Sentimentos humanos.
Boa leitura♡!!
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Em um estralar de dedos Taehyung teleportou ambos diretamente para a casa.
A casa era simples, mas tinha um charme especial. Ao entrar, Jungkook notou as paredes de um tom frio, com quadros artísticos pendurados que davam elegância ao ambiente. A sala era aconchegante, com um sofá de tecido macio e uma pequena mesa de café no centro. Havia uma cozinha compacta, mas bem equipada, com armários de madeira clara e uma mesa de jantar que parecia perfeita para bons momentos em família.
Mas esse era o único luxo que Jungkook sabia que não tinha, momentos bons com a família.
No entanto, quando Taehyung o levou ao quarto, Jungkook parou na porta, incrédulo. Havia apenas uma cama de casal, ocupando quase todo o espaço.
— Só isso? — Jungkook perguntou, desapontado. — O que rolou? o orçamento de demônio acabou pra escolher duas camas? Fala sério poxa.
Taehyung sorriu, um brilho provocante nos olhos.
— É, quase isso. — Falou sugestivo. — Achei que talvez quisesse ter um companheiro de colchão, cê sabe, pra aliviar o estresse do dia a dia. — Sorriu ladino enquanto olhava suas unhas.
Jungkook ficou ruborizado, balançando a cabeça.
— Nem se eu precisasse muito, eu não iria transar com você.
— Ah, mas eu já ouvi isso tantas vezes… — Taehyung disse, aproximando-se de forma sedutora. — Você sempre diz que não precisa, mas eu percebo seus olhares ggukie, você tá louquinho por mim.
— Ah é? e por que acha isso? — Jungkook revirou seus olhos.
— Não sei... — Disse sugestivo. — Talvez das vezes que sumo e você fica enchendo meu saco perguntando onde eu estava. — Citou. — E ah, do sorrisão que você vive abrindo quando me vê. — Comentou. — Sei lá, eu tenho certeza que te dou um tesão do caralho.
A provocação estava no ar, e Jungkook sentiu o calor subir ao rosto, mesmo sabendo que era tudo parte do jogo de Taehyung.
— Olha, Taehyung, sinto em lhe informar, mas acho que você está se iludindo. — Jungkook disse, tentando manter a compostura. — Só porque supostamente estamos morando juntos, não significa que você pode achar que vai me ter na palma da sua mão, não mesmo.
— Ah, mas qual é ggukie? Você acha que eu não sou capaz de decifrar seus desejos? — Taehyung respondeu, dando um passo mais perto, com um sorriso provocante. — Você age como se fosse imune a mim, mas eu sei que a curiosidade te corrói.
— Curiosidade? — Jungkook riu nervosamente. — Não sou nenhum sedento por sexo.
— Talvez não por sexo... mas por mim. — o encarou no fundo dos olhos, com seus corpos já quase colados.
— Acho melhor você parar com baboseiras. — Jungkook o respondeu recuando até perto a parede, mas logo ficou encurralado.
Taehyung colou seu corpo no dele, o pressionando contra a parede.
— Não precisa ter medo. — Taehyung disse, inclinando-se levemente, como se lesse sua mente. — Só precisa se permitir.
— Foi mal, senhor iludido, mas se eu quisesse alguém, talvez esse alguém não seja você. — Nervoso, desviou o olhar de Taehyung.
— O que você sente comigo aqui pertinho da sua boca não significa nada, ggukie? — Disse levando seu olhar até a boca do mesmo.
— Não... — Jungkook começou, mas as palavras falharam. Ele evitou olhar nos olhos de Taehyung, mas seus olhos involuntariamente seguiram até a boca do outro.
— Ah, assim você machuca meus sentimentos. — Taehyung colocou a mão em seu próprio peito como gesto irônico de drama. — Só um beijo então? pra sarar meu coraçãozinho.
Jungkook respirou fundo, fechando os olhos lentamente.
Taehyung sabia que ele queria.
Mas recuou.
Taehyung percebeu a tensão no corpo de Jungkook e, sem querer forçar a situação, decidiu recuar. Ele sorriu, mas com um tom mais suave.
— Ei, eu estava só brincando — disse Taehyung, sua voz mais leve. — Só testando suas reações.
Jungkook o olhou, surpreso, sentindo um misto de alívio e raiva.
— Brincando? você é sem vergonha isso sim. Babaca!
— Ah, foi mal cara. Não era minha intenção te deixar no vácuo do meu beijinho — Taehyung respondeu, fazendo um biquinho e logo piscando. — Mas olha, se você sentir raiva de mim, podemos deixar isso pra resolver na cama mais tarde.— brincou.
— Idiota. — Jungkook soltou um leve riso soprado. — tira o cavalinho da chuva.
Jungkook se lembrou que tinha algo muito importante a fazer, e que já estava prestes a se esquecer.
Então, se senta na beirada da cama, os dedos nervosamente começam a brincar com o celular. Ele respirou fundo antes de discar o número de Hoseok.
Quando a ligação foi atendida, a voz calorosa do amigo o confortou instantaneamente.
— Alô? Jungkook? Que bom ouvir sua voz! Está a caminho? — disse Hoseok, com seu jeito sempre simpático.
— Oi, hyung… É, eu só queria agradecer pelo tempo que você me deixou ficar aí em casa. Foi… foi muito bom, sabe?
— Ah, não precisa agradecer. Você é sempre bem-vindo aqui! Você está aqui perto? Quer que eu te busque?
Jungkook hesitou, a mente correndo a mil por hora. Ele olhou para Taehyung, que estava encostado na parede, com uma expressão de ceticismo e uma sobrancelha arqueada. Jungkook sentiu o estômago revirar.
— Eu… bem, eu arrumei um… um cantinho pra ficar. Não queria incomodar você e sua família, então… é melhor assim.
— Um cantinho? Onde você está? — Hoseok questionou, preocupado.
— Ah, é só um lugar… perto de… da… da loja de conveniência! É… bem, você sabe, tem muitas… o bairro é bom, né? — Jungkook respondeu, tropeçando nas palavras, tentando parecer casual.
Taehyung revirou os olhos, claramente divertindo-se com a mentira evidente.
— ah bairro bom? Sério, Jungkook? Estava tendo uma onda de assaltos por aí, você sabe. — Hoseok riu. — Você sabe que eu não gosto desse lugar, né? Bem, você pode ficar aqui sempre que quiser, amigo.
— Não, não, tá tudo bem! Eu estou… gostando do novo lugar. Sabe como é… espaço e tal. — Jungkook apressou-se a dizer, tentando mudar de assunto. — E como você está?
— Tudo tranquilo! Só trabalhando e pensando em você, como você está, sabe, por dentro. — Deu um longo suspiro. — Bem... se precisar de qualquer coisa, me avisa, tá bom? Aproveite a casa nova!
— Obrigado, Hoseok. Realmente… eu só… não quero atrapalhar. Vou me acostumar.
A ligação se despediu com Hoseok reafirmando que Jungkook sempre poderia contar com ele, mas, ao desligar, a expressão de Jungkook era de culpa.
Taehyung cruzou os braços e observou Jungkook com um sorriso provocativo.
— Então… por que você mente tanto para o seu melhor amigo?
Jungkook sentiu um nó na garganta e desviou o olhar.
— Eu não posso contar a verdade, Taehyung. Não é assim que as coisas funcionam.
— E por quê? — Taehyung insistiu, a curiosidade evidente em sua voz.
— É complicado… Eu… não quero que ele se preocupe comigo. E se ele souber que estou… tipo, assim… morando com você, ele vai ficar pensando coisas erradas! — Jungkook inventou, tentando encontrar uma saída.
— Então você prefere que ele pense que você está em um bairro perigoso sozinho, em vez de dizer a verdade? — Taehyung provocou, um sorriso travesso nos lábios. — Isso não vai piorar mais a situação? Tipo, e se ele quiser ir te ver pra garantir que você está bem? — Fez com que o outro refletisse por um instante. — Você pensa rápido Jungkook, admito, mas pensa nas desculpas mais estúpidas possíveis.
Jungkook apenas suspirou, sabendo que Taehyung tinha razão, mas não conseguia se livrar da culpa de enganar o próprio amigo.
Taehyung observou Jungkook claramente desconfortável. Ele decidiu que era hora de agir.
— Ei, relaxa, já foi… — Tentou tranquilizar, mas sua voz ainda soava fria. — Bora fazer alguma coisa.
Jungkook levantou uma sobrancelha, curioso.
— Tipo o quê?
— Ah, sei lá, tipo assistirmos um filme? — sugeriu Taehyung, um sorriso no rosto. — Sei que vocês humanos gostam dessas coisas e eu nunca vi um.
— pode ser, que filme?
— Você escolhe.
Jungkook pensou por um momento e então disse
— Que tal um filme de terror? Pode ser divertido.
— tanto faz.
— Vamos assistir “A Entidade” (Sinister).
— Nunca ouvi falar, mas ok. — Taehyung se levantou. — Você pega a coberta e ajeita o sofá, eu vou pegar a pipoca.
Jungkook assentiu, rapidamente se levantando para pegar a coberta enquanto Taehyung ia até a cozinha. Em alguns minutos, eles estavam confortavelmente instalados no sofá, com a luz fraca da TV iluminando o ambiente.
Conforme o filme começou, a tensão aumentava e as cenas se tornavam mais intensas. Jungkook se via cada vez mais tenso, até que, em um momento particularmente assustador, ele involuntariamente se encolheu e se escondeu sob o braço de Taehyung.
Taehyung ficou surpreso, uma expressão de espanto e diversão surgindo em seu rosto. Tentou manter a pose, mas não conseguiu evitar uma risada.
— Oh tchongo, É só um filme! — Ele tentou soar grosso, mas acabou se enrolando. — Você tá parecendo uma criança, sabia?
Jungkook, envergonhado, murchou ainda mais, mas não conseguiu evitar um sorriso nervoso.
— Não é culpa minha! — retrucou Jungkook, meio retraído pelo medo. — Essa porra de televisão tá alta e dá uns sustos pelo barulho.
Eles continuaram assistindo, e após os créditos finais, Taehyung se levantou, claramente irritado.
— Isso foi uma porcaria! — exclamou. — Nada daquilo parecia real. Os humanos têm um jeito de ridicularizar tudo..
Jungkook deu uma risada, aliviado pela conversa.
— Bom, se fosse verdade, eu teria medo de você.
Taehyung olhou para ele com um sorriso provocador.
— Você não sabe o quanto eu sou pior, Jungkook.
Jungkook fez uma pausa, olhando diretamente para ele.
— Eu sei, mas por alguma razão, não te odeio. Mesmo sabendo que deveria.
Taehyung ficou surpreso, sem saber o que dizer, a respiração momentaneamente presa.
— Eu gosto de ficar perto de você, Jungkook.
Imediatamente percebeu que estava se amolecendo e se apressou em mudar de assunto.
— Bem, cê sabe, para ver seus problemas diários e rir deles!
Jungkook riu.
— Ah, vai se ferrar! Você é um desgraçado. — Prosseguiu rindo.
— Eita, boca suja. Mas olha, desgraçado ou não, eu sempre acabo te fazendo rir. — Taehyung respondeu, com um sorriso travesso.
E assim, enquanto os dois continuavam a discutir de forma leve, Jungkook sentiu que, apesar de tudo, havia algo reconfortante na presença de Taehyung, mesmo que fosse um demônio.
Mas inesperadamente, Taehyung de repente ficou sério, como se tivesse sentido algo.
— Espera um pouco — ele disse, levantando-se. — Preciso sair por um instante. Tranque as portas e não abra para ninguém.
Jungkook olhou para ele, confuso e um pouco preocupado.
— O que você quer dizer com “não abra para ninguém”? Você vai a algum lugar perigoso?
— Não é da sua conta. — Taehyung respondeu de forma ríspida, seus olhos se estreitando. — Só faça o que eu disse.
Jungkook notou a seriedade na voz de Taehyung e decidiu não retrucar mais. Havia algo diferente naquela expressão.
— Tudo bem, eu vou trancar. Mas… você volta logo?
— Assim espero. — Taehyung disse, antes de desaparecer em um flash de luz.
Instantaneamente, ele se viu em um ambiente luxuoso, iluminado por candelabros e adornado com móveis opulentos. À sua frente, estava Yoongi, seu amigo demônio de tanto tempo, que olhou para ele com uma expressão de inquietação.
— Onde você estava? — perguntou Yoongi, com um tom grave. — Temos vários problemas.
Taehyung riu, uma risada seca e cínica.
— E qual é a novidade disso? Sempre tem problemas me esperando.
Yoongi não parecia se divertir com o comentário.
— O inferno já está sabendo que você está caindo nas graças de um humano.
Taehyung cruzou os braços, desinteressado.
— Eu não estou caindo nas graças de ninguém, e mesmo se tivesse, o que vocês têm a ver com isso?
— O pior não é só descumprir a regra mais cobiçada do inferno, que é “não se envolver com um ser humano” — Yoongi continuou, ignorando a despreocupação de Taehyung. — O problema é que há anjos na cola do garoto.
O sorriso de Taehyung desapareceu instantaneamente. Ele sabia exatamente o que isso significava.
— Você sabe que isso não é uma ameaça apenas para você, mas para todos nós — Yoongi concluiu, seu olhar se intensificando. — Se eles perceberem que você está se envolvendo, isso pode gerar tanto problema cara, e você deveria saber disso melhor que ninguém. — Comentou nervoso. — Isso aqui não é histórinha pra dormir, ANJOS e DEMÔNIOS não ficam no ombro de seres humanos desse jeito, caralho!
Taehyung se calou, a gravidade da situação começou a pesar sobre ele. Ele olhou para o chão, ponderando suas opções enquanto a inquietação crescia dentro dele.
— Eu não posso deixá-lo na mira de Yeonjun — disse Taehyung, finalmente, sua voz agora carregada de preocupação. — Precisamos fazer algo.
Yoongi assentiu, sabendo que a situação estava se tornando cada vez mais complicada.
— Sim, eu fiquei sabendo. Não é bom deixar ele sozinho, mas você demonstrando que se importa com ele é pior ainda, Yeonjun não vai sossegar até matá-lo.
Taehyung ficou em silêncio ele sabia que precisava encontrar uma maneira de proteger o humano que, contra todas as expectativas, havia se tornado tão importante para ele.
— Eu só estou morando com Jungkook porque Yeonjun ameaçou matá-lo. — Ele respirou fundo, tentando se acalmar. — Não posso deixar isso acontecer, demônios não podem sair matando qualquer pessoa assim, não sem pactos, acordos, ou então os anjos vão querer enfiar o nariz no meio.
Yoongi arqueou uma sobrancelha, intrigado.
— E por que não pode deixar acontecer? Tem mais medo dos anjinhos ou da porra do seu humano ser morto?
Taehyung hesitou, as palavras travando em sua garganta. Ele gaguejou antes de finalmente responder.
— É, é isso mesmo caralho, eu gosto do garoto, mas e daí?
O silêncio entre os dois se estendeu, e Taehyung se apressou em justificar:
— Mas não é nada profundo, nem mesmo tivemos nada. Mas não vou entregar Jungkook para Yeonjun, não vou dar esse gostinho a ele, nem que eu morra tentando.
Yoongi cruzou os braços, cético.
— Então você está se confundindo com um anjo? Esse negócio de proteção não é bem a nossa cara, somos demônios. — Enfatizou Yoongi.
Taehyung franziu a testa, sua expressão tensa.
— Não é sobre ele e nem sobre essa coisa ridícula que vocês acham que são sentimentos, é sobre não entregar nada de mão beijada para Yeonjun. Ele acha que pode me intimidar e controlar a minha vida, mas eu não vou deixar isso acontecer, você me conhece, sabe como sou.
Yoongi estudou Taehyung por um momento, percebendo a profundidade da convicção dele.
— E se ele matar vocês dois? — questionou Yoongi.
— Isso não importa — Taehyung respondeu com firmeza. — O que importa é que não posso deixar Yeonjun ganhar fácil assim. Nunca.
O olhar determinado de Taehyung fez Yoongi suspirar, sabendo que a situação estava se complicando mais do que esperavam.
— Certo, mas tenha cuidado. Não podemos subestimar Yeonjun. Você lembra o tamanho da merda que fez a ele.
Taehyung assentiu ciente, mas sua resolução permanecia firme. Ele não se renderia.
— Já contou a verdade sobre você para Jungkook?
Taehyung franziu a testa, confuso.
— Como assim?
— Sobre o passado que conecta vocês. — respondeu Yoongi, seu tom sério.
Taehyung balançou a cabeça negativamente, seu olhar se tornando triste.
— Ele me odiaria.
Yoongi suspirou, vendo a dor nos olhos de Taehyung.
— E se você contasse a ele? Não só sobre você, mas também sobre o que Yeonjun quer fazer com vocês. — Começou a rir fraco e sádico — Ele precisa saber que está em perigo, cê sabe, antes de morrer.
— Não posso fazer isso. — A voz de Taehyung tremia com a emoção. — Não por enquanto, ele não entenderia, faria muitas perguntas e eu não tenho saco pra isso. E ninguém vai morrer.
— Ele pode não entender agora, mas a verdade sempre vem à tona, nós sabemos disso melhor que ninguém, né não? — piscou bebendo um drink de álcool em sua poltrona. — E se Yeonjun conseguir pegá-lo, você acha que ele vai te perdoar por não ter contado? uh?
Taehyung desviou o olhar.
— E se ele não me perdoar agora?
— O que você tem a perder? — Yoongi insistiu, seu tom firme. — Às vezes, a verdade é a única maneira de protegê-lo, seja inteligente e não seja burro, é melhor ele saber para cooperar com você e essa missão resgate aí.
— Eu não sei se consigo — murmurou Taehyung, a incerteza evidente em sua voz.
— Para de ser viado, essa coisinha de "Aí não consigo" já está açucarado demais, vira homem porra.
— Ah cala boca.
— Você precisa contar pelo menos sobre Yeonjun para Jungkook — insistiu Yoongi, sua expressão séria. — Se você contar sua origem, ele provavelmente vai ficar biruta, mas é melhor do que deixá-lo completamente desnorteado né?
Taehyung riu, mas a risada foi breve e sem alegria.
— Concordo que ele ficaria biruta — disse Taehyung, a leveza na voz sumindo. — Mas esse assunto não tem como contar do nada. É extremamente delicado, e às vezes ainda me machuca.
Yoongi o olhou com curiosidade, percebendo que a questão era mais profunda do que imaginara.
— Achei que você tivesse esquecido dos seus sentimentos quando foi humano — ele disse, levantando uma sobrancelha.
Taehyung respirou fundo, a memória daquela noite sombria inundando sua mente.
— Eu não esqueci.
×××××××
oiie! mais um capítulo! ✨❤️
não se esqueça de deixar um comentário bacana e um votinho maroto!
(parece até político pedindo voto.)
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