13
Por isso fui mais rápido e finalmente juntei nossos lábios.
Felix pensava se aquilo realmente era real, se ele estava beijando Hyunjin.
Pensou tanto que se afastou não entendendo, estava com os olhos arregalados. E se Hyunjin não fosse o beijar?
Mas sim ele iria, pois, juntou os lábios novamente com o ômega, queria sentir o gosto de hortelã. Os lábios eram tão macios que pensou se era de verdade.
O beijo era calmo, o universo resolveu parar só para apreciar aquele momento histórico, o início da volta das espécies perdidas.
Os corpos estavam quentes, Felix sentia a mão de Hyunjin fazendo leves carícias em seu rosto, ele sinceramente pensava que aquilo era um sonho.
Hyunjin que sempre observou Felix de longe, como o mais novo reagia em sua presença, e como suas amigas nada discretas entregavam ele de bandeja.
O alfa estava eufórico, desde que pôs os olhos no ômega no estacionamento anseia por esse momento. Ele não teve a oportunidade de mostrar como se sentia a respeito do mais baixo, sempre de longe, deixando Felix se acostumar com sua presença.
Quando veio dar sua primeira aula na escola, não esperava encontrar sua alma gêmea perdida, seu lobo estava num estado de combustão.
Infelizmente eles ainda são humanos e precisam de ar. O beijo cessou devagar, antes de se afastarem totalmente um selinho rápido foi dado.
— FINALMENTE SENHOR, ACREDITEI QUE IA MORRER - o lobo de Felix comemorou.
Felix não sabia o que falar, e nem como esconder o sorriso que estava se formando em seus lábios, apenas esperava a reação de hyunjin.
— Uau - o alfa pronunciou surpreso - Pensei que fosse se afastar - o menor apenas negou abaixando a cabeça, era tímido demais para certas coisas.
— Eu tenho que ir, antes que volte a chover - o ômega pronunciou baixo - Até Hyunjin!
— Até Felix - Hyunjin se despediu, não queria forçar o ômega conversar, ele entendia o quanto o menor era tímido, não queria o deixar em uma situação desconfortável.
O ômega se curvou e saiu do carro, deu um tchauzinho antes de o alfa ir.
Após isso entrou em casa dando de cara com uma ômega extremamente curiosa.
— Quem te trouxe? - foi a primeira pergunta, Felix tirou a bota antes de seguir caminho.
— Uma amiga mãe - falou querendo subir para o seu quarto e surtar no travesseiro.
— Sua "amiga" tem nome? - insistiu no assunto.
— Mãe, por favor, me deixa ter segredos? - pediu.
— Tudo bem, mas só esse - se deu por vencida - E que história é essa de brigar na escola?
— É Felix, você nunca foi disso - o pai que até então estava quieto no sofá resolveu falar.
— Primeiro que não fui eu que briguei, foi a soojin, e por uma boa causa, defender a shuhua, segundo foi a doida lá que veio procurar encrenca - se defendeu.
— E com quem ela pensa que você estava envolvido? - o pai perguntou.
— Alguém - respondeu como se não fosse importante.
— Ele chegou na fase de esconder as coisas de nós, amor - a ômega falou fazendo drama.
— Sem drama, mãe, eu apenas quero privacidade - o ômega falou e começou subir as escadas com suas coisas.
— Cresceu tão rápido - a mãe falou fingindo emoção.
— Ele nem cresceu Iseul - respondeu o alfa em tom zombeteiro.
— Eu ouvi isso pai - o ômega reclamou já no segundo andar.
Felix on
Após guardar minhas coisas, fui trocar de roupa, coloquei algo leve, de pesado já bastam meus pensamentos.
Vesti uma calça de pijama, e uma blusa de manga comprida. Agora na cama já posso surtar.
EU NÃO ACREDITO QUE EU BEIJEI HWANG HYUNJIN!
— Nem eu - o lobo se intrometeu.
Ele beija muito bem, e foi tão respeitoso, muito fofo.
Preciso contar para alguém!
— Língua solta.
Vou falar com Minho, ele vai me entender, as meninas são muito escandalosas, capaz de fazer cartazes dizendo "Lee Felix beijou Hwang Hyunjin" e espalhar pela escola.
Passei a tarde surtando com Minho, ele disse que estou muito apaixonado, eu concordo, é a minha primeira paixão, primeira vez que sinto algo tão forte assim
— Enfim, o destino.
Queria ter coragem para mandar mensagem, mas ele vai achar estranho, eu queria ser diferente, ser tímido me impede de fazer tanta coisa, me sinto preso em muitas situações.
— Beijar tranquilo, agora mandar um "Oi Hyunjin" por mensagem é passar dos limites - Deus não tinha um menos debochado?
— Fica na sua debochado.
Estava apenas encarando teto pensando em tudo que aconteceu ultimamente, e é muita coisa para processar.
Hyunjin fez uma bagunça legal na minha vida estável e monótona.
Eu gosto dessa bagunça!
Porém, algo que Minho perguntou não sai da minha cabeça, o que seremos a partir disso?
— Casados
Talvez ele só tenha me beijado por impulso...
— Impulso? Quando você se afastou ele te grudou de novo - o lobo se intrometeu.
Eu realmente queria saber o que vai acontecer. Só vou tentar não criar esperanças, nem criar teorias onde não existe nada.
Hyunjin é um homem adulto ele vai saber se portar diante essa situação, eu vou ficar esperando pela atitude dele.
[...]
Por algum motivo desconhecido eu acordei de mau-humor, realmente não existem motivos, mas eu quero matar alguém!
— TPM certeza - o lobo concluiu.
— Isso não é possível.
Fui para o banheiro querendo chutar tudo que estava no caminho, mas minha mãe me mata se eu fizer isso.
Após tomar banho e escovar os dentes, entrei no closet para me vestir. Hoje é sexta-feira a escola exige uniforme, e minha relação com ele é de amor e ódio, hoje eu o amo, semana que vem quero jogar ele pela janela e fingir que o cachorro comeu.
O uniforme consiste em calça social preta, camisa social de manga comprida branca, e o terno na cor bordô, com o símbolo da escola no lado esquerdo, tem também a gravata, mesma cor do terno com listras finas douradas
Eu sempre uso a camisa pra fora da calça, acho mais estiloso, me sinto em um filme americano adolescente. Após calçar meu sapato, fui tentar arrumar meu cabelo.
Ultimamente ele declarou guerra contra mim, e eu estou perdendo.
A cor natural dele não é preto, eu nasci loiro, mas chamava muita atenção os fios quase dourados, então comecei pintar. O problema é que resseca demais, vou falar com meus pais sobre deixar ele loiro novamente.
Peguei minhas coisas e saí do quarto.
— Bom dia pequeno - minha mãe falou quando me viu entrar na cozinha.
— Bom dia, mãe - falei, na geladeira peguei minha garrafinha e guardei na bolsa.
— Seu pai abasteceu seu estoque de balas, está na primeira porta do armário - ela falou apontando para o armário.
Abri a porta e tinha pelo menos uns vinte pacotes de balas, 85% era de hortelã, o restante era sabores variados.
— Se você ficar doente de tanto comer doce, eu faço seu pai na janta - minha mãe reclamou.
— Não mate meu pai por me amar demais - de onde eu estava consegui ver o olho dela dando duas voltas, ela pensa que ele me mima muito, eu discordo.
— Eu concordo com ela.
— Vai ser lobo dela então.
— Não fique com ciúmes, tem Cleberson para todos - a sorte dele é que não tem como eu o agredir.
— Vai ficar parado aí até quando? - ela perguntou vendo que eu ainda não saí de perto do armário, peguei um pacote de hortelã e um de morango, as meninas não são tão fãs de hortelã como eu.
— Tchau! - acenei saindo da cozinha, ouvi ela se despedindo antes que eu saísse.
Após colocar duas balas na boca segui meu caminho para a escola, meu humor melhorou conforme eu sentia o gosto de hortelã.
Vou nem comentar sobre o que se passa na minha cabeça, porque é bem óbvio.
Quando cheguei na escola entrei pela entrada principal, evitando certas pessoas. Lembra quando eu falei sobre meu humor estar melhor? Pois, esqueça, piorou assim que vi Hyunjin acompanhando Hilary para a direção.
Não há bala de hortelã que me acalme nesse momento.
Guardei a bolsa no armário, peguei meu caderno, meu livro, minha garrafinha e os pacotes de bala.
Na sala já estava alguns alunos, Soojin e Shuhua também, cumprimentei as duas e sentei no meu lugar. O uniforme delas é quase igual o meu, mas elas usam saias, e meias 7/8 preta, Soojin usa blusa pra fora igual eu, Shuhua é arrumadinha demais para isso.
— E essas balas? - shuhua perguntou apontando para os pacotes.
— Esse é de vocês - entreguei o de morango.
— Por que está com esse bico? - Soojin perguntou.
— Acordei de mau-humor - respondi.
— Entendo, não tem nada a ver com o fato de Hyunjin estar andando com Hilary pela escola? - shuhua provocou.
— Vocês estão namorando? - perguntei mudando o assunto.
— Sim, e não mude de assunto felix - Soojin respondeu.
— Não tem nada a ver com isso - respondi, eu pensei que ela fosse falar que não.
— Claro que não, você sabe o que aconteceu com a Hilary? - Shuhua perguntou.
— Ela foi expulsa - falei não dando importância.
— Quem te contou? - Soojin perguntou.
— Ouvi no corredor - menti na cara dura.
— Mudando de assunto, meu aniversário está chegando! - Shuhua falou empolgada, pensa em uma pessoa que fica feliz nessa data, ela ama fazer aniversário.
— Nós já sabemos Shuhua, você está falando disso a cada cinco minutos - Soojin reclamou, shuhua quase a matou com um olhar.
— Se não gosta tampa os ouvidos, chata - a ômega falou irritada - Garanto que o Felix querer me ouvir, né?
— Claro, pode falar o dia inteiro - falei e ela sorriu e grudou no meu pescoço - Está sufocando!
— Está vendo? O Felix me ama de verdade - mostrou a língua para a alfa que revirava os olhos já acostumada com o drama, e eu morrendo sem ar.
— Shuhua, você está sufocando o Felix - termina de me matar Shuhua, faça esse favor.
— Que nada professor, ele tá bem! Só está um pouco vermelho - aí que ela notou meu estado, finalmente me soltou, puxei o ar com força - Desculpa mochi! - pediu fazendo bico.
— Está tudo bem - falei tossindo, devia ter me matado, agora Hyunjin está me encarando.
— Abra o livro na página 157, vocês faram leitura do texto "Um amor proibido", e vão escrever uma redação com esse tema - Hyunjin falou.
— Sentiu a indireta? Na verdade, bem direta.
Indireta coisa nenhuma, ele só está dando a aula dele, não tem nada de mais nisso.
— Ele chamou o mochi de Felix ou foi impressão minha? - Soojin sussurrou para Shuhua, a ômega nem deu confiança.
— Minha voz te cansa - agora aguenta o drama, e eu vou ficar no meio desse fogo cruzado.
Comecei ler o texto ignorando o casal, realmente é indireta.
Fala do romance entre um professor de faculdade, e um aluno que cursa dança, um romance mal visto pela sociedade.
Um romance de época, proibido por ser dois homens, contem apenas um trecho do livro.
— Isso saindo dos seus olhos é lágrima? - o lobo perguntou.
— Nem sei o que é isso - respondi limpando a água que saía dos meus olhos.
Peguei meu caderno e comecei escrever minha redação, nas primeiras linhas eu só pensava em terminar logo nas últimas meus sentimentos estavam sendo expostos.
Eu já ia levantar para entregar quando ele falou para escrever uma frase sobre o texto no final. Após pensar muito consegui pensar em algo.
"A tristeza de um amor proibido é a eterna lembrança do sabor amargo do pecado."
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