Pov. Ella

— É, parece que não deu certo.

— O plano tinha tudo pra ser perfeito, até o Merlin aparecer. Que raiva! – reclamou Morgie atrás de mim.

Desde que trancamos a Bridget e o Hook na sala, eu e meu "cúmplice" nos escondemos atrás de uma parede próxima pra escutar a conversa deles. Até vermos Merlin pegar uma chave do bolso e abrir a porta, logo vimos o ex casal sair um pra cada lado.

— Vamos ter que pensar em outro plano se quisermos que esses dois fiquem juntos.

— Que plano agora? Porque trancar eles em algum lugar já vimos que não vai dar muito certo – Morgie cruzou os braços.

— Vamos pensar nisso amanhã, eu tenho que ir pra casa. Até amanhã, então.

— Até, parceira – Morgie deu um soco de leve no meu braço e saiu andando. Revirei os olhos rindo da sua bobeira.

Pov. Bridget

No dia seguinte, mais especificamente na aula de química, eu precisava ir ao banheiro. Após pedir ao professor, que deixou tanto eu como Ella, saímos de nossos lugares indo até a porta. Quando íamos passar pelos vilões, sinto Ella me dando uma trombada e eu acabo caindo sentada no colo do Hook.

Pelo susto, ele acabou entrelaçando a minha cintura com seus braços enquanto me olhava profundamente. Eu tava presa nos olhos dele, por mais que tentasse sair não conseguia.

Permanecemos nessa troca de olhares até ouvirmos alguém estalar os dedos perto de nós. Olhei pro lado vendo que era Uliana. Até me esqueci que estávamos na sala.

— Com licença, querida. Dá pra sair de cima do meu amigo?! – a irmã da Úrsula disse brava.

— Ah, sim. Desculpa, Hook – falei enquanto levantava de seu colo.

— De boa – deu de ombros como se não tivesse se importado.

Saí da sala totalmente constrangida. Meu Deus, que vergonha! Até desisti de ir ao banheiro depois dessa.

— Amiga, o que foi aquilo? Eu percebi aquela troca de olhares – disse Ella parando do meu lado.

— Claro, e assim como toda a sala deve ter visto. Por que você trombou em mim?

— Eu acabei tropeçando, me desequilibrei e acabei trombando em você. Desculpa, Bri – ela pareceu nervosa falando, como se tivesse inventando essa desculpa, mas a Ella nunca mentiria pra mim. Ela deve ter tropeçado mesmo.

— Tudo bem. Mas aquilo que aconteceu foi muito constrangedor, eu sentei no colo do Hook. Aí, que vergonha!

Ella deu uma risada e puxou minha mão pra irmos até o banheiro. Com que cara agora vou conseguir voltar pra aquela sala? Que vergonha.

***

— Eu não consigo mais, Bridget...

— Não consegue mais o que?

— Esconder o que eu sinto por você! Por que você fez isso, Bridget?

— Eu fiz o quê?

— Eu tenho que confessar logo, se não eu vou enlouquecer. Eu sinto coisas por você, Bridget. Coisas essas que nunca senti por ninguém. Meu coração acelera quando tô perto de você, sinto borboletas no estômago, começo a ficar nervoso, perco as forças e ultimamente só tenho pensado em você. Às vezes isso saí do meu controle. Seu sorriso me alegra, gosto de sentir seu perfume, seu corpo perto do meu, fico até bobo perto de você. Eu me sinto outra pessoa ao seu lado, você me diverte, me faz feliz... Você mexe contigo de um jeito que ninguém mexeu antes.

— Eu faço você sentir tudo isso?

— Sim...

— Que bom... Que bom que eu não sou a única que também sente isso... Eu te amo, Hook.

Pisquei os olhos, saindo do meu transe. Aquele sentimento de saudade bateu em mim. Como era possível que aquele garoto ainda mexia comigo mesmo depois do que aconteceu?

É impossível não sentir saudades. Eu me apaixonei pelo Hook, agora que estamos separados, parece que eu gosto mais dele.

Por que eu não posso simplesmente esquecer esse idiota que partiu meu coração?

Eu tenho que ficar longe dele, se eu me aproximar, pode ser pior. E talvez, ele já esteja com outra pessoa.

Fechei meu armário após pegar o livro que precisava pra próxima aula. Senti uma tontura e minha visão ficou um pouco embasada. Uma coisa que tá acontecendo ultimamente, é que desde que eu terminei com o Hook, eu não venho me alimentando bem. Às vezes faço só uma refeição por dia e não como mais. Ella ficou preocupada com isso.

Quando senti que ia desmaiar, alguém me segurou pela cintura antes que eu pudesse encostar no chão.

— Opa, calma aí! – disse a tal pessoa. Abri os olhos melhor e vi que era o Hook.

— Obrigada, Hook – agradeci dando um pequeno sorriso após ter ficado em pé normalmente.

— De nada – ele parecia querer falar alguma coisa  – Você tá bem? – perguntou preocupado.

— Tô sim. Foi só uma tontura sem importância, eu já tô melhor – falei dando um sorriso forçado.

— Tem certeza? – assenti positivamente, mas parece que ele não se convenceu muito – Então tá... Tchau.

Hook saiu do corredor, me deixando sozinha de novo. Sei que o que eu tô fazendo em relação a não comer é errado, faz mal pra minha saúde, mas terminar meu namoro com o Hook realmente me destruiu. Até foi difícil eu conseguir ir pras aulas, Ella teve que me arrastar até lá.

Tinha prometido pra ela que ia voltar a comer normalmente, mas não tô conseguindo fazer isso. Ela não pode saber do meu estado, se não vai ficar preocupada.

Pov. Hook

Saí do corredor logo depois de ter ajudado Bridget e fui em direção ao meu dormitório. Notei que ela tava meio pálida, até um pouco mais magra do que de costume. Ela disse que tava tudo bem, mas eu não sei porque, não consegui engolir essa historinha. Eu me preocupo com ela.

Devo confessar que mesmo depois de tudo, ainda tenho sentimentos por aquela princesinha.

Eu tento lutar pra esquecer ela, já faz tempo que nós terminamos e até agora não consegui tirar ela da cabeça. Voltei a ser o mesmo Hook de antes pra esquecer a Bridget, mas parece que nada do eu faço funciona.

Todo aquele amor ainda tá aqui. Que raiva!

Bati a porta do quarto logo depois de ter passado por ela. Me joguei na cama logo em seguida frustrado.

— Sei que provavelmente você tá com raiva, mas a coitada da porta não tem nada a ver com isso! – disse Morgie sentado na cama dele.

— Não enche, Morgie!

— O que você tem, cara? Brigou com a Uliana?

— Não, eu briguei com ela.

— Então por que tá assim?

— Eu tô bem, Morgie, me deixa! – disse estressado. Virei o rosto pro lado vendo Morgie fazendo cara de: "acredito muito" – Tá! É a Bridget!

— O que tem ela?

— Ela quase desmaiou agora no corredor e eu segurei ela, quando eu perguntei se ela tava bem, ela respondeu que sim, mas eu não acreditei muito. E também teve o fato dela ter tropeçado e sentado no meu colo no meio da aula – aquilo foi esquisito. Não que eu não tenha gostado, a verdade é que se ela tivesse ficado mais um minuto, acho que ia beijar ela ali mesmo.

— Você ainda sente alguma coisa por ela?

— Não, claro que não! Eu já esqueci ela há muito tempo – menti virando o rosto pro outro lado.

— Sei... Me engana que eu gosto! – ouvi o vilão dar uma risada. Olhei pra ele de volta já com raiva por ele conseguir que eu falasse.

— Ok. Pode ser que eu ainda sinta alguma coisinha por ela.

— Alguma coisinha não. Você ainda AMA a Bridget – deu ênfase no "ama".

— Pense como quiser – dei de ombros.

— Eu sei que é verdade, eu te conheço. Cara, isso é muito bom! Quer dizer que vocês ainda podem voltar! – comemorou feliz.

— De jeito nenhum que eu vou voltar com uma garota que desconfiou de mim. Cada um segue seu caminho e eu tô muito bem sem ela.

— Eu posso ser um pouco lerdo, mas à mim você não engana, Sr. James – arregalei os olhos, levantei a cabeça do travesseiro apoiando meus cotovelos no colchão, olhando pra Morgie espantado. Quando ele fala meu nome verdadeiro é porque o negócio é sério – Você ainda sente saudades dela, dá pra ver na sua carinha de apaixonado. E eu só comprovei mais ainda, quando você disse o nome da Bridget duas noites seguidas enquanto você dormia, acha que eu não escutei? Mesmo que você pague de durão, andando com a Uliana de novo, isso tudo é só uma maneira de tentar esconder seu amor pela Bridget, porque por mais que você queira negar, ela ainda mexe contigo. Eu tô errado? – pisquei os olhos desacreditado no que Morgie falou.

Bufei de olhos fechados e me deitei novamente.

— Você acha que ela ainda me ama?

— O amor verdadeiro não acaba assim tão rápido. Se o amor de vocês foi real, então tenho certeza certeza que seu amor ainda é correspondido.

— Desde quando você virou filósofo?

— Desde que descobri que você namorava a Bridget e eu fiquei todo meloso assim depois de ouvir você delirando de amor por ela. Ódio ser meloso desse jeito! – fez uma careta e eu ri.

— Você é um sem noção, Morgie.

— E você ainda é um idiota apaixonado – o imbecil jogou uma almofada em mim.

— Idiota é você, cabelinho arrumado! – rebati jogando a mesma almofada nele.

Nisso, começamos essa guerra de almofadas que nem duas crianças. Era sempre bom contar com o Morgie, pelo menos ele era meu amigo de verdade.

Continua...

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Eu amo a amizade do Hook e do Morgie.

Gente, tô ficando sem ideias, mas ao mesmo tempo eu tô com ideias. Eita, que confusão.

Não sei também quando vai sair o próximo capítulo, pois ultimamente tô ocupada com negócio de escola e também porque tô ficando sem ideias. Então, paciência.