Tyreme
Vejo o ultimo fio de castanho escapar do meu olho quando a minha visão turva e sou levada para uma experiência fora do meu corpo. Mais uma vez estou num corpo que não consigo controlar, mas este nao é pequeno, não sou uma criança. Sou o Justin novamente ?
A musica alta é a única coisa que consigo ouvir, a batida faz o meu coração bater ainda mais rápido do que já está. Sinto o cheiro do perfume e sei que este é o Justin, que estou dentro de si, vendo pelos seus olhos, sentindo pelo seu corpo. Estou sentada, e sinto-me nervosa.
De repente tudo me parece familiar, reconheço a mesa à minha frente, reconheço o local, a música, as pessoas. Estou na festa de ontem, onde conheci o Justin. Ele leva a bebida à boca e consigo sentir a minha garganta arder e chegar ao meu estômago. Os meus olhos obrigam-me a ver as pessoas dançar, mas eles param na miúda de cabelos azuis que se abana conforme o ritmo.
Preciso de uns segundos para perceber que aquela rapariga sou eu. Mas ela não pareço eu, como se tivesse um holofote gigante a iluminar-me atrás de mim a minha figura aparece mais clara do que o resto das pessoas que me rodeiam. A minha cabeça diz-me que estou a gostar de me ver dançar, que amo a maneira como me mexo, que sinto entusiasmo ao observar-me. Foi isto tudo que Justin sentiu enquanto me via ? E porque ficou tanto tempo a olhar para mim ?
Ouço um suspiro sair da boca de Justin e de repente sinto algo puxar-me pela cintura para longe. Agora estou a olhar para mim, mas não pelos olhos de Justin, vejo-me pelo espelho, com a pele demasiado pálida e sem aquela aura dourada e brilhante.
Duas mentes e corpos convergindo faz-me sentir confusa e assustada. Não quero que isto me aconteça cada vez que estou perto de Justin mas eu não o consigo evitar, bastou-me uns minutos para mudar nem que fosse um pouco de mim. Por muito que queira não posso vê-lo, não posso. Mas saber que ele veio todo este caminho para me ver deixa-me com um sorriso parvo na cara.
Continuo a fitar os meus olhos só para o caso de eles quererem mudar de novo e vejo a expressão estúpida estampada na minha cara. Ele veio para me ver, se ele não quisesse saber não teria vindo. O meu sorriso desvanece. E eu mandei-o embora, eu simplesmente fechei a porta na cara dele sem explicações. Será que o afastei completamente ?
Provavelmente ele pensa que sou louca.
Acordo no dia seguinte com o corpo coberto em suor, nem me lembro do que sonhei, mas sei que não ouvi a voz. Senão saberia. O meu telemóvel vibra na cómoda de madeira e desperta-me dos meus pensamentos, é a Esme, e não é uma das primeiras chamadas.
- Esme ?
- Porque é que não atendes desde ontem ? - A voz dela aumenta de volume, parece chateada.
- Não me estava a sentir bem.- Não me atrevo a contar-lhe o que aconteceu. Ninguém pode saber.- Mas já estou melhor ! - Ouço um suspiro do outro lado da chamada.- Desculpa, não estava mesmo com cabeça para falar com ninguém.
- Tudo bem.- Sabia que ela compreenderia.- Que tal sairmos hoje ? - A proposta não me agrada muito mas não consigo dizer que não depois de a ter deixado preocupada. Além disso, agradeço algum tempo de distração.
Por isso, combino as horas em que devo ficar pronta na porta da minha casa para que ela me possa pegar e nos levar ao shopping, onde ela tenciona ajudar-me a escolher roupas mais atraentes do que as que já tenho.
Ela parece determinada em transformar-me numa boneca. Também me convida a passar a noite com ela, coisa que fazemos desde pequenas e nunca paramos. As noites tornaram-se cada vez mais divertidas desde que ela começou a morar sozinha, sem proibições, podíamos falar e fazer o que quiséssemos. Não tinha que me preocupar com ser perfeita com os meus tios para não os desapontar, posso fazer o que quiser.
A essa proposta eu concordo sem problemas, noite de garotas, tempo para falar sobre tudo e mais alguma coisa. Só tenho que me preocupar com o não mencionar o fato de a minha pele ter mudado, incluindo o meu corpo todo para me transformar numa pessoa que sou eu.
Sim, esse assunto será fácil de evitar.
Deixo a água quente cair pelo meu corpo e com alguma sorte me acalmará os nervos. De alguma forma sinto que já não sou a mesma pessoa, que mudei. Saber que tenho este enorme segredo que não consigo controlar faz-me sentir a pessoa mais sozinha do mundo, mais do eu já sentia. Fito o meu braço e lembro-me das tatuagens que lá estavam ontem, tento não pensar muito nelas porque não quero que elas voltem. Mas, saber que elas estiveram lá, que os meus olhos foram castanhos apenas por uns tempos, faz-me pensar no que eu poderia fazer se eu realmente soubesse controlar esta coisa.
Quando volto à realidade, tendo estado a sonhar com olhos brilhantes e um corpo coberto em tatuagens, já não tenho água quente. O meu corpo só gela quando me apercebo da situação por isso corro para a toalha para me secar e mandar embora os pensamentos que não me querem deixar.
(...)
- Vês aquelas botas ? Ficam bem com a blusa rosa da outra loja.- Ela aponta para a loja número 10, porque é que temos que entrar em cada uma delas ? Expiro fortemente, cansada de horas no shopping, correndo de um lado para o outro, vendo preços, tamanho e provadores. Olho para a meia dúzia de sacos cheios nas mãos de Esme e faço uma careta.
- Já não tens roupa suficiente ? - Ela revira os olhos quando termino a frase, para ela devo ser tão aborrecida com a minha preocupação pelas promoções e pelas roupas confortáveis e de preferência não reveladoras, nunca me senti bem com decotes ou com demasiada perna à mostra. São coisas com os quais ficaria obcecada e não me sentiria bem.
Ganho coragem para entrar na loja de calçado quando o vejo. A sensação na minha espinha volta, como uma comichão que não consigo coçar, como um arrepio incessante. Mesmo que seja por momentos eu sei que é ele, a pele escura, a postura ereta e os maneirismos assustadores. É o rapaz que me seguiu, sei que é.
- Vai entrando Esme, só preciso de ir à casa de banho ok ? - Ela acena a mão quase desinteressada, passa pela porta e quase corre até ás botas de cano alto. Ando ate à curva que o edifício faz, a curva onde ele virou para que eu não o visse, mas eu vi-o. A vibração no meu corpo aumenta há medida que me aproximo de onde ele estava.
Acelero o passo, até estar a correr, pronta para o confrontar, perguntar-lhe o porquê de me fazer sentir assim, o porquê de me estar a seguir. Quando faço a curva tenho as palavras todas na boca mas ele não está lá. Foi mais rápido do que eu e escapou. Ando um pouco mais, procuro-o dentro de cada loja onde passo, por cada esquina e espaço. Mas ele evaporou.
Chego à conclusão que estou mesmo a enlouquecer, se calhar não era ninguém, e se for, não era ele. Não podia ser. A minha imaginação está tomar conta de mim, e eu não posso deixar que isso aconteça.
Vou à casa de banho e lavo a cara com água, passo os dedos pelos olhos como se quando eles se abrissem de novo vissem de uma maneira diferente. Respiro fundo e forço um sorriso, não posso deixar que a minha cabeça me deite abaixo. Por falar nisso, já não ouço aquela voz há algum tempo, quase que sinto a sua falta. Não, não sinto. Já estou a falar loucuras, aquela voz não existe, não posso sentir saudades de algo que não existe.
Saio da casa de banho e ando de novo para a loja onde deixei Esme.
E arrependo-me imediatamente de ter saído da cama hoje de manhã.
- Billie ! - Obrigo as minhas pernas a andar e os meus lábios a sorrir quando vejo Esme a falar com o Justin. Ele chama o meu nome com alegria, como se estivesse feliz por me ver, obviamente não está, não depois de eu ter fechado a porta na cara dele. Aceno com a mão enquanto me aproximo.- Como te sentes ? - Justin leva as mãos aos bolsos e parece recetivo à minha resposta, como se tivesse medo de tocar no assunto.
- Bem.- Sorrio envergonhada. Quero pedir desculpas pelo meu comportamento ontem mas não consigo manter o contacto visual durante muito tempo, tenho medo que o azul se torne castanho de novo.
- O que estás a fazer aqui ? - Esme pergunta sendo amigável. Ela é sempre melhor a comunicar.
- Vim dar uma volta com o meu irmão.- E como se fosse a sua deixa o rapaz sai das sombras, do seu esconderijo e dirige-se a nós. É ele, eu não estava louca, eu vi-o, eu não estava enganada.
À medida que ele se aproxima fica cada vez mais alto, ele usa uns calções de algodão e uma t-shirt preta, parece ser enorme. Tudo nele grita ameaça, tudo nele me intimida. Até os seus olhos, que agora reparo que são verdes, me dizem para fugir, o mais rápido que conseguir. De alguma forma sinto que reconheço aqueles olhos, que aquele sorriso atrevido que ele tem nos lábios me é familiar.
Eu já o vi antes, mas quando ? Tenho apenas uns segundos para me lembrar, como se conseguisse parar o tempo procuro em todas as pequenas caixas no meu cérebro por ele. E para a minha surpresa encontro-o, não nas minhas memórias, mas nas memórias de Justin. Eu não o vi antes de sexta, o Justin viu. A sua memória leva-me para a casa de banho fria, quando me tornei no Justin e ele me levou para um parque infantil, e ele estava lá. Com os mesmos olhos brilhantes e bonitos.
- Este é o...
- Ty.- Dizemos o seu nome ao mesmo tempo. Só percebo que o disse quando o seu nome me sai pela boca. Justin olha para mim confuso e consigo detetar alguma raiva na sua expressão.
- Oh... vocês conhecem-se ?
- É mais ou menos isso.- Ty diz com uma voz rouca que eu nunca pensei ouvir. O sorriso continua no seu rosto, e o esticão nas minhas costas avisa-me para me manter longe. Ele faz o meu corpo vibrar, exatamente como Justin, mas de uma maneira diferente. Quando Justin o faz, a sensação não me incomoda, e com ele... sinto-me imediatamente alerta.
O Justin e a Esme observam-nos enquanto trocamos olhares intensos. Eles parecem confusos mas eu estou a conversar com ele como se por telepatia ele me entendesse, afasta-te de mim !
- Bem...- O Justin começa enquanto coça a nuca desconfortável.
- O Justin estava a convidar-nos para uma festa na sexta à noite. E eu estava a aceitar pelas duas ! - A Esme olha-me com um sorriso receoso.
- Esme...- Rosno.
- Que é ? Precisas de te divertir, como na outra sexta.- Ele dá pequenas cotoveladas nas costas e eu não posso evitar corar. As lembranças dos dedos de Justin a tocar no meu corpo e os gemidos no meu ouvido deixam-me a desejar por mais, mas eu não o faria, não depois do que sei que pode acontecer. Pelo canto do meu olho vejo o olhar que Ty manda para Justin, quase que o vejo encolher. Parece julgá-lo por ter passado comigo a noite.
- Mas temos tanto que estudar...- Deixo a minha voz se arrastar olhando para Esme e espero que por alguma espécie de telepatia ela entenda que eu não quero ir.
- É o aniversario dele Billie, temos que ir.- Ela dá um sorriso aberto para Justin, parece tentar desculpar-se pelo meu comportamento. Começo a sentir vergonha por tentar escapar à sua companhia quando ele me está a convidar para o seu aniversário.
- Podias ter dito mais cedo.- Mando um olhar ameaçador para Esme e abro um sorriso para Justin.- Claro que vamos.
- Ótimo.- Justin responde de sobrancelha subida.- Depois mando-te os detalhes.- Para mim ? Desde quando ele tem o meu contacto ? Esme... outro olhar meu a faz encolher.
O Justin aproxima-se de mim e eu não sei o que fazer, fujo ? Afasto-me ? Luzes vermelhas acendem e sirenes barulhentas começam a tocar na minha mente. Por alguma razão o meu corpo não se quer mexer, então deixo que ele chegue perto. A sua mão apanha a minha cintura com rapidez como se suspeitasse que eu tentasse fugir do seu aperto, ele puxa-me para perto e planta um beijo na minha bochecha. É um gesto tão simples e ao mesmo tempo tão intimo, basta sentir o seu cheiro, os seus dedos apertar a minha cintura, que a minha pele incendeia. Todo o meu corpo pede proximidade e vibra pelo seu contacto. O Justin parece sentir exatamente o mesmo que eu, quando os seus olhos descem para os meus a sua íris diminui, tem os olhos praticamente pretos. Como estavam na sexta feira, quando ele me queria.
Será que ainda quer ? Depois de todas as coisas malucas que lhe fiz ? Depois do quanto lhe fugi e me comportei de maneira estranha ?
Quando ele se afasta sinto que falta alguma coisa, Ty está ao seu lado a observar-nos com um sorriso esquisito na cara. É um sorriso falso, obviamente, mas não consigo decifrá-lo. Ele acena com a cabeça para mim e faz o caminho para longe de nós com o Justin. Ele passa o braço pelo ombro de Ty e puxa-o para a sua beira com força, mesmo que ele seja um pouco mais alto que o Justin ele bate no seu peito com força. Justin diz alguma coisa no seu ouvido e por alguma razão a minha pele se arrepia. Porque é que estes irmãos me fazem sentir assim ?
Espera, irmãos ?
- Eles são irmãos ? - Murmuro, mais para mim mesma do que para Esme.
- Foi o que ele disse não foi ? - Não há nada de parecido entre eles.
- Podias ter dito que ele fazia anos, assim não tinha feito figura de parva.
- Desculpa, mas vê isso pelo lado positivo! - Ela diz entusiasmada.- Agora vamos ter que arranjar alguma coisa para usares !
Aproveitando o facto de já terem passado horas em que estamos fechadas no shopping convenço Esme a não procurar já a roupa para sexta. Estou a pensar fazer isso durante a semana, sem ela, para poder ter apenas a minha opinião. Claro que se ela soubesse dessa minha ideia mataria-me.
Assim aproveito para comprar alguma coisa para Justin, não me sentiria bem sem levar uma prenda. Mesmo que não o conheça, se calhar devia pergunta a alguém, como Caleb, se sabe de alguma prenda que ele queira. Seria isso que ele queria falar quando foi a minha casa ontem ? Se calhar só queria convidar-me para a festa dele e eu fechei-lhe a porta na cara. Por uma boa razão, claro, mas ele não sabe isso.
Não posso evitar pensar no rapaz que me seguiu, Ty. Seria considerada uma coincidência o facto de eles serem irmãos ? O miúdo com quem eu fiquei ser irmão do rapaz que me seguiu no mesmo dia ? Que mais podia ser ? Não posso deixar de pensar que talvez haja um significado para tudo isto, ou se calhar é apenas o meu cérebro a arranjar maneiras de me dizer para ficar longe deles.
Acabamos por comer no shopping e eu fico grata por Esme não questionar o meu silêncio. A minha mente fixa-se neles os dois e não me deixa descontrair. Como o que posso mas deixo metade da minha massa à carbonara no prato, levando com uma careta acompanhada de um suspiro da loira à minha frente.
- Sabes que se continuares a comer assim vais parecer uma tábua de passar a ferro.- Ela finalmente fala quando, aparentemente, o silencio se tornou demasiado. Conseguiu aguentar até ao carro, pelo menos isso.
- Não faço de propósito.
- O que se passa Billie ? - Ela não consegue controlar a curiosidade e a preocupação.- Eu juro que não sabia que não querias estar com o Justin, senão tinha inventado uma desculpa. Ele disse-me que tudo correu bem entre vocês.
- E correu.- Não posso evitar corar ao lembrar-me dos seus lábios nos meus.- Só estou com a cabeça um pouco cheia...
- O Justin fez alguma coisa ? - O que ela quer dizer com isso ?
- O quê ?
- Tu sabes... ele fez alguma coisa que tu não quisesses ?
- Não! Não... ele foi perfeito...- Tento arranjar uma desculpa para ela mas não consigo. Ela pensa que me senti mal e que fui embora, ponto. Como eu gostava de simplesmente explicar tudo para ela e tê-la como apoio e não um olhar assustado mal acabasse de falar.
- Estás a começar a gostar dele ? Tens medo disso ? - Ela está a tentar decifrar o motivo ? É que se está demoraria anos, décadas, para lá chegar.
- Só passei uma noite com ele Esme...
- E como é que sabias quem o outro rapaz era ? - Suspiro de alívio por ela não escavar mais fundo no assunto do Justin. Num entanto sinto-me ainda mais nervosa com o assunto confuso que é o Ty. Decido dizer-lhe a verdade.
- Foi ele quem me seguiu no dia em que fui ter a tua casa.- Ela abana a cabeça compreendendo, mas ainda está confusa.
- Mas ele não falou contigo... falou? - Abano com a cabeça negativamente.- Então como sabes o nome dele ? - O que é que eu faço ? Olho pela janela e dou de ombros sem uma única resposta neste momento de pressão. O que é que eu digo ? O carro encosta na garagem da sua casa onde vou passar a noite.- Trouxeste os teus apontamentos certo ? Preciso que me expliques algumas coisas. Sabias que o Caleb...- E ela continua a falar em quanto o Caleb é persuasivo e que a convence a não ir as aulas e depois eu é que tenho que deixar que ela veja as minhas notas.
O meu coração fica cada vez mais lento e eu agradeço a todos os deuses por ela ter mudado de assunto. Fiquei com a impressão que ela sabe que estou a esconder algo mas aprecio a escolha dela em não fazer mais perguntas. Ela aceitou que eu não quero falar sobre isso e deixou-me ficar com os meus segredos. Ela sabe que eu lhe contarei quando estiver pronta. E isso pode ser nunca.
Tento participar o que consigo nas conversas, tento rir-me e tento fazer piadas. E com o tempo sinto-me melhor, dizem que se forçarmos o sorriso ele acaba por nos fazer sentir bem. E, no meu caso, acho que está a funcionar. O Justin e o Ty saem da minha cabeça voltando apenas em casos específicos, por exemplo quando Esme começa a falar sobre rapazes. Ela tenta fazer-me perguntas sobre aquela noite mas eu não dou muitos detalhes, afinal, foi uma noite intima entre o Justin e eu. E quero que continue assim.
Pergunto-me se o Justin espera ter mais uma dessas noites na sexta e de repente o estado de alerta volta. Não... eu fui uma coisa de uma noite, eu estava a precisar e ele também, no seu dia irá ter muitas mais mulheres, pessoas com quem ele nunca esteve. Não tem necessidade de repetir comigo. Apanho-me a pensar, ansiosamente, no seu corpo contra o meu, no seu cheiro, no seu toque, na sua voz.
Reprimo esses pensamentos, não posso, por muito quisesse acabaria a noite tornando-me nele. E se ele visse uma cópia fiel à sua frente, sabendo que era eu, o que faria ? O que qualquer pessoa faria nessa situação ? Provavelmente desmaiava de choque.
Deixo um pequeno riso sair no momento em Esme acaba uma história de uma vez que rasgou o vestido e dançou apenas de sutiã e cuecas numa festa.
Ao meu lado o telemóvel vibra, levanto a cabeça das pernas de Esme e pego nele.
Espero que não tenhas dito que vinhas sexta apenas para me despachar. Espero ver-te lá.
- Quem é ? - Ela pergunta ao ver as minhas bochechas completamente vermelhas.
- O Justin.- O seu nome sai como um sussurro. Mostro o ecrã e ela dá palmas e solta risinhos agudos.
Com os dedos tremendo digito uma mensagem de volta:
Não disse. Vou estar lá. Mal posso esperar.
Mal posso esperar ? Mal posso esperar ? O que é que tens na cabeça ? Devia ter deixado a Esme responder por mim, ela é mais criativa. Quando o telemóvel vibra de novo o meu coração quase que não aguenta.
Nem eu. Ate lá !
Suspiro com a resposta positiva dele, não parece ter me achado esquisita, parece igualmente ansioso. Mas ele mandou isso a todos certo ? Não só a mim. A ideia de que ele esteja mesmo ansioso por me ver deixa-me com um corpo energético e um sorriso na cara
- Olha para ti a sorrir ! - A Esme bate nas minhas costas com mais força que o habitual.- Tenho que aceitar por nós duas mais vezes.
_______________________________________
Olá ! Gostaste deste capítulo ? Deixa uma estrelinha 🤩🤩
Beijo !
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top