo da parte dele como psicólogo.
Parou o carro em frente de casa, só estou voltando porque faz quinze dias que não preciso do respirador, e meu coração está bem de novo.
Mas hwang vai me levar em mais uma consulta para ter certeza, se der algo irei voltar para casa dele.
Não duvido dele mandar fraudar os resultados.
— Tchau! — falei me soltando do cinto. — Te amo.
— Eu também te amo príncipe. — saiu do carro e veio abrir a porta para mim.
Ele pegou minhas coisas no porta-malas,
segurou meu rosto com as duas mãos me beijando.
— Não deveria voltar, só acho. — não joga praga Cleberson.
— Fica bem neném. — beijou minha testa.
— Vou ficar. — preciso ficar. — Vai voltar andando?
— Não, ali meu carro. — apontou, vi o carro dele. — Haylie trouxe e vai ficar com Na-yeon.
— Entendi, tchau! — caminhei até a porta, acenei para ele sorrindo.
Agora vamos enfrentar o cão em forma de gente.
Abri a porta, a mochila está na minha costa e estou empurrando a mala de rodinhas.
Entrei em casa, meu pai está fazendo comida pelo cheiro, e pelo carro que está aí na frente Minho está aqui.
— Felix, senti sua falta. — Jeonghan me abraçou, ele me viu semana passada. — Como Hyunjin está?
— Também senti a sua, ele está bem. — falei.
Olhei para a sala minha mãe e Minho em um sofá, Jisung com Jeongin ocupando outro.
— Olá Jeongin e Jisung. — acenei para eles.
— Oi Felix. — me cumprimentaram normal.
— Minho? — só para ter certeza, virou o rosto. — Mãe.
— Como você passa um mês fora de casa e não manda nada, nem pediu permissão, está pensando ser quem? — vamos lá.
— Não sou um bebê, sou um adulto, não preciso de permissão para fazer o que quero, e sou Lee Felix seu filho caso tenha esquecido. — Minha paciência já está acabando.
Se ela terminar, vão se arrepender de cutucar a fera.
— Ainda tem coragem para me enfrentar. — levantou e veio brava para cima, cruzei os braços esperando. — Vou te ensinar a me respeitar como sua mãe.
— Se encostar um dedo em mim eu esqueço que você me colocou no mundo, mamãe. — falei a enfrentando. — Se vai me bater, bate, mas dorme de olho aberto depois.
— Abaixa essa mão agora, Iseul. — ouvi a voz do meu pai. — Você ficou louca, nunca encostou um dedo nele.
Boa sorte aí!
Peguei minha mala e subi para meu quarto, mulher doida!
Ela nunca levantou a mão para mim, eu também não dei motivo, agora com dezenove anos ela quer me bater, devo estar sonhando.
Fiquei no meu quarto guardando minhas coisas no closet, meu pai veio me chamar para comer, mas nem ferrando que vou sentar na mesa com ela após aquilo.
Ela me ensinou que a mesa é um lugar sagrado, lugar de união, não será isso da forma que me tratou na volta.
Troquei de roupa e deitei na cama, odeio esse colchão!
Estava assistindo a série quando bateram na porta, fiquei quieto para pensar que eu estava dormindo.
— É o Jeonghan. — levantei e abri a porta, ele estava com prato e um copo com refrigerante.
— Você não pode tomar refrigerante. — falei deixando ele entrar, fechei a porta de novo.
— Não é para mim, é para você. — me entregou os dois. — É melhor não ficar sem comer.
Ele ficou assistindo minha série enquanto eu comia, quando terminei ele levou embora.
Isso durou por duas longas semanas, às vezes eu simplesmente vou comer no restaurante da Shuhua. Não saí do quarto para nada, só fico aqui.
Hyunjin ficou muito bravo quando descobriu que minha progenitora levantou a mão para mim, eu não contei diretamente tipo (Amor, minha mãe levantou a mão para me bater), isso o fez ficar mais bravo.
No dia que saí com Jeonghan para ele experimentar a torta que tanto falo, estávamos comendo na confeitaria, surgiu o assunto e eu não percebi que os sinais que meu irmão fazia era para avisar que Hyunjin estava atrás de mim ouvindo tudo.
Flashback on.
— Ela nunca me bateu, não sei o que aconteceu para ela levantar a mão para mim. — e Jeonghan apontando sem parar para trás de mim, mexendo a boca. — Que foi?
— Hyunjin está atrás de você. — Deus, pode levar agora.
— Príncipe. — parou ao lado da mesa, ele está bravo, ele está muito bravo.
— Amor, bom te ver aqui. — falei sorrindo tentando esconder o nervosismo.
— Vamos conversar, vem. — esse é o momento Senhor.
— Já volto, Jeonghan. — eu acho.
— Boa sorte. — vou precisar.
Levantei-me e saí com ele da cafeteria, entramos em seu carro, ele respirou fundo.
— Por que não me contou que sua mãe quis te bater? — perguntou.
— Sabia que iria ficar bravo e eu estava certo. — falei. — E ela não me bateu.
— Mas faltou pouco, tem noção que se ela tivesse te batido eu esqueceria que ela é sua mãe e mandava para o quinto dos infernos? — sim, tenho noção. — Quando aconteceu?
— No dia que voltei. — falei baixo.
— E está escondendo todo esse tempo? Porque ela quis te bater? — respira fundo amor, ainda não contei que só fico no quarto.
— Porque eu enfrentei ela. — respondi. — Falei que sou um adulto e não precisava de permissão para fazer o que quero, desde então não saí do quarto para nada.
— Você deveria me contar, no mesmo instante você iria voltar para minha casa. — exatamente, é sua casa, não minha. — Se acontecer de novo, é para me contar Lee Felix.
— Ta! Ainda está bravo, né? — olhou-me como se fosse óbvio. — Eu estou bem, é triste ela pensar em me bater, mas não espero mais nada dela.
— O que aconteceu a última vez que falou estar bem? E para não me preocupar? — perguntou. — O que aconteceu, príncipe?
— Parei no hospital com parada respiratória. — respondi.
— Exatamente, eu não quero te ver no hospital de novo por culpa dos outros, por isso estou bravo. — que fofo ele preocupado. — Por que está sorrindo?
— É fofo você preocupado comigo. — falei.
— Claro que vou me preocupar, você é a pessoa que eu mais amo e me importo no mundo, não quero te ver machucado. — nem pense em me fazer chorar fariseu.
— Também não quero te deixar preocupado, mas não posso controlar as atitudes das pessoas, isso que Minho e minha mãe estão fazendo comigo é muito triste, afinal eu não esperava isso deles. — se me contassem cinco meses atrás eu iria rir. — Apesar que, esquece.
— Minho ainda não voltou falar com você? — neguei. — É sério que ele está te ignorando porque você não levou ele embora, você não é motorista particular.
— Sim, ele está me ignorando por isso. — tão imaturo. — Não posso fazer nada sobre isso, já tentei conversar com ele, sempre me ignora ou vira o rosto, Jeongin e Jisung estão normais.
— A sorte dele é que fiz trato com Jeongin sobre a segurança, caso contrário ele perderia isso. — é, ele está bravo mesmo.
Ele pegou o celular e ficou um tempo mandando mensagem para alguém, Hyunjin não consegue perdoar ninguém. Logo o resultado dessas mensagens vai aparecer, desde que não me atinja.
— Príncipe, quero falar algo sério com você. — que merda eu fiz?
— Não é pedir tempo, né? Eu juro que te mato, Hyunjin. — falei, ainda sou traumatizado com isso.
— Enlouqueceu? — bati no braço dele por cogitar que sou doido. — Não tem nada a ver com isso.
Sério? Que alívio!
— O que é? — perguntei.
— Já está na hora disso acontecer, eu iria esperar você falar. — falar o quê? — Você quer vir morar comigo?
Cara engraçado, é brincadeira né? Não é pelo jeito.
— Você e eu morando juntos? — só para ter certeza.
— Tem o Petrus também, mas é eu e você. — é um passo e tanto.
Vi que ele estava começando ficar preocupado pela minha demora em responder, sou devagar para entender tudo que está acontecendo.
— Vou falar com meu pai, mas eu aceito morar com você. — falei sorrindo. — Irei apenas avisar que estarei saindo de casa.
Não preciso de permissão, só quero avisar para ele estar ciente do que irei fazer com a minha vida.
Minha mãe não merece saber.
— Pretende ir hoje ou amanhã? — ri da afobação dele.
— Nenhum dos dois, preciso arrumar minhas coisas que não são poucas. — falei. — Te mando mensagem avisando quando irei, afobado.
— Não sou afobado. — imagina que não. — Só estou feliz que vai morar comigo.
— Vou voltar, preciso terminar minha torta se meu irmão já não comeu. — acredito que ele comeu. — Tchau!
Beijei ele, devagar as coisas vão se acertando.
Após me despedir dele voltei para a confeitaria, Jeonghan não comeu meu pedaço.
— Pensei que iria comer meu pedaço. — falei me sentando.
— Eu comi, e mais três pedaços, já pedi outro para substituir o seu. — Draga. — Resolveu com Hyunjin?
— Sim, não está mais bravo. — falei.
— Por acaso ele te chamou para morar com ele? — engasgo com a torta na hora. — Com certeza chamou.
— Como sabe? — perguntei.
— Voltou sorrindo tanto que seus olhos sumiram. — não notei. — Acredito que não irá contar para mãe sobre isso? Ela te impediria.
— Não vou contar, apenas para o pai. — o único que vem no quarto e pergunta se estou bem ou quero algo, o Jeonghan vive lá comigo.
Após acabar, saímos da mesa e fomos pagar por tudo.
— Sabe Felix, não acredito que vai me deixar para ir com o cara que daria a vida por você, péssimo irmão. — falou com deboche e sarcasmo. — Não fale mais comigo, sou muito imaturo para aceitar isso.
— Naja. — falei rindo, entreguei o cartão para a moça do caixa.
— Nem sou. — imagina, coisa da sua cabeça.
— Obrigada, voltem sempre. — Vou voltar, eu amo essa torta.
Saímos da confeitaria, entramos no carro, voltamos para casa.
Flashback off.
Agora estou no escritório do meu pai, aproveitando que minha mãe levou Jeonghan e Minho para comprar coisas para os bebês.
— Por que quis falar comigo aqui, filho? — perguntou.
— Nada em especial. — falei. — Eu quero contar que Hyunjin me chamou para morar com ele, e eu aceitei.
Ele respirou fundo, triste obviamente.
— Minha vontade era tanto você como seu irmão saírem casados de casa, mas não é a minha e sim de Deus, se ele decidiu que você está pronto para começar sua vida de casal com Hyunjin é porque está na hora, não vou colocar meu dedo na história. — falou. — Espero que seja muito feliz com Hyunjin.
— Obrigado por entender, pode ir me visitar, só o senhor. — deixe essa parte clara.
— É meu dever como pai entender você filho, e pode deixar que irei sozinho. — ótimo! — Quando você vai?
— Nesse final de semana. — respondi. — Queria comunicar o senhor antes de ir, não conte para a mãe.
— Não irei contar. — O melhor pai não tem.
Fui para o meu quarto, já estava arrumando minhas coisas, mas antes de voltar mandei mensagem para Hyunjin.
Falei com meu pai, ele aceitou e me apoiou.
Agora me concentrei em arrumar as coisas, hoje é quarta-feira até amanhã eu termino de arrumar tudo, para ficar livre na sexta-feira e mudar sábado de manhã.
Era noite quando eles chegaram, ouvi muitas risadas no primeiro andar, não era Jeonghan já que ele bateu na minha porta.
Abri, sei quando é ele pela batida.
— Minhas pernas estão me matando. — se jogou na minha cama, fechei a porta. — Nunca andei tanto na minha vida.
— Eu disse para você arrumar uma desculpa e não ir. — entrei no closet, ele veio atrás se sentando no puff.
— Não pensei que andaria tanto. — falou.
— É, cadê o que comprou? — perguntei, não vi sacolas com ele.
— No meu quarto, então quando você vai? — perguntou.
— Sábado de manhã. — falei.
— Nossa, falta pouquinho. — sim, e graças a Deus por isso. — Está ansioso para morar com ele?
— Bastante, tenho certeza ser diferente morar junto de apenas passar uns dias lá. — mas estou feliz.
— É bem diferente, morei dois anos com o traste então sei como é. — falou. — Você vai descobrir coisas sobre Hyunjin que nem imaginava, manias dele que provavelmente não vai gostar, costumes diferentes, são tantas coisas diferentes que pode enlouquecer.
— Está me assustando, Jeonghan. — ele riu.
— Fica tranquilo, mas isso é para colocar o amor de vocês à prova, aí você decide se vai aceitar todas essas diferenças ou cada um vai para o seu canto. — nossa. — Porque se tentar mudar ele, vai dar abertura para ele te mudar, então a solução é aceitar as diferenças.
— Até que morar dois anos com o demônio te ensinaram algo, obrigado pelo conselho. — falei.
— Além das minhas princesas, algo bom tinha que sair daquele relacionamento. — concordo.
— E o Pedro? — perguntei.
— Estou brigado com ele no momento, mas já aceitei que sou o errado da história. — rápido em admitir estar errado.
— Por que brigaram? — comecei colocar as jaquetas na mala.
— Eu briguei para ser sincero, teve baile no final de semana passado e como sempre o João posta aquele monte de story. — Nada de novo sob o sol. — Eu estava olhando só por diversão ele comentando a roupa do povo.
É, o João é comentarista da roupa que o povo usa nos bailes, profissão diferente eu diria.
— Algo que eu seria tranquilamente. — do jeito que gosta de falar dos outros, seria mesmo.
— Até ver no fundo do story, uma menina grudada na orelha do Pedro, ele disse ser a prima dele e eu disse que prima do cu é rola. — meu Deus, qual o seu problema criatura. — Mandei um áudio enorme xingando ele, só não chamei "santo", e agora estou arrependido querendo falar com ele.
É doido! Nunca desconfiei que não fosse meu irmão.
— Porque se arrepende? — perguntei.
— A menina é prima dele mesmo, e eu não deveria ter uma crise de ciúmes sendo que não somos nem namorados. — Faz sentido. — Mas não consegui pedir desculpa hoje, eu saí e ele não entrou no whatsapp desde hoje de manhã.
— Quando ele entrar você fala com ele, sobre não ser namorados é o de menos, eu sem conversar muito com Hyunjin quebrei um lápis na mão de tanto ciúmes. — Que tóxico eu era. — É uma coisa de irmãos o ciúmes.
— Pelo jeito é, falei da menina e nunca nem falei com ela, que vergonha! — tadinho. — Tô com vontade de comer sorvete, com oreo.
— Você é muito aleatório criatura. — falei. — Porque não comprou isso mais cedo?
— A mãe não deixou, se nascerem com cara de sorvete vai ser culpa dela. — reclamou fazendo bico.
— Dramático, vou trocar de roupa e te levar para tomar sorvete. — até pulou de felicidade, emocionado.
Peguei calça jeans preta e blusa de lã azul-escuro, fui para o banheiro e vesti, escovei o dente.
— Sai do puff. — falei quando voltei, sentei nele calçando o coturno, levantei-me pegando meu cartão e chave do carro, vestindo o sobretudo preto. — Vamos.
Peguei meu celular que estava na cama colocando no bolso, saímos do quarto e descemos, estão na sala conversando.
Saímos sem falar nada, destravei o carro, entramos e já coloquei o cinto.
— Nesse frio vai tomar sorvete, você é doido. — falei.
— Eu sei. — saí com o carro, pelo retrovisor vi Na-yeon me seguindo.
Onde eu vou, ela ou Haylie vai junto, e mais oito seguranças.
— Estava pensando em comprar um apartamento. — ele falou.
— Por quê? A mãe ainda te trata bem. — falei.
— Exatamente, "ainda" vai que ela surta comigo também. — é um bom argumento. — Ninguém esperava ela agir desse jeito com você, e está agindo, então antes que a bomba exploda para o meu lado irei caçar meu canto.
— Faz bem, se Hyunjin não me chamasse para morar com ele, eu também iria comprar um apartamento. — e nem seria aqui em Quebec. — Já viu lugar?
— Sim, eu tenho dois apartamentos em mente para comprar, um fica no centro e o outro é mais afastado da cidade. — falou. — A única diferença deles é essa são do mesmo tamanho, três suítes, sala de jantar com a cozinha juntos, sala de estar, um lavabo, varanda ampla e lavanderia, não quis muito grande porque tenho preguiça de limpar.
— Se esse é o pequeno não quero saber do grande. — falei. — É mobiliado?
— Não, mas o pai disse que vai me dar tudo de presente. — é outro mão de vaca como eu.
— Vai investir seu dinheiro? — confirmou. — Certo, melhor forma de não trabalhar.
— Trabalhar cansa, gosto nem de pensar que fico cansado. — dois preguiçosos.
— Três comigo. — Cleberson falou.
Chegamos ao mercado, a três quilômetros da casa do Hyunjin, bem perto. Saímos do carro, entramos e já fomos procurar o bendito sorvete.
Ele quer um sabor específico, baunilha com chocolate, colocamos na cesta dois potes, afinal eu também quero, mas irei comer em casa.
— Agora falta a bolacha. — falou, fomos para o corredor de bolachas e biscoitos. — Ali.
— Qual sabor você vai querer? — perguntei olhando todas as opções, eu peguei a tradicional.
— Morango e tradicional. — falou.
— Então pega. — ele colocou na cesta. — Algo mais.
— Precisa comprar colher, preciso comer antes de chegar em casa. — fomos para o corredor específico, peguei duas colheres.
— Vamos para o caixa. — caminhamos até lá, sem fila por não ser tão cedo agora.
Um homem passou nossas coisas, em cinco minutos estávamos voltando para o estacionamento. Encostamos no carro, ele abriu o pote de sorvete e colocou as bolachas.
— Delicioso. — Perfeito não é um desejo estranho.
Meu celular vibrou no bolso, peguei já sabendo quem mandou mensagem.
Hyunjin falando sobre o que falei com ele mais cedo do meu pai, e perguntando onde eu estava, era só ele perguntar para a Nayeon.
— É o Hyunjin? — confirmei.
— Está perguntando onde estou. — mandei a resposta. — Agora perguntou se estou com você, ele deve estar aprontando.
— E eu sou doido. — resmungou.
Após visualizar não mandou mais nada, coloquei o celular no bolso de novo.
Coloquei meu sorvete e minha bolacha no banco de trás, mais dez minutos ali e a draga já estava terminando o sorvete, boquinha nervosa.
Olhei para frente e vi o carro de Hyunjin estacionando duas vagas à frente da nossa, mas quem saiu do carro não foi ele, foi Pedro e uma moça que não conheço.
— Jeonghan. — ele estava com a cara pote tentando tirar o restinho. — Jeonghan.
— Que foi? E não me cutuca, vai furar desse jeito. — falou me olhando.
— Olha para frente criatura. — dei uma tapa na nuca dele, ele olhou e começou tossir sem parar. — Nem pense em morrer aqui, não sei fazer ressuscitação.
— Puta que pariu. — ele falou me passando o pote com a colher, sorte que não se sujou tomando sorvete.
Pedro parou na frente dele com a moça, deve ser a prima.
— Olá Jeonghan, eu sou Michele Santos de Oliveira, prima materna do Pedro. — estendeu a mão.
O povo do Brasil é tudo bilíngue.
— Yoon Jeonghan. — apertou a mão dela.
— Pronto, agora devolve meu celular seu pilantra. — ela falou com Pedro.
— Não fique mais no pé do meu ouvido falando mal dos outros em baile de novo e isso não irá acontecer. — tirou do bolso devolvendo para ela.
— Como você está neném? — falou com o celular, é doida! — Oi! Você deve ser o Felix, né?
— É, sou eu. — falei.
— Você sabe quem é Na... — começou pensar, Pedro levou meu irmão para outro lugar, safado! — Na o que mesmo meu Deus?
— Na-yeon? — sugeri.
— Isso, você sabe quem é? Tenho encomenda para ela. — mostrou uma caixinha retangular vermelha.
— Sei, é a chefe dos meus seguranças. — falei. — Vem, te mostro ela.
— Obrigada, Lipe só fala nela, besta apaixonado. — falou.
Seguimos para o carro parado atrás de mim, ao me aproximar ela desceu do carro com a arma na mão.
— Quem é? — perguntou se referindo a prima do Pedro.
— É prima do Pedro, tem encomenda para você. — falei, guardou a arma no coldre de novo.
— Lipe tem razão, você é muito linda. — olha ela ficando com vergonha. — Ele mandou te entregar isso.
Ela pegou a caixinha e agradeceu.
— Podemos ir ao mercado? — perguntou para mim.
Na-yeon voltou para o carro, o que tem na caixinha?
Fomos para o mercado no caminho, joguei o pote de sorvete vazio do Jeonghan no lixo, Michele deve ser uma beta já que não senti nenhum cheiro.
— Você é o namorado do Hyunjin, né? — confirmei. — Conheço ele.
— Como? — não seja nenhuma ex doida, em nome de Cristo.
— Amém. — Cleberson falou.
— Eu namorei a irmã dele por um ano. — nossa, respirei até melhor. — Estudamos o primeiro ano juntas em Harvard.
Mundo pequeno esse né.
— Por que terminou? — perguntei, sou curioso e isso é uma fofoca ótima para contar para a Sara.
— Ela terminou comigo, pensávamos diferentes em muitas coisas, e sou uma pessoa difícil de lidar. — ela está comprando doces.
— Entendo. — jeonghan tem razão, se não estiver disposto aceitar as diferenças da outra pessoa, o relacionamento acaba.
— Ela ainda está solteira? — então, como eu conto isso?
— Para ser sincero, ela não está. — respondi. — Está noiva.
— Nossa, é do círculo de amizade dela? Talvez eu conheça. — falou parando na prateleira de chocolate. — Uh! Chocolate amargo.
— Eu tenho certeza que você não conhece, é do meu círculo de amizade. — falei.
— É menina ou menino, afinal ela é bi. — isso eu não sabia.
— Menina. — respondi. — A Shuhua e Soojin.
— A tá! — demorou para ela raciocinar. — Espera, quê? São duas?
— Sim, duas meninas que estudavam comigo, shuhua é brasileira como você e a Soojin é do Canadá mesmo, mas a mãe dela é brasileira. — Hannah gosta do Brasil, né?
— Meu Deus, nunca imaginei ela em um relacionamento com duas pessoas. — fique tranquila, não foi a única. — Se ela está feliz é o que importa, será que meu primo já conseguiu o perdão do seu irmão? Quero ir para o hotel, estou com sono.
— Com certeza já, meu irmão já está totalmente rendido. — falei.
— Eu não deveria nem vir, mas a anta vai falar que sou prima dele, como se alguém perdoasse os primos. — né Hyunjin? — Ele deveria falar "fica tranquilo, ela é lésbica", nem eu acreditaria se falasse "é só minha prima", desculpa esfarrapada para comer parente.
Meu Deus, que menina doida!
Ela está falando isso perto do caixa, que está vermelho de vergonha, tadinho.
Eu tenho uma shuhua na minha vida, isso não me atinge mais.
Saímos do mercado e ela falou como foi barato o que comprou, para mim, que moro aqui não foi nada barato.
— Mas você é mão de vaca. — detalhes lobo, apenas detalhes.
— Com certeza perdoou. — falou olhando os dois se beijando encostado no carro de Hyunjin. — Povo safado, beijando no meio do estacionamento, influência para as crianças serem gays.
— Mas você é lésbica. — falei sem entender.
— Eu sei, só estou zoando, as crianças de hoje nem precisam de influência, nascem segurando a bandeira lgbt. — agora eu entendi, aí eu ri.
Lerdo de mais.
— Pedro eu quero ir embora, e você é minha carona, terá tempo para beijar o jeonghan. — ela chegou falando. — Rápido, eu tenho um bebê para alimentar.
— É só o gato. — ele falou após separar do meu irmão.
— Não fale assim dele, vamos que ele deve estar com fome. — falou. — Bom conhecer você Felix, jeonghan eu sou lésbica e jamais iria me interessar pelo meu primo, beijinhos de luz.
Entrou no carro comendo o doce que comprou.
— Ela é doida assim mesmo. — Pedro falou.
— Como conseguiu fazer Hyunjin te emprestar o carro? — perguntei.
— Era isso ou me trazer aqui, e ele jurou acabar com a minha vida se eu arranhasse o carro. — é, bem a cara dele falar isso.
— Entendi, te espero no carro Jeonghan. — falei. — Até Pedro.
— Até. — fui para o meu carro, fiquei lá esperando o jeonghan, passou vinte minutos e ele veio batendo na janela, abri.
— Vai dormir com Pedro, já sei. — tão previsível. — Se cuida, e volte amanhã se não quiser a mãe falando na sua cabeça.
— Tudo bem, te vejo amanhã. — fechei o vidro, ainda vi Michele passando para o banco de trás e Jeonghan na frente com Pedro.
Coloquei o cinto, liguei o carro e saí do estacionamento na frente deles, fui para casa orando para que todos estivessem dormindo e eu não precisasse explicar nada.
Saí do carro após chegar, peguei o sorvete com a bolacha, entrei em casa e as luzes estão apagadas.
Subi para o quarto sem fazer barulho, sentei na cama e tomei o sorvete, assistindo um filme de comédia romântica. Quando terminei joguei o pote e a colher no lixo, a bolacha levei para o closet comer enquanto termino de arrumar as coisas.
Tirei o coturno trocando pela pantufa, troquei a roupa para uma mais leve. Assim foi a minha madrugada, comendo e arrumando, música no fone.
Quando deu três horas da manhã, a cabeça do meu pai apontou no closet, que susto.
— Desculpa te assustar e entrar no quarto sem bater, mas cadê seu irmão? — perguntou.
— Tudo bem pai, Lembra do Pedro? — confirmou. — Ele está na cidade, e Jeonghan está com ele.
— Mas ele volta amanhã né? — confirmou. — Falar para o Jeonghan avisar o Pedro que amanhã irei almoçar com ele.
— Alguém se fudeu, e não fui eu. — o lobo cantou.
— Tadinho, mal chegou e já vai ser ameaçado. — falei. — O que faz acordado?
— Estava orando, agora vou voltar dormir, deveria fazer o mesmo. — para quê dormir? — Boa noite!
— Boa noite! — ele saiu em seguida.
Fui até às cinco da manhã arrumando tudo, agora eu vou dormir.
Apaguei a luz do closet, peguei o moletom de Hyunjin e vesti, assim que eu consigo dormir sem ele. Antes de deitar fui ao banheiro e escovei o dente, voltei e me deitei.
Sentindo o cheiro dele eu dormi.
[...] Sexta-feira 12:30 PM.
Estou deitado na cama assistindo vídeos sobre umas coisas que eu quero aprender, coisa besta.
Já arrumei todas as minhas coisas, afinal amanhã eu vou para a casa de Hyunjin.
Estou muito ansioso!
— felix, abre. — ouvi a voz do jeonghan, levantei e abri a porta para ele.
— Que foi? — perguntei me sentando.
— Vim te chamar para o almoço, a mãe mandou você descer. — Droga! — Tentei te ajudar, mas ela quer todos na mesa.
— Ta! Eu já desço. — última vez mesmo. — Todos estão aqui?
— Os de sempre. — falou. — Te vejo lá.
Entrei no quarto e troquei o shortinho por uma calça jeans, a blusa do pijama por um moletom roxo, calcei o tênis porque após o almoço preciso ir comprar uma coisa.
Coloquei o de sempre no bolso, saí do quarto e desci para a sala de jantar, sentei ao lado do Jeonghan, fiquei a ponta pode se dizer.
— Vamos comer em família hoje. — minha mãe falou se sentando.
Família? A tá!
Coloquei bem pouco para terminar logo e me livrar dessa farsa toda, os únicos conversando é minha mãe e Minho, apenas.
Começou a falar da gravidez quando estava comendo a sobremesa, Jeonghan tentava mudar o assunto, mas nada deu certo.
Desde que não toque no meu nome, vai ficar tudo bem.
— felix. — Olhei para ela. — Sabe o que é uma boa ideia, você dar o caderno que anotou tudo sobre como lidar com o bebê nos primeiros meses após o nascimento, para o Minho.
Deus, eu avisei que se minha paciência acabasse a coisa iria ficar feia, entrego o resto dela nas suas mãos nesse momento.
— Você não usou, mas o Minho vai usar. — acabou.
— Isso mãe, esfregue mais na minha cara que eu não pude ter o meu filho nos meus braços. — falei ainda com calma. — Não é suficiente falar o tempo inteiro na minha cabeça sobre a gravidez, precisa jogar na minha cara que na minha vez não deu certo, já não basta me jogar de escanteio por não poder gerar, falem bastante disso pode falar a vontade o Felix já superou a morte do filho.
— Não foi... — começou a falar.
— A senhora já falou demais, chegou a minha vez de falar e você vai ouvir. — a calma está acabando. — Como superar a morte do filho, não faz nem um ano que o Benjamin morreu e vocês já esqueceram, claro não foram vocês que enterraram o próprio filho, quem passou por isso fui eu, quem sentiu a dor dilacerante fui eu, a vontade de acabar com a própria vida por não ver sentido nela sem o filho fui eu.
— Eu estava do seu lado... — Minho falou.
— É, estava no passado, porque bastou eu não te levar embora que virou a cara para mim como se nunca tivesse me conhecido. — falei. — Você e a mãe foram as maiores decepções da minha vida, o engraçado é que eu nunca fiz nada para vocês, nunca dei motivo para isso acontecer e de repente virei alvo de duas cobras.
— Mas eu. — Fiz "Shiu" para ele, ainda estou falando.
— Vocês são os causadores das minhas crises, você se dizia meu melhor amigo e não notou como eu estava péssimo com tanto assunto de gravidez. — os dois noivos estão de cabeça baixa. — Pedir para eu fazer seu chá de bebê, quando não tive a oportunidade de fazer do meu, e não perceber o quanto aquilo me afetou.
Já estou acabando.
— Falar que sou um péssimo amigo por não te levar embora, eu tenho cara de motorista agora. — palhaçada. — Para a informação de vocês eu estava tendo uma parada respiratória, olha só né que legal, tive duas paradas cardíacas e a culpa é de vocês que insistem em me colocar em coisas que me machucam, tive que passar duas semanas usando respirador.
A vontade de chorar já está batendo.
— Eu tinha a senhora como exemplo de mulher, e você acabou com tudo. — falei segurando o choro. — A última coisa que falei antes de ficar inconsciente pela parada respiratória, não foi "chamem a minha mãe", foi "não chama a minha mãe", você era o colo que eu procurava quando não estava bem, quem cuidava dos meus machucados, quem me ensinou tudo que sei sobre a vida, agora você é quem causou os machucados e os piores que não são físicos, são na alma.
Não chora, ainda não.
— Vocês nem se importaram se eu estava bem, se algo aconteceu, só ficaram falando de mim pelas costas enquanto eu lutava para viver na cama de um hospital, isso foi como uma faca no peito. — só mais um pouco. — Espero que seu filho tenha muita saúde, e que você seja muito feliz Minho, que você possa conseguir tudo que eu não pude com Benjamin, saiba que eu nunca fiquei triste por você estar grávido.
Limpei uma lágrima que escorreu.
— Mãe, não sei o que te fez mudar comigo, mas isso não importa mais, uma mãe jamais deveria fazer isso com o filho. — falei. — Não me procurem mais, adeus.
Levantei-me da mesa e saí de casa, deixando as lágrimas saírem.
Autora on.
— Onde ele está indo? — Haylie perguntou para Na-yeon, seguiam Felix com o carro.
— Não sei, não é caminho do cemitério nem da casa do Hyunjin. — respondeu a outra.
Felix apenas parou o carro em uma rua longe de sua casa, chorando muito.
— Ele só quer se esconder. — Na-yeon falou. — Não pensei que ele falaria tudo aquilo.
— Nem eu, ele parecia querer sair da casa em paz. — Haylie falou. — Não é melhor nós levarmos ele para Hyunjin, ele não vai conseguir dirigir chorando.
— Sim, está com o respirador aí né? — confirmou. — Não podemos bobear.
Na casa que Felix deixou para trás, ainda estão recapitulando.
— Eu perdi ele, eu perdi meu melhor amigo. — Minho começou chorar para o noivo. — Como eu não vi que ele não estava bem?
— Porque estava olhando apenas para o próprio umbigo, até eu percebi que ele estava incomodado com vocês falando vinte e quatro horas da gravidez, eu nem sou íntimo dele. — Jisung falou. — Agora vai precisar se esforçar muito para conseguir ele de volta, vocês quebraram ele.
— Por que não está chorando? — Minho perguntou para Jeonghan. — Ele acabou de dispensar todos nós.
— Primeiro, ele não dispensou, isso será o melhor para a saúde mental dele, quando você se machuca com algo você não fica próximo daquilo, você se afasta. — explicou. — Segundo, ele dispensou você e a mãe, eu já sabia de tudo que ele falou.
— Como? — a mãe perguntou.
— É que eu fiz algo de outro mundo, muito difícil de fazer, liguei e perguntei "está bem? Aconteceu algo com você? ''. — falou fazendo questão de mostrar que se tivessem perguntado Felix contaria. — felix nunca escondeu que estava mal, ninguém perguntou, essa é a questão, vocês não se importaram com a saúde dele.
— Ele não mostrou nada. — Minho tentou contestar.
— Claro que não, super normal ele ficar mudo e querendo chorar quando falávamos da gravidez perto dele, ou passar uma semana sem dormir, é, o Felix estava muito bem. — falou com sarcasmo. — Tchau! Que Deus tenha misericórdia da alma de vocês, porque Hyunjin não vai ter quando ver que fizeram felix chorar de novo, se ele tiver uma crise espero que estejam de bem com Deus, porque ele mata vocês.
— Mas eu sou a mãe dele. — não exerceu muito bem, mas é.
— Vai nessa que ele liga, o Hyunjin respeita quem está com Felix, e vocês deixaram de estar quando ele disse, foi o que mesmo "não me procurem mais, adeus". — o deboche é de irmãos. — Vão orando para o Felix se compadecer de vossas vidas. — olhou as horas no celular. — Ele já deve estar chegando lá, é melhor começar orar.
Acenou antes de sair, estava esperando Pedro vir buscar ele.
O pai dos gêmeos não se preocupou com as palavras do filho, sabia que não estava incluso naquele "adeus", e ele lembrava muito bem da morte de seu neto, todo mês visitava o túmulo.
— Você sabe onde Hyunjin mora, eu quero pedir desculpa. — Minho chamou a atenção de Jeonghan que digitava no celular.
— Eu sei, mas não vou te falar. — falou.
— Por quê? Eu quero consertar as coisas. — um pouco tarde.
— Vamos por parte, Felix não vai querer te ver tão cedo, se quer consertar as coisas dê um tempo para ele se curar do que aconteceu. — não parou de digitar. — Acredito que uma faca no peito demora um pouco, então tenha paciência, e eu não daria o endereço do maior mafioso para você, pirou de vez? Quer que eu morra?
Loucura passar o endereço do Hyunjin.
— Minha carona chegou, tchau! — entrou no carro com Pedro. — Por que demorou? Mais um pouco e talvez eu apanhasse para Minho conseguir o endereço do Hyunjin, vi minha vida passando na frente dos meus olhos.
— Você é um dramático docinho, ele não iria te bater. — Pedro falou.
— Já falei para não me chamar "docinho". — falou bravo.
— Mas é docinho, eu não tenho culpa disso. — recebeu uma tapa no braço.
— Tá! Não chamo mais. — em voz alta.
— Nossa, você está de quatro pelo coreano, primo. — Michele falou, Jeonghan quase desmaia pelo susto. — Nem disfarça a cara, besta!
Na-yeon e Haylie levavam Felix para casa de Hyunjin, um segurança levou o carro do ômega.
Ele estava chorando baixinho com a cabeça encostada no vidro, o alfa já sentia que seu neném estava vindo, e sabia como ele iria estar.
Não demorou para o carro parar na frente da casa do mais velho, ele abriu a porta esperando felix sair.
— Obrigado por me trazerem. — agradeceu as duas ômegas.
— Não foi nada, se cuida felix. — Haylie falou.
— É, se cuida. — Na-yeon falou.
Saiu do carro, andou até o alfa e levantou os braços, Hyunjin o pegou no colo levando para dentro, fechou a porta com o pé.
O mais novo chorou molhando o moletom do Hyunjin, subiu para o quarto que eles iriam passar a dividir, deitou na cama ainda segurando felix.
— O que aconteceu, príncipe? Quem te fez chorar? — perguntou baixinho fazendo carinho nas costas do menor, o acalmando com seu cheiro.
— Eu falei tudo, eu não aguentei mais e falei amor. — falou chorando.
— Tudo que sentia, neném? — o choroso confirmou. — Descansa, quando tiver melhor você me conta.
Assim ele dormiu abraçado com Hyunjin após chorar muito, e a última vez que iria chorar pelo que aconteceu. Seu corpo já estava cansado, não iria aguentar muito se continuasse guardando.
Quando acordou já era noite, seu namorado permanecia ao seu lado, ficou quietinho para não perder o carinho que estava recebendo no cabelo.
Ficou um bom tempo em silêncio, apenas fazendo de sua mente uma bolha.
— Vai ficar quietinho aí, príncipe? — ouviu a voz de seu alfa.
— Sim. — respondeu. — Como percebeu que eu acordei?
— Você respira fundo duas vezes após acordar. — esse o conhece muito bem. — Está se sentindo bem? A respiração está boa?
— Estou me sentindo cansado, e minha respiração não está tão boa, meu nariz está trancado por eu chorar muito. — falou. — Mas logo passa, eu tenho roupa aqui, né?
— No closet, agora pode me contar o que aconteceu? — perguntou.
— Posso tomar banho primeiro? E tem remédio para dor de cabeça? a minha está latejando. — Hyunjin confirmou.
O menor se soltou do outro saindo da cama, entrou no closet grande, viu que estava maior e uma parte enorme sem nada.
— O que aconteceu com seu closet, amor? — perguntou.
— Mandei aumentar uma parte, pegando do outro quarto. — respondeu do quarto.
Pegou roupa para si, foi para o banheiro. Tomou um longo banho, para tirar todo cansaço de seu corpo, saiu e escovou o dente com sua escova reserva.
Limpou o piercing antes de vestir roupa, bermuda moletom preta e camiseta preta, colocou a toalha em um dos ganchos.
— Está com fome? — Hyunjin perguntou quando o menor saiu do banheiro. — Seu remédio.
— Só um pouco, depois eu faço a janta. — se sentou na cama, tomou o comprimido com água. — O que quer saber?
— O que te fez chorar de novo? — perguntou.
— Bom, tudo começou no almoço. — ele contou cada parte, tudo o que levou ele chorar e vir antes do tempo para a casa do namorado. — Você não estava ocupado, né?
— Não príncipe, e para você eu nunca estou ocupado. — colocou o outro em seu colo. — Sabe que haverá consequências para isso que fizeram, né?
— Eu quero pedir para você não fazer nada. — Hyunjin ficou emburrado na hora. — Não faz essa cara, já que você não acredita em Deus, deixa a vida cobrar deles.
Já Felix acreditava em um Deus de justiça, e estava contando com uma maravilhosa.
— Tem certeza mesmo? Absoluta? — o menor confirmou. — Você não entendeu príncipe, tem certeza mesmo que não quer que eu faça algo?
— Tenho amor, você é muito radical quando se trata de me defender. — é, ele mata para te defender.
O celular do alfa tocou, felix aproveitou e saiu da cama, calçou a pantufa antes de sair do quarto desceu a escada.
— Petrus, na mesa de novo. — falou com o gato. — Hyunjin vai acabar te fazendo na janta.
Foi para a cozinha, olhou a geladeira procurando o que iria fazer, após decidir começou os preparos. Enquanto mexia uma das panelas, Hyunjin o abraçou por trás, assustando o mais novo.
— Como vai pegar suas coisas? — perguntou.
— Vou falar com meu pai, assim que minha mãe sair de casa, eu vou e pego tudo. — respondeu.
— Estou namorando alguém fugindo da mãe. — deu uma cotovelada nele. — Isso doeu.
— Quieto, preciso de silêncio para fritar esse frango. — com a pontinha do pegador colocou no óleo quente.
— Sabia que a pele humana faz esse mesmo barulho quando coloca em um barril cheio de óleo quente? — felix riu.
— Ótimo assunto para começar amor, parabéns. — falou sendo sarcástico.
— Não é um assunto, é apenas uma curiosidade. — se defendeu.
— Hyunjin, desgruda um pouco e pega essa vasilha atrás de você no balcão. — Felix falou concentrado em não se queimar.
— Por que você não pega, príncipe? — o menor o olhou bravo.
— Porque tem um um alfa fungando no meu cangote enquanto eu frito frango, pega logo, tenho uma panela de óleo na minha frente e posso jogar em você. — ameaçou o outro.
— Agressivo. — tadinho, logo se arrepende de morar com Felix.
— Lembre que não tenho devolução, vai ter que me aguentar para sempre. — falou.
Os dois comeram conversando, Hyunjin conseguiu fazer Felix provar de seus vinhos caros. Se arrependeu quando precisou correr atrás do ômega que bebia seu vinho caro no bico da garrafa, não conseguiu pegar.
— Príncipe, eu desisto, cadê você? — falou no corredor dos quartos.
O mesmo diminuiu seu cheiro para Hyunjin não encontrar tão facilmente.
Desceu para a sala de jantar e lá estava o fugitivo, pegou a garrafa de vinho, vazia.
— Bebeu tudo? — perguntou assustado.
— Sim, estou ótimo, então não é forte. — falou.
— Esse tem o tempo de fermentação, vai se arrepender de beber tudo. — logo o resultado iria aparecer. — Onde se escondeu?
— No armário da cozinha, ser pequeno nesses momentos é ótimo! — respondeu.
Hyunjin ficou lavando a louça e Felix subiu, tomou outro banho por detestar ficar com cheiro de fritura, mas foi rápido, escovou os dentes antes de sair.
No closet vestiu apenas cueca preta e camiseta branca do alfa, estava se sentindo muito aceso pelo vinho que tomou.
Deitou na cama, nenhuma posição o deixava confortável o suficiente, a última que tentou ocupava os dois lugares na cama grande.
Ficou encarando o teto sentindo formigamento em lugares estranhos do seu corpo.
— Vai dormir assim, príncipe? — Hyunjin perguntou após entrar, o ômega só murmurou "Hum". — Eu pretendia dormir com você, mas parece que quer estar sozinho.
Felix rolou na cama ficando em um lado só reclamando, o alfa riu e entrou no banheiro para tomar banho.
Quando saiu o ômega estava na mesma posição, entrou no closet para se vestir.
— Príncipe, por que está quieto? — perguntou saindo apenas de calça moletom preta.
— Pensando. — em como não se tocar.
— Bebida alcoólica e Felix não combinam. — o lobo falou.
— Por que está deitado assim? — se deitou ao lado do menor, que está de barriga para baixo olhando a porta do banheiro.
— Porque sim. — respondeu.
Ele não queria se tocar na frente de Hyunjin, seria muita afronta após ser proibido de fazer isso, então estava quase morrendo.
Hyunjin o tirou da posição que estava abraçando ele como conchinha, com a mão em sua cintura.
— Boa noite! — beijou o pescoço do outro.
— Boa noite! — não desce a mão, não desce a mão, ficou repetindo isso em sua cabeça.
O alfa desceu a mão da cintura por puro costume, já entendeu porque o ômega estava estranho.
— Então bebida alcoólica deixa meu príncipe excitado?..........................
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