35. Conexão

Helen's pov

Acordei com Bruno ainda adormecido ao meu lado. Era estranho vê-lo ali novamente, e ao mesmo tempo parecia tão certo tão confortável. Senti um calor familiar no peito, mas ele também carregava algo novo — um misto de nostalgia e medo.

Eu o observava em silêncio, refletindo sobre tudo o que ele havia dito na noite anterior. Em especial, uma frase não saía da minha mente: "não vou desistir de nós tão cedo". Como era possível ainda ter tanta fé? Eu queria acreditar com a mesma força, mas ainda sentia sombras do passado me puxando para trás, me alertando a não me entregar facilmente. A única coisa que sei, é que da última vez que eu ouvi meu passado estraguei tudo, não farei isso novamente.

Minhas reflexões foram interrompidas quando ele começou a se mexer. Bruno abriu os olhos devagar, e, ao me ver, sorriu lentamente.

Bom dia, princesa — ele murmurou com a voz rouca de sono

Naquele momentos, eu soube que por mais difícil fosse nossos problemas, eu ainda iria tentar, por nós.

Bom dia, gatinho — falei selando nossos lábios em um rápido selinho.

Você acordou cedo — ele falou

Hábito de hospital acho. Me acostumei — falei sorrindo

Um silêncio se instaurou por alguns segundos.

Está pensando em que? — perguntei

Que você faz o melhor café do mundo — ele disse com um sorriso arteiro me tirando uma risada sincera

Vamos descer, eu faço para você — falei ainda rindo e ele abriu outro sorriso.

Colocamos uma roupa e descemos direto para a cozinha.

Bom dia — ouvimos uma voz atrás de nós, era a Cici

Bom dia, Cici — falei sorridente

Bom dia Cici — Bruno disse em seguida.

Acordados a essa hora? — ela perguntou com um tom animado

Me acostumei com o horário que acordei no hospital — falei

Quer ajuda com o café? — perguntou

Você pode olhar para mim enquanto vou no banheiro? — pedi — Por favor

Claro! — ela disse

Gatinho, vai tirar o pão de queijo da air fryer — falei e ele se levantou para fazer o que pedi

Entrei no banheiro sentindo uma leve tremedeira nas mãos. Enquanto me apoiava na pia, me olhando no espelho, percebi uma fraqueza que não tinha a algum tempo. Fechei meus olhos e respirei fundo, tentando me recompor, mas ainda estava sentindo um vazio muito grande.

Foi então que me lembrei dos remédios que a psiquiatra receitou. A nova dosagem já havia sido pre-escrita, como fui esquecer de tomar? Passei as mãos no rosto tentando me recordar onde tinha deixado. Mesmo sendo um deslize pequeno, meu corpo já dava sinais de dependência, um lembrete incômodo de que ainda não estava tão forte quando gostaria.

Olhei para o espelho novamente.

Eu preciso retomar o controle, não posso permitir recaídas. Afinal, agora eu tenho alguém por quem lutar — pensei — E também, por mim mesma.

Abri a gaveta e vi que haviam vários remédios lá, exceto os que eu precisava.

Sai do banheiro e fui correndo para o quarto, meu coração estava começando a acelerar e minhas mãos estavam tremendo cada vez mais.

Ela está bem? — pude ouvir bruno perguntar para Cici, mas no segundo seguinte eu não ouvia mais nada.

A visão do quarto estava turva, como se tudo estivesse girando. Eu me apoiei na parede, tentando me manter firme, mas o corpo estava traindo minha mente. Cada passo que eu dava parecia mais difícil, e meu peito apertava com uma ansie fase crescente que eu não sabia como lidar.

Eu precisava dos remédios. Preciso...
Por que tudo parece estar fugindo do controle tão rápido?

Ignorei a tontura e rapidamente fui até a gaveta, tomei todos os remédios sem pensar duas vezes. Mesmo após tomá-los, os sintomas continuaram. Fechei meus olhos, abaixei a cabeça e tentei recuperar o fôlego. Não conseguia me concentrar, a dor era tão constante que era quase impossível pensar em outra coisa.

Senti algo segurando minha mão, e com o tempo a calma foi se instaurando em mim.

Conseguia ouvir ele dizendo:
"Ei, eu estou aqui com você" Com a voz bem calma e suave.

A dor diminuindo, a tontura passando, meus batimentos cardíacos ficando mais devagar e eu finalmente consegui recuperar o fôlego.

Abri devagar meus olhos para ver quem estava ali, e vi Bruno.

Você está bem? — bruno me perguntou agachado em minha frente segurando minha mão

Agora estou, obrigada — falei sorrindo a ele

Você vai passar por isso, estamos juntos nessa! — ele disse e em seguida deixou um beijo molhado e demorado em minha mão  — Sei que é difícil, mas você é mais forte do que imagina.

Obrigada, por tudo — falei olhando em seus olhos

Eu te amo — ele falou — Estarei aqui para você e por você para sempre, a cada passo... sempre que precisar.

Eu te amo também — falei — O que seria de mim sem você?

Deixei um beijo em sua cabeça e em seguida ele me ajudou a levantar.

Descemos para comer, como se nada tivesse acontecido. Acho que é uma das coisas que mais gosto em nosso "relacionamento". Nunca deixamos as coisas ruins atrapalharem os momentos bons.

Vamos sair para comer hoje? — Bruno disse

Vamos — falei sorrindo

Para onde você que ir? — ele perguntou

Qualquer lugar — falei comendo outro pão de queijo — Onde você quer ir?

Ah não, não gosto de escolher — ele falou — Acho que vou ter que perguntar para Sarah de novo, já que você não vai me contar onde quer ir...

Tudo bem — falei rindo — Sabe o Loup? Restaurante da Paola Carosella?

Sei — ele falou — Quer comer lá?

Queroo— falei e ele riu

Tudo bem então, vamos jantar lá — ele disse

Vamos ver um filme agora? — pedi

Claro! — ele falou

Ele ficou quieto de repente. Ele pareci querer falar algo, mas sempre repensava

Pode falar — falei

Ele riu tímido

Ah, eu queria saber se nossa promessa ainda estava de pé — ele falou olhando para baixo

Que promessa? — perguntei

Você já se esqueceu? — ele falou

Comecei a lembrar das várias e várias conversas que já tivemos, tentando relembrar algo relacionado a promessa... até que eu lembrei.

Quando estava bebado, bruno disse "você promete que vai casar comigo" e eu prometi.

A do casamento? — perguntei

Sim — ele falou olhando para mim

Você se lembra das coisas quando está bebado? — perguntei

Sim, eu sempre lembro de tudo — ele falou — Você ainda não respondeu

Claro que está de pé — falei e dei um selinho demorado nele

Bruno me olhou, o brilho em seus olhos ainda mais intensos após minha resposta. Um sorriso surgiu em seu rosto, e ele se aproximou devagar, me abraçando de forma inesperada e tirando meus pés do chão.

Amor, me põem no chão — falei entre risadas, tentando me soltar, mas ele apenas apertou o abraço e me ajeitou em seu colo.

E perder essa oportunidade de fazer cócegas em você? Nunca! — ele riu com aquele ar travesso e começou a me provocar, sabendo exatamente onde eu era mais sensível. Me contorci em seu colo, gargalhando enquanto ele subia as escadas.

Bruno! Eu vou cair, para com isso — reclamei rindo, com a mão em seus ombros.

Mas ele apenas riu mais, não para do até me ouvir ofegante e com lágrimas nos olhos de tanto dar risada. Só então ele me colocou delicadamente no chão do quarto, olhando para mim com um sorriso satisfeito, como se tivesse acabado de ganhar uma batalha.

Você é terrível — falei, ainda me recuperando e tentando ajeitar meu cabelo que estava bagunçado.

E você ainda quer casar comigo mesmo assim? — perguntou com um sorriso que fazia qualquer dúvida desaparecer

Nos encaramos por um momento, até que eu dei um passo em sua direção e deixei um beijo suave em seus lábios, sentindo o calor e a ternura que surgiu entre nós. Ai me afastar, vi seus olhos brilhando ainda mais, e por um instante, o mundo pareceu parar.

Acho que isso responde sua pergunta — falei e pisquei para ele, que logo abriu sorriso — Vamos ver o filme?

Ele riu e me puxou para a cama


oii amigas, como vocês estão??
escrevi isso 3 da manhã KAKAKAKAK (literalmente). Eu coloquei esse textinho no final, mas eu n sei pq n foi, ent estou escrevendo agrr.
Obrigada por lerem até aqui.
Me contem o que estão achando, pfvv!!
Não se esqueçam de clicar na estrelinha, ajuda dmss
Críticas e Sugestões são sempre mt bem vindas
Bjocas💗
até o proxx

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