40 • DNA.


– Oi, garotos. – eu falei animada pela possibilidade de estar presenciando uma música inédita enquanto tinha farelo laranja e fedorento no rosto. Não que a última parte contasse como entusiasmo.

– ...

O silêncio foi tão profundo que eu podia ouvir meu coração batendo, e o grilo da rua cantando.

– ...

– ... Eu trouxe Cheetos.

– JUNTE-SE A NÓS! – Jin gritou, quebrando o silêncio constrangedor enquanto saltava de seu lugar e tomava o pequeno pacote de minhas mãos como uma ema que vira alguém tentando roubar seus ovos. Mas a ema-mãe desnaturada aqui não se importava com os ovos, e sim com seu mini ataque fangirling por estar presenciando a um conteúdo inédito!

– Mas então, música nova? – perguntei "casualmente" tentando não demonstrar minha euforia enquanto me sentava ao lado do Jungkook. Outra coisa completamente casual, é claro.

– Sim, quer ouvir? Jungkook acabou de compor. – disse J-Hope, alegre e inocentemente.

– Shhh... – Jungkook colocou o dedo indicador na frente dos lábios e encarou J-Hope como se fosse fritá-lo em uma frigideira e dar para os cachorros.

Sim, claro, com certeza, mais do que preciso respirar, preciso vender meu pé direito pra pagar ingresso vip?

– Tanto faz.

E então o Jin soltou o que um dia fora um saco de salgadinho do aperto de suas mandíbulas, limpou o farelo com o pulso e voltou a se sentar, sem antes passar por Yoongi engordurando o braço e as costas do mesmo com gordura trans.

Porque higiene é tudo.

E começou de novo. Yoongi tocava uma tranquilizante (Só que não) introdução que me fazia querer balançar a cabeça enquanto Namjoon voltava a dar batidinha em sua perna, junto com Taehyung como para se concentrar enquanto começava os primeiros versos:

– Cheotnune neol araboge dwaesseo (Pude te reconhecer desde primeira vista)
Seorol bulleowatt-deon geotcheoreom
(Como se estivéssemos chamando um pelo outro)
Nae hyeolgwan sok Dnaga malhaejwo
(O Dna nos meus vasos sanguíneos me diz)
Naega chaja hemaedeon neoraneun geol
(Que você é o que eu estive procurando)

Porque eu sentia os olhos de Jungkook pousados em mim enquanto J-Hope começava sua parte? Estremeci, fingindo que não estava vendo.

– Uri mannam-eun suhag-ui gongsik
(Nosso encontro é como uma fórmula matemática,)
Jonggyoui yulbeop ujuui seopli
(Mandamento religioso, uma lei do universo)

Depois veio Namjoon mostrando seu talento através do rap. E logo o Jungkook retornou a cantar.

- Geokjeonghaji ma Love (Não se preocupe, amor)
I madeun geon uyeon-i aninikka (Tudo isso não é uma coincidência) - olhei para Jungkook que cantou seu solo encarando o chão de uma maneira que se eu fosse aquela madeira eu já estaria caidinha por ele. Não que eu sendo a Mad eu já não esteja.

Como se não bastasse ouvir aqueles versos tremendamente fofos com aquela frase martelando na minha cabeça de que fora Jungkook que escrevera, veio Taehyung cantando seu solo e depois o refrão cantado por Jimin. Talvez tenha feito sentido, mas eu preferi ignorar.

– I mudeun geon uyeoni aninikka
(Tudo isso não é uma coincidência)
Unmyeong-eul chachjanaen durinikka
(Porque fomos nós dois que encontramos o destino) – Todos olhavam para mim e eu senti toda a ironia sendo descarregada em cima dos meus ombros como um caminhão de cimento em pedra. Me encolhi e esbarrei em algum ser vivente que se encontrava ao meu lado, que atende pelo nome Jungkook.

– Ireon ge malloman deutdeon
(Talvez isto seja)
sarang-iran gamjeongilkka
(o sentimento que chamam de amor) – Conseguir ver Jungkook movendo seus lábios quando olhei para cima. Uma plantação de tomates deveria estar com vergonha de sua tonalidade, levando em conta a cor de meu rosto neste exato momento.

E eu simplesmente não conseguia mais sair daquela posição. É como se os olhos abaixados juntamente com sua cabeça em minha direção, caída em seu colo (porque não basta cair, tem que ficar), me hipnotizassem de tal modo que não conseguia parar de encará-los. A não ser se o alvo fosse sua fina e perfeitamente desenhada boca.

E então eu não prestava mais atenção em nada. Não prestava atenção nas palavras emitidas por sua boca, apenas nos movimentos suaves e extremamente convidativos que a mesma exercia. Não prestei atenção quando Yoongi voltou a cantar sozinho.

Nem por estar perdendo a oportunidade de conferir algo exclusivo que qualquer army estaria vendendo o fígado para presenciar, ou na voz única de Yoongi que se movia tão rapidamente entre o agudo e o grave. Apenas em como a cabeça de Jungkook ficava cada vez mais e mais bonita e surpreendentemente próxima enquanto a minha involuntariamente também se erguia ao seu encontro.

Ou em como a voz do Jimin de repente ficou alta demais aos meus ouvidos quando eles recomeçaram o refrão me fazendo ir de testa na cabeça de Jungkook com o susto.

Mas talvez o galo que se formava em minha testa merecesse mais de minha atenção.

Jungkook também instintivamente pôs sua mão direita em concha por sobre a testa, mesmo que sua expressão fosse algo contorcido entre dor, indignação e... Diversão? O otário estava achando graça disso tudo! E, mesmo que atrasado, voltou a acompanhar os outros, deixando sua voz se sobressair as demais.

Jungkook olhou para mim novamente enquanto Taehyung se ocupava a cantar sua estrofe e todos os outros o acompanhavam com o refrão e os ecos destinados a (Jimin) ninguém (Jimin) específico (Jimin).

La la la la la

La la la la la

Uyeoni aninikka

DNA

E Jungkook finalmente alcançou meus lábios.

×××××

Vivendo num mundo paralelo onde DNA foi escrita pelo Jeikey para a desnaturada da louca... Hsjjsjsjsjsj

Aquela parte que o Jungkook cantou para Mad não está na ordem correta da música, okay? Ele só canta aquela parte com o Yoongi depois do primeiro refrão, mas eu gostei muito dela e coloquei assim mesmo :)

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