44. Casamento
Helen's pov
Sabe aquele momento em que você está em um sonho e não quer acordar por nada? Então, estou me sentindo exatamente assim agora.
Meu coração acelerava toda vez que me via no espelho, vestida de branco... Tays tinha acabado de finalizar minha maquiagem, e minha mãe estava ajeitando o bel em meu cabelo.
Você está linda, minha princesa — ela disse com os olhos cheios de lágrima.
Está mesmo, amiga! — Sarah disse
Uma verdadeira princesa! — Lara completou
Está pronta? — Tays perguntou com os olhos cheios de lágrima
Own — falei — Você está chorando
É que... depois de tantos anos te maquiando em cima da hora para entrar nos palcos, eu jamais imaginei que você me confiaria esse trabalho para seu casamento também — ela respondeu e agora quem estava com os olhos cheios de lágrimas era eu
Quem mais poderia ser? — perguntei — Nem passou pela minha cabeça chamar outra pessoa.
Agora vão, que daqui a pouco vocês entram — falei a Sarah, Lara e minha mãe
Ouvimos batidas na porta
Pode entrar — falei
Estão lindas! — meu avô, pai da minha mãe disse — Já está na hora, vamos?
As meninas foram e eu e Tays ficamos na sala.
Amiga, não quero te deixar mal antes do casamento, até porque hoje é seu dia de brilhar, mas, você vai entrar com seu avô, certo? Por que? — ela perguntou tentando ser o mais cautelosa possível — Se for muito delicado não precisa falar viu? Desculpa
Relaxa Tays, tudo bem ter curiosidade— falei — É que nunca tocamos nesse assunto, por isso não te falei, mas não vejo problema nisso, até porque , você é minha amiga, sei que posso dividir as coisas com você.
Completei e vi um sorriso crescer em seu rosto
Quando eu tinha 15 anos, meu pai sofreu um acidente de carro. Ele estava indo para minha apresentação de piano, juntamente com nosso cachorro, Max, um golden retriever cheio de energia e muito bagunceiro, meu pai o lavava para cima e para baixo, em todo lugar que ia, seu fiel companheiro estava junto a ele. Costumava dizer que Max me dava sorte, dizia que era meu fã número 1 e por isso o levava em todas minhas apresentações — me recordei dele falando isso e deixei soltar uma pequena risada de saudade — Mas, um cara bêbado, atingiu o carro que meu pai estava dirigindo com uma van — falei — Não sobrou nada do carro em que meu pai estava, ele capotou diversas vezes, bateu em um poste e pegou fogo...
Puxa — ela respondeu — Eu não sabia, me desculpa!
Está tudo bem! Fico feliz por ter aproveitado ao máximo que pude ao lado dele, éramos inseparáveis. Inclusive minha paixão por fórmula 1 veio dele — falei — Queria que ele estivesse aqui... De certa forma é bom compartilhar isso com você, já que eu e Bruno não falamos muito sobre isso, o máximo que ele sabe é que meu pai faleceu. Mas não falo muito do acidente e nem de Max. Eu sei que se eu tocar nesse assunto entraremos em uma conversa profunda, onde ele vai se lembrar de sua mãe e... ele ainda sente muita falta dela, porque é bem recente até.
Sei que seu pai estaria muito orgulhoso de você, princesa — Tays disse me tirando um sorriso. Ela tinha razão! Eu acho que ele estaria orgulhoso mesmo...
Bom, vamos? Daqui a pouco você entra — ela respondeu
Vamos! — respondi animada, espantando os pensamentos
Ah essa altura do campeonato, minha mãe, as madrinhas e os padrinhos já haviam entrado. Bruno já estava no altar e... só faltava eu.
Meu vô se posicionou ao meu lado e de repente as portas se abriram. Todos presentes na catedral se viraram para me ver.
Respirei fundo, coloquei um sorriso no rosto e entrei. Todos estavam boquiabertos, por um momento me perguntei se havia algo de errado com o vestido, esperava outra reação. Mas, ao ver Bruno, todos os pensamentos sumiram. Ele estava deslumbrante, e estava com um brilho único nos olhos. O terno havia caído muito bem nele... estava perfeito. Não me casei com ele devido a sua beleza, mas devo admitir, ele é um gato!
Meu avô me deixou no altar e começou a cerimônia.
A cerimônia estava sendo perfeita, mas havia algo que eu não podia deixar de notar. Havia uma cadeira vazia ao lado do pai Bruno e uma ao lado de minha mãe. A de Bruno era pela mãe dele, e a minha era pelo meu pai. Faltava algo, faltavam eles. Mas ao olhar para Bruno, eu sabia que ele sabia o que significava aquele vazio ali. Às vezes, as ausências são mais presentes do que a própria presença.
O padre começou a falar, mas minhas mãos estavam tremendo. As palavras dele eram como um murmúrio distante, enquanto eu só conseguia olhar para Bruno. Ele parecia tão sereno, tão confiante, e seus olhos brilhavam de uma forma que me deixava sem palavras. Era como se o tempo tivesse parado, e aquele momento fosse só nosso, como se ninguém mais estivesse ali, apenas nós dois.
Quando a porta se abriu novamente, todos os olhos se voltaram para a entrada. E lá estava ele. Spark, meu cachorro, vestindo um terninho minúsculo, com a gravatinha e tudo, carregando as alianças com uma seriedade digna de um grande mensageiro. A sala inteira se aqueceu com risos e suspiros de encantamento — era impossível não se derreter com aquela cena. Mesmo os olhares mais sérios de alguns convidados foram suavizados pela fofura de Spark, que caminhava com toda a pompa, como se soubesse o quão importante aquele momento era.
Eu não pude deixar de sorrir, meu coração se derretendo mais a cada passo que ele dava. Era como se ele estivesse participando de algo grandioso, uma missão importante, com a mesma importância de qualquer um ali. E, ao me olhar de relance, pude ver que Bruno também sorria, os olhos brilhando de carinho. Não era só a cerimônia que estava roubando a cena, mas o pequeno Spark, com seu terninho e as alianças, fazendo com que todos esquecessem por um momento de tudo o que estava acontecendo e apenas admirassem a beleza e a graça do momento.
Spark finalmente chegou até nós, com a elegância de um verdadeiro gentleman, e colocou as alianças nas minhas mãos. Todos aplaudiram a pequena criatura, que parecia tão imponente naquele terno quanto qualquer um de nós. Eu o acariciei, agradecendo-lhe com um olhar cheio de gratidão, e ele, como se entendesse, deu uma abanada de cauda.
O padre pegou as alianças e em seguida fez a tão esperada pergunta:
Peter Gene Hernandez, você aceita Helen Laurent como sua esposa, para amála e respeitála, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de sua vida, até que a morte os separe? -- O padre perguntou
Meu coração batia tão rápido que parecia prestes a sair do peito. Cada segundo sem a resposta de Bruno parecia uma eternidade, e a ansiedade me consumia por dentro. Olhei para ele, tentando encontrar alguma pista, mas suas palavras ainda não saíam. O silêncio ecoava em meus ouvidos, e a única coisa que eu queria era ouvir o "sim" que selaria para sempre o nosso destino.
Sim, aceito. -- Bruno disse e uma onda de felicidade veio para me acalmar.
Helen Laurent, você aceita Peter Gene Hernandez como seu esposo, para amálo e respeitálo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?
Sim, aceito, -- falei e vi um sorriso crescer em seus labios
Após algum tempo, chegou a fatídica hora dos votos. E eu que começei.
"Bruno, desde que nos encontramos, minha vida nunca mais foi a mesma. Eu costumava acreditar que o amor verdadeiro era algo que apenas existia em livros ou filmes, mas você me mostrou que ele é real, e que o verdadeiro amor é algo que vai muito além de palavras. Hoje, diante de todos que amo, e de você, que é a minha razão de ser, eu faço uma promessa.
Prometo te amar, não apenas nos momentos fáceis, mas também nos desafios. Prometo ser sua amiga, sua companheira e sua parceira de vida, nos bons e maus momentos. Prometo não desistir de nós, mesmo quando as coisas parecerem difíceis, e trabalhar todos os dias para construir um amor mais forte, mais profundo e mais verdadeiro.
Prometo ser paciente, ouvir suas preocupações, e apoiar seus sonhos, pois sei que juntos somos mais fortes. E acima de tudo, prometo ser grata por cada momento que passarmos juntos, por cada sorriso, cada gesto, cada memória que formarmos ao longo dos anos.
Hoje, eu escolho você. E todos os dias, eu escolho você de novo."
Ao finalizar o discurso ja estava com lágrimas nos olhos, e ele também. Observei ele pegar seu papel e respirar fundo antes de começar a falar.
"Helen, no momento em que você entrou na minha vida, tudo mudou. Não foi uma mudança gradual, mas uma transformação completa. Antes de você, eu vivia em um mundo de incertezas, de dias vazios, e de sonhos que pareciam distantes demais. Mas então, você apareceu e, com você, trouxe algo que eu nunca soube que precisava: o verdadeiro sentido da vida, o verdadeiro significado de amar.
Eu não sou uma pessoa perfeita. Eu sei que tenho meus defeitos, minhas falhas, e minhas inseguranças. Mas, desde o momento em que te conheci, você me fez querer ser um homem melhor. E cada dia ao seu lado é uma chance de eu tentar, de eu melhorar, de ser o homem que você merece.
Prometo, diante de todos aqui, que nunca te deixarei. Prometo que, mesmo nos momentos de silêncio, nos momentos em que a vida parecer dura ou a rotina tentar nos afastar, vou procurar ver a beleza no que temos, sempre. Vou me esforçar, todos os dias, para lembrar o que é importante: você, nós, o amor que compartilhamos.
Prometo ser o seu porto seguro, o abrigo nos dias de tempestade, e a pessoa que, com o tempo, vai continuar a escolher você, não apenas pelo que você é, mas pelo que somos juntos. Escolho você todos os dias, mesmo quando as dificuldades da vida tentarem nos desviar.
Hoje, eu te dou meu coração, não como uma promessa vaga, mas como uma entrega total, de corpo e alma. Com você, encontrei um amor que transcende tudo o que eu poderia ter imaginado. E sei que, ao seu lado, o futuro que construirmos será mais do que eu poderia sonhar. Juntos, seremos imbatíveis.
Você é o meu amor, minha vida, minha família. E com você, eu sei que nunca mais estarei perdido. Com você, minha alma encontrou o seu lar."
Nesse discurso eu perdi o controle de minhas lágrimas. Eu fiquei ali, no altar, tentando processar as palavras de Bruno. Cada frase parecia ressoar no fundo da minha alma, como se ele estivesse falando diretamente ao meu coração. O que ele disse não era apenas um compromisso, não era só uma promessa vazia — era um reflexo da nossa história, da nossa conexão, e da confiança que ele depositava em mim.
Eu sabia que não precisava de grandes gestos, de palavras grandiosas ou de promessas perfeitas. Mas o que ele fez foi mais do que eu jamais poderia esperar. Ele não só me escolheu, mas prometeu ser meu parceiro, meu abrigo, mesmo quando as tempestades da vida chegassem. Ele me olhou nos olhos e, com uma sinceridade que tocou meu íntimo, me fez ver que a vida ao seu lado seria exatamente o que eu sempre sonhei: cheia de amor, compreensão, e um compromisso de nunca deixar o outro para trás.
Aquele momento foi um reflexo de tudo o que eu sempre quis e de tudo o que eu temia perder — mas, com Bruno, eu sabia que não haveria espaço para medo. Ele não estava apenas falando, ele estava entregando uma parte de si mesmo, e isso me fez sentir mais amada e segura do que nunca.
Era mais do que um "sim". Era uma promessa de que, juntos, seríamos mais fortes, mais completos. E, por um instante, tudo pareceu perfeito. Eu sorri, sabendo que, ao lado dele, eu encontraria o lar que sempre procurei.
O padre então nos entregou as alianças para colocarmos um no outro enquanto pronuncivamos a frase que ele citava na hora.
Helen, com esta aliança, eu te recebo como minha esposa, e te amo com todo o meu coração, agora e para sempre -- Bruno disse colocando bem devagar a aliança em meu dedo.
Peguei a aliança e repeti o gesto.
Bruno, com esta aliança, eu te recebo como meu esposo e te amo com todo o meu coração, agora e para sempre -- finalizei a frase terminando de colocar a joia em seu dedo.
Se tem alguém contra esse casamento que fale agora ou cale-se para sempre -- disse o padre, que foi seguido de um silencio ensurdecedor.
Pode beijar a noiva -- ele completou e vi Bruno se aproximando
Ele sutilmente colocou a mao em minha cintura e me puxou para um demorado selinho, sendo aplaudidos por todos
A cerimônia havia terminado. O som das palmas ecoava pela catedral, e eu sentia como se meu coração estivesse dançando em sincronia com cada batida. Olhei para Bruno, e ele segurou minha mão com firmeza, como se dissesse silenciosamente que não iria soltar nunca mais.
Saímos do altar lado a lado, ao som de Just The Way You Are na melodia de um piano, olhei surpresa para Bruno, ele mandou bem nesse detalhe, o cantor piscou para mim me tirando um sorriso. Spark estava nos acompanhando em sua pequena missão de roubar a cena até o fim. O corredor parecia interminável, mas cada passo era carregado de significados, de olhares carinhosos dos convidados e de sorrisos que nunca esqueceríamos.
As portas da catedral se abriram para nós, revelando um Rolls-Royce preto brilhante que nos esperava. A sofisticação do carro contrastava com a simplicidade dos sentimentos que preenchiam meu coração naquele momento. O motorista, um senhor de sorriso acolhedor, segurava a porta aberta, nos convidando a entrar.
Prontos para o próximo capítulo? — perguntou ele com uma piscadela, e não pude deixar de rir.
Mais do que nunca! — respondi, olhando para Bruno, que me retribuiu com um sorriso cúmplice.
Nos acomodamos no carro, e assim que as portas se fecharam, a agitação do mundo exterior pareceu desaparecer. Era apenas nós dois, enfim. Bruno segurou minha mão e me olhou profundamente, como se tentasse capturar cada detalhe daquele momento.
Conseguimos, minha esposa. — Ele disse, enfatizando a última palavra com um tom de orgulho que fez meu coração aquecer ainda mais.
Conseguimos, meu marido. — Respondi, inclinando-me para um beijo suave, que selava não apenas nosso casamento, mas tudo o que estávamos prestes a construir juntos.
O Rolls-Royce deslizou pelas ruas enquanto os convidados saíam da igreja atrás de nós. A decoração elegante e as flores brancas que enfeitavam o carro chamavam atenção de quem passava, e alguns transeuntes nos acenavam com sorrisos calorosos. Era como se o mundo inteiro estivesse comemorando conosco.
Durante o trajeto, fiquei olhando pela janela, vendo as luzes da cidade passarem como flashes, enquanto minha mente processava tudo o que tinha acontecido até agora. Bruno me observava em silêncio, e quando nossos olhares se encontraram, era como se ele lesse meus pensamentos.
Está tudo bem? — Ele perguntou, acariciando levemente minha mão.
Nunca estive tão bem. — Respondi, sincera.
Poucos minutos depois, avistamos o salão de festas. A entrada era grandiosa, iluminada por um arco de luzes delicadas e decorada com arranjos florais que pareciam ter saído de um conto de fadas. O motorista estacionou suavemente, e logo fomos recebidos por aplausos e gritos de celebração de amigos e familiares que já estavam ali esperando.
Bruno saiu primeiro e me ajudou a descer do carro. Assim que pisei no chão, senti uma onda de energia ao ouvir todos comemorando. Era impossível não sorrir. Ele segurou minha mão mais uma vez, e juntos, nos preparamos para entrar na festa que marcaria o início oficial do nosso felizes para sempre.
A festa estava simplesmente deslumbrante. O salão brilhava com luzes cintilantes que dançavam junto às risadas e conversas animadas dos convidados. Eu e Bruno passamos um tempo cumprimentando as pessoas, ouvindo seus votos calorosos e recebendo abraços que transbordavam carinho. O DJ estava bombando, a pista de dança estava lotada e a música preenchia o ambiente, criando uma atmosfera mágica que fazia tudo parecer um sonho.
No entanto, em meio à agitação, meus olhos encontraram uma figura familiar. Cici estava em um canto mais discreto, sorrindo enquanto observava tudo. Ela parecia tímida, como sempre, mas havia algo nos seus olhos que eu só podia descrever como orgulho. Não pensei duas vezes antes de ir até ela.
Cici! — Chamei com um sorriso. — Você não achou que eu ia deixar você passar despercebida, né?
Ela riu, aquele riso suave que eu conhecia desde criança.
Minha menina... — Ela começou, emocionada. — Ou melhor, minha mulher. Olhe para você, Helen. Está radiante!
E parte disso é por sua causa. Você sempre esteve comigo, me ajudou a me tornar quem eu sou hoje. Não sabe o quanto significa pra mim te ter aqui. — Falei, segurando suas mãos.
Ora, deixe disso, menina. Foi você que lutou, que cresceu e que chegou aqui. Mas fico feliz em saber que, de alguma forma, fiz parte da sua jornada. — Ela respondeu com um brilho nos olhos. — E ver você tão feliz, tão plena... É tudo o que eu poderia querer.
Não consegui segurar as lágrimas. Abracei Cici com força, sentindo o calor de quem sempre foi mais do que uma babá. Era uma segunda mãe, alguém que nunca deixou de acreditar em mim, mesmo nos momentos mais difíceis.
E Spark? — Ela perguntou, mudando o assunto e secando os olhos. — Vi ele andando por aí de terninho, parecia uma celebridade!
Ri ao pensar na cena.
— Ele está curtindo mais a festa do que qualquer um. Vou te mostrar.
Olhei ao redor e o vi cercado de crianças. Ele estava sentado no chão, abanando o rabo freneticamente enquanto as crianças brincavam com ele. Algumas estavam tentando fazê-lo dar a pata, outras passavam a mão pelo terno minúsculo, e uma delas até colocou uma coroa de flores na cabeça dele.
Ele está sendo o centro das atenções. Acho que nunca o vi tão feliz. — Falei, apontando para ele.
Cici olhou e soltou uma gargalhada.
— Ele é esperto, sabe aproveitar. Está na festa do jeito dele!
Após os votos e os brindes iniciais, chegou a hora de um dos momentos mais esperados da noite: a nossa primeira dança como marido e mulher. O salão escureceu ligeiramente, enquanto as luzes suaves criavam uma atmosfera de conto de fadas. Bruno estendeu a mão para mim, um sorriso tímido nos lábios.
Pronta para roubar a atenção de todos de novo? — Ele perguntou, com aquele tom brincalhão que só ele sabia usar.
Contanto que você não pise no meu pé, acho que sim. — Respondi, rindo, enquanto colocava minha mão na dele.
A música começou a tocar. Escolhemos algo especial, uma melodia que sempre fez parte da nossa história- Die With Smile. Enquanto dançávamos, os olhos de todos estavam fixos em nós, mas parecia que o mundo inteiro tinha desaparecido. Era só eu, ele, e o ritmo suave da música. Seus passos eram firmes, e ele me conduzia com uma confiança que me fazia esquecer qualquer nervosismo.
Você está linda, Helen. — Ele disse baixinho, seus olhos fixos nos meus. — Parece que estou vivendo um sonho.
Eu também me sinto assim. Como se nada disso fosse real... — Respondi, sentindo uma onda de emoção me inundar.
Nos movíamos com graça pelo salão, nossos passos em perfeita sintonia. Em um momento, ele girou meu corpo, e a plateia soltou uma exclamação de admiração. Eu sorri, sentindo-me a própria protagonista de um filme romântico.
Quando a música chegou ao fim, ele me puxou para perto, nossos rostos tão próximos que podíamos sentir a respiração um do outro. E então, diante dos aplausos e das lágrimas emocionadas de nossos amigos e familiares, ele me beijou. Não foi um beijo longo, mas foi cheio de significado. Um selo para a promessa que fizemos no altar.
E assim, ao som de palmas e sorrisos, encerramos a nossa valsa, dando início ao restante da noite, onde amor, alegria e uma boa dose de diversão nos esperavam.
Quando as luzes da pista de dança se apagaram, um foco brilhou no centro do palco, e ali estavam eles: Coldplay. A multidão prendeu a respiração antes de explodir em aplausos ensurdecedores. Chris Martin tomou o microfone com um sorriso caloroso.
Boa noite a todos! É uma honra estar aqui hoje, celebrando esse dia tão especial com Helen e Bruno. Parabéns aos noivos! — ele disse, recebendo mais aplausos e gritos.
A banda começou com os primeiros acordes de "Yellow", e a atmosfera da festa mudou instantaneamente. A voz de Chris era como um abraço caloroso, envolvendo a todos enquanto ele cantava. Eu não conseguia parar de sorrir; era surreal ter uma das minhas bandas favoritas tocando ao vivo no meu casamento.
Bruno, ao meu lado, apertou minha mão e inclinou-se para sussurrar:
— Você se superou, hein? Coldplay no casamento? Vou levar anos para superar isso.
Eu ri e encostei minha cabeça em seu ombro, absorvendo o momento.
Depois de algumas músicas, a banda se despediu com "Fix You", e o palco foi assumido pelo DJ novamente. Ele entrou com uma energia contagiante, iluminando a pista de dança com batidas eletrônicas que não deixavam ninguém parado. Convidados de todas as idades invadiram o espaço, dançando e rindo. Até Spark parecia estar curtindo, andando entre os convidados com a cauda abanando como se estivesse na própria festa.
Então chegou o nosso momento. O DJ fez uma pausa e anunciou:
— E agora, para todo mundo aqui presente, um momento especial: Helen e Bruno, vamos colocar vocês no comando!
Bruno pegou o microfone, agradeceu a todos por estarem ali e, em seguida, puxou a multidão para cantar comigo. Começamos com uma versão animada de uma música que amávamos e a banda nos acompanhou. Foi engraçado, porque, apesar de sermos os noivos, mal conseguimos ficar parados no palco; queríamos dançar junto com todo mundo!
Quando descemos do palco, fomos cercados por amigos e familiares. A noite parecia um sonho. Em um momento, Bruno e eu encontramos os outros integrantes do Coldplay. Eles estavam descontraídos, com taças de champanhe nas mãos.
Vocês arrasaram — eu disse, cumprimentando Chris com um sorriso.
Quem arrasou foram vocês! Que vibe maravilhosa esse casamento tem — ele respondeu.
Bruno começou a contar sobre como tínhamos escolhido algumas músicas da banda para a playlist do casamento, e eles riram, parecendo genuinamente tocados.
Então, quando formos tocar no próximo show, vocês aparecem, certo? — brincou Jonny, levantando a taça em um brinde.
Eu ri.
— Fechado! Mas só se vocês nos derem ingressos VIP.
Entre risos e histórias, me afastei um pouco e fui cumprimentar outro grupo de convidados especiais: os pilotos da Fórmula 1.
Estavam todos reunidos em uma roda descontraída, com copos na mão e uma leve competitividade até na forma como contavam piadas. Lando Norris foi o primeiro a notar minha presença.
— Helen! Casada agora, hein? Acho que estamos ficando velhos.
Velhos? Eu acabei de começar, Norris! — respondi com um sorriso, arrancando risos de todos.
Lewis, como sempre, foi o mais calmo.
— Não vou mentir, Helen, essa é uma das melhores festas de casamento que já fui. Você e Bruno realmente sabem como organizar algo único.
Sorri com o comentário e agradeci. Era importante ouvir isso, significava que toda minha dedicação havia valido a pena.
E Spark roubando a cena? — Pierre Gasly comentou, apontando para onde Spark estava cercado de crianças.
Olhei para onde ele indicava. Lá estava meu cachorro, sendo o centro das atenções. As crianças riam e o acariciavam enquanto ele corria atrás de pequenos balões. Ele parecia mais animado do que qualquer um de nós.
Tenho certeza de que ele vai dormir por uma semana depois dessa — comentei, fazendo todos rirem.
Max Verstappen se inclinou.
— Mas e aí, Helen, quem você acha que vai pegar o buquê? Aposto que vai causar tanto drama quanto uma disputa na última volta.
Eu ri.
— Veremos. Só espero que ninguém derrube a decoração.
Leo e Roscoe (Leo cachorro de Charles Leclerc e Roscoe cachorro de Lewis Hamilton) adorariam estar no meio daquela bagunça, não é, Lewis? -- Charles disse tirando risadas nossas e Lewis concordou com a cabeça.
O relógio marcava quase meia-noite, e o momento do buquê estava se aproximando. A expectativa no ar só aumentava, e eu estava ansiosa para ver como seria essa cena.
O tempo passou rápido, e logo chegou um dos momentos mais aguardados da noite: o momento de jogar o buquê. As pessoas começaram a se aglomerar, e eu fui conduzida até o centro do salão. Olhei para o buquê em minhas mãos, um arranjo perfeito de flores brancas e rosas, e me virei de costas para o grupo animado de mulheres que aguardavam ansiosamente.
Preparadas? — Perguntei, rindo ao ver o nervosismo estampado nos rostos de algumas delas.
Joga logo, Helen! — Alguém gritou, arrancando risadas de todos.
Respirei fundo, balancei o buquê para criar expectativa e, finalmente, o joguei para trás. O salão explodiu em gritos e risadas enquanto o buquê voava no ar. Ele parecia pairar por um instante antes de cair diretamente nas mãos de Sarah, minha melhor amiga.
Eu peguei! — Ela gritou, levantando o buquê com um sorriso vitorioso.
Todos aplaudiram, e Bruno se aproximou de mim, segurando minha mão.
Parece que temos uma próxima noiva por aqui. — Ele disse, brincando.
Sarah riu, mas o olhar que ela lançou para o namorado na multidão fez todos perceberem que talvez aquele buquê realmente tivesse acertado o alvo certo. Enquanto a festa continuava, senti uma onda de alegria me invadir. Estar ali, cercada de amor, risadas e pessoas que eram meu mundo, fazia tudo valer a pena.
Depois de todos os gritos, risadas e abraços envolvendo Sarah, que não acreditava que tinha sido a sortuda da noite ao pegar o buquê, a música voltou a preencher o salão. Bruno e eu finalmente conseguimos escapar por alguns instantes para um canto mais tranquilo, onde sua banda e Phil estavam reunidos. Eles conversavam animadamente, com taças de espumante nas mãos, parecendo tão encantados com a festa quanto nós.
Olha só quem chegou! — exclamou Kenji, o guitarrista, com um sorriso enorme ao nos ver. — O casal da noite!
—chamos que nunca conseguiríamos arrancar vocês da pista de dança — brincou Eric, o baterista, dando um tapinha nas costas de Bruno. — Parece que alguém estava tentando ofuscar a banda!
Eu? — Bruno riu. — Nunca. Foi só um aquecimento. Quero ver vocês tentarem superar a nossa apresentação!
Oh, por favor, poupe-nos! — brincou Phil, entrando na conversa. — Se dependesse do Bruno, teríamos uma turnê de dança ao invés de música.
Eu ri, balançando a cabeça, enquanto segurava a mão de Bruno.
Vocês arrasaram lá no palco, conosco — comentei. — Foi especial demais ter a banda aqui. Sério, o que vocês fizeram hoje... não tem preço. Vocês tornaram nosso dia ainda mais memorável.
Foi uma honra — respondeu Jamareo, o baixista. — Ver vocês dois juntos... bem, é fácil perceber que vocês são inspiração pura. Espero que saibam o quanto a música que tocamos vem do coração.
Bruno sorriu, visivelmente emocionado, e apertou minha mão.
Vocês sempre foram mais do que uma banda para mim. São uma família — ele disse. — Então, obrigado. De verdade.
Tá bom, tá bom, chega de discurso — interrompeu Phil. — Vamos brindar a isso e comemorar. Afinal, estamos em uma festa, não num show de premiação!
Rimos, e Phil ergueu sua taça, liderando o brinde.
Aos noivos mais incríveis que já vi! — ele declarou.
E à banda mais incrível que já existiu! — Bruno acrescentou, piscando para os amigos.
As taças se chocaram no ar, e o som do brinde se misturou à música que ainda ecoava pelo salão.
Logo depois, fomos chamados por alguns amigos na pista de dança. Os pilotos de Fórmula 1 já estavam por lá, e o clima era de pura descontração. Max Verstappen estava ao lado de Lando Norris e Charles Leclerc, que brincavam sobre quem era o melhor dançarino.
Helen, você precisa me ajudar aqui — disse Lando, assim que me viu. — Charles está dizendo que eu sou péssimo, mas aposto que ele não consegue nem dois passos de samba!
Ei, ei, ei! Não exagera! — Charles rebateu, rindo.
Bom, Lando, considerando seu talento natural para dançar na chuva (literalmente, nos GPs), acho que você tem potencial — provoquei.
Bruno gargalhou ao meu lado, e Max, sempre mais reservado, aproveitou para brincar:
— Só estou esperando alguém propor uma competição de dança entre os pilotos. Aí sim vamos descobrir quem é o verdadeiro campeão.
Acho melhor ficarmos com as corridas mesmo! — sugeri, arrancando mais risadas do grupo.
A festa continuava a todo vapor, mas eu sabia que, aos poucos, o tempo estava chegando ao fim. Olhei ao redor e vi convidados espalhados por toda parte, alguns ainda na pista, outros conversando em mesas ou apreciando drinks no bar. E, claro, Spark, que ainda era o centro das atenções das crianças, correndo de um lado para o outro com sua energia aparentemente inesgotável.
"Que noite", pensei, com o coração cheio de gratidão.
[...]
A noite chegou ao fim mais rápido do que eu esperava. Era como se o tempo tivesse passado em um piscar de olhos, entre risadas, música e momentos que, com certeza, ficarão para sempre na memória. Aos poucos, os convidados começaram a se despedir, deixando o salão com abraços calorosos e sorrisos sinceros. A energia da festa ainda pairava no ar, mas agora havia um toque de calmaria, como se tudo estivesse encontrando seu lugar.
Spark, exausto de tanto correr atrás das crianças, estava deitado perto da mesa principal, com a língua para fora e a expressão de puro contentamento. Bruno se abaixou para fazer carinho em sua cabeça, e eu não pude deixar de sorrir.
Acho que ele aproveitou mais do que nós — comentei, acariciando as orelhas de Spark.
Sem dúvida. Ele roubou a cena desde o início — Bruno respondeu, rindo.
Os últimos convidados se despediram com promessas de mensagens e encontros futuros. Sarah e Lara, ainda animadas, foram as últimas a sair, acompanhadas de Phil, que fazia questão de carregar uma caixa de presentes para nós.
Vocês arrasaram hoje. Foi tudo perfeito! — Sarah disse antes de nos abraçar.
— Boa noite, noivos! Agora vão aproveitar esse momento só para vocês! — Lara completou, piscando para mim antes de sair pela porta.
Finalmente, o salão ficou vazio, exceto pelos funcionários que começavam a desmontar a decoração e arrumar as mesas. Bruno e eu nos entreolhamos, e ele segurou minha mão, guiando-me para fora.
O Rolls-Royce que nos trouxe estava estacionado na entrada, e Spark já estava confortavelmente deitado no banco de trás, exausto. Entramos no carro, e assim que a porta se fechou, senti um alívio indescritível. Era como se o peso da ansiedade e da correria tivesse finalmente saído dos meus ombros.
Então, Sra. Hernandez, como se sente depois de tudo isso? — Bruno perguntou, me olhando com um sorriso cúmplice.
Eu ri, inclinando minha cabeça no ombro dele.
— Exausta, feliz, emocionada... Acho que todos os sentimentos possíveis estão misturados aqui. E você, Sr. Hernandez?
Orgulhoso. Muito orgulhoso. De você, de nós, de como tudo saiu tão perfeito — ele respondeu, beijando minha testa. — Foi o dia mais incrível da minha vida.
Ficamos em silêncio por um momento, observando a cidade passando pela janela. A luz dos postes iluminava as ruas desertas, e o céu estava limpo, estrelado.
Sabe o que foi minha parte favorita? — perguntei.
Difícil adivinhar, porque teve muita coisa boa — ele respondeu, olhando para mim com curiosidade.
— Foi quando você fez seus votos. Quando você falou tudo aquilo... Foi como se cada palavra fosse feita para mim. Eu nunca vou esquecer.
Bruno sorriu, segurando minha mão.
— Eu só disse o que estava no meu coração. E, sinceramente, não foi nem metade do que sinto por você.
Senti meus olhos marejarem novamente, mas dessa vez por um motivo completamente diferente.
Eu te amo — sussurrei.
Eu te amo mais — ele respondeu, antes de me puxar para um beijo suave.
Chegamos em casa pouco tempo depois. Subimos as escadas em silêncio, cada passo parecendo um lembrete de que estávamos começando um novo capítulo juntos. Spark foi direto para sua cama e caiu no sono imediatamente, e nós dois tomamos banho juntos fizemos o mesmo que Spark, ainda vestindo o brilho de um dia inesquecível.
Naquele momento, deitados lado a lado, com os dedos entrelaçados, soube que não importava o que o futuro trouxesse — estávamos prontos para enfrentá-lo juntos.
[...]
Oii amigas, como vcs estão?
Acho que eu me empolguei um pouquinho nesse ep KKKKKKKKKKKKKKK
Espero que estejam gostandooo
Dessa vez eu mereço muuuuitos comentarios e estrelinhas, não acham??
Muito obrigada por lerem até aqui
Bjocas💗
Até o prox ep
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