Eu Cuido de Você
Pov. Bridget
Na hora do almoço, Hook não quis comer nada, então eu não insisti. Perdi todas as aulas do dia, mas não tinha problema, Ella poderia me passar o conteúdo depois. Minha propriedade agora era o Hook.
Quando já tava escuro, fui até a cozinha pedir pra cozinheira fazer uma sopa pra um aluno doente. Levei a sopa até meu quarto através de uma bandeja, era só uma pequena janta pra ele não dormir de barriga vazia, não podia ser algo tão pesado.
Após ele terminar de comer – claro que ele também tinha que reclamar, dizendo que não queria –, ele voltou a dormir de novo. Fiquei olhando ele por tanto tempo que acabei dormindo sentada na cama. Acordei lembrando que antes de eu cair no sono, tinha colocado o termômetro nele. Vi que ele ainda tava dormindo, então lentamente fui puxando o termômetro dele e vi a temperatura.
- Aí que bom, já baixou – disse pra mim mesma colocando o termômetro no criado mudo.
Me pus a levantar pra deixar ele descansando, porém senti minha mão ser puxada.
- Não, espera... Não vai embora, por favor... – Hook pediu me olhando.
- Eu não ia deixar você sozinho. Eu só ia me preparar pra dormir no sofá.
- Não precisa... Fica aqui comigo.
- Mas você vai se sentir mais confortável tendo a cama só pra você. Eu posso dormir no sofá, não tem problema.
- Por favor, Bridget... – ele se aproximou mais ainda segurando minha mão – Fica aqui comigo...
Pensei em dizer não novamente, mas vendo aquela carinha doente e pedindo com tanto carinho, resolvi aceitar.
Voltei a sentar do lado dele e me surpreendi com a atitude dele, me abraçando pela cintura e deitando seu rosto sobre minhas pernas. Dei um sorriso involuntário ao vê-lo tão agarrado a mim, e voltei a fazer cafuné em seu cabelo. Ele era tão fofo assim.
- Eu te amo tanto... – sussurrei pra mim mesma.
Fiquei um tempo olhando ele e fazendo o cafuné, até eu dar um bocejo. Me ajeitei melhor na cama e caí no sono com Hook abraçado em mim.
***
Na manhã seguinte, fui a primeira a acordar pois Ella estava me ligando.
- Oi, Ella.
- Oi. Como o Hook tá?
- Melhor do que ontem. A febre dele já baixou bastante e daqui a pouco eu tenho que acordar ele pra ele tomar o remédio.
- Que bom. E você vai pra aula hoje?
- Não sei se vou poder. O Hook ainda não tá 100% e ele se recusa a ir pra enfermaria, ele quer que eu cuide dele – falei olhando pro doentinho que dormia do meu lado.
- Já vai ser o segundo dia que você falta, sabe que as provas estão chegando e não pode perder conteúdo.
- Eu sei, mas eu ainda tô preocupada com o Hook e não quero deixar ele sozinho.
- Ai, aí, quando o amor bate na porta, é impossível de fazê-lo sair. Tudo bem, eu te encubro de novo nas aulas. Tchau, beijo
- Tchau – desliguei o telefone, deixando ele no criado mudo, voltando a olhar pro Hook.
Permaneci mexendo no celular, até que vejo que horas eram. Tinha que dar o remédio pro Hook. Saí da cama indo pegar um copo d'água e peguei o remédio que tava no criado mudo.
- Hook, acorda. Você precisa tomar o remédio.
- Ah, não. Eu não quero! – resmungou se virando pra mim.
- Eu não quero saber se você quer ou não, você precisa tomar o remédio – ajudei ele a sentar e lhe entreguei o copo.
- Bridget... Obrigado por cuidar de mim – disse me olhando.
- Eu não tô fazendo isso por você. Só tô fazendo isso porque o Morgie insistiu muito.
- Eu não acredito em você!
- Por que?
- Não tá fazendo isso porque o Morgie insistiu... – tô fazendo isso porque eu amo você e quero te ver bem, essa era a resposta que eu queria dar.
Reparei que o olhar dele começou a dividir entre meus olhos e boca. Comecei a fazer o mesmo quando notei que ele se aproximava.
Estávamos muito perto, nossos narizes já se encostavam, mais um pouquinho e aconteceria um beijo. Fomos interrompidos por alguém batendo na porta.
- Pode entrar! – assim que deixei a pessoa entrar, me assustei ao ver uma garota.
- Oi, Hook, como é que você tá? – perguntou a garota. Ela me parece familiar.
- Nathalia? Tá fazendo o que aqui? – Hook perguntou surpreso. Então foi essa a garota que encontrei o Hook beijando. Abri a boca, chocada.
- Vim saber como você tá. Fiquei sabendo pelo Morgie que você tava doente e ele me disse que te encontraria aqui – a garota respondeu sorrindo.
- Ah...
- Desculpa, querida, mas eu posso saber o que faz no meu quarto? – me levantei da cama ficando de braços cruzados. Tentei não parecer rude, mas acho que minha cara não ajudou muito.
- Olha, fofa, eu vim ver o Hook, não você! – agora foi ela quem foi rude - Hook, você tá bem? - ela se aproximou do Hook tocando na testa dele.
- Eu já tô muito melhor...
- Não, você tá pálido. O que você tem? – essa menina já tava me enchendo a paciência.
- Ele já tá muito melhor fofa, pode ficar despreocupada! – falei brava.
A garota notou os remédios em cima do criado mudo.
- São remédios?
- Sim! – não, é um churros! Eu tava tentando controlar minha raiva, mas era difícil com essa sirigaita aqui no meu quarto.
- Mas por que remédios? – sério que essa menina é burra assim ou se faz?
- Porque foi receitado pela enfermeira.
- E como você tá tomando isso, Hook?
- A cada 8 horas! – respondi por ele.
- Bridget, numa boa, não sei se consigo confiar em você depois de todo mundo ficar sabendo do seu lance com o Luka!
- Olha, Nathalia, eu já tô bem melhor. A Bridget tá cuidando direitinho de mim – Hook tentou me defender.
- Pra sua segurança, é melhor eu tomar conta de você. Pelo menos assim vou me sentir mais tranquila – senti meus olhos marejados. A sirigaita se virou pra mim – Pode ir fazer seus afazeres, Bridget. Eu vou tomar conta dele.
Nathalia sentou na minha cama ao lado de Hook, pegando na mão dele. Não querendo mais ver aquilo, saí do quarto chateada. É melhor deixar os pombinhos a sós.
Pov. Hook
Nathalia chegou de surpresa no quarto de Bridget quando nós estávamos prestes a nos beijar. Percebi que Bridget ficou incomodada com a presença dela, e ao ver ela saindo do quarto, me entristeceu.
- Bridget... – falei o nome dela baixinho.
Nathalia ficou perto de mim querendo me examinar, mas eu não queria ela. Eu queria que a Bridget cuidasse de mim. Tava bom demais pra ser verdade. Não posso deixar isso assim.
- Você vai ficar bem, meu amor. Fica aqui repou...
- Nathalia, para. Eu não sou o seu amor, vê se me erra, garota! – coloquei os pés no chão, sentindo a moleza no meu corpo. Também, além de ainda estar doente, ontem fiquei o dia todo dormindo.
- Hook, fica na cama, você tá doente. Deixa de ser teimoso!
- A única teimosa aqui é você. Eu vou buscar a Bridget – me virei pra sair do quarto, mas a doida da Nathalia segurou meu braço.
- Você não pode sair. Você ainda tá com febre – colocou a mão no meu rosto – Acho que a Bridget não cuidou muito bem de você.
- Olha, ela cuidou super bem de mim, tá bom? Até você aparecer e estragar tudo! – tentei falar o mais calmo possível. Não queria me exaltar.
- Hook... Você e a Bridget terminaram há quase 1 mês e eu já ouvi você dizendo que odiava ela. Mas a verdade... É que não parece que você odeia ela – suspirei.
- A verdade é que eu menti, porque a Bridget é a pessoa que eu mais me importo no mundo.
- Hook, ela...
- PARA, NATHALIA! QUANDO VOCÊ VAI COLOCAR NA SUA CABEÇA QUE ENTRE VOCÊ E EU NUNCA VAI EXISTIR NADA! SERÁ QUE VOCÊ É TÃO BURRA ASSIM?! – gritei estressado – A Bridget, é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci e foi o meu primeiro amor, e não é porque a gente terminou que eu vou ficar com você! Para de ser assim! Se ama, se respeita só um pouquinho. Quando vai entender que eu não te amo?! Por sua culpa, o meu namoro com a Bridget foi arruinado, e você estragou nossas vidas de novo quando veio até o quarto dela! Eu e você nunca vamos ter nada. NADA! – de início eu tentei manter a calma e não ser grosseiro, mas essa garota me irrita tanto que não deu pra segurar.
Saí do quarto descalço mesmo e de pijama. Precisava encontrar a Bridget e pedir que ela voltasse. Eu tô loucão. Talvez ainda seja efeito da febre.
***
Demorei um pouco pra encontrar Bridget, mas ao sair da escola e indo até o lago, achei ela sentada no banco. Suspirei fundo e me aproximei.
- Bridget? – ela me olhou.
- Hook, o que tá fazendo aqui? Você devia estar na cama repousando – ficou de pé.
- Eu até posso voltar... Mas só se você vier comigo e voltar a ser minha enfermeira.
- A Nathalia pode cuidar melhor de você... – disse tristonha.
- Esquece ela. Você não foi pra aula ontem e nem hoje por estar disposta a cuidar de mim, mesmo eu não precisando e até negando. Me perdoa pelas burradas que eu fiz – segurei as mãos dela – Não é com a Nathalia que eu quero estar... É com a Bridget de Copas.
- Não parece...
- Mas é a verdade. O que eu sinto por você nunca vai se comparar com o que eu sinto por ela. Eu te...
- Bridget? Preciso de você na minha sala agora, por favor – minha fala é cortada com Merlin chegando.
- Tá, já tô indo, professor – vejo o velho saindo do local, Bridget me olhou de volta – Olha, eu tenho que ir. E você precisa descansar, então por favor, vai pro seu quarto, tá?
Acompanhei com o olhar Bridget saindo. Quase tinha me declarado pra ela, se não fosse aquele velho chato do Merlin. Acho que daqui pra frente vou ter que me virar sozinho.
Continua...
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Só eu que tô sentindo raiva do Merlin nessa história?
Beijos à todos e até o próximo capítulo.
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