Sinta O Amor

Pov. Hook

Não acredito que a Ella e o Morgie fizeram isso. Aqueles traidores. Principalmente o Morgie, porque sei que a ideia veio dele, já que essas algemas são do Hades. Quando eu pegar ele... Isso é, se eu conseguir me soltar.

Falando em me soltar, eu e Bridget nos sentamos em um banco do pátio e eu tava tentando tirar a porcaria da algema usando meu gancho.

— Desiste, Hook. Você já tá nisso há quase 15 minutos – disse Bridget.

— Pelo menos eu tô tentando fazer alguma coisa! – falei sem olhar pra ela.

Após mais algumas tentativas estúpidas, suspirei ofegante desistindo.

— É, parece que só a chave pode nos tirar dessas algemas.

— O que faremos agora? Porque tentar tirar as algemas não vai dar muito certo.

— Eu vou pro meu quarto – me levantei do banco e comecei a andar, porém minha mão foi puxada por Bridget que me fez parar.

— Se esqueceu que estamos algemados juntos? Se você for pro seu quarto, vai me levar junto, e eu não quero ficar no mesmo ambiente de dois garotos.

— E aonde nós vamos ficar nesse tempo?

— No meu quarto – arregalei os olhos.

— Por que no seu quarto?

— Porque eu durmo sozinha, vai ser melhor pra a gente.

— Eu me recuso a dormir na mesma cama que você. Mas se não tem outro jeito, já que aqueles idiotas levaram a chave e não vão nos soltar tão cedo... Eu topo dormir com você – Bridget fez uma expressão assustada, foi aí que percebi que essa parte ficou estranha – Não nesse sentido. Quis dizer que vou dormir com você apenas na mesma cama, não vai rolar nada.

(Gravem bem essa última frase do Hook, porque pode ser que ela seja modificada daqui pra frente).

— Eu entendi, relaxa. Mas agora eu tô com uma dúvida.

— O que é? – perguntei meio rude.

— Quando quisermos ir no banheiro, como vai ser isso? – não parei pra pensar nisso.

— Er... Vamos dar um jeito. Podemos ir logo pro quarto? Tô cansado de ficar em pé – disse entediado.

— Tá bem.

Em passos sincronizados, eu e Bridget fomos até o dormitório dela. Ainda bem que não tinha ninguém nos corredores que pudesse nos ver assim. Passamos pela porta e Bridget a fechou, fomos até a cama dela e permanecemos sentados com as costas apoiadas na cabeceira.

Estávamos em um silêncio desconfortável, parecia que ambos queriam falar, mas nenhum dos dois se atrevia. Até que Bridget resolveu falar.

— Hook... Eu queria me esclarecer com você em relação ao beijo do Luka – meu sangue começou a ferver só de escutar o nome daquele cara.

— Eu não quero saber o que aconteceu, falô?! Não quero nem escutar esse nome! – disse enfurecido.

— Hook, não pode fugir de mim assim. Eu preciso te contar como aconteceram as coisas, por favor!

— Eu não tô afim de ouvir! – virei o rosto pro lado.

— Querendo ou não, você vai me escutar, porque não vou deixar que pense o pior de mim.

— Mas você pode pensar o pior de mim, né? – me virei pra ela – Não quis me dar uma chance de me explicar em relação ao beijo da Nathalia, foi só jogando tudo pro alto e terminando comigo. Por que acha que eu mereço ouvir?! Me diz! – minha expressão era brava, Bridget ficou apenas calada com uma carinha triste.

— Tem razão... Você não tem porquê ouvir a minha versão sendo que eu não deixei que você me contasse a sua versão. Desculpa tomar o seu tempo com isso – Bridget se virou um pouco pro lado, porém com sua mão algemada perto da minha.

Cansei de olhar pra ela e olhei pra frente. Se pudesse também sairia do quarto, mas infelizmente não.

***

Ficamos naquela posição por um tempo, até que quando percebi já eram 10 da noite. Eu já tava morrendo de sono, tanto que bocejei e Bridget pareceu perceber.

— Já tá com sono? – perguntou ela com a sua voz doce.

— O que você acha?

— Eu também tô com sono, então vamos dormir, e parece que vamos ter que dormir com essas roupas mesmo, porque não vai dar pra eu colocar o meu pijama.

— Eu posso te ajudar a colocar o pijama – sorri malicioso.

— Não, valeu – negou assustada.

Vi Bridget retirando as botinhas vermelhas com sua única mão livre. Quando ela se aproximou mais, resolvi tirar o meu gancho, afinal, ela já sabia do meu segredo e não ia ter como eu dormir com uma mão algemada e a outra não servir pra nada.

Bridget apagou a luz do abajur do lado dela e eu apaguei o que estava do meu lado. Nos deitamos melhor na cama, aconchegando no edredom rosa dela.

— Confesso que eu deveria estar com medo de dormir com você – disse ela. Apoiei meus cotovelos no colchão subindo um pouco meu tronco pra olhá-la.

— Por que diz isso?

— Não sei, Hook, mas eu acho que... Você ronca!

— É, ronco como um porco e quando durmo, dou empurrões e até chutes, então ainda dá tempo de você colocar uns tampões de ouvido – brinquei sorrindo.

— Olha que coincidência! – Bridget subiu o tronco pra se sentar – Porque eu quando tô dormindo, dou cotoveladas e mordidas – disse sorrindo.

— Boa noite pra você também – voltei a me deitar fazendo uma careta sobre o que ela havia dito.

Me virei um pouco pro lado, deixando minha mão algemada um pouco mais perto de Bridget, que também tinha se virado de costas pra mim.

Passei um tempo tentando dormir, o que era meio estranho já que há alguns minutos eu tava morrendo de sono, e agora não consigo dormir. Acho que a presença da Bridget me afeta. Coloquei meu braço livre atrás da cabeça, passando a encarar o teto.

De repente, sinto Bridget se virar pro meu lado e me abraçar enquanto ainda dormia. Fiquei surpreso com sua atitude repentina, mas não contive em dar um sorriso. Involuntariamente, comecei a acariciar o cabelo rosa dela.

— Sabia que você é meu anjo? – falei mesmo sabendo que ela não responderia por estar dormindo.

Bridget se mexeu levantando um pouco sua cabeça, nisso parei de mexer em seu cabelo, fingindo que nada aconteceu. Ela me olhou um pouco assustada e percebendo que estava tão perto de mim, se distanciou dando um sorriso sem graça logo em seguida.

Virei o rosto pro lado quando vi que ela também fez isso e sorri sem que ela visse. A atitude dela me surpreendeu, porém eu gostei.

***

Após alguns minutos dormindo, me virei na cama onde eu ficaria de costas pra Bridget, mas percebi que ela também havia se virado, ficando frente a frente comigo. Nossos olhares se cruzaram, e eu dei um sorriso sem pensar ao ver ela sorrindo pra mim. Bridget acariciou meu cabelo do nada, fechei os olhos aproveitando o carinho.

Pensei em me aproximar mais um pouco. Comecei aproximando minha cabeça e depois o corpo, Bridget também foi se aproximando aos poucos. A mão dela que estava no meu cabelo, agora acariciava meus rosto. Nós já estávamos muito perto, tão perto que podíamos sentir nossas respirações.

Intercalei meu olhar entre os olhos de Bridget e seus lábios rosados. Quando nossos narizes estavam se tocando, foi então que não aguentei mais. Fechei os olhos e finalmente voltei a beijar aqueles lábios que já não beijava há tempo.

O que começou apenas com alguns selinhos, foi se transformando em um beijo intenso. Segurei a cintura dela com minha mão livre, trazendo a princesa pra mais perto ainda de mim. Nosso beijo ficou mais selvagem.

Rolei na cama pra ficar por cima dela, Bridget entrelaçou seu braço no meu pescoço enquanto me beijava. Percebi o que tava fazendo, então saí de cima dela sentando em cima dos meus tornozelos na cama. Ela fez a mesma coisa.

— Desculpa, Hook, eu não devia... – ela mesma se interrompeu.

— Eu acho melhor a gente voltar a dormir – fiquei de joelhos na cama tentando encontrar uma saída. Eu precisava sair dali se não iria surtar.

— É, eu acho melhor... – Bridget parou de falar quando seus olhos se cruzaram com os meus de novo. Ela ficou de joelhos também, com o rosto bem próximo do meu.

Acabei com a pequena distância entre nós e a beijei de novo. Agarrei sua cintura enquanto ela acariciava meu cabelo e rosto. Querendo beijá-la mais, afastei o cabelo que cobria seu ombro e transferi meus beijos até seu pescoço. Sentindo a maciez da sua pele, meus lábios percorreram todo o pescoço dela. Com certeza provocaria um chupão depois. Era tão bom beijá-la assim.

Voltando a beijar os lábios dela, inclinei meu corpo na direção dela fazendo com que a mesma se deitasse no colchão. Bridget acariciava seu rosto em meio ao beijo, eu a sua cintura. Quando percebi de novo o que eu tava fazendo, parei o beijo olhando pra ela sem dizer nada.

Não tinha nem o que dizer além de pedir desculpas e torcer pra não levar uma bofetada. Saí de cima dela constrangido.

— Bridget... Me desculpa. Eu não deveria...

— N-não, não! Nem um de nós deveria, não esquenta com isso. Vamos só esquecer e voltar a dormir, dessa vez pra valer. T-tchau e boa noite! – disse rápido e gaguejando. Ela voltou a se virar de costas pra mim ainda nervosa.

Resolvi fazer o mesmo que ela, pois amanhã nós teríamos aula. Isso não deveria ter acontecido.

***

Acordei sentindo a claridade da janela no meu rosto. Esse quarto tem mais claridade do que o meu, odiei. Sentei na cama tentando abrir melhor meus olhos, olhei pro lado vendo Bridget ainda dormindo.

Pera aí, eu acordei antes de alguém? Isso que é um milagre! Sempre fui o último a acordar. Milagres acontecem, pessoal!

Sorri ao vê-la dormindo tão lindamente. Ela era tão fofa. Me aproximei mais um pouco dela, ficando com o rosto quase colado do seu.

— Não consigo ficar bravo com você – disse enquanto mexia no seu rosto – O que aconteceu ontem não deveria ter acontecido... Mas não posso negar que gostei – continuei acariciando o rosto dela e dei um selinho em seus lábios.

Me afastei dela e dei uma risada lembrando da noite passada quando a beijei. Ela se mexeu na cama como se estivesse acordando. Bridget abriu os olhos.

— Bom dia, princesa.

— Bom dia... – murmurou bocejando com a mão na frente – A gente tem que se arrumar pra aula.

Depois de um tempo, Bridget pegou sua bolsa e saímos do quarto. Claramente não trocamos de roupa, pois ainda estávamos algemados, até que chegando perto da sala, encontramos os dois traidores que nos prenderam. Sim, juntos.

— Olha só quem tá aqui! – falou Morgie ao nos ver juntos – Nossos bons e velhos amigos. Como foi a noite? Dormiram bem? – que cara de pau, véi!

— Vocês dois seus filhos da...

(PODE IR PARANDO! ISSO AQUI É UMA HISTÓRIA SEM PALAVRÕES!).

— Qual é?! Eu preciso rever o meu contrato nessa história.

(Já tô mais calma. Voltando a história...).

— Vocês dois... – aponto pra Morgie e Ella – São dois traidores. Principalmente você, Morgie. Pode se preparar pra correr antes que eu parta sua cara no meio.

— Só uma pergunta. Onde arrumaram essa algema? – Bridget me interrompeu.

— É do Hades, ele me emprestou. Ainda bem que ele não perguntou pra quê eu iria usar.

— Aí, alguém pode se concentrar na história? Tem duas pessoas algemadas aqui – falei chamando a atenção deles.

— Abaixa a bola aí, Hook. Não vou te soltar até que você prometa que vai se controlar e não vai me bater.

— Tudo bem, eu peço pra Ella nos soltar.

— Não vai dar não, a chave com o Morgie – respondeu a plebéia.

— Tudo bem, prometo não deixar o Hook encostar um dedo em você – disse Bridget.

— Vou me sentir mais seguro se ouvir isso do próprio Hook.

— Tá bom, eu prometo não encostar um dedo em você. Agora dá pra tirar isso do meu pulso?! – Morgie pegou a chave do bolso finalmente nos soltou – Isso sim que é liberdade! Agora vou dar 5 segundos de vantagem pra você correr antes que eu te bata.

— O quê? Você prometeu que não ia bater em mim.

— Corrigindo. Eu disse que não ia encostar "um dedo", eu não falei nada sobre o meu punho e o meu cinto – tirei meu cinto da calça, pronto pra bater no Morgie.

— Bridget! – Morgie olhou pra ela como se pedisse ajuda.

— Desculpa, Morgie, mas eu falei que não ia deixar  ele encostar um dedo em você. Significa que o punho tá liberado. É melhor você correr – ela riu.

— 1... 2... – contei devagar, até que finalmente ele saiu correndo – É melhor correr mesmo, porque eu vou bater tanto em você até gritar pela mamãe! – depois de gritar isso, saí correndo atrás do idiota.

Pode ter certeza que ele não vai ficar bem depois dos cascudos que eu der nele.

Continua...

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Ficou meio longo, mas valeu a pena. Até a próxima.

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