Quando temos um convívio diário com uma pessoa determinada nos apegamos rápido demais a ela, passamos a ser influenciados por seu jeito e também a influenciamos, eu costumo dizer que somos como espojinhas que absorvermos jeitos, costumes e até formas de falar.

Sebastian desenvolveu rápido o seu coreano por conviver muito comigo e também com outros amigos, ah e também com Yong, nós também estávamos conseguindo pegar rápido o inglês graças a suas explicações e ajudas quando tínhamos duvidas e nossas famílias se aproximaram bastante, no entanto ainda existia uma pequena desconfiança na parte das nossas.

Yong e Sebastian estavam cada dia mais próximo e apesar de gostar, me preocupava; eles passavam quase o tempo todo no intervalo conversando, ou trocavam mensagens e quando não era isso estavam arranjando um jeito de saírem juntos ou lancharem sem nem me envolver, em contra partida eu também estava me tornando um amigo ausente, ficando mais tempo com os garotos de minha idade do que com ela, algo que nunca aconteceu antes estava começando a se tornar frequente: brigas, e parecia que não nos entendíamos mais como antes.

As coisas começaram a tomar um rumo incontrolável quando ele começou a insinuar que estava romanticamente interessado em Yong e minha amiga também se mostrava gostar dele, novamente colocando a felicidade dela a frente abracei o 'relacionamento' estranho que ambos começaram a ter.

Não era mais uma simples amizade, era estranho dizer o que ambos tinha e o fato dele não dizer o que sentia por ela, Yong tentava ser firme em seus sentimentos também, mas uma hora ou outra deixava escapar suspiros ou falava coisas realmente suspeitas. Tudo se resumia a casa dela, depois de um jogo: casa da Yong, depois de um lanche: casa da Yong, depois da escola: casa da Yong e o fato de ele bater nesta tecla começou a me incomodar um pouco mais do que antes. Eu já estava começando a me tornar observador em alguns aspectos e queria o melhor final naquela aventura.

Ele sempre dizia que o fato de os sentimentos serem recentes e tudo estar indo rápido demais eram o fator por não ter a pedido ainda em namoro, ou então inventava desculpas dizendo que estávamos insistindo em algo que ambos não estavam prontos, já a menina começava a se sentir insegura e também impaciente, uma vez até me confidenciou que tinha duvidas pelos sentimentos dele por ela.

Eu ficava nas duas bases, havia me apegado muito ao cara e também era melhor amigo dela, até então tudo estava indo bem, nenhum problema havia surgido e eu achava que os dois seriam felizes juntos e formariam uma ótima família, afinal era aquela impressão que ele dava. Os pais dele, amavam minha melhor amiga, juravam que ela era a menina ideal e que seu sorriso e sua maneira de viver o encantavam, eles sempre requisitavam a presença dela na casa e sempre prometiam fazer coisas que a menina gostava. Atá a mãe dele se tornou uma forte amiga de Yong a adotando como 'filha'.

Já comigo não era diferente, nos tornamos como irmãos, inseparáveis, eu dormia na casa dele, fazíamos promessas de viagens e até de lugares para conhecer, passávamos horas jogando e estudando juntos e ele até tentava me apresentar a garotas para me relacionar.

O tempo estava voando e com ele também o que entendíamos de amizade e relacionamento, eu comecei a ver minha amiga se torna introvertida, passei a ver ela somente nas garras daquele que jurava ser meu amigo e não estava notando que a relação que ambos estavam tendo estava fazendo mal a ela. Algo estava começando a sair do controle.

E eu como amigo dela devia a ajudar a sair daquilo antes que fosse tarde demais, pena que fui muito lendo em tomar as atitudes certas...