Minhas cores estão sendo pintadas pelo vazio.
Eu decidi rastejar debaixo da minha cama como uma cobra sedenta por uma alma podre.

Ninguém sabe quem está brincando com minha mente, talvez eu mesma esteja brincando com minha cabeça de merda.
Tenho pena de quem tentar na minha cabeça, porque vai perder a própria sanidade.

Eu ando sem rumo na calada do dia com minha mente queimando e deixando brasas no chão, pensando se eu fico rindo ou chorando de raiva.
Eu às vezes me pego chorando, mas de desespero, mas corto o desespero com a força da raiva.

Eles insistem em me comer viva, eles mostram suas garras como lobos famintos por carne de animais indefesos.
Eles insistem em rasgar o que já está despedaçado.
Eles querem arrancar meu pescoço quase morto,
Seus olhares ficam cada vez mais vermelhos, como o sangue nas minhas veias.

Eles querem me ver queimar como a palha no celeiro em plena madrugada.
Para ninguém descobrir, eu me refugio no meu próprio mundo, no meu próprio inferno, na minha própria mente.

Tenho uma máscara de uma pessoa apática.
Ninguém sabe qual máscara eu estarei usando na próxima vez,
Porque eu troco de máscara com muita frequência, tenho que rir e chorar até o dia da minha maldita morte.

Eu tento rasgar meus próprios sentimentos, mas acumulei tanta coisa que criei uma muralha inconscientemente, aprisionei meus piores demônios naquela jaula cheia de crânios de demônios mortos, que se comeram vivos e se queimaram de madrugada.
Não posso mais pedir socorro, nem gritar, se eu chorar, tenho que engolir aquelas lágrimas desgraçadas.

A tela em minha mente foi manchada de azul e vermelho, minhas mãos simplesmente ficam roxas do nada, até parece que posso morrer a qualquer momento.
Lamento pelas pessoas que tentarem se aproximar de mim,
Porque eu não sei nem meu próprio fim.
Corram para as montanhas,
Me deixem sozinha com eles,
Sei que eles vão querer me despedaçar, mas não vão conseguir, porque já estou virando um cadáver mais rasgado que as folhas de um caderno.

Sinto que minha última gota de sanidade vai morrer esta noite, já não sei o que fazer, pois nem consigo mais me manter no controle, mas finjo que ainda tenho o meu tão amado autocontrole, sou uma grande piada.
Sair correndo seria a melhor solução, mas minhas pernas paralisaram do nada e fiquei que nem uma estátua no meio da casa.

Por favor, não bata na minha cabeça, porque ela irá sangrar como a morte sangra nas minhas costas, aquela maldita sensação de ter um machado encravado na minha coluna vertebral.
Até parece que cai em um poço sem fundo, só fico caindo e caindo.

Eu enlouqueço e não deixo ninguém saber que estou a beira da minha própria insanidade.
Já estou morta antes mesmo de ter morrido definitivamente,
Meus sentimentos corroem-me como ácido sulfúrico,
Eu nem consigo mais gritar.

Só queria chorar, só queria me fragmentar, mas já me toco que estou fragmentada faz tempo e isso é imparável agora.