32 • Adoravelmente burra
Com o passar do tempo, eu acabei pedindo um milk-shake gigante, porque eu já não aguentava mais só encarar o Jin fazer outro pedido a cada meia hora e eu já havia terminado a minha pizza há muito tempo. Ele comia, e comia, e comia e... Fala sério, para onde vai isso tudo? Aquele garoto tem um corpo escultural!
– Jin, chega. – Namjoon deu dois tapinhas amigáveis no ombro do amigo – Temos que chegar ao estúdio em trinta minutos, e esse é o tempo do carro atravessar o trânsito que deve estar a essa hora lá fora.
– Levanta seu rabo, branquelo. – Yoongi provavelmente quis dizer a mesma coisa que Namjoon, só que de uma forma mais "Yoongi" de ser.
– Finalmente, eu já estava engordando com os olhos. – eu tirei o canudo do milk-shake da boca e passei o cabelo para trás da orelha enquanto me levantava do banquinho que estava bem quente por acaso com o meu bumbum ali por duas horas. – Vocês vão ao estúdio? Posso ficar em casa com o Loki?
O garoto que usufruía de um belo sorriso de coelhos, estava de costas ao se levantar do banco, quando me ouviu fazer aquela pergunta, ele logo se virou e franziu a testa, abrindo um sorriso sacana no canto dos lábios rosados.
Só para deixar claro que seus sorrisos ainda me provocavam sensações de montanhas russas no estômago.
– Você vai mesmo querer ficar em casa enquanto nós vamos gravar o nosso novo MV da nova música do BTS? – Jungkook provocou meu instinto feroz de Army. Droga. Era o meu ponto fraco. – Nova música, novo mv, você deve estar se coçando para ver antes do mundo...
– Vá à merda, Jungkook. – eu rolei os olhos, virando a cabeça para qualquer outro lado para não ter que encarar aquele sorriso tão provocante e aquelas íris de um castanho escuro que me faziam querer pular em seu pescoço (e depois daquela perseguição barata com a fã aqui, enforca-lo).
Acontece que no momento em que ameacei virar o rosto e fugir dele, Jungkook não me deixou desviar assim tão fácil da sua maravilhosa careta. Em um movimento rápido, levou seus dedos até o meu rosto, puxando levemente meu queixo e me fazendo ceder bonito e voltar a encará-lo. Então, de forma suave, passou o polegar pelo canto dos meus lábios, repuxando-os quase imperceptível de tão fraco, me deixando paralisada com seu atrito tão intrometido e seu olhar nada disfarçado até a minha boca. Vale ressaltar as montanhas russas e os choques elétricos que aquele olhar e o contato me causaram.
– Tava sujo do milk-shake. – Jungkook meio que se desculpou pelo contato e deu de ombros, mas o efeito que aquilo teve em mim, não pareceu ter nele.
– Hum, e-eu... – Gaguejei e balancei a cabeça para forçar minha voz a sair. – Eu posso esperar até o dia de lançamento da música e eu não sou tão fissurada por vocês. – menti descaradamente. Pois é, mas a minha mentira foi totalmente desvendada pelo Jimin.
Jimin se colocou entre Jungkook e eu, com o celular na mão, me encarando de forma metida com sua enorme bunda para reforçar o fato.
– Não é fissurada? Não é isso que seu instagram, twitter e facebook dizem. – ele negou com a cabeça. – Aliás, eu nunca vi aqueles pôsteres nossos que tem na foto do seu instagram, onde eles foram parar?
A sensação de ficar azul deveria ser parecida com aquela, quando eu escondi meu rosto.
– Que merda eu fiz ao esbarrar na estante com a droga dos CDs?! – resmunguei para mim mesma, mas em tom normal, nem me importando que os garotos estivessem ouvindo perfeitamente bem. – A vida seria mais bela se Jungkook nunca tivesse se importado em ver uma garota no telhado.
– Eu estou feliz pelo Jungkook ter encontrado você. – J-Hope entrou na roda, que nem era uma roda, e sim eu, Jungkook e uma bunda entre a gente. Eram só duas pessoas se sentindo incomodadas com a proximidade da bunda... Eu não me canso de repetir "bunda". – Você nos fez mais coloridos. – eu sei que J-Hope pode ter dito isso com a maior inocência, mas eu não pude deixar de rir, sendo acompanhada por Jimin e Jungkook.
– Em minha defesa, não era qualquer garota. – Jungkook encarou o chão, a parede, o vidro de ketchup, o sapato da Chanel daquela senhora sentada ali na bancada... Qualquer coisa menos encarar o meu rosto ao ter dito aquilo, o que facilitou muito para minha barriga não despencar outra vez. Adoro essas sensações, quando Jungkook me ignora completamente.
– É, em sua defesa e desgraça, era eu. – revirei os olhos, tentando fazer graça, mas logo fui cortada.
– Não! Você estragou tudo! – Taehyung interveio. – Se tivesse ficado quieta, essa era a hora que ele se dava um sorrisinho e dizia "não era qualquer garota, era você", e já podemos escrever essa história em nome de William Shakespeare.
– O que? – eu boiei em todas as palavras que Taehyung disse, e só prestei atenção em história em nome de Shakespeare, mas sinto que deve ter sido algo bem constrangedor para que Jungkook respirasse como se quisesse estrangular o moreno ali presente.
– TAE, QUE TAL FECHAR A BOCA PARA MASTIGAR? É ASSIM QUE OS HOMENS DAS CAVERNAS ENSINARAM, OH OLHA SÓ QUE HORAS SÃO! NÃO VAMOS NOS ATRASAR PARA O ESTÚDIO, CERTO? VAMOS! – Jungkook puxou Taehyung pela camiseta e eles saíram andando na frente em um momento estranho, em que Jungkook se apoiou nos ombros de Tae e começou a falar coisas bem baixinho para o mais velho que só conseguia rir.
– Namjoon... – eu me virei para o líder na esperança de ter alguma explicação plausível das coisas que estavam acontecendo, já que com aquele sorriso, ele parecia saber do que estava rolando.
Namjoon me puxou pelo braço, juntamente com Jin e formamos uma rodinha apertada e certamente desconfortável que eu era obrigada a sentir o bafo de cappuccino do Jin.
– Madison, minha querida, às vezes, na vida de certos garotos, acontece um fenômeno que faz o estômago estremecer e a cabeça ficar cheia de nós, e costumamos chamar isso de...
– Fome. – Jin completou.
– Amor! – Namjoon concertou menos de um segundo depois, revirando os olhos.
– Amor não existe. – eu estalei a boca. – Sentir coisinhas no estômago é meramente um fenômeno que decorre da consequência de se deixar levar pelo órgão que bombeia sangue.
– Isso é fome? – Jin franziu a testa de uma forma muito confusa.
Namjoon deu um tapa na própria testa.
– Isso é amor. – ele sorriu adoravelmente. – O seu Jeon Jungkook está apaixonado.
Eu pisquei algumas vezes, encarando Namjoon e seu sorriso que ia de orelha a orelha. Como é? COMO É QUE É? Por que Namjoon estava me dizendo isso? Eu tentei afastar da minha cabeça a de repente sensação de agulhadas no peito, porque drama está fora de moda.
– Namjoon, Jin... – eu encarei os dois, passando o polegar pelos meus olhos porque os sentia úmidos. – Por que vocês estão me dizendo isso? Digo... Não é legal falar algo assim para uma fã que é e sempre foi, desde a primeira vez que ouviu aquele cara cantar, louca por um garoto inalcançável de Busan. Não me agrada saber que ele está apaixonado por alguém.
Namjoon fez uma careta e Jin franziu a testa de forma confusa.
– Acho que você não entendeu o que a gente disse. – Jin falou pausadamente. – Você não está ligando ao fato de cair do telh...
– Jin – Namjoon chamou atenção do moreno – É agora que a gente cala a boca e deixa o coração dela raciocinar essa parte.
– Ah, Namjoon... – eu choraminguei ao ver minhas mãos tremular e levei-as ao meu rosto, fechando os olhos. Senti o bebê fortão me envolver com os braços fortes e acariciar meus cabelos.
– Oh, Mad... – ele continuou fazendo carinho e Jin acariciou meu braço que segurava a manga de Namjoon firmemente. – Você é adorável, garota, não chore, raciocine.
Já posso morrer feliz? Namjoon me chamou de adorável. Por outro lado, insinuou que eu sou burra.
– Gente, qual é o motivo da demora? Vamos? – Jungkook colocou a cabeça para dentro da Cadillac e encarou aquela cena, onde eu abraçava Namjoon e limpava as lágrimas e Jin fazia carinho no meu braço. Óbvio que ele estranhou aquilo. – Ei, Mad, você está chorando?
Só não contava com essa sua percepção de filho da mãe.
- Cisco. – dei de ombros e soltei Namjoon, indo na direção da saída da Cadillac. Me sentei no carro ao lado do Yoongi, que estava distraído com seu celular e repousei a cabeça em seu ombro. A ficha de que Jungkook estava apaixonado de verdade havia acabado de cair.
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