Pov. Bridget

Hook saiu correndo atrás de Morgie, enquanto eu e Ella dávamos risadas.

— Acha que ele vai voltar? – perguntou Ella.

— Acho que o Hook vai mesmo pegar ele e só vai restar os pedaços. Isso é, se o Hook deixar os pedaços – rimos de novo.

— Olha, Bri, desculpa por ter concordado com o plano do Morgie em algemar vocês. Eu só queria ver você feliz de novo.

— Tá tudo bem, Ella, não esquenta com isso. E não se preocupa porque eu não vou correr atrás de você pra te matar – rimos.

— Mas agora é sério, como foi a noite de vocês? Rolou alguma coisa? – ela sorriu maliciosamente. Comecei a lembrar da noite passada, eu e Hook nos beijamos e se ele não tivesse parado, acho que teria rolado mais alguma coisa.

— Não, não rolou nada entre a gente – menti. Como eu disse ontem pro Hook, era melhor esquecer aquilo.

— Tá mentindo, né? – o nervosismo já começou a subir.

— Não, claro que não. Por que eu mentiria?

— Porque com certeza você ficou constrangida com algo e tá com vergonha de me contar – ela cruzou os braços arqueando as sobrancelhas – Fala sério agora, o que rolou? – mordi o lábio nervosa.

— Eu e o Hook nos beijamos – Ella ia gritar, porém eu fui mais rápida tampando sua boca com a mão – Não grita, por favor.

— Desculpa, desculpa – sua voz saiu abafada. Lentamente, tirei a mão da boca dela – Mas vocês realmente se beijaram?

— Sim. Mas foi só um beijinho, nada demais – era uma meia verdade. Não ia contar a história toda, se não ela ia surtar.

— Pelo menos já foi alguma coisa – ela riu – Bora pra aula. Acho que vamos ter que falar pro Merlin que o Morgie tá descansando em paz! – ela brincou e nós rimos indo em direção à sala.

***

Passaram-se alguns dias desde que fiquei algemada com Hook. Ele não voltou mais a falar comigo, e quanto ao Morgie, ele ainda tá vivo, mas com o braço machucado e o olho roxo. Luka todo santo dia tentava se aproximar de mim, eu claramente fugia, às vezes até Ella me ajudava a fugir. Esse menino tá virando um grude insuportável.

No momento, estou andando pelo corredor indo até meu dormitório, quando sou parada por Uliana junto com mais dois vilões que não eram da nossa turma.

— Olha só quem nós encontramos aqui, rapazes. A princesinha cor-de-rosa, que mal terminou com o Hook e já tá com outro – zombou Uliana – Você é bem rápida, né Bridget? – a vilã riu.

— Uliana, eu não quero discutir, então por favor, me dá licença.

— Daqui você não sai até eu mandar! – Uliana segurou meu braço com força e me empurrou quando tentei passar por ela

— Uliana, por favor... – pedi novamente.

— Por favor, o quê garota?! – gritou brava – Eu só quero conversar um pouquinho com você – falou se aproximando e eu dei um passo pra trás – Se não, meus amigos aqui podem te fazer muito mal. Acho que você já sabe do que eu tô me referindo – engoli a seco.

— Uliana! Deixa ela! – olhei pro lado vendo Hook andando na nossa direção – Não vale a pena mexer com uma princesinha estúpida como ela.

— Você não me diz o que eu tenho que fazer!

— Uliana! – Hook segurou o pulso dela – Deixa isso comigo. Sou eu que quero dar uma lição nela. Essa princesinha tem uma dívida comigo.

— Muito bem, Hook – sorriu maléfica – Vou deixar você cuidando desse lixo de princesa. Preciso ir mesmo no salão – a vilã me olhou – Nos vemos depois, Bridget! – meu nome saiu raivoso da boca dela.

A vilã e os outros dois saíram do corredor, ficando apenas eu e Hook. Olhei pro vilão a minha frente com um certo medo.

— Se você tá pensando que eu vou fazer alguma coisa com você. Relaxa, aquilo foi só um pretexto pra ela te deixar em paz. Sei que você tá se tremendo toda que nem o Morgie fica quando vai apanhar de mim – dei uma risada baixa com o seu comentário.

— Então... Obrigada, por ter me ajudado. Tchau, Hook – me pus a sair.

— Espera – Hook segurou minha mão. Voltei a olhar pra ele.

— O que foi?

— É verdade o que estão dizendo por aí? Sobre você tá namorando o Luka?

— É claro que não. Ele que fica correndo atrás de mim dizendo que é apaixonado, mas eu sempre fujo dele.

— Então tá! – deu de ombros.

— E você tá namorando com a Nathalia? – não sei nem porquê perguntei isso, a gente já tinha terminado, o que ele faz da vida dele não é problema meu. Mas a curiosidade bateu mais forte.

— Você se importaria se eu estivesse? – sorriu sacana.

— Claro que não! Imagina – respondi nervosa – Foi só curiosidade também.

— Aham, sei – disse desconfiado – Mas e se você namorasse o Luka, seria tão feliz com ele como foi comigo?

— Eu não vou namorar com ele, pode tirar esse pensamento da cabeça.

— Ah, claro, desculpa. É claro que você não vai namorar ele e mais ninguém porque você ainda me ama.

— Eu já te esqueci há muito tempo. Não sinto mais nada por você – menti.

— Você já disse isso uma vez e eu não acreditei.

— Pois acredite agora. Eu não sinto mais nada por você.

— Tem certeza? – o vilão começou a se aproximar – Tem certeza que não sente nada por mim? – a medida que ele se aproximava, era a medida que eu ficava mais nervosa.

— O que tá fazendo? – dei alguns passos pra trás conforme ele se aproximava.

— Comprovando se você realmente não me ama mais – parei de recuar quando senti minhas costas baterem na parede. Hook já estava bem perto de mim, nisso ele apoiou seu gancho e sua mão na parede próximo do meu rosto, como se seus braços fossem barreiras.

— Dá pra se afastar, por favor? Eu tenho que ir – a essa altura meu coração já estava muito acelerado.

— Tá querendo fugir de mim, é? – sorriu.

— Não. Eu só... Preciso fazer algumas coisas – respondi nervosa.

— Que tipo de coisa? – tombou a cabeça pro lado sorrindo.

— Ah, Hook, são coisas minhas. Dá pra me deixar ir?

— Não – negou sorrindo – Se você me odiasse assim, já teria feito alguma coisa pra sair daqui. Me empurrado, dar um tapa na minha cara... Mas até agora você tá aqui... Isso só confirma ainda mais minha teoria.

— Que teoria?

— De que você ainda me ama – oh Jesus, me dá uma forcinha aqui. Meu nervosismo já tava à mil.

— Você ficou doido.

— Querida... Eu já sou doido. E você também é doida, no caso, doida de amor por mim.

— Não mais.

— Quer apostar? Sabe, no dia que ficamos trancados na sala, antes do Merlin entrar, nós estávamos prestes a fazer uma coisinha. Você se lembra? – ele se referia ao quase beijo que demos, e isso teria acontecido, se Merlin não tivesse entrado.

— Não! – neguei.

— Mas vai se lembrar agora... – engoli a seco quando ele aproximou seu rosto. Já era possível sentir a respiração dele em meu rosto.

O nariz dele encostou na minha bochecha de um jeito como se quisesse me provocar, logo depois ele encostou no meu nariz, ficando centímetros da minha boca. Hook deu um pequeno selinho nos meus lábios, me surpreendi, mas sentindo a maciez dos lábios dele, me deixei levar fechando os olhos.

Eu já não sabia o que eu tava fazendo, mas tava adorando. Sempre adorei os beijos do Hook, esse não foi diferente. A mão dele apertou minha cintura, enquanto eu levava as minhas até a nuca dele lentamente. Passei a massagear seu cabelo e ele minha cintura. Percebendo que o ar tava fazendo falta, Hook deu um beijo na minha bochecha e desceu seu rosto até meu pescoço. Senti arrepios percorrendo todo meu corpo. Era inacreditável como esse garoto mexia com o meu psicológico.

Hook voltou a beijar meus lábios, dessa vez com mais intensidade. Beijar Hook sempre me deixava feliz, me fazia querer continuar o beijo e fazer dele eterno. Passei meus braços em torno do pescoço dele. O ar fez falta e com isso, Hook separou o beijo que ele mesmo começou.

Abaixei a cabeça por não conseguir olhar em seus olhos. Eu tava envergonhada, já sentia minhas bochechas quentes.

— Já comprovei o que eu suspeitava – olhei pra ele confusa – Você ainda é louca por mim – ele piscou sorrindo convencido.

Eu fiquei ali parada sem reação nenhuma. Ainda com o sorriso convencido, Hook se pôs a sair. Pisquei os olhos finalmente me recompondo.

— Espera, Hook! – o mesmo se vira na minha direção – Você me beijou pra comprovar se eu ainda te amava... Ou foi só um pretexto pra você me beijar?

— Talvez... – disse tombando a cabeça pro lado se fazendo de desentendido e logo deu um sorriso saindo do corredor.

Fiquei lá parada sem saber o que fazer. Eu tava sem reação. Minhas bochechas estavam claramente coradas. A única coisa que tinha certeza, era que realmente o Hook tinha razão.

Eu ainda amava ele.

Continua...