Clary POV.
LA- Segunda feira
       - Tenho uma surpresa para vocês- diz Joey, meu padrasto, todo animado.
      - Ahh e o que é?- pergunta minha mãe toda animada também.
     - Eu recebi uma oportunidade de emprego muito ótima lá no Canadá- completa Joey.
     - O quê??? Então podemos voltar a morar lá??? Não acredito, não é incrível filha?- diz minha mãe Alice com lágrimas nos olhos.
     - Simm mãe- minto.
     Depois do suposto INCRÍVEL jantar minha mãe diz para eu subir e ir dormir porque estava tarde. Não é como se eu não gostasse do Canadá afinal houve um tempo em que eu era feliz lá, mas não vejo porque me animar, por que viver afinal? Depois que meu pai morreu tudo ficou confuso, ele que costumava me levar no parque, à escola, para tomar sorvete... Ele costumava fazer tudo comigo, não que minha mãe também não fizesse, claro que fazia. Éramos o que se dizia familia perfeita, minha mãe amava meu pai e meu pai amava minha mãe, sem contar é claro ambos me amavam. Eles eram o tipo de casal que poderiam irritar o outro de qualquer forma mas que mesmo assim nunca brigariam. Até que ele sofreu um acidente de carro, meu pai era advogado e estava indo defender um cliente em uma cidade vizinha que havia do lado onde eu morava, em Toronto, até que um homem bêbado atravessa com um carro na frente dele e ele não consegue evitar quando um caminhão bate do lado dele. Demorei para superar, minha mãe por outro lado fez de tudo para não sentir a dor de ter o perdido para sempre, mas eu sei que ela sente.
       Depois de meu pai morrer tivemos que nos mudar para Los Angeles pois não havia muita oportunidade de trabalho no Canadá, pelo menos não para minha mãe que é formada em jornalismo. Aí ela conheceu o Joey, que é jornalista também... Ela não pensou duas vezes em namorar ele, cerca de dois meses depois do acidente ela já estava com ele. Para ela era incrível voltar para o Canadá, ela sempre amou aquele lugar. Eu, por outro lado, penso que será horrível voltar ao lugar que lembra a única época em que fui feliz.
LA- Sexta feira.
- Filhaa você já terminou de arrumar suas malas?- pergunta minha mãe.
  - Simm, já estou levando ai para baixo- falo.
       Tudo estava pronto, nosso voo sairia dali 1 hora então já estávamos indo para o aeroporto. Chegando lá sobrou umas horas para relaxarmos já que fizemos tudo corrido.
      - Estou com fome- fala Joey.
      - Vou pegar algo para comermos- responde minha mãe.
      Ela sai deixando eu e meu padrasto ali, era incrível como ela fazia tudo que ele mandava.
      - Animada para voltar a sua antiga casa?- pergunta ele.
      - Minha casa sempre será longe de você- respondo amarga.
      Ele pega na minha mão apertando-a muito forte, eu dou um gemido de dor e ele diz.
      - Mas educação comigo mocinha..
      Não digo nada, odiava esses momentos que ficávamos sozinhos, quando acontecia ele ou me agredia ou me assediava, mesmo que fossem poucos minutos. Minha mãe não sabe, eu não tenho coragem de contar a ela....