1• Go Save to Mother.
A música do meu despertador era Save Me, mas eu não estava a fim de cumprir a promessa que fiz ao meu pai em desarrumar as caixas de mudança do meu quarto às oito da manhã. Nem um pouco.
"Geu soneul naemireojwo save me, save me"
- Vai salvar a mãe! - Grunhi, e desliguei o despertador, voltando a me enfiar nas cobertas.
Além do mais, manhã cinzenta comum em Seul com aquela briza geladinha não faz ninguém querer pular da cama na maior empolgação com um sorriso estilo Jefferson daquele vídeo brasileiro "Para A Nossa Alegria".
Só que naquele dia "comum", eu não tive tanta sorte em ficar na cama. Alguns minutos depois, meu pai estava tirando as cobertas de uma filha preguiçosa de dezoito anos - vulgo eu - e obrigando-a a se arrumar para ajudar a arrumar a casa.
Só para começar meu dia, eu tomei um tombo ao levantar da cama e bati a boca no chão de madeira da época colonial do meu novo quarto. Aquilo me irritou profundamente. Onde está aquela regrinha que meu pai colou na geladeira e que eu ando tentando seguir "Casa nova, Madison presta atenção aonde pisa"? Isso não estava dando certo, nas últimas quarenta e duas horas que eu morei aqui, já devo ter levando mais de dez tombos.
Acordei então, com aquela vontade de infernizar o diabo (então, Madison, conte mais como você inferniza alguém que já mora no inferno...), fiz minha higiene matinal, pus meu suéter do Mickey por cima do pijama e me prontifiquei a desarrumar as caixas.
- Mad - Chamou meu pai. Lá vem a mania de me chamar indiretamente de "louca" por causa do meu "apelido". Preciso citar que isso me irrita? - Você colocou comida para o Loki?
Loki é o meu gato. Eu não sei onde ele se enfiou. Eu nunca sei, ele vive escondido. Ele deve ser tipo um agente secreto que só volta no final da aventura e ele te olha com aquela cara "não sou um agente secreto, estive aqui o dia inteiro" e você diz, surpreso, "ah, você está aí, Loki".
- Não sei onde ele se enfiou. - dei de ombros.
- Dá comida pra ele e depois que ele quebrar a cara do vilão do dia e passar na FBI para receber seu Oscar de melhor gato agente secreto do ano, ele volta.
Viu? Meu pai concorda com minha teoria.
- Vou ao supermercado, querida, alguma coisa para comprar?
- Macarrão instantâneo, Pringles e Coca-Cola.
- Certo.
Subi para o meu quarto, colocando a comida mole e nojenta de Loki em seu pratinho. Me sentei na minha baywindow, aquelas janelas com três faces projetadas para fora e um sofázinho, e abri a janela, colocando a cabeça para fora. Seul estava fria e aquela rua estava, como de costume, mais ou menos deserta, com aquelas casinhas iguais, os jardins, os carros, aquele Mercedes Benz - parecido com o do meu ídolo, Jeon Jungkook, do BTS - estava estacionado na casa ao lado como sempre e os vizinho que eu ainda não conheci nenhum, estavam enfiados em suas casas.
Ouvi, de repente, um gato miando. Levantei a cabeça, e adivinha quem era o gato filho da puta que estava no telhado, bem encima do meu quarto, preso e com medo de descer? O Loki, claro.
- Que merda você está fazendo aí em cima, Loki? - Eu grunhi. - PAI! O LOKI ESTÁ PRESO NO TELHADO! - Então me lembrei que ele havia saído para o supermercado. - Droga! - Verbalizei. - Vou ter que eu mesma ir te buscar.
Geralmente, não tenho medo de altura. Geralmente. Só de colocar a perna para fora daquela baywindow, senti um medo percorrer minha espinha. Então, Madison , que merda você está fazendo? Seu gato é um agente secreto, ele pode se virar. Cheguei a conclusão agora, que sei porque meu pai me chama de "Mad". Escalei o telhado, morrendo de medo que eu escorregasse e sei lá, morresse lá embaixo com pombos negros comendo meu cérebro.
Segurei Loki. Eba. O filho da puta me arranhou e eu me sentei no telhado para brigar com ele. Depois do draminha, eu me levantei para observar como eu iria voltar para minha baywindow sem morrer. Ok, missão impossível. A baywindow não é uma janela normal, se fosse, a missão não seria impossível.
- Hey, garota, o que você está fazendo aí em cima? - Gritaram lá de baixo. Eu não vi quem era o dono da voz, só sei que a senhorita equilíbrio aqui não gosta de sustos, principalmente quanto ela está prestes a morrer, em cima de um telhado no segundo andar da casa, tentando salvar seu gato.
××××××
Vocês não sabem o prazer que é estar de volta :9
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top