Dream vs Reality
- Precisamos de falar.
- O quê ? – O Justin ergue-se à minha frente, ainda agarra a minha cintura com força protetoramente. Até ele sente que o próprio irmão é uma ameaça.
- Eu não falei para ti.- Ele finalmente olha para Justin, tem uma expressão fria, uma que o próprio Justin replica.- Anda cá Billie.
- Ela não é nenhuma cadela. Porque é que precisas de falar com ela ? Tu nem a conheces.- Em vez de o provocar com palavras, o Ty mete o seu melhor sorriso, que supõe que entre nós existe algo mais do que realmente há. A única coisa que ele fez foi atormentar-me.- Porque é que ele quer falar contigo? – Agora dirige-se a mim, e não com a voz que usou com ele, fala suavemente, como se tivesse medo que eu parta com as suas palavras.
- Isso não interessa. Anda Billie.- Tenho uma reação que nunca pensei que teria quando ele dá um passo em frente para me agarrar, eu encolho com o seu movimento, não de propósito, o meu corpo agiu sozinho, como se tivesse... medo. Sinto uma onda de ansiedade, o facto de ele estar demasiado perto faz-me deixar de conseguir respirar. Acho que o Justin repara porque antes que ele me toque ele empurra-o para trás.- O que pensas que estás a fazer ?
- Foste tu não foste ? Foste tu que a magoaste na noite passada.- Ele põe-se à frente do Ty e enfrenta-o. Está no meio de nós, protegendo-me com garras e dentes. Os olhos do Ty chegam a mim, quando vê o meu pescoço a sua sobrancelha sobe com curiosidade. O Justin leva as mãos ao peito do irmão e empurra-o com força.- Olha para mim quando falo contigo.- O Justin carinhoso já não está aqui, ele está fora de si, vejo os seus punhos apertados tremendo de raiva. Outro empurrão, e mais uma vez, nem uma reação de Ty. O Justin é claramente mais baixo e magro do que o Ty, ele facilmente o atiraria para o outro lado da casa de banho se quisesse, mas ele permanece quieto, com a coluna ereta e o olhar frio. Como se quisesse atacar e alguma força não o permitisse.
- Eu estou a ficar muito farto destas charadas.- O Ty fala demasiado baixo, para que eu não ouça, mas eu percebo claramente. O seu irmão suspira e de repente agarra-o pela gola da camisola e arrasta-o para longe. E ele deixa ! O rapaz que ontem me tirou o ar dos pulmões com a sua incrível força está a ser levado por outro com quase metade do seu tamanho. E ele não tenta lutar de volta.
Salto do lavatório quando os ouço gritar, o Justin parece tão chateado que não sei se me devia aproximar. Só quando a porta bate é que decido andar até ao seu encontro, vejo o Justin passar a mãos pelos cabelos claramente irritado. Não sei o que dizer por isso fico parada, observando-o, fazendo algum tipo de plano para aliviar a tensão. Ele olha para mim de lado e desvia o olhar rapidamente.
- Porque é que não me disseste que tinha sido ele ?
- Como é que percebeste ?
- Bastou olhar para ti Billie, mal ele se mexeu quiseste fugir. E eu conheço o meu irmão.- Ele parece mais calmo, anda até mim e puxa-me pela cintura.- Ele disse-me que estava só bêbado, que se lembra pouco da noite.- Abraço-me a ele, pouso a bochecha no seu peito e suspiro. Ainda bem que ele disse o que disse, confirma a minha história.
- Eu disse que era um rapaz bêbado. Só não disse que era o teu irmão... é o teu irmão Justin, não te queria magoar, nem queria que o magoasses...- Se calhar ate queria mas não o vou admitir. Se houver alguém que o possa castigar vou ser eu. Ralho comigo pelo meu comportamento com o Ty, ele viu que eu senti medo, viu que eu me sentia intimidada por ele, só lhe dei mais poder.
Ele chamou-me como se me possuísse, como se eu fosse um boneco e fizesse tudo o que ele quisesse com um estalar de dedos. O que é que ele estava a espera ? Que eu fosse com ele ? Só mesmo arrastada. Para além disso, ele disse-me para me afastar, para não lhe dirigir a palavra, então o que é que ele está aqui a fazer a pedir para falar comigo ? O que é que ele queria dizer ? Se calhar só queria apanhar-me sozinha para finalmente acabar o trabalho que começou na noite passada.
Provavelmente só queria matar-me, arrependeu-se de me deixar sem ar no chão frio da casa de banho.
- Não interessa, ele não te vai magoar mais. Eu estou aqui.- Ele aperta-me mais uma vez e por momentos sinto-me segura, por uns míseros segundos penso que o Tyreme não vai aparecer nunca mais na minha vida graças ao que Justin fez. Ele protegeu-me, ele gritou como nunca o ouvi gritar, e espero que o Ty tenha aprendido a sua lição.
Infelizmente, a minha cabeça não recebeu o memorando.
(...)
Estou no dia número quatro agora.
Estas noites têm sido um pesadelo, literalmente. Tenho dormido contra a minha vontade claro, o sono ganha sempre, e os pesadelos chegam todas as noites. Na manhã seguinte sinto que não descansei, acordo completamente exausta com o corpo inteiro a doer. Aquele dia seguinte a ter dormido com o Justin não podia ter corrido melhor, tirando o pequeno incidente com o Ty. O Justin prometeu-me que nada disso ia ocorrer novamente e realmente, ele nunca mais me confrontou.
Passei esse dia inteiro com o Justin, levou-me a comer o pequeno-almoço a um café perto da casa dele, cozinhou o almoço e ficou comigo a tarde inteira vendo filmes comigo, enrolados nos cobertores. Não me lembro da ultima vez que me senti tão bem, finalmente consegui esquecer tudo à minha volta, é como se uma Billie que não conhecia viesse à tona, uma Billie divertida e despreocupada.
Nunca pensei que poderia ser assim.
Sabe tão bem viver sem stress nem que seja apenas por umas horas e ele, e apenas ele, proporcionou-me isso. Já não tinha um momento de calma mental há anos, com a voz do homem, com os meus tios e a minha necessidade de os alegrar e mostrar que sou digna de orgulho, com todos estes problemas... corporais pelos quais estou a passar.
Esqueci tudo isso e concentrei-me no Deus grego moreno que deixa a minha barriga cheia de borboletas.
No fim daquele dia, sentia-me aliviada. Como se tivesse acabado de me ser sugado todos os meus problemas profundos. Como se tivessem pegado no negro da minha alma e o deitassem fora. Acho que nunca tinha sorrido tanto na minha vida. É estranho.
As imagens do Ty a agarrar-me o pescoço foram desaparecendo, até a noite chegar novamente. Pensei que os meus sonhos iam ser cheios de arco-íris, gomas e coisas boas. Fui para a cama com um sorriso e com pensamentos do dia maravilhoso que tive com ele, só esperava ter uma noite descansada. Como estava enganada.
Ele apareceu, uma noite, e na a seguir e todas as noites a partir daí. O homem, a minha voz. Aparecia vestido impecavelmente, sua vestimenta preferida, o fato preto.
Com o mesmo sorriso brincalhão, satisfeito com a minha miséria. E, quando a água me chegava aos tornozelos e os seus passos soavam demasiado altos, ouvia a sua voz rouca e autoritária.
"Ganha."
E aí vinha o golpe. Era sempre diferente, como se ele procurasse novas maneiras de me matar. O Ty vinha do nada, na sua imagem animalesca aterradora. O seu corpo parecia dobrar de tamanho cada vez que o via, como se cada vez que "ganhasse" a batalha absorvesse a minha força e por consequência crescia. Tornava-se mais poderoso a cada luta.
Na ultima noite, as suas garras estavam tão grandes que enrolavam, os seus dentes saiam dos lábios e rasgavam-lhe a pele do queixo. Nestas últimas vezes eu tentei falar com ele, tentei fazer com que o humano nele saísse e realmente conseguia, mas apenas por uns segundos, ele apanhava uma brecha na minha segurança e acabava por atacar, matando-me de novo. Passei por um estrangulamento na noite em que dormi com o Justin e acabei com marcas ainda piores no pescoço, na noite seguinte o Ty colou a minha cara à água que sempre vem de uma fonte inexistente e afogou-me, acordei a tossir água e passei o resto do dia com dores de garganta, perguntei-me o tempo todo como é que estava a tossir água se estava na cama a dormir.
Na ultima noite, a noite numero três, foi a pior de todas. Com as suas garras afiadas ele cortou todo o meu corpo, cortes profundos nas pernas, abdómen, braços e por fim, pescoço.
No fim o sangue misturou-se com toda a aquela água e morri, pela terceira vez, por falta dele. Esta manhã é também a pior, sinto dores intensas nos sítios onde a sua garra passou, especialmente no pescoço.
Hoje vai ser diferente, sei que vai.
Tenho uma teoria a testar.
Levanto-me com uma vontade que não vejo há dias, estou determinada a aproveitar este dia e ganhar durante a noite. Passo a mão pelo meu corpo dorido e sinto os cortes que o Ty me infligiu, não tenho a pele aberta, mas está vermelha e inchada. A minha teoria só se prova cada vez mais verdadeira. Eu vou te apanhar hoje Tyreme.
Meto os livros na mochila mesmo sabendo que não vou às aulas, passei o dia de ontem todo com a Esme, passamos o domingo juntas, ela pediu para que não viesse mas eu não queria deixá-la nem mais um segundo sozinha. Quero animá-la como ela faz comigo, todos os dias.
Prometi-lhe que passava o dia todo com ela, mesmo que seja um dia de aula, não são cadeiras muito importantes, posso sempre pedir apontamentos a alguém. Ela é o mais importante hoje. Eu nunca a vi tão mal por um rapaz antes, o Caleb/Tyreme fez um rico trabalho com ela, e isso só me incentiva a destruí-lo hoje.
Por muito que agradeça que ele não me confronte mais, não gosto que ele me siga, que é exatamente o que ele tem feito nestes dias. Ele deve pensar que eu não sei, mas é difícil não notar quando cada vez que ele se aproxima demasiado eu sinto o arrepio de alarme. Quando fui tomar o pequeno almoço com ele senti-o, escolhi ignorar o sentimento, confundi-o com um resto de medo dele devido à sua aparição, podiam ser restos da sua proximidade. Ignorei novamente quando o Justin me trouxe a casa no final do nosso dia juntos, porque pensei que fosse por não me querer afastar dele.
Decidi procurar por ele no domingo, quando fui ter com a Esme. Quase todo o caminho senti esses arrepios, não o vi, mas sabia que ele estava por perto, no corpo de alguma pessoa, fazendo-se passar por ela, próximo a mim para me observar. Não senti medo porque sabia que ele estava aqui, à minha beira. Estive sempre à espera de um golpe que felizmente nunca veio. Senti-o novamente quando voltei a casa, e não fiz nada, outra vez.
Quando saio de casa sinto a mesma coisa, e não quero saber, porque se ele continuar longe, sem me tocar, estamos bem. É quando ele se aproximar que nos vamos meter em problemas, acho que o Ty da vida real já não me mete tanto medo, não depois de ser assassinada noite atrás de noite por um monstro parecido com ele. De repente, aquele Ty que me atacou fora dos sonhos parece tão pequeno.
Passo o dia com a Esme, tentando por um sorriso no seu lindo rosto. Falando de tudo menos no Caleb, evitando o assunto a todo o custo. Entupindo-a com comida de plástico e outras coisas deliciosas, procurando por filmes de terror ou qualquer outro género sem ser romance para vermos, criando piadas para a fazer rir, analisando cada palavra que escolho dizer para que ela não se lembre dele.
Acho que o Ty já esperava que fizesse isto, que contasse à Esme e por isso quando ela o confrontou sobre a traição ele não fez nada mais do que confessar algo que não fez.
Confirmando a minha história, assim como eu fiz com ele. Desde então não lhe disse uma única palavra, e eu agradeço-lhe. Se tentasse lutar por ela teria que o obrigar a afastar-se, o que seria uma tarefa difícil.
Sei que ela espera por uma mensagem ou telefonema dele, acho que ela quer que ele lute por ela. Porque não sabe quem ele realmente é. Eu sei que ele está, de alguma maneira, a respeitar-me. Afastando-se dela. Pelo menos acho que é isso que ele está a fazer.
Consigo convencê-la a ir ás aulas amanhã e prometo vir aqui para a acordar só para ter a certeza que ela vem mesmo e não fica colada à almofada por causa de um rapaz que nem existe de verdade.
Mal posso esperar pela noite. E quando ela chega não podia estar mais entusiasmada. Mando uma ultima mensagem dando as boas noites ao Justin e à Esme e desligo as luzes do quarto.
Não sem antes confirmar se a faca está mesmo dentro da minha meia.
Sorrio ao encontrar o plano vazio negro. Ando rapidamente até ao homem de fato e desta vez replico a sua expressão, ele parece achar estranho. Quando abre a boca para falar as tão esperadas palavras interrompo-o com todo o gosto.
- É isso que eu tenciono fazer hoje.- Aproximo-me do seu rosto.- Ganhar.- Sussurro. Ele sorri ainda mais satisfeito e olha discretamente para a minha perna direita, onde tenho a faca.
E desta vez não fica para observar, dá um passo atrás e forma um vénia demorada, como se finalmente tivesse descoberto o enigma. A água molha-me os pés mal ele desaparece no meio do negro. Presto atenção e procuro pelos seus passos. Ouço-os. Vêm lançados, como sempre, pronto para atacar.
- Vem Ty! Vamos brincar ! – Provoco.
Fecho os olhos, escuto e espero. Este é o meu sonho. Eu posso fazer e ser o que quiser.
Os seus rugidos tornam-se mais altos.
Eu vou destruí-lo. Eu não sou a sua presa. Ele já me magoou demasiadas vezes. Se eu ganhar ele vai deixar de me atormentar as noites, vai deixar-me em paz.
Ele está perto.
Ele está aqui.
Como um toureiro, desvio-me no último segundo. O touro não me apanha, é tão grande que não controla o seu peso e não consegue virar-se com agilidade para me tocar.
Abro os olhos e vejo a sua imagem que se transformou numa coisa ainda mais monstruosa e horrível. Já quase que não vejo parecenças com o verdadeiro Ty. Ele parece tão zangado por não me alcançar, parece possuído pelo ódio.
Ele ataca novamente, corre até mim com uma necessidade enorme de me partir aos pedacinhos. Pergunto-me de que maneira ele me tencionava matar hoje. Baixo-me quando o seu punho levanta para me atingir, prego-lhe uma rasteira e ele cai de cara no chão com um rugido. A pele do seu corpo, que hoje mudou de chocolate de leite para um azulado brilhante, volta à sua cor normal.
Aproveito esse momento para chutar-lhe a barriga, uma e outra vez, ouvindo-o gritar de dor.
Respiro fundo. Eu sou o que eu quiser, e faço exatamente o que eu quero aqui neste espaço só meu.
Levo as mãos ao seu corpo, e com a minha mente devidamente preparada, pego nele com a força que imaginei que tinha. Atiro-o com força e quando visualizo uma parede na direção em que o arremessei ela aparece lá, recebendo o seu corpo rudemente. Outro grito de dor. Vejo tanto os dentes como as suas garras regredirem para o seu tamanho real.
A parede desaparece. Ele levanta-se, com o triplo de raiva, pronto para me matar. E eu escolho correr, chego tão rápido que me surpreendo, levanto o punho e pressiono-o com toda a minha força no seu rosto e depois na sua barriga. Ele cai no chão novamente. Ele está perdido, está confuso, não sabe o que há de fazer. Costuma estar a ganhar nesta altura.
- MATA-ME.- A sua voz grossa de monstro grita. Olho para ele confusa. Eu ganhei, levei-o ao chão, destruí-o. Ele está à minha mercê.
- Porquê ? Tu estás no chão, eu já ganhei.- Ele ri, ri tão alto que chega a fazer eco por todos os cantos. Está a fazer troça de mim, está a gozar comigo.
- Sua idiota.- O Ty começa a levantar-se, de pernas a tremer e de corpo fraco mas com um sorriso estampado na cara.- O jogo só acaba quando um de nós morrer! – E ele ataca, atira-me ao chão e estala as minhas costas. Corre para cima de mim e segura nos meus ombros, como se não me quisesse matar, apenas explicar algo.- Tu não entendes.- Dá-me um murro na bochecha, sinto o meu maxilar doer e quando a saliva se acumula cuspo-a na sua cara, vejo o liquido transparente misturado com sangue escorrer-lhe pela testa.
- Bem.- Abro um sorriso gigante. Lentamente faço um caminho pela minha coxa até à minha meia.- Então tu obrigaste-me a fazer isto.- Cravo a faca no seu peito, tiro-a, e espeto-a de novo. Ele luta por ar, sangue sai pela sua boca e eu sei que fiz um bom trabalho. A sua figura de animal regride, e vagarosamente o Ty volta ao normal, é um humano como eu.
Por fim, deslizo a lâmina pelo seu pescoço e sinto todo o seu sangue jorrar para cima de mim. Ele fita-me chocado, completamente aterrorizado. Pego na sua nuca e puxo-o contra mim, o seu peito cai em cima de mim assim como o peso de todo o seu corpo. Agarro a sua cabeça e chego ao seu ouvido.
- Espero não te ver amanhã. Nem aqui, nem na vida real.
A ultima coisa que vejo antes de acordar é a sua cara quando ele recua com as minhas palavras, os seus olhos arregalados e a sua boca aberta.
Acordo, com a faca ainda na minha meia, sã e salva. Bem, talvez a sanidade me tenha escapado um bocado.
Ganhei. Matei-o. Sem piedade alguma. Magoei-o, e gostei, porque finalmente tive a minha vingança. Rio com a minha vitória, destruí-o.
- Tu és maluca.- A sua voz faz-me saltar. O quarto está escuro, eu não o vejo, só o ouço. O meu coração dispara do susto, penso em correr para o interruptor mas ele pode me apanhar, não sei onde ele está. Em vez disso, num movimento rápido, pego no telemóvel e desbloqueio-o, para com a luz, poder ver o mínimo.
Vejo-o no fundo da minha cama, de pé, fitando-me de olhos arregalados, com a cabeça tombada para a esquerda.
- Ty, tu estás em minha casa, e eu é que sou maluca? – Encho o peito de ar e tento parecer o mais corajosa possível. Levanto-me e, sem nunca lhe virar as costas, ligo o interruptor.
Ali está ele, com umas olheiras tão grandes quanto as minhas. Tem um grande risco no pescoço e aposto que terá outros dois no peito.
Sorrio, confirmando finalmente a minha teoria.
Estamos a ter estes pesadelos em conjunto.
- Como é que sabias ?
- O quê ? – Respondo com uma voz inocente.
- Que estávamos a sonhar juntos. Que tudo era... parcialmente real.
- Não foi muito difícil...
- E a faca.- Ele aponta para a faca que agora que me levantei, sai um pouco da meia.- Como sabias que podias levar essas coisas ? E como criaste a parede ? – Ele parece exausto, senta-se na minha cama e tapa a cara com as mãos.
- Eu não sei Ty... eu só... juntei os pontos.- Ele fica um tempo calado, apenas respirando aceleradamente.- Mas isto tudo acabou certo ? – Ele ri baixo e abana a cabeça negativamente.
- Nunca terá fim agora.
- O quê ?
- O que tu fizeste agora... fodeste tudo Billie. Nunca vai acabar.
- Não...- O medo dele e dos seus ataques evapora. Caio de joelhos à sua frente.- Do que estás a falar ? Tu estavas a brincar comigo, eu matei-te. Ponto. Podes acabar com tudo isto agora.- Os seus olhos pousam nos meus.
- Tu não entendes pois não ? Não sou eu que estou a criar estes pesadelos. E agora ele nunca te vai largar, não depois do que fizeste.
- Se não foste tu quem foi ? Quem é ele ? – Ele fita os meus olhos, agarra nas minhas bochechas e puxa-me para perto. Vejo a sua expressão assustada e sei que se ele está assim, eu devia estar exatamente da minha forma.
- O Alfa.
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