O anjo
boa leitura♡
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Yoongi cruzou os braços, observando Taehyung.
- Enfim, talvez você devesse falar com ele sobre isso, que ele por enquanto é seu entretenimento, já que você jurou de pé junto que não tem sentimento.
Taehyung suspirou.
- Eu só estou lá porque ele me queria por perto.
- Não haja como se não quisesse ficar perto dele também, não precisa fingir que é só por causa dele não querer ficar longe de você, Seja honesto demônio sujo. - Começou a rir da cara do amigo. - Vou te ajudar a protegê-lo daquele sangue ruim apenas por honra a nossa classe social , mas então, quando vou conhecer o cordeirinho?
Taehyung olhou para o amigo, avaliando a situação.
- Você não vai querer que ele te conheça como um demônio, vai?
- E o que isso importa? - Yoongi deu de ombros, um sorriso provocativo no rosto. - É assim que somos, não? Não faço teatrinho, odeio mentiras quando não sou eu que as conto.
- Você é insuportável. - Taehyung balançou a cabeça, mas um sorriso involuntário se formou. - Tudo bem, vamos lá.
Yoongi apenas sorriu, e juntos se teletransportaram para a casa onde Jungkook os esperava. Taehyung estava ciente de que as coisas poderiam ficar complicadas, mas a curiosidade de ver como Jungkook reagiria a Yoongi era irresistível.
Ao chegarem, Taehyung bateu na porta do quarto e, após alguns momentos, Jungkook abriu, parecendo surpreso.
- Entra - ele disse, olhando para Taehyung e após para Yoongi, um pouco desconfiado.
- Olá Jungkook, ouvi muito ao seu respeito, sou Yoongi. - Yoongi disse, com um tom casual, cruzando os braços. - Amigo do Taehyung.
Jungkook franziu a testa, claramente hesitante.
- E como posso ajudar...?
- Vim ver se você é realmente tudo isso que o Taehyung fala. - Yoongi respondeu, um brilho malicioso em seus olhos. - É até que não é nada mal.
Taehyung revirou os olhos.
- Ignore o que ele diz. - Taehyung disse, tentando apaziguar a situação.
Yoongi se acomodou na cama de Jungkook, mantendo um olhar sério.
- Escute, Jungkook. Você está em perigo - começou ele, fixando os olhos no garoto. - Taehyung fez algo muito errado, e agora Yeonjun, um demônio, está atrás dele. Quer acertar as contas. É um olho por olho, dente por dente. - Respondeu simples assim.
- Então, seu querido Taehyung, me pediu para brincar de anjinho da guarda e proteger você do lobo mal.
Jungkook franziu a testa, a preocupação crescendo.
- O que ele fez? - perguntou, a voz tensa.
Taehyung, nervoso, começou a abrir a boca para explicar, mas as palavras falharam. Ele olhou para Jungkook, sem saber como lidar com a expectativa no rosto do garoto.
Yoongi, percebendo a hesitação de Taehyung, interveio.
- Ele matou o humano com quem Yeonjun estava se envolvendo. Uma morte cruel, sanguinária. Agora, Yeonjun quer vingança e vai atrás do humano que Taehyung gosta, que no caso é você.
O quarto ficou em silêncio. Jungkook processou a informação, a realidade do que estava sendo dito se instalando. Então, ele virou-se para Taehyung, a voz baixa.
- Então você gosta de mim?
Taehyung o olhou surpreso com a pergunta, a sua expressão estava embaraçada.
- Não é isso que ele quis dizer, é só que...
- Espera aí - Yoongi interrompeu, incredulidade evidente em seu tom. - É isso mesmo que eu ouvi? te falei que você está jurado de morte e você está preocupado se Taehyung gosta de você?
Jungkook olhou para Taehyung, confuso e ansioso, enquanto Taehyung tentava encontrar as palavras. A tensão no ar era evidente.
Taehyung fixou o olhar em Jungkook, a frieza em sua voz voltou a ser clara.
- Eu não gosto de você, Jungkook. Eu jamais gostaria de você.
Jungkook sentiu a frustração crescer dentro dele, o coração pesado com a maneira como Taehyung falou. Ele balançou a cabeça, tentando ignorar o quanto as palavras foram ditas de maneira cruel. Ele poderia ter sido mais suave, mas ele era um demônio, o que esperar dele?
- Eu não preciso da sua ajuda, nem da ajuda do Yoongi. Eu vou me cuidar sozinho.
Yoongi riu ironicamente, cruzando os braços.
- Boa sorte! Você acha que tem alguma chance contra um demônio?
Jungkook deu de ombros.
- Então deixe ele fazer comigo o que sabe fazer de melhor.
Taehyung se levantou, a expressão séria.
- Não posso deixar Yeonjun tocar em você.
Jungkook, frio e grosso, perguntou:
- Por quê? Pelo visto você me odeia, não?
Taehyung, sem hesitar, respondeu:
- Porque não deixaria Yeonjun tocar no que é meu.
Jungkook se revoltou.
- Eu não pertenço a ninguém, muito menos a você! Não sou seu troféuzinho de merda!
A discussão esquentou entre os dois, com as vozes elevando-se.
- Para de ser burro e aceita a ajuda! - retrucou Taehyung, os olhos ardendo de determinação.
Yoongi observava em silêncio, como se as palavras cortassem o ar ao redor. Jungkook respirou fundo, tentando se controlar.
- Não sou sua propriedade, Taehyung! Você não pode falar do jeito que bem entender comigo seu idiota!
Taehyung se aproximou, a frieza em seu olhar inabalável.
- Você realmente não entende. Isso não é só sobre você, é sobre minha honra.
A raiva e a confusão de Jungkook se misturavam, enquanto a discussão ainda rolava.
Jungkook sentiu a frustração borbulhar, e não pôde mais segurar as palavras que estavam presa em sua garganta. Ele encarou Taehyung com os olhos cheios de indignação.
- Você vive sumindo do nada! Nunca contou de onde veio, por que veio e quais são suas reais intenções! Você só faz joguinhos, tenta capturar minha alma com pactos idiotas e a cada santo dia tenta me manipular! E ainda por cima, é um grosso sem educação! Estou cheio disso! Cheio dessas suas merdas.
A voz de Jungkook subiu de tom, a cada palavra se tornando mais intensa.
- Eu preferia que você sumisse de uma vez, me deixando em paz! Desde que você apareceu, tudo mudou... e não para melhor! Se o seu intuito era esse, parabéns, você conseguiu! Arruinou tudo desde que chegou! TERMINOU DE ESTRAGAR A MINHA VIDA E FUDEU COM A MINHA VONTADE DE MELHORAR ESSA PORRA, FELIZ? ESTÁ FELIZ AGORA?
Taehyung ficou sem palavras, a expressão perplexa. Jungkook continuou, a raiva transparecendo.
- Você fez um ótimo trabalho como demônio! - disse, a ironia cortante. - Você só trouxe problemas, e eu não preciso de nada vindo de você, tudo que fiz até agora foi sozinho e adivinha? não precisei da sua ajuda!
O silêncio se instalou entre eles, enquanto Taehyung absorvia cada palavra, surpreso com a ousadia de Jungkook. O jovem estava determinado, desafiando a presença que antes o atraía e agora só trazia caos.
Taehyung, ainda recuperando-se do impacto das palavras de Jungkook, declarou com um tom frio e desafiador:
- Você me queria por perto.
Jungkook o encarou com desprezo, a frustração pulsando em suas veias.
- Mudei de ideia! - respondeu, grosso e ignorante. - Gostaria de nunca ter dito isso.
Yoongi interveio, cruzando os braços e soltando um suspiro cansado.
- Olha, não estou aqui para ser o bonzinho da situação, mas essa briga não vai levar a lugar algum. Se vou ajudar a proteger Jungkook, é por um bem maior, porque, para ser sincero, não me importo nem um pouco se Yeonjun pegar você. É melhor você cooperar, Jungkook, porque não sabe com quem está lidando. Yeonjun não é qualquer um, e o que ele quer pode ser muito pior do que imagina. Então, sugiro que parem de brigar.
Taehyung concordou com um aceno, olhando nos fundos dos olhos de Jungkook enquanto dizia:
- Yoongi está certo. E saiba que, assim que eu pegar Yeonjun e garantir que tudo volte ao normal, eu vou sumir da sua vida. Você nunca mais vai me ver, assim como tanto deseja.
Jungkook parecia surpreso, uma série de emoções passando por seu rosto enquanto tentava articular uma resposta. No entanto, Taehyung já se virou, dando as costas e saindo do quarto, deixando Jungkook e Yoongi em silêncio, o clima tenso ainda pairando no ar.
Jungkook saiu do quarto, sentindo a pressão na cabeça aumentar a cada passo. Ele precisava de um ar, de um momento longe da tensão que parecia sufocá-lo. Ao chegar à cozinha, a confusão tomou conta dele. As paredes pareciam se fechar, e ele não conseguia controlar a ansiedade que crescia dentro de si.
Com as mãos trêmulas, ele correu até os armários, abrindo um a um, procurando desesperadamente por algum remédio que pudesse acalmá-lo, mas não encontrou nada que pudesse ajudar.
Sentindo-se perdido, Jungkook decidiu sair de casa. A brisa da noite não ajudou a acalmar sua mente agitada. Ele se sentou na calçada, colocando as mãos sob o rosto, como uma criança que acaba de se machucar. As lágrimas escorriam pelo seu rosto, e os soluços que saíam de sua boca ecoavam na solidão da noite, uma crise de ansiedade consumindo-o.
Enquanto ele tentava recuperar a respiração, ouviu passos se aproximando. Com medo, levantou a cabeça e olhou na direção do som. Para sua surpresa, era uma moça que ele já havia visto antes, Rosé, a cliente da loja de conveniência. Seus cabelos longos e claros brilhavam sob a luz da rua, e seu sorriso era acolhedor.
Rosé se aproximou e, sem hesitar, sentou-se ao lado dele. Ela observou seu rosto preocupado e perguntou suavemente:
- Está tudo bem?
Jungkook não conseguiu encontrar palavras. A ansiedade ainda o dominava, e ele apenas balançou a cabeça em negação. Mas antes que pudesse responder, Rosé o envolveu em um abraço reconfortante. No instante em que seus braços se fecharam ao redor dele, algo mágico aconteceu: a ansiedade começou a desaparecer, como se o peso que ele carregava estivesse sendo levado pelo abraço caloroso.
As lágrimas continuaram a escorrer, mas os soluços se tornaram menos intensos. Jungkook sentiu a pressão em seu peito aliviando-se aos poucos, enquanto a presença de Rosé o envolvia em uma sensação de segurança que ele não sabia que precisava. Ele parou lentamente de chorar, sentindo-se envolto por uma tranquilidade que era quase palpável.
Rosé olhou nos olhos de Jungkook, sua expressão serena e acolhedora.
- Olha, Jungkook - disse ela suavemente -, independente do que esteja acontecendo, isso vai passar. Não precisa sentir medo, nem chorar. Tudo vai ficar bem.
Jungkook, ainda em soluços, conseguiu perguntar: - Por que eu me sinto tão bem perto de você? Meu coração se acalma quando você fala...
- Isso acontece porque, perto de pessoas que querem seu bem, não existe ansiedade - ela respondeu, com um sorriso gentil que iluminou seu rosto.
As palavras de Rosé o fizeram refletir. Ele se lembrou de Taehyung e da tensão que sempre o cercava. A presença do demônio parecia intensificar suas emoções, deixando-o confuso e angustiado. Ter alguém como Taehyung tão próximo parecia trazer mais consequências emocionais e energéticas do que ele poderia suportar. Pensou que deveria colocar um fim nisso.
- Obrigado, Rosé - ele disse, finalmente conseguindo controlar a respiração. - Obrigado pelo abraço.
Ela sorriu novamente, mas seu olhar se desviou para a casa de Jungkook. - Sabe, não gosto muito da cor dessa casa. Você deveria se mudar - disse, passando a mão suavemente pelo ombro dele.
Jungkook apenas assentiu, um pouco surpreso com a sugestão, mas sentindo que havia algo mais significativo nas palavras dela.
- Eu preciso ir agora - disse Rosé, levantando-se. - Lembre-se, tudo vai ficar bem.
Ela deu um último sorriso antes de se afastar, suas silhuetas se afastando lentamente, deixando Jungkook ali, pensativo. O vazio que antes o cercava agora era preenchido por uma leve sensação de esperança, enquanto ele a observava se afastar, refletindo sobre tudo o que tinha acabado de sentir.
××
- Eu sei do que estou falando, Taehyung - disse Yoongi, a voz grave e cheia de urgência. - Sinto a presença. É um anjo, e devemos acabar com ela antes que ela acabe conosco.
Taehyung balançou a cabeça, a expressão séria. - Não, Yoongi. Ela parece ser apenas um anjo da guarda. Até agora, ela me ignorou completamente e parece estar concentrada apenas em Jungkook.
Yoongi franziu a testa, questionando. - E daí? Quer ficar esperando até o anjo virar a casaca?
- Não faço ideia - respondeu Taehyung, cruzando os braços em sinal de defesa. - Mas, por enquanto, isso faz bem para Jungkook. Ele precisa de algo que o ajude a lidar com tudo isso. Então, é melhor permitir que ela fique perto dele antes que as coisas piorem.
Yoongi olhou para Taehyung, pensativo. - E se Yeonjun descobrir sobre a presença dela? Ele pode ficar mais irado, e isso só trará mais problemas.
Taehyung suspirou, soltando o ar com frustração. - Ou talvez, se Yeonjun souber da presença do anjo, ele fique com medo de se aproximar de Jungkook. Seria bom usar isso a nosso favor, não acha?
Yoongi estreitou os olhos, avaliando as palavras do amigo. - Pode ser. Mas não sei, não confio nessa raça, essas asinhas e auréolas não me engana não.
- Concordo - disse Taehyung, mantendo o olhar fixo na direção a janela onde estava Jungkook. - Mas, por enquanto, vamos deixar as coisas como estão e observar. O que podemos perder se permitirmos que Jungkook tenha um pouco de paz? Vai ser melhor do que deixar ele e o temperamento de estouradinho dele.
Yoongi respirou fundo, relutante, mas acenou com a cabeça. - Está bem, mas nunca devemos baixar a guarda...
- Nunca fizemos isso - Taehyung respondeu, um sorriso sutil aparecendo em seus lábios. - E se tudo der errado, sempre podemos arrumar as coisas depois.
Taehyung desce apressado as escadas da casa, ele abre a porta da frente e vê Jungkook sentado na calçada, abraçando os joelhos e respirando fundo, claramente abalado. Ele se aproxima, com o jeito duro de sempre.
Ele sabe que era melhor deixar Jungkook sozinho, mas se fosse para jungkook explodir era melhor acabar de explodir aquela noite do que causar problemas em outras situações mais complicadas.
- E aí, o que tá acontecendo agora? - Taehyung cruza os braços, olhando de cima para Jungkook. - Vai me dizer que tá choramingando de novo?
Jungkook levanta os olhos, com a respiração ainda descompassada. Ele hesita, mas solta o que estava preso dentro dele:
- Eu... tive uma crise de ansiedade. - Sua voz sai trêmula. - Eu não aguento mais tudo isso. Esse inferno de vida que eu tô vivendo, essa briga que eu não pedi pra entrar.
Taehyung o observa com uma expressão mista de desprezo e curiosidade. Ele arqueia uma sobrancelha.
- Briga de quem, hein? - Taehyung joga as mãos no bolso, inclinando-se um pouco para frente. - Deixa de ser dramático, ninguém tá brigando com você.
Jungkook balança a cabeça e esfrega os olhos com força, tentando clarear a mente.
- Eu não pedi por isso... - murmura. - Eu não procurei por demônios, nem por essa confusão toda. Você que apareceu na minha vida e fez ela virar esse caos.
Taehyung solta uma risada curta, sem humor, enquanto começa a andar em círculos à frente de Jungkook.
- Eu? A culpa é minha agora? - Ele para abruptamente e aponta para Jungkook. - Quem aqui tá chorando na calçada como uma criança perdida? Eu te forcei a fazer alguma coisa? Fala sério, Jungkook, eu estou aqui porque você precisa de mim.
Jungkook solta um suspiro longo, sentindo as palavras de Taehyung atingirem seu peito como facas. Ele balança a cabeça de novo, dessa vez com mais convicção.
- Você... você destruiu tudo. Minha vida já tava difícil, mas depois que você apareceu, ficou insuportável. Esse peso... essa sensação de que nada mais faz sentido. Eu não consigo mais respirar direito, não consigo pensar. - Ele engole seco, tentando encontrar a coragem para continuar. - Eu tô pensando em sumir de uma vez por todas. Largar tudo, desaparecer... ir pra bem longe. Talvez assim eu finalmente consiga paz.
Taehyung o encara, o rosto dele ainda carregado com aquele misto de arrogância e desdém. Mas algo em seus olhos denuncia uma fração de curiosidade, de dúvida.
- Sumir? - Ele dá de ombros, mas há um leve tremor na sua voz. - Acha que fugir vai resolver? Que você vai se livrar de tudo assim, só indo embora?
- Talvez... - Jungkook murmura, agora com os olhos perdidos em algum ponto distante da rua. - Pelo menos longe de você eu não teria que lidar com essa batalha de demônios.
Taehyung se aproxima, ficando de frente para ele, com a expressão endurecida.
- Você é patético, sabia? - Ele diz, sem rodeios. - Acha que se esconder vai te dar paz? Paz não existe. Essa sua fuga é só mais uma idéia de ilusão. Acha que eu não sei o que você está sentindo? Eu sou o demônio que você tanto culpa, lembra? Eu sou o problema, né?
Jungkook levanta o olhar, as lágrimas contidas nos olhos, mas agora um brilho de raiva aparece.
- Exato. Se você não tivesse aparecido, nada disso teria acontecido. Você é o início, e isso tem que ser cortado pela raiz.
- Deixa eu adivinhar quem te mandou sair daqui. - Taehyung fez uma expressão pensativa (irônico) - Ah! já sei, a loira intrometida da rua?
- Você não deveria falar assim das pessoas por costas, Taehyung. - Uma voz doce apareceu logo atrás de Taehyung, e Jungkook se surpreendeu ao saber que Rosé havia voltado.
Taehyung ainda de costas fez uma expressão de frustração e logo passou a mão pelos seus cabelos.
Um confronto.
Um confronto direto com um anjo.
A noite não podia ficar pior, né?
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Eiei! mais um capítulo quentinho, tô postando pois estou bem adiantada então vim mimar vocês ❤️
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