CAPÍTULO 13:

Entrei em um carro junto do Tafu, Arashi e Taiyō rumo ao restaurante onde os nossos alvos estariam, no caminho eles me deram uma bolsa com uma roupa de garçom dentro e pediram para eu vestir aquilo quando chegasse no local, pelo visto eu teria que me disfarçar. Por conta do nervosismo comecei a suar um pouco e tirei meus óculos, Taiyō percebeu isso e começamos a conversar.

(Taiyō) Está tudo bem?

(Samy) Sim eu... Só estou um pouco nervoso.

(Tafu) Não se preocupe, tudo o que precisa fazer é colocar este dispositivo embaixo da mesa deles, assim vamos ouvir toda a conversa.

Me senti um pouco mais confiante e o nervosismo foi passando aos poucos, realmente o apoio da equipe faz a diferença. Paramos perto de um restaurante luxuoso e pelo visto bem badalado, quando fui sair do carro vi o Arashi pegando um rifle e olhei de leve pro Tafu com certa dúvida.

(Arashi) Já pode ir novato, vê se não estraga a operação ok?

(Samy) Claro que não, é minha primeira vez.

(Tafu) Legal, é a nossa vigésima primeira vez.

Sai dali e me acalmei mais um pouco, fui até os fundos do local e troquei de roupa, aquele uniforme é bem chique mesmo que estivesse me sufocando. Entrei na cozinha e ajeitei minha gravata logo sendo abordado pelo chefe do local.

(Chefe) Quem é você garoto?

(Samy) Ah eu... Sou o novato, é meu primeiro dia.

(Chefe) Certo então, anote os pedidos e ajude no bar ok? Tem experiência de barman?

(Samy) É... Ainda não, mas eu aprendo rápido.

Sai da cozinha e fui para o salão, ninguém percebeu que eu estava com um ponto eletrônico no ouvido, olhei cada pessoa ali sentada tentando procurar os alvos.

(Tafu) Conseguiu, agora procure por um rapaz de cabelo cinza e um loiro, eles são nossos alvos, aja naturalmente. O de cabelos cinza se chama Koneko, agora vai.

{Que nome mais ridículo}

Fui andando pelo salão até que achei dois rapazes com as características que me foram passadas, me aproximei devagar e sorri para os dois.

(Samy) Olá senhores boa tarde, já escolheram o que vão comer?

(Fornecedor) Ainda não, vaza daqui por favor.

(Samy) Certo, desejam uma água? Um aperitivo?

(Koneko) Ele já disse pra vazar.

Sai sem falar nada, mas coloquei o dispositivo debaixo da mesa e fui atender os outros clientes, mas sempre de olho nos alvos. O Arashi conseguiu ligar o áudio do dispositivo no meu ponto eletrônico me permitindo ouvir a conversa.

(Fornecedor) Então, o acordo está feito? 100 milhões de zenis pelo carregamento.

(Koneko) Se estiver tudo como pedi, estará na sua conta ainda hoje.

Fui entregar as refeições dos clientes enquanto ouvia aquela conversa atentamente, desviava um pouco o olhar para não chamar muita atenção.

{Que bom que ninguém me reconheceu, deveria ter colocado uma máscara}

(Fornecedor) Me diga porque você precisa de tantas armas?

(Koneko) Por causa do incidente do USJ aquele dia me expulsaram da liga de vilões, com esse pequeno presente vou até Hosu auxiliar um tal de Stain.

Após ouvir isso fiquei paralisado, aquela era a cidade para onde o Lida tinha ido, não podia deixar meu amigo correr um perigo desses.

(Tafu) Merda, Raoni! Saia daí, tem vilões na porta, acho que é para a escolta dos alvos.

(Arashi) Pegue o dispositivo e saia!

Esperei os alvos levantarem e fui até a mesa, mas o dispositivo não estava mais lá, como tinha sumido? Olhei os dois saindo do restaurante e o tal Koneko mostrou o dispositivo para mim e sorriu antes de sair, ele sabia o tempo todo?

(Samy) Pessoal... Eles pegaram aquela escuta, sabiam que estávamos ouvindo.

Não consegui resposta, só ouvi alguns tiros do lado de fora do restaurante, me abaixei e vi o Tafu e os outros trocando tiro com os vilões, não aguentei e entrei na briga também. Toquei na terra do jardim do restaurante e nos meus dedos surgiram espetos de pedra que atirei no carro dos vilões.

(Samy) Peguem alguém do calibre de vocês.

(Tafu) Entre no carro garoto!

Antes de entrar fui correndo até os fundos e peguei meu traje de herói, depois disso entre no carro e saímos dali rapidamente.

(Samy) E eu usei essa porcaria aqui, não conseguimos nada.

(Tafu) Não aqui, mas a outra equipe conseguiu achar para onde levaram as armas.

(Taiyō) Você ficou bem elegante Raoni, parecia um lorde.

(Arashi) Conseguimos levar chumbo, obrigado estagiário.

Voltando para a corporação todos foram se preparar para um ataque ao entardecer, Tafu foi para a sala de reuniões e os outros foram treinar ou resolver outras questões. Eu fui até a sala de treinamento e achei um saco de pancadas sem uso, tirei meu traje ficando só de camisa e calça, comecei a treinar meus socos um pouco.

{Como eles sabiam que eu estava ouvindo? Fui tão furtivo... Deixei algo passar}

Nem percebi que a Taiyō estava me olhando, parei de repente e olhei para ela meio sem jeito, as mulheres realmente tem alguma coisa que me faz ficar nervoso. Ela se aproximou de mim e eu continuei a treinar

(Taiyō) O Arashi não admite, mas você foi muito bem hoje.

(Samy) Obrigado senhorita Taiyō, vindo de você é um elogio.

Ela ficou ali uns minutos me olhando, tentando decifrar o que eu estava pensando.

(Taiyō) Eu conheço a história de todos aqui, menos a sua... Vai contar ou eu vou ter que descobrir?

(Samy) Do que está falando? Como assim história?

(Taiyō) Qual é, só pelo seu jeito de falar eu sei de onde você vem. Agora me conta o que um brasileiro faz aqui no Japão?

Ela descobriu, mas também eu dou muita bandeira as vezes, seja pelo jeito de agir ou por alguma palavra, eu tentei ignorar ela só que não deu. Quando uma mulher morena de quase dois metros de altura fica te olhando muito tempo é melhor falar com ela.

(Samy) Ok você venceu, sabia que é difícil te ignorar?

(Taiyō) É o meu jeito, sempre funciona.

(Samy) Eu vim pra cá com 12 anos quando minha expectativa de vida era de 10, mudei a aparência ganhando um pouco de peso e aprendi japonês em dois meses. Aprendi a lutar com meu vovô, ele meu tanta porrada que eu comecei a gostar, aí quando pintou o exame de admissão pra U.A eu corri pra me inscrever.

(Taiyō) Que história mais interessante, mas você veio sozinho? E sua família e amigos?

(Samy) Eu vim com 2 amigos, em vôos separados, nunca mais os vi. Minha família... Nem lembro como são as vozes deles, nos meus sonhos as vozes sempre são outras.

Parei de socar o saco de pancadas um pouco, estava ofegante e um pouco suado, a Taiyō me deu uma toalha para eu secar meu suor, ela é muito gentil e educada comigo.

(Samy) Você e o Arashi são....

(Taiyō) Ele não faz meu tipo, prefiro os mais fofos.

{Isso foi indireta? Ela é mais velha que eu}

A conversa estava boa, mas o Tafu entrou na sala e nos chamou para a sala de reuniões, chegando lá o Arashi não estava, só tinham alguns outros heróis e como sempre todos armados.

(Tafu) A alguns minutos um navio chegou ao porto, mas ele não tem identificação e nem está no banco de dados.

(Samy) Ilegal?

(Tafu) Acertou Raoni, temos a localização dele e sabemos o que fazer. Vamos ter que chegar na ofensiva e destruir tudo.

(Soldado 1) Mas senhor não seria melhor atacar de surpresa?

(Taiyō) Acontece que já nos viram hoje, então devem estar esperando outra pessoa vir disfarçada.

(Tafu) Atacar com tudo é a nossa única chance, mas antes o Arashi vai lá dar uma amaciada para nós. Quando ele der o sinal aí atacamos.

Todos ali saíram e foram pegar seus equipamentos, o Tafu segurou meu braço e me disse que eu não poderia ir.

(Samy) O que? Por que eu não vou?

(Tafu) Isso é mais do que ficar ouvindo conversas, você pode morrer lá.

(Samy) Não vou, me deixa ir chefe, o que mais pode acontecer?

Ele permitiu que eu fosse, fui vestir meu traje de herói rapidamente, deixei meu colar para fora e o segurei sentindo que me daria sorte. Amarrei a bandana na cabeça e entrei no carro com o Tafu.

(Tafu) Atenção, todos prontos? Devo lembrar que é uma missão de alto risco, alguns não podem voltar, foi uma honra pessoal.

Todos os carros e caminhões sairam em comboio em direção ao porto, o sol estava quase se pondo e o brilho do crepúsculo deixava tudo mais intenso.

(Taiyō) Nervoso de novo?

(Samy) Na verdade não, lutar contra vilões... É a minha segunda vez.

A Taiyō sorriu e engatilhou um rifle que ela estava carregando.

(Taiyō) Que fofo, essa é a minha vigésima segunda.

Continua....

Nota do autor: Conseguiu pegar as referências desse capítulo e do anterior? Se sim deixa nos comentários.

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