🎶 CAPÍTULO XIII: NA SUA PELE🎶
"Não me restam muitos amigos com quem conversar
Não há para onde eu correr quando estou com problemas
Você sabe que eu faria qualquer coisa por você
Passe a noite aqui, mas não conte para ninguém". — Your Love (The Outfield)
⚠️ Atenção: leiam os recados da autora depois que o capítulo acabar, obrigada! ⚠️
— Deixa eu ver se entendi: você vai ficar rico ganhando o quádruplo por mês por quatro meses para flertar com o maior rockstar do mundo?! E ainda está reclamando?! O que tem de errado com você? — Jimin falou gritando com sua voz estridente, enquanto estava sentado no sofá bege de seu primo no apartamento minúsculo dele no centro de Toronto.
Era quarta-feira de noite, mas Hobi não tinha cabeça para colocar escrito no papel toda a conversa que teve ontem com Yoongi, não conseguiu escrever nada, deveria reservar um dia inteiro para isso depois das entrevistas, o máximo que conseguiu foi decupar a conversa que foi gravada, mas começar a materializar ela, nem pensar.
O que mais preocupava o rapaz era que a autobiografia seria em primeira pessoa, ele deveria entrar bem na mente de Yoongi para conseguir se passar por ele na escrita do livro, Jhope suspirou ao pensar nisso.
— Você nunca ouve o que eu digo — Jeon falou sentando ao lado do primo encarando seu quadros autorais pendurados na parede e tentando refletir se, ao relatar tudo para o primo, deu a entender mais que vai lá para flertar do que para coletar informações para o livro que iria escrever.
— Impressionante, a internet está certa, carne só cai em prato de vegano mesmo!
— Jhope riu com isso e encarou os cabelos curtos e loiros do primo, sorriu de lado e virou de volta a cabeça para os seus quadros quando sentiu a ponta da cabeça de Jimin repousar em seu ombro — sabe o quanto me preocupo com a sua felicidade, não é? — Jhope concordou de leve com a cabeça — pensa bem, esse cara conseguiu fazer você se soltar mais com ele do que com os trocentos amigos que eu te apresento, parece até que ele faz mágica.
— Sim, é estranho para mim toda essa... aproximação — Jimin tirou a cabeça do ombro do primo, pegou sua cerveja que estava encostada no braço do sofá de dois lugares, bebericou ela de leve e voltou a falar:
— Sabe, acho que você deveria contar logo sobre a sua condição.
— Nem pensar.
— Hobi! Ele está fazendo uma lista sobre você! Esse rapaz está mais do que interessado e, porra, ele é o Yoongi, milhares de pessoas estão rezando neste exato momento para ter o que você está tendo.
— Mas eu não pedi por isso, eu sinto algo por ele, confesso, mas... tudo que pode vir com essa amizade, a fama, os jornalistas — Jeon balançou a cabeça e desviou o olhar para o chão — eu nem consigo pensar nisso tudo sem me sentir ansioso — voltou a encarar o primo que sorria de lado — sabe como atenção, pessoas, multidões e barulhos me deixam nervoso, não é tão simples assim ser amigo dele, eu só vou ser o ghost writer e nada mais! — Jimin riu baixo com isso e bebeu mais um gole da cerveja tentando abafar a risada — o que é engraçado?
— Parece que ele está mesmo conseguindo mexer com você, nunca te vi tão na defensiva.
— Eu estou na defensiva? — Jimin concordou com a cabeça, Hobi suspirou e desviou o olhar — amanhã tenho mais horas de conversa com ele — engoliu o seco e voltou a encarar o primo — o que eu faço?
— O que você faz de melhor: seja você mesmo, uma hora ou outra, vocês vão se aproximar mais, Yoongi vai descobrir a sua condição, mas, até lá, só aproveita o momento — Hobi mordeu de leve os lábios e ficou pensando em como uma tarefa tão simples poderia parecer quase impossível de ser feita para uma pessoa ansiosa como ele.
Aproveitar o momento presente, mas como se sua mente grita para ele de minuto a minuto que todos os momentos bons passam, a felicidade é nada menos do que o intervalo entre duas tristezas e o efêmero dos bons momentos é como um sopro de verão, atenua o calor, mas passa tão rápido que sua chegada é como se fosse sua partida, e sua presença é, de antemão, repleta de saudades nunca sentidas.
🎸🎸🎸
Era quinta-feira e Jhope estava, novamente, no escritório de Yoongi. Desta vez, se permitiu olhar mais o lugar, menos ansioso como estava na primeira vez, notou que além de grande o lugar era repleto de instrumentos para todos os lados, um teclado grande e brilhante todo brando em um canto, diversas guitarras penduradas nas paredes escarlates e mais vários instrumentos de sopro no outro canto.
Além disso, diversas revistas estavam postas em outra mesa do outro lado do cômodo, sempre de editoriais de música e nem todas tinham o rosto de Yoongi estampado nelas, a maioria eram antigas, edições de colecionador da Rollings Stone, principalmente, com artistas famosos como Freddy Mercury, Michael Jackson e Bon Jovi, era impressionante ver as letras, as fotos, velhas, mas tão atuais, tão presentes e sobre músicas que ainda tocam nas rádios como se tivessem acabado de estrear.
— Hoje pensei que, depois da conversa, a gente poderia relaxar um pouco — Min disse, fazendo a atenção de Hobi voltar para ele, tinham já conversado mais um tanto sobre a infância de Yoongi, mas Jeon desconfiava que ainda havia algo que o cantor se recusava a revelar de fato.
— Tipo?
— Eu tenho um aparelho de karaokê na sala, a gente podia, sei lá, beber algo e cantar — Jhope riu de nervoso com essa sugestão.
— Não vou cantar no karaokê contido, é meio injusto, sabe? — Yoongi segurou o riso.
— Juro que não me esforço para cantar bem nesses momentos, além disso, estou de férias, e não ache que estarei fazendo um show particular, será só um momento para descontrair, ouvir e cantar músicas velhas, aliás, quais você gosta?
— Taylor Swift, Lana Del Rey e... por que está com essa cara?
— Nada, continue, por favor — Hobi suspirou.
— Tudo bem, mas curto mais pop, às vezes indie, não gosto muito de rock.
— Perfeito, têm várias músicas neste estilo, mais tarde, podemos cantar, o que acha?
— Tudo bem... e falando em música, gostaria que você falasse mais sobre o seu primeiro som que bombou, eu fui pesquisar — ele virou o rosto para suas anotações, Yoongi sentia o coração disparar só de ouvir que ele havia pesquisado sobre sua vida na internet, queria que Jeon o conhecesse por ele mesmo, mas era meio inevitável, como figura pública, que as pessoas tentassem achar informações sobre ele na internet — foi In Your Skin — Jhope voltou a olhá-lo — está certo?
— Sim, foi essa mesmo, foi um único hit que lancei na internet de forma amadora, a versão original era somente acústica, mas depois aprimorei ela, ganhei oportunidade de gravar um álbum inteiro de forma profissional, e depois disso foi só música bombando uma atrás da outra.
— Eu ouvi essa versão original de In Your Skin, gostaria de comentar sobre a história dela?
— Claro, bom, quando saiu todo mundo que escutou interpretou como uma música romântica sobre um homem e uma menina, mas ela nunca foi sobre isso — Jhope ergueu as sobrancelhas — pois é, nunca contei isso para ninguém, acho que somente o Tae sabe sobre a história em si.
— Quando ouvi, jurava que era sobre um casal.
— Ah sim, eu não julgo mal quem interpreta dessa forma, parece muito mesmo, mas nunca foi sobre isso, sempre achei que essa música estourou na época porque eu escrevi com a alma, era um momento muito conturbado da minha vida e ela foi uma válvula de escape, eu... usei ela para colocar para fora tudo aquilo que me sufoca o peito.
— Eu entendo, se sentir bem para compartilhar a história, tudo bem, se não, podemos adiar, sem problemas, quero que se sinta confortável
— Eu me sinto confortável com você, Jhope — isso fez o garoto piscar duas vezes e desviar os olhos para a tela de seu notebook, tinha vindo com seus all star rosa claro, sua blusa de manga longa branca e sua calça jeans preta, mas sabia, mesmo sem Yoongi falar, que ele parecia mesmo confortável.
Como se estivesse se sentindo cada vez mais em casa, Jhope parou de pensar muito em quais roupas usar para estar na presença de Yoongi, ainda se preparava, tomava banho, penteava os cabelos e passava seus perfumes, e da mesma forma o rockstar parecia estar cada vez mais familiarizado com a presença do escritor, agora ele usava uma regata preta que evidenciava seus músculos dos ombros, dos braços e até mesmo do peito, quando Hobi viu ele assim hoje, prendeu a respiração e rezou para que o cantor não fosse capaz de perceber como seu coração acelerou de maneira tão rápida que era até vergonhoso.
— Enfim... — a voz era uma música por si só, Yoongi tinha esse poder de conseguir soar de forma maravilhosa, mesmo sem instrumentos de fundo, mesmo sem uma letra tocante, sua voz tomava a atmosfera como se fosse feita para ser não somente ouvida, mas apreciada, cada sílaba era um deleite para o cérebro de Jhope e ele começou a entender esse fascínio que tantas fãs tinham por ele, não era somente a aparência, era a forma como ele conseguia pronunciar palavras como se, automaticamente, as cantasse sem nem mesmo alterar a voz.
Ele estaria ferrado nesse karaokê.
— Eu fiz a música, na verdade, para a minha mãe — Jhope ergueu os olhos para Yoon no outro lado da mesa, a expressão intransponível, a forma como conseguia ter o controle de cada músculo da face, um verdadeiro ator, parecia ligeiramente apático, mas Hobi conseguiu sentir, somente pelo olhar do cantor, que algo incendiava seu peito a cada palavra, por mais que sua face fosse o poço da indiferença, como se ele fosse uma estátua grega esculpida em uma única feição — eu tinha perdido ela há um mês antes de escrever a música, e tudo o que vivemos marcou minha vida para sempre, eu sempre quis estar na pele dela nos piores momentos que ela passou, mas nunca pude, de fato, a música serviu para eu começar a lidar com esses sentimentos que ainda sinto em relação a ela.
— E quais são os sentimentos?
— Culpa, principalmente, por não ter protegido ela quando eu podia — Jhope juntou as sobrancelhas — impotência, porque eu deveria ter ajudado ela, e não fiz nada, não tinha capacidade física para isso, eu tinha somente oito anos quando ela começou a passar por uma das piores coisas na vida.
— Se era uma criança, por que se culpa por não ter protegido ela? — Yoon suspirou.
— Eu fui crescendo, poderia ter mudado aquilo, mas eu não conseguia, eu tinha medo, muito medo, ao mesmo tempo que sentia que ela precisava de mim.
— Ainda assim, creio que era um adolescente.
— Sim, mas eu saí de casa com dezesseis anos, eu deixei ela para sofrer e, bom, até hoje sinto que eu deveria ser a pessoa a ficar na pele dela nos momentos de sofrimento, escrevi para isso, para externalizar tudo aquilo que eu não conseguia, por anos, assumir para mim mesmo.
— Sinto muito, Yoongi, mas acho muita crueldade sua colocar tanta responsabilidade e peso em cima de um adolescente, você não era quem você é agora, e talvez passar por tudo aquilo tenha te feito quem você é hoje, não podemos carregar um fardo assim tão grande por tanto tempo — Yoongi sorriu ao ouvir essas palavras e sentiu os olhos começarem a arder, mas se conteve.
O problema era que ninguém tinha sido tão empático, cauteloso e carinhoso com ele quando o assunto era a sua mãe, ninguém nunca tinha dito para ele com todas as palavras o quanto era desumano se cobrar no passado, justamente um tempo em que nada é possível ser feito para ser mudado.
Ainda não inventaram máquinas do tempo, Yoongi pensou, e há alguns dias eu daria o dinheiro que fosse para ter uma, mas, agora, sinto que se eu não tivesse vivido cada momento da minha vida como vivi até agora, não teria o encontrado, não teria essas conversas e nem teria o privilégio de ouvir essas palavras.
Independente do que a mãe dele passou, independente do que ele se culpa, acho que nunca vi ninguém tão autocrítico quanto Yoongi, alguém tão consciente de si, de sua vida, deve ser por isso que suas letras são tão enriquecedoras, elas não falam somente sobre um amor romântico, fala sobre como nós lidamos com a possibilidade de receber um amor que julgamos merecer, e ele, muitas vezes, não é necessariamente bom e vem justamente de nós mesmos, Hobi pensou.
Hoje, quanto mais falavam, mais Jhope se abria, e não o contrário e, assim, Yoongi começou a aprender mais sobre o seu escritor. Descobriu que Jhope era fascinado por velas aromáticas, detestava com todas as forças salas de cinema, não conseguia se convencer que era bom em algo e sempre, sem falta, desenhava todos os dias, nem que fossem somente homens de palito em uma paisagem rural com um sol, uma árvore e uma casinha no campo.
Yoongi também notou que Jhope desvia o olhar quando fica envergonhado, ri de nervoso quando ouve uma verdade ou uma pergunta íntima, fica vermelho somente quando não quer confessar algo constrangedor, a perna fica inquieta quando o silêncio dura mais do que cinco segundos, gosta muito de olhar para a janela e, nesses momentos, Yoon daria tudo para saber o que se passava na mente dele.
Será que estaria detestando esse trabalho? Será que era exigir muito dele horas de conversa? Será que ele não estaria abusando do poder? Mas, quando sugeria que a entrevista poderia acabar, Jhope ficava inquieto e inventava mais perguntas que, às vezes, respondia somente para que Yoon pudesse saber mais sobre ele.
Descobriu, assim, que Jhope adora uma cafeteria em especial, mas vai sozinho nela, que na adolescência não teve muitos amigos, mas seu primo Jimin sempre foi presente, que gosta mais de pipoca doce do que salgada, que seu suco preferido é de laranja e seu doce é torta de morango.
Por outro lado, gostava de tomar vinho, e Yoon preferia cerveja; o escritor adorava parques, e o cantor preferia os shopping, enquanto o rockstar só tinha roupas escuras, Hobi tinha uma paleta maior de branco, rosa claro e cinza; enquanto um dizia amar a noite, o outro gostava do fresco das manhã, enquanto um admirava lagos, o outro dizia que gostava do pôr-do-sol, enquanto um tinha dificuldades para entender piadas, o outro não perdia a oportunidade de tentar fazer uma.
E foi se conhecendo aos poucos que tanto Yoongi quando Jhope entenderam que não eram somente opostos, mas complementares, enquanto um sugeria algo novo para o outro experimentar, o outro comentava que ele poderia se aventurar mais pelo desconhecido, e parecia maravilhoso experimentar coisas novas na presença de alguém que era tão fácil conversar, tão tranquilo de puxar assunto e tão engraçado de ouvir quando o assunto ficava estranho.
Foram para o karaoke mais de noite, depois que Yoon pediu não somente outra pizza, como também encomendou de uma doceria uma torta de morango, o que fez o coração de Jhope ficar completamente mole com essas pequenas grandes ações que o rockstar fazia somente para ele se sentir em paz.
Por vários minutos e músicas, somente Yoongi cantou músicas pop que Hobi falava para ele tentar, Lady Gaga, Rihanna e até mesmo Katy Perry entraram na lista de canções que o rockstar se ousou cantar, uma forma de se aventurar pelos gostosos do escritor e, após duas quatro taças de vinho, que esvaziaram a garrafa completa que Hobi estava tomando, ele aceitou cantar uma música sozinho no karaokê depois que o rockstar insistiu que ele deveria tentar.
Nada mais justo depois que Yoongi cantou dez músicas pop ele cantar um de rock, mas ele implorou para o cantor que não fosse uma muito barulhenta, Yoongi riu disso e pediu para ele confiar nele, pegou o controle para selecionar a música, se jogou no sofá, assistindo Jhope de pé esperando ele colocar, com o microfone na mão, o menino parecia mais deslocado do que o normal, enquanto o rockstar tinha segurado o microfone como se fosse parte de seu corpo.
— Feche os olhos — Yoon pediu, Hobi ia protestar, mas o artista ergueu as sobrancelhas e disse: — não confia em mim? — Jhope engoliu o seco e fechou os olhos pensando: sim, eu confio, eu confio muito em você, sorriu de lado e depois abriu os olhos ao ouvir — pode abrir — Jeon sentiu o coração disparar quando ouviu os solos de guitarra baixos e melodiosos, a bateria de fundo quase imperceptível e suave, e suas pernas ficaram bambas quando leu o título da música.
In Your Skin de Min Yoongi.
— Queria me desculpar — Jhope começou a cantar olhando a letra da música e se sentindo nervoso, a voz falhando um pouco no começo, as pernas um tanto bambas, mas começou a tentar encarar aquela música com a interpretação que Yoon lhe deu: era uma música sobre sua mãe, era especial, era aquela que lançou a carreira dele, não era somente uma música romântica, era sobre culpa, impotência e, querendo ou não, amor.
— Queria me desculpar — ele repetiu encarando as letras — por todas as vezes que não estive na sua pele — ele engoliu o seco e prosseguiu sem olhar para Yoongi.
— Queria me desculpar por tudo que passou, por não ter sido melhor, queria me desculpar por não ser o suficiente na época, acho que nem agora eu sou — ele respirou fundo quando o solo da guitarra entrou e olhou para Yoon que não desviava o olhar do chão.
— Sei que não fui perfeito, meu amor foi embora, mas quero que saiba que desde o primeiro instante, eu não hesitaria em estar na sua pele — ele respirou fundo — queria me desculpar por tudo que passou, por não ter sido melhor, queria me desculpar por não ser o suficiente na época, acho que nem agora eu sou, mas quero que saiba — e neste instante Yoongi encarou Jhope que não olhava mais a tela — quero que sabia que eu não hesitaria, nem por um segundo, em passar por tudo isso com você de novo, de segurar sua mão trêmula, de ouvir suas dores, eu tentei de tudo.
Yoon sorriu de lado.
— Eu fiquei do seu lado na dor, eu estava limpando suas cicatrizes sangrentas, eu afaguei seu rosto e enxuguei suas lágrimas com cautela, eu fiz de tudo, mas eu queria ter feito mais, eu queria ter estado no seu lugar, na sua pele, e quero que me perdoe por tudo — Hobi respirou fundo para o último refrão, desta vez, sem desviar os olhos da tela.
— Queria me desculpar por tudo que passou, por não ter sido melhor, queria me desculpar por não ser suficiente na época, acho que nunca serei suficiente para ninguém, mas se um dia criarem uma máquina do tempo, eu voltaria e eu estaria no seu lugar, não te deixaria sofrer, porque eu estaria na sua pele, eu sofreria no seu lugar, sem pensar duas vezes, acho que esse é o verdadeiro significado do amor.
A música terminou, Yoongi se levantou devagar, ainda encarando o chão, mas quando ergueu sua cabeça, fazendo seus cabelos escuros balançarem de forma graciosa e as mãos de Jhope ficaram tensas, o rockstar sorriu de lado para Hobi que notou como aqueles olhos negros, de um ocenao profundo e devastador, estavam agora mais brilhantes que o normal, ele quase chorou? Jhope pensou.
O cantor pegou o microfone de sua mão e desta vez foi mais devagar, encarando o toque de seus dedos com os de Jhope, o menino, desta vez, não se assustou, não levou as mãos para longe, fazendo o peito do rockstar se encher de algo brilhante, quente e forte, esperança, de um jeito que só vem dentro de si como se fosse um raio de sol intenso e amarelo após um dilúvio. Yoongi ergueu os olhos e encarou o castanho escuro de Jhope e só conseguia pensar que aquele menino era, de alguma forma, como o sol para ele.
— Obrigado por cantar — Yoongi sussurrou e sentiu que, entre o microfone nas mãos de ambos, Hobi passava a ponta dos dedos no dorso das mãos do artista, um carinho sutil, mas afetuoso, singelo, mas quente, quando nunca se recebe um toque físico de alguém que não gosta, a maior demonstração de afeto é quando essa pessoa não foge mais e, ainda por cima, aproveita o momento para te tocar mais, te sentir mais, te fazer um carinho pequeno em tamanho, mas enorme em significado.
— De nada — Jeon falou e deu mais um passo para frente, seu peito quase encostando no do artista, Yoongi ofegou com a aproximação, queria isso, mas não imaginava o que poderia sentir quando, enfim, aquele garoto cedesse um tanto aos seus encantados, provocando seu toque, era engraçado, e até interessante, estar do outro lado: sentindo a aproximação vir, e não indo atrás dela.
Yoongi engoliu o seco, molhou os lábios e, ainda sentindo os dedos de Jhope que começavam a se entrelaçar nos seus, sussurrou:
— Passe a noite aqui — Yoon disse.
Hobi pensou em mil e uma desculpas, pensou até mesmo em dizer que tinha um remédio para tomar, uma visita importante em sua casa pela manhã, trabalhos para fazer em casa, uma faxina inadiável, uma correspondência para enviar nos correios cedinho, um e-mail sobre um novo trabalho que precisava responder o quanto antes.
Apesar de ser o número um na competição de criar desculpas bem boladas e irrevogáveis, Jhope não se apegou a nenhuma, porque não queria elas, na verdade, não precisava delas, seu corpo não tinha mais medo, nem ansiedade, se sentia em casa, se sentia bem e, depois de longos cinco segundos que fizeram a cabeça de Yoongi rodopiar de anseios, o escritor falou aos sussurros:
— Sim, eu passo.
🎸🎸🎸
Recadinho da autora:
Gente, pretendo acabar esse fic com 30 ou 35 capítulos e queria a ajuda de vocês para qual começar depois dela, segue a sinopse e as capas das minhas próximas ideias, além de uma fic SOPE, tem também JIKOOK, mas não sei se vocês gostam, enfim, é isso. Comente em qual você gostaria de ler depois que MFF acabar.
Min Yoongi é um renomado advogado sem escrúpulos quando o assunto é vencer. Viciado em trabalhar, ele acredita que em sua vida não há espaço para mais nada. Mas suas prioridades começam a mudar quando ele contrata Jung Hoseok, o mais novo estagiário de seu escritório de advocacia.
Hoseok nutre uma intensa admiração pelo chefe, ao mesmo tempo que relembra o passado deles juntos na faculdade e pensa em como faria de tudo para ter aquela relação próxima novamente. E este pensamento é posto à prova justamente quando Yoongi pede algo inacreditável para ele: uma ajuda para esconder o cadáver de Kim Taehyung, o até então sócio da firma.
Após esconderem o corpo, Min e Jung são visitados por criaturas sobrenaturais em sonhos bizarros, aterrorizantes e sem sentido aparente... Entre a linha tênue da sanidade e o abismo da loucura, ambos descobrirão que nada é o que realmente parece ser, nem mesmo uma inofensiva e delicada flor de Gardênia.
Após se mudar para a catedral de Monte Real, nos arredores da Itália, Park Jimin esperava encontrar seu lugar no mundo, sua vocação, depois que se formou como padre, porém, a vida tinha outro rumo para ele: se encantar pelo bispo da diocese, Jeon Jungkook, um homem frio, calculista e que tem olhos aterrorizantes em um tom quase vermelho.
Jeon Jungkook não esperava que um simples padre conseguisse acabar com seus planos maquiavélicos naquele lugar gótico e cheio de mistérios, e não achava, também, que além de se sentir atraído a morder o pescoço do novato e sugar cada gota de seu saboroso sangue, ele iria ter seu maior segredo descoberto: era um dos vampiros mais antigos e mortíferos da região.
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