Capítulo 2 Matando saudades
Califórnia - Las Vegas ≈ 811.109 km de distância de Chicago.
Yoongi desceu as escadas de sua casa em Las Vegas, ligando o celular para discar um novo contato. Caminhou pelas calçadas até o centro do parque, sentando-se em um banco branco. Vestindo um sobretudo, Yoongi esperava por alguém, com os olhos fechados.
— Hr...
Ele abriu os olhos ao ouvir um som, encontrando um homem alto vestindo roupas sociais cinzas.
— Kim Namjoon, pensei que tivesse desistido. - Min levantou-se, mantendo as mãos dentro do sobretudo.
— Perdão pelo atraso, o trânsito estava terrível. - Kim ajustou a gravata.
— Entendo. Bem, vamos a algum lugar mais privado? - Yoongi sugeriu.
— Certamente. Onde prefere ir para discutirmos os assuntos? - Kim olhou ao redor, avaliando o local.
— Vamos a um café. - Yoongi escolheu uma cafeteria na rua comercial principal. Era confortável e reservada, com uma decoração minimalista.
No café, sentaram-se em um canto mais afastado. Kim Namjoon pediu um capuccino com espuma, enquanto Yoongi optou por um capuccino de chocolate.
— Quer começar me contando o que aconteceu? - Kim mexeu o açúcar em seu café com leite quente.
Yoongi suspirou, sabendo que teria que detalhar novamente o que aconteceu, assim como havia feito por e-mail.
— Claro, vamos lá... - Min pegou sua xícara de café e a levou aos lábios.
— Entende qual é a acusação contra você?
— Sim, a acusação é de entregar a casa por um valor que não foi o combinado. Dizem que os papeis foram assinados por mim, mas minha mãe estava lá como testemunha de que o valor pago foi exatamente o acordado.
Yoongi não olhou diretamente para Kim Namjoon durante sua explicação, focando no café à sua frente.
— E quais são as provas contra você?
— Ele tem a minha assinatura no contrato, com um valor muito maior do que o acordado. Mas isso é impossível. - Yoon disse, pensativo.
— E suas provas?
— Tenho fotos salvas no meu celular, tirei quando ele não estava olhando. Também tenho o print do valor correto quando encontrei a informação.
—E a "vítima" que o acusa, ela tem algo contra você?
— Ele tem, mas minha mãe não. Ela é testemunha viva do que aconteceu. - Yoongi encontrou o olhar de Kim Namjoon, buscando compreensão.
— Algo está muito errado com esse vendedor... - Kim suspirou, frustrado por algo estar faltando na história.
Yoongi desviou o olhar, tomando um grande gole de seu café. A situação era complexa, mas ele precisava lutar para provar sua inocência no tribunal.
— Farei o possível para esclarecer a verdade no dia do julgamento. Se você está se dizendo vítima, a acusação deve ser esclarecida. - Kim fechou seu notebook, determinado a ajudar.
Yoongi assentiu, agradecido pela ajuda. O processo legal seria desafiador, mas ele estava disposto a lutar.
— Eu vivo dizendo isso, estou cansado já desta história.
— Bem.. Se você sofreu um golpe, devemos revisar dados judiciais sobre o golpista, como eu não sou o juiz para julgar o caso, vou fazer o possível para fazer sua defesa dar certo, porque se você está se dizendo vítima, a acusação sairá para ele.
Namjoon falou calmamente, abrindo seu notebook para iniciar seus registros. Mesmo que o caso fosse complexo, do tipo que envolveria especialistas em fraudes de documentos e/ou assinaturas, ele precisava fazer o possível para mostrar a verdade no dia do tribunal.
— Vou precisar de alguns dados dele que você tenha conhecimento. Se possível, me diga o nome completo ou apenas o nome e sobrenome, fotos de perfil caso tenha em alguma rede social ou contato, etc. Isso vai envolver alguns especialistas, mas vou fazer o possível também para não sair caro para você, porque bem... Nessa brincadeira, você com toda certeza já perdeu algum dinheiro.
— É, com certeza já perdi mais de cinco milhões da minha conta e o restante para ter você aqui nessa mesa." Yoon foi direto com as palavras, abrindo o celular. — O nome dele é Will
iams Jones With.Miler. Seu número, pelo menos quando falei com ele, era (001) 73788-9900."
— Olha, lembrei de um detalhe...- Yoon levantou as sobrancelhas, sorriu e olhou Kim. — Posso solicitar meus dados de conta, pois a última restauração apagou tudo, mas tem backup feito.
— Vamos recuperar esses 5 milhões e receber até mais, relaxe! - Kim falou pensativo e voltou a digitar o que ouviu até aquele curto momento.
— É meio difícil relaxar quando se tem um milhão de pessoas querendo falar com você, mas eu preciso tentar, não é? - Yoon disse de maneira vaga, olhando pela janela até retirar pelos ombros o sobretudo, deixando-o somente da cintura para baixo. Tirando a boina preta que usava, deixando-a ao lado e encostando os cotovelos na beira da mesa.
— Estou devendo uma ligação ainda para meu namorado, Kim Taehyung. Ele espera ansioso por isso desde que eu fui embora.- Yoon comentou de forma sutil, passando a ponta dos dedos pelo pescoço e olhando para um ponto cego, menos preocupado com todo o processo que estava sendo bolado.Girando a aliança preta no dedo.
— Ah...- Namjoon olhou para Yoongi, pensativo. — Vocês namoram oficialmente? Tae nunca me falou que tinha um namorado.
Namjoon ajeitou o seu relógio de pulso digital, dando uma rápida olhada no horário e, em seguida, voltou a fechar a tela do computador.
— É, e por este motivo um monte de gente me manda mensagem, e eu não abro o celular por conta disso.- Yoon deu risada. — Taehyung, pelo visto, não fala tudo. Eu não esperava, de férias, conhecer alguém que atrapalhasse minha tranquilidade que eu tanto almejava, mas é, do rude fiquei gentil com ele. Só não sei o que ele viu em mim depois que parei de me incomodar.
— Se conheceram quando? - Kim perguntou, enquanto digitava no notebook. — E eu não sei como pode ser rude com o Tae. Desde quando o conheço, ele não muda muito. É tipo um docinho, todo felizinho e doidinho. - Kim riu fraquinho, lembrando do amigo. — Não sei como ele está atualmente, gostaria de vê-lo de novo.
— Eu sinto muito, mas sou e era bem rude com todo mundo. Tenho um grande bom motivo para não ter aceitado você como advogado.- Yoon deu risada. — Conheci ele no mesmo andar do mesmo hotel em San Diego no começo de dois mil e vinte e dois. Ele realmente é doce em tudo, porém, o tempo passa e ele muda também.
— Ah sim... Você não dá muita abertura a ninguém, está certo. Hoje em dia, não se pode confiar, e quando se confia, acontecem catástrofes.
— Senhor Min, não quero ser grosseiro ou ignorante, mas se não sou seu advogado no caso, por que me chamou aqui? Tenho outros clientes, e deveria ter recusado de primeira. Já estou começando a solicitar meus agentes! - disse ele, calmo, mas um tanto irritado, por não querer perder seu tempo.
— Até pode acontecer, mas a catástrofe tenho tendência a fazer pior com quem invente de fazer comigo, da pior maneira.
Yoongi sorriu, piscando para Kim.
— Antes não fiz isso; era pelo meu estresse, e aceitei. Mas agora, sabe por quê gostei de você? Você é a pessoa mais confiável que tenho a isso. Não estou dizendo que não te quero agora. Porque vou dispensar algo no meio do caminho, certo? — Yoongi manteve-se mais calmo, olhando o homem à sua frente. — Além disso, Taehyung me convenceu, e você é a melhor opção do que já olhei entre todos os outros com péssima ficha. Não disse querendo lhe irritar."
Yoon fez um bico, lembrando de todo o início, e pediu outro café à garçonete, nem sequer olhando como outros caras descarados que viu ali naquele mesmo lugar. Observou a moça com outros olhares.
— Aqui está seu café...— A moça pegou a xícara, fazendo o café e desenhando um gatinho com chocolate em pó em cima. — Espero que não se incomode.
Yoongi olhou e sorriu.
"Parece a Galadriel..." — ele comentou baixinho com saudades.
— Eu que fiz no formatinho dele. Espero que goste. — A moça entregou o café no pires. Ela já estava acostumada a ver Yoongi por ali acompanhado dos felinos às vezes. — E você, senhor, aceita mais café? — A garçonete parecia menos nervosa, andando pelo café.
— Imagina, está ótimo. Achei fofo. Da próxima vez, trago ele. — Mas agora, falando sério, - voltou ele a atenção a Namjoon — só estava brincando, viu? Não sou tão assim. Não leve a ferro e fogo. — Yoongi bebeu o café.
Namjoon não costumava dar conselhos ou se envolver muito na vida de seus clientes. Ele apenas fazia seu trabalho sem perguntar coisas de suas vidas pessoais, mas conhecia Taehyung e falar daquele era até legal.
— O que quer dizer com 'melhor opção dos de péssima ficha'? Está ousando dizer que meu trabalho só é o melhor dentro dos piores? Me perdoe, senhor Min, mas não sei embasado em que está classificando meu serviço e nem sei que tipo de avaliação fez para me considerar o melhor dentre os piores. Mas não é porque estou fazendo 'barato' para o senhor que meus serviços são de péssima qualidade! — Ele falou calmamente, tentando não ficar nervoso, mas cada palavra que saía da boca de Yoongi piorava a situação.
Ele se calou após aquilo, vendo a garçonete trazer algo a Yoongi e questioná-lo.
— Não, senhorita, obrigado mesmo. Talvez outra hora!" — Ofereceu um sorriso à moça, olhando sua face e voltando seu olhar a Min. — Você costuma ser assim brincalhão então? Não era reservado e fechado segundos atrás?"
"Pera aí... AAAA NÃO" — Yoon pensou.
— Desculpa...— Yoongi começou a rir, vendo que comeu a frase nos pensamentos. — Eu pensei e comi o resto da frase. Eu queria dizer de fato: você é a melhor opção do que os de péssima ficha. Me desculpe mesmo, eu falei e juro que disse exatamente isso. Eu estou realmente muito cansado, cara, e não percebi. Só percebi agora que você falou." — Yoongi coçou os olhos. — Meo é sério, tô tão fora da minha órbita... que eu não notei que deu tão errado, perdão a grosseria. Desculpe.
Yoon sorriu, apertando o ossinho do nariz e a testa. Ele fechou os olhos; parecia que estava acordado há horas, como se não tivesse piscado várias vezes. Mas seus olhos de repente pareciam pesados, como se realmente estivesse acordado por mais de 24 horas. Ele saiu do estúdio direto, do mesmo jeito que entrou.
— Cara, sabe o que eu lembrei? Estou há 48 horas ou mais acordado, atordoado. Por isso estou pensativo... e deu no que deu, a frase errada. — Ele encostou os ombros e olhou para cima, piscando algumas vezes e voltando o olhar para Kim, um pouco sem jeito com a
situação chata.
Naquele mesmo dia, mais cedo, na casa de Yoongi, logo depois que o filho saiu às 09h05 da Califórnia, San Francisco...
A mãe de Yoongi estava em casa, enquanto o filho estava fora resolvendo os negócios relacionados ao valor da casa. O dinheiro estava bem apertado agora para Hwasa fazer qualquer coisa, assim como Min. Ela mais uma vez estava à procura do seu histórico do Google sobre o valor da casa e nada. Parecia que tinha sido deletado de alguma maneira, ou sua aba de pesquisa foi excluída.
Ela não conseguia lembrar do dia ou do mês em que viu sobre a venda da casa, muito antes de qualquer pagamento. Isso a deixava frustrada. O que fez ela desligar a tela do celular rapidamente, depois de excluir todas as abas abertas. Enfurecida, já deixou o celular na mesa de centro, tirando os pés do chão e ficando com eles na poltrona em que estava sentada. Vestindo uma camisa larga branca com um shorts roxo, analisava suas coxas para distrair a mente. Procurava algum pontinho vermelho de mordida de pernilongo, arranhões dos felinos da casa ou até mesmo marcas das suas próprias unhas de tanto coçar a região. Mas nada foi encontrado além da sua pele lisinha e polida naturalmente. Até que...
Um estalo instantâneo na sua mente a relaxou e fez esquecer da busca impossível. Uma pessoa veio à sua mente. Na verdade, várias pessoas vieram à sua mente. Foi como um lembrete chocante pelos fatos guardados.
— Meu Deus, eu preciso ligar para ele. Pedir para ele vir para casa com ela!
Hwasa não costumava pensar alto na sua própria casa. Pegou rapidamente o celular da mesa, pulando da poltrona descalça e indo à cozinha às pressas. Ansiosa para realizar logo uma ligação para a pessoa em mente, ela abriu a geladeira cheia e pegou um vidro de Yakult pela metade, que estava bebendo no dia anterior. Já estava claramente na metade do vidro.
— Oito anos, meu Deus do céu, eu esqueci completamente... Eu não posso mais esconder isso. Esse muleque vai me matar e matar ele quando eu contar. — Hwasa comentou consigo mesma, fazendo a discagem e levando o celular ao ouvido, esperando o atendimento do outro lado.
Ela procurou sentar-se no maior sofá da sala, ligando a televisão enquanto esperava ser atendida. Bebendo seu Yakult, ligou no programa de desenho que gostava: "Regular Show" ou, como é conhecido, "Apenas um Show".
— Olá, Hwasa! Bom dia, meu bem... Por que ligou tão cedo?
Uma voz finalmente. Uma voz rouca de sono e leve ao mesmo tempo. Era possível que a pessoa do outro lado da linha ainda estivesse deitada, pelos sons de movimento de coberta na ligação.
— Cedo!? Que horas foi dormir ontem? São 9h da manhã, isso não é cedo. — Hwasa deu risada.
— Ah eu dormi um pouco tarde, vendo desenhos até dizer chega, é difícil pegar no sono quando se está ligado no 220.
Uma risada boa do tipo de quem está tão tranquilo e de bem com a vida que dá até vontade de ser essa pessoa.
— Ah...— ela disse de maneira fofa — Você parece bem fofo ouvido daqui. Mas eu te liguei porque está na hora dele saber. Quando vai dizer a ele que você ficou em coma dos 5 anos dele até os 15? Eu, Su, tá na hora de ver seu filho de novo. Ele precisa saber a verdade sobre o pai dele, sobre a irmã dele que nasceu... Ele precisa saber de nós. Eu deixei ela morar com você porque eu sabia que eu não teria tanto tempo em competição...
— Realmente... Mas eu não sei como dizer isso a ele. Não sei dizer como a mãe dele teve que esconder isso dele para não deixá-lo triste por tanto tempo... — o homem na ligação parecia calmo, mas preocupado agora e pensativo.
— Su, seja sincero com seu filho. Ele tem 27 anos, o auge da carreira dele, bem crescido, bem cuidado e educado. Não é como um completo desconhecido que você não conhece nem 1%.
— Maria Hwasa, você conhece ele por completo. Como vou falar com ele, sendo que eu mal conheci meu filho em todos os aspectos? — O homem na chamada suspirou, preocupado com seus dois filhos.
— Su, eu vou repetir: somente seja sincero com ele. Eu vou estar lá, eu também vou precisar ser sincera na hora. Isso não dá para levar adiante junto com a nossa menina. Eu já me senti tão estranha. Mesmo não sendo verdade, parecia que eu estava enganando ela...
— Com a história de quê... 'Ele é um verdadeiro príncipe, e este lindo príncipe encantado te ama muito, pois o príncipe encantado é o seu irmão.
— Ele é um verdadeiro príncipe, e este lindo príncipe encantado te ama muito, pois o príncipe encantado é o seu irmão. — Hwasa até parou de beber, lacrimejou, mas estava decidida a não chorar. — Eu... eu sei que não é mentira, mas se levarmos adiante, ela nunca vai conhecer ele. E ela vai ficar tão brava, decepcionada... achando que foi uma mentira. — Sua decisão não foi párea para as suas lágrimas quentes e pesadas.
— É, eu entendo... Mas não chore. Isso não vai acontecer. Vamos dizer toda a verdade, inclusive eu. Ela tem a mente de 14 anos e a altura. Ela vai entender, só a idade que não condiz com ela, mas fora isso é capaz de dar tudo certo.
— Tá bom, não esqueça: dia 09/03 é o aniversário dele. — Hwasa limpou o rosto, suspirando aliviada, sentindo que o problema tinha sido resolvido. Agora podia ver seu desenho enquanto bebia Yakult em paz e tranquilidade. Assim que Su e ela se despediram.
No horário atual, Min está com Kim Namjoon, e Hwasa está em casa arrumando as coisas. Enquanto olhava para Namjoon, bem cansado, se desculpando pelo seu próprio mal entendido.
— Senhor Min, o senhor não está em condições de me passar qualquer dado estando 48 horas acordado. Não sei sequer como está conseguindo permanecer de olhos abertos.
Namjoon, ao ouvir a resposta do rapaz sobre seu sono, aparentava estar preocupado com ele.
— Nós podemos dar sequência à investigação com o senhor descansado. O que acha!? — Namjoon quase não deu opção de escolha a Yoongi, começou a desligar seu notebook e guardar papéis que estavam sobrepostos à mesa, seguidamente finalizando sua bebida. — Vou levá-lo até o lugar onde está hospedado, ou o senhor já possui casa pela região? - questionou, realmente querendo saber.
Namjoon poderia trabalhar com qualquer tipo de pessoa, desde que ele a considerasse em um estado físico e mental bons para passar-lhe quaisquer informações a respeito. Até porque uma pessoa que não se encontra em boas condições, que está doente física ou psicologicamente
— É, acho que estava em opção de controle automático já... Isso que deu rolar mais de 30 mil fotos e trabalhar ao mesmo tempo. — Yoongi, sem muita escolha, concordou com Kim sobre deixar um pouco a investigação para quando estivesse mais acordado.
Yoon colocou a boina novamente e bebeu o café mais uma vez.
— Eu tenho uma casa pela região sim... Tudo bem. — Yoongi levantou, puxando a carteira da mesa para o bolso e se espreguiçando. — Já foi tanto tempo que agora nem aguento mais, eu acho...— Bocejou com a mão em frente à boca.
— Bem, se estiver de carro, posso levá-lo até lá no seu carro. Depois peço ao meu motorista para levar o meu até a sua casa...— Namjoon falou, caminhando para fora da cafeteria. — Sobre o caso, talvez amanhã possamos conversar a respeito. Não se preocupe com horários, amanhã estarei disponível para o horário que precisar. Basta apenas enviar mensagem no meu número! — Ele falou, abrindo a porta para Yoongi passar.
— Estou me sentindo como se fosse casado com você desta maneira. — Yoon deu risada, passando pela porta com um sorriso bobo e envergonhado. Não tinha nem motivos, mas achava engraçado às vezes ser tratado dessa maneira. — Gostaria de ficar hospedado por um dia, uma noite no mesmo hotel que eu, para te poupar toda essa linha grande para levar seu carro em casa? — Fez uma sugestão.
— Que? Meu senhor, só estou agindo normalmente. Definitivamente não estou com segundas intenções. Perdoe se entendeu isso. — Namjoon acabou ficando meio espantado e nervoso com a situação. — Só estou disposto a ajudar caso precise. Como está sozinho, não quero deixar que dirija em tal situação.
— Relaxa, não precisa ficar nervoso... é brincadeira. — Yoongi deu risada, dando um toque suave demais no ombro de Kim. Logo em seguida, bocejou. — Bom, meu carro está bem ali. — Yoongi tirou as chaves do bolso. Elas estavam quentes por conta da jaqueta, mas as mãos do rapaz eram como de um morto. Ele apontou para um carro mais destacado na rua, preto e de tamanho médio. Era o único diferencial na rua, estacionado no meio de conversíveis. — Agradeço imensamente sua ajuda.
Namjoon, que estava meio tenso, até ficou mais relaxado com o toque do rapaz. Caminhou junto dele até o carro indicado, pegando a chave que ele lhe entregou e abrindo a porta para Yoongi.
— Bem, não precisa agradecer. Sei que devem ter sido muito estressantes seus dias! — Namjoon disse, esperando o rapaz adentrar o carro, para que ele pudesse se dirigir à área do motorista.
— Foram bem estressantes, broxantes, irritantes e... Tudo de graça com 'antes' no final. — Min disse, até não saber mais palavras. Entre no seu carro, no passageiro, fechando a porta e encostando-se no banco, que deitou um pouco para trás.
— Entendo, quando temos esses tipos de problemas, é difícil seguir a vida como se nada tivesse ocorrido - falou Kim ao se sentar no banco do motorista, fechando a porta e passando o cinto sobre seu peitoral. — Bem... Agora você pode relaxar e ficar tranquilo que já já não haverá nenhum problema como este.
— Difícil mesmo. Ainda quero saber quem foi o palhaço que me perseguiu, inclusive até um... enfim, um certo lugar. Acho que Motel não é novidade e nem surpresa para você. E acabar logo com a segunda pessoa que mais me irritou nesta terra. — Min, retirou o sobretudo e uma camisa longa de mangas grandes em seguida. Sabia que o carro esquentava porque antes estava ligado o ar condicionado quente. Possíveis noites de dormidas dentro do carro, o rapaz deve ter feito.
Sua camisa debaixo sendo puxada junto, só torcia que por fim não acabasse sem camisa de maneira inconveniente do lado do seu advogado de defesa, mas por sorte ficou tranquilo até a parte das suas costas com a mesma tatuagem delicada e as puxadas para sua cavada, deixando as roupas que não lhe tinham mais interesse no banco de trás e se aconchegando em baixar a camisa de braços livres e deitar sobre seu banco. Ficando em silêncio por poucos segundos até perguntar ao homem ao lado.
— Kim, já fez alguma tatuagem?
Namjoon ligava o carro, engatando a primeira marcha e saindo do lugar onde o carro estava estacionado. Mantinha-se em silêncio, apenas ouvindo Yoongi falar algo.
— Tatuagem? Não, ainda não tenho nenhuma. Por que a pergunta? - questionou, desviando o olhar do trânsito para Yoon, mas rapidamente voltando a atenção ao que importava.
— É porque pretendo virar tatuador. - Yoon disse, fechando os olhos e tentando relaxar o corpo.
— Ah é? Mas você não era jogador? - questionou, sem entender muito bem.
Logicamente, Namjoon sabia que o rapaz era jogador de basquete, então saber que ele era também tatuador o fazia pensar sobre como era a carreira do astro do basquete.
— Eu era, mas deixei isso. Saí do mundo dos esportes, embora eu ainda goste bastante. Tatuador por hobby e cantor por vontade e gosto agora. Basquete do jeito de antes... hum hum hum - Yoon negou e pensou sobre o som que fez, negando, dando-lhe uma ideia para uma batida de música. — Eu preciso de um tempo bem grande...
— Ah... Então você realmente não está mais trabalhando nisso!? Entendi. Pretende voltar algum dia? - perguntou ainda como um entrevistador, mesmo sem querer. Ele só estava curioso sobre a vida do rapaz.
— Sabe que eu não sei. Quem sabe, talvez um dia. Mas provavelmente esse dia nunca chegará. - Yoon disse, dando risada, e logo vinha murmurando uma batida com a garganta. — Kim Namjoon, você acaba de se tornar o motivo de ótima inspiração para um álbum novo!
— Então você se aposentou da carreira de jogador!? - perguntou Namjoon, sorrindo ao ouvir as palavras do rapaz com quem falava. — E como eu me tornei uma inspiração repentina para o álbum? Como que isso ocorreu?
— Nem se preocupe. - Yoongi piscou. — Eu preparei tudo mentalmente, 10 músicas. E bom, meu aniversário está chegando, também minha idade serve para uma das 10 músicas e umas 2 por sua causa. O resto eu penso depois, as outras 7. - Yoongi deu risada. — Aliás, belo sorriso, viu. - Yoon comentou de olhos fechados. — Pensei que não veria.
— Achei que estaria perto de dormir e bem... Você realmente é alguém incrível Min, não é qualquer um que me arranca um riso mínimo que seja! - Namjoon falou pigarreando em seguida para continuar. — Não entendo nada de música, mas adoraria vê-lo compor, caso não seja incômodo. - meio que pediu aquilo.
— Com certeza, agora até eu vou abrir um sorriso desses - disse Yoongi com um sorriso bobo. — Meu estúdio é dentro da minha casa mesmo...para compor vai ser fácil, e você vai servir de grande ajuda, hein. Jamais você seria um incômodo.
— Bem, não sei... eu me sinto pressionado a trabalhar com gente em cima, mas cada um, né!? - Joon falou, dando de ombros e finalmente chegando na rua de Yoongi. — Mas o senhor irá descansar a princípio. Afinal, foi para este principal objetivo que viemos até aqui! - falou, estacionando o carro em frente à casa e desligando. Ele tirou o cinto e saiu para abrir a porta para Yoongi do outro lado.
— Imagina, você verá que será bem diferente. - Yoon levantou do banco e saiu. — Eu estava com sono, mas agora me empolguei. Eu não vou conseguir dormir, vou no mínimo fazer a música e a batida de hoje. Não quero ter que dormir e esquecer. Aliás, agradeço pela carona... - Yoon abriu a carteira e tirou duas notas de 50, estendendo a Nam.
— Mas.., Senhor Min, não posso aceitar dinheiro como forma de gratidão. Se quiser me agradecer, apenas me abrace ou dê esse dinheiro a quem realmente precisa dele! Não quero ser pago por um ato de não só respeito como também carinho com vossa pessoa! - Kim disse, retirando o dinheiro do bolso e devolvendo a quantia para Yoongi.
— Humm... Ok, ok. - Yoon pegou a quantia, segurando firme a mão de Kim Namjoon e puxando o para um abraço de um braço só. — Agora vamos lá para me ajudar com a composição e batida? - Yoon separou o abraço, jogando no braço o seu sobretudo.
Caminhando, ele olhou uma mulher com uma menina segurando sua mão, de aproximadamente nove anos, e outro bebê grudando no seu peito, sorridente. Era uma vizinha ali da região. Yoon cutucou o braço dela, e entregou a mulher o dinheiro anteriormente oferecido para Namjoon, ela aceitou de bom grado, deixando um beijo na bochecha de Min.
— Para a mamadeira e as despesas dessa menininha danada. - referiu a bebé de colo e a menina de nove anos.
Era rotineiro Yoon entregar de bom grado quantias para ajudar a vizinhas que por vezes era babá delas quando era necessário.
— Obrigada, meu bem. Não precisava. Você me ajuda sempre. - A mulher de cabelos presos e penteados para trás em um rabo de cavalo, sorriu, a menininha de colo estava presa à mãe com um suporte, toda brincalhona. Min acenou para a neném de despedida, a neném que ria fácil com asiatico.
— Você sabe que eu vou dar sempre que te ver com as meninas, para te ajudar. Bye, nenê. Até mais, Senhora Yu!
— Até, meu bem... - Yu acenou aos cavaleiros. Era uma mulher jovem que estava cuidando e sustentando suas filhas sozinha. O marido já fazia meses desde seu paradeiro, mas ela decidiu seguir em frente. A neném mais nova às vezes parecia ter grande afinidade com o jovem Yoon. Pelo visto, ele se dava bem com crianças.
— Enfim, vamos lá, Kim. Mãos aos teclados e baquetas. - Disse Yoon, balançando as chaves do seu estúdio.
— Bom feito, Senhor Yoongi! - comentou sobre a atitude dele em ajudar a mulher passando com a criança de colo — Muito obrigado, verdadeiramente, por confiar em mim como está confiando! - Namjoon disse e seguiu junto do rapaz até o tal estúdio dele. — Tem certeza de que não precisa descansar mesmo? - Kim perguntou uma última vez.
— Relaxa, imagina. Aliás, eu vendo ela passar, - comentou sobre a vizinha — eu sei que ela cuida sozinha das meninas. Isso quando eu não sou babá. Para ela conseguir trabalhar. - Yoon disse, caminhando e abrindo a porta de casa.
Hwasa se encontrava fazendo sua manicure sozinha com o mesmo desenho de horas mais cedo, passando enquanto fazia suas belas unhas da mão, lixando uma delas.
— Bem-vindos, meus Gatões. Com todo o respeito, Sr. Kim. - Hwasa disse, soprando a poeira da lixa e olhando os dois.
— Oi, mãe. Belas unhas francesas. Eu vou ao estúdio. - Ele apontou para a porta preta com músicas escritas à mão com pincel e giz branco.
— Obrigada, meu bem. E o seu estúdio está limpinho. Galadriel está lá dentro. Sr. Kim, espero que não tenha alergia a gatos. Tem dois aqui em casa, meu amor. - Hwasa sorriu. — Divirtam-se. Jajá levo um suco fresquinho para vocês, hein!
— Claro, senhora Hwasa. Obrigado pela recepção. A senhora está esplendorosa! - sorriu Kim, elogiando de forma elegante, fina, mas sincera. — Não se preocupe comigo, não tenho alergia a nada, até onde sei. - informou, passando pela sala e caminhando junto de Yoongi até o estúdio.
— Agradeço, meu bem. Não seja tão formal, me sinto até refinada desse jeito. - ela deu risada.
Yoon chegou à porta e, antes de encostar a maçaneta e abrir, ouviu os miados dos seus felinos. Parecia que os dois estavam lá dentro, ansiosos. Ele abriu a porta e viu os corpos dos seus gatos passando por ela.
— Nossa, mas nem esperaram eu abrir a porta para vocês.
Meows e Meows ouviram dos felinos, e o segundo abriu a porta de vez.
— Ok, ok, licença, Galadriel e minha pretinha... - Yoon passou pelos bichanos, acendendo as luzes e ligando a chave que ativava todos os equipamentos: monitores, duas televisões, microfones e alguns instrumentos.
Yoongi, vendo seu estúdio em preto e branco, com a cama dos seus felinos limpa e super colorida, o ar condicionado desligado e limpo, sentiu-se confortável. A cama estava no canto do estúdio, ao lado da pequena área dos microfones, devidamente arrumada. Enquanto ligava as TVs e o computador, Yoongi pegou um caderno de couro amarelo, com folhas no mínimo do tamanho A3, e começou a escrever rapidamente. Sem olhar para o teclado do computador, digitou a senha numérica de memória e soltou a caneta. Conectou o cabo do teclado à TV, onde costumava compor notas, e ligou o beat de dedos na mesa para criar outras batidas. Os programas já estavam abrindo. Levantou-se da cadeira, abaixou os ferros suspensos dos microfones e conectou os headsets à caixa de som no chão, no canto.
— Bom, essa vai ser moleza. Namjoon, aceita algo para comer? - Min perguntou, diminuindo um pouco o volume das caixas de som do estúdio em geral.
Namjoon apenas adentrou o local e se acomodou, sentando em um certo lugar. Ele esperava se manter calado para não atrapalhar o rapaz, que parecia centrado em fazer sua música dar certo.
— Não, Yoongi, vou repetir o mesmo que disse à sua mãe: não se preocupe comigo! - Joon falou, pegando seu celular para checar algo rapidamente.
— Beleza, cara. - Yoon ajeitou-se na cadeira, pegando o teclado e ajustando o som. Ele tocou teclas com símbolos de instrumentos específicos marcados no teclado: triângulo, taça de cristal. Fez quatro toques, repetindo duas vezes na mesma tecla do triângulo e uma vez na taça e no cristal. Ajustou o teclado para que as notas saíssem mais agudas e realistas, deixando a gravação inicial e estendendo o toque ao som.
Era um som suave e até fofo, como o de um instrumento Kalimba. Yoongi testou os beats com os dedos, achando qual das teclas coloridas se encaixaria. Enquanto isso, um de seus pés ia no pedal da bateria, no tambor maior. No início, soltou a gravação das notas do teclado e usou os beats. Percebeu que faltava algum trecho para o encaixe da bateria e o toque da baqueta no prato, que batia leve.
— Vou fazer um teste antes. Talvez eu precise da voz da minha mãe para isso. Mas tá bom, faça um teste com a minha voz primeiro. - Yoon disse, organizando os sons e levantando-se. — Namjoon, vem cá, vou te ensinar a mexer no painel de volume...
— Eu? Mexer em painel de volume!? Certeza que vai confiar? - Namjoon perguntou, inseguro do que teria que fazer para controlar aquele tal painel.
— Relaxa, vou auxiliar com a mão esquerda e a direita sinalizando qual mão usar e se aumenta ou não.
— Certo, Yoon... Mas se der errado, por favor entenda que eu nunca mexi em um bagulho desses! - Joon falava, todo inseguro, enquanto se aproximava de Yoongi com medo de fazer tudo errado.
— Respira fundo aí, coloca os fones para ouvir também. Assim você não precisará ficar nervoso com isso. São esses dois aqui. - Yoon apontou para os dois maiores do painel.
Yoon entregou um fone e foi até o microfone, colocando o seu próprio fone. Com a mão esquerda, pediu para que Nam abaixasse o volume do seu braço esquerdo até certo ponto, quando o rapaz começou o seu rap.
— Tá... Não me mata se algo não sair como o esperado! - Joon já se defendia e colocava os fones, ouvindo e observando os comandos dos rapazes.
— Flua como a água flui
Talvez haja algo lá no final,
Uma vida especial, uma vida normal,
Cada uma do seu próprio jeito.
Está tudo bem.
Está tudo bem.
Nem sempre sairá como você planejou,
Todos enfrentam momentos inconvenientes,
As constantes situações dramáticas tornam a vida cansativa,
As pessoas são assim.
Se você não tem, você quer ter; se você tem, você não quer mais.
Quem disse que as pessoas são animais que carregam sabedoria?
Do meu ponto de vista, tenho certeza de que as pessoas são animais que carregam arrependimentos.
As pessoas mudam, assim como você mudou,
Vivendo num mundo onde nada é eterno,
Todas as coisas que acontecem são passageiras.
Sua normalidade
É o meu extraordinário.
Meu extraordinário
É sua normalidade.
Minha normalidade
É seu extraordinário.
Meu extraordinário
É sua normalidade.
Depois do rap, Yoon chamou rapidamente a mãe, que cantou junto com ele usando os fones secundários. Pediu para aumentar os dois volumes, um mais que o outro. Olhou para Namjoon e disse que ele fez um bom trabalho.
— Wow... Isso foi incrível, Min! - disse o rapaz, que nem sequer tinha ideia de como era a voz de Yoongi cantando, já que tinha uma diferença tremenda de quando falava.
— Valeu, mãe! - Yoon acenou para a mãe, que foi tirar algo do fogo. Virou-se para Kim Namjoon: — Imagina, Nam, agradeço a ajuda e desculpa aí o susto com falar rápido demais. - Yoongi deu risada.
— Ah, relaxa. É rap, né? Não sabia que cantava. Achei que eram aquelas músicas tranquilinhas estilo Billie Eilish. Estava muito enganado, foi um plot twist tremendo! - riu Kim e olhou para Yoongi, se ajeitando e continuando. —E não foi nada, achei que tinha que mexer em umas coisas muito loucas aqui, mas foram só dois botões. Menos mal.
— É, esses botões todos só estão aí para assustar. Às vezes, só uso dois. - Yoon deu risada. — Minhas músicas variam. Algumas são rápidas, outras tranquilas, como 'So Far Away', que dancei na Billboard com o Tae. Acho que esse álbum terá duas músicas em que vou dar uma xingada, mas geralmente passo longe da Billie. - Yoongi deu risada.
— Já se apresentaram juntos? Tae nunca me falou nada sobre. Rapaz, tem gravado em algum lugar da internet? - Namjoon perguntou e logo respondeu sua própria pergunta. — Deve ter, né? Mesmo que contrabandeado. Afinal, vocês são duas figuras públicas. Com certeza tem boatos falsos e vídeos/fotos de vocês dois a rodo na rede.
— Bom, garanto que os boatos que você vai ver só hoje e essa semana são antigos, mas todos reais. Motel, os bairros iniciais, fotos suspeitas... - ele abriu um sorriso com a sua risada. — E acho que tenho sim a gravação do dia. Às vezes, eles me dão de recordação. Lembrou o dia em que ele foi eleito o homem mais bonito do mundo. Literalmente esse título. - Yoon abriu uma gaveta na sua mesa do computador e pegou uma caixa preta quadrada onde o CD estava em uma espuma. Era a segunda cópia. — Toma, essa é a segunda cópia. A primeira também está aqui.
— Ah... Esse prêmio, eu sei. Vi em algum lugar ou foi ele que me disse. Não é à toa, né? Taehyung é realmente uma joia rara. Com todo respeito, ele é perfeito! - Namjoon disse ao ouvir o que o rapaz tinha dito para si. — Então a internet sabe bem das coisas que rolam com vocês. Até motel você citou, eita nós.
— É, olha que eu nem vi essa do motel, mas eu sei que tem essa notícia. Se é a gente saindo de lá, beleza. Se for o que estava rolando dentro, acho impossível.
— Olha, sua esposa também é uma joia rara, viu. - Yoon comentou, sentando-se na cadeira e virando para o monitor para ajustar e salvar as coisas. Depois, desligou o computador e se levantou, ajeitando a roupa de frente para Namjoon. — Bom, valeu a ajuda hoje. Curta o vídeo da premiação. Tá a gravação toda e todas as apresentações. Vamos, minha mãe quer te dar algo para levar.
Certo. Ah, se forem vocês saindo, é bem possível. Porque tem pessoas que não são fãs, são stalkers mesmo! - Nam falou, concordando com o rapaz. - Ahn... Meu esposo, sou casado com um homem trans. Por favor, nós levamos pronomes muito a sério, eu e ele. - Joon disse e sorriu ao rapaz. - Bem.. Ele é realmente um anjo, meu anjinho perfeitinho! - Nam falava sorridente e observava Yoongi a sua frente. E respondeu ao agradecimento deste. — Ah, vocês são muito gentis, não precisa de nada para levar, só estou com vocês para resolver o caso e talvez depois possamos manter contato, para formarmos uma amizade! - ele continuava sorrindo e falando.
— Ah é esposo, desculpe o mal jeito, na próxima me atentarei sobre o pronome dele. - Yoon disse se corrigindo. — É claro, por que não, não é mesmo? - Yoon sorriu, apagando a luz do estúdio enquanto esperava Kim na porta. — Enfim, que bom sobre seu esposo, ele parece um amorzinho, muito fofo. - Yoon olhou para sua mãe, que estava fazendo uma caixinha de presente para Kim.
Kim seguiu com o rapaz e continuou observando o ambiente.
— Já o viu? Tae já comentou com você sobre meu anjinho? - perguntou, ouvindo a resposta de Yoongi.
— Foi, falou sim - Yoon sorriu e foi até a mãe, que fechou a caixinha e amarrou um laço.
— Prontinho, um presente para você e sua querida alma gêmea, Kim. - Hwasa sorriu. — Em breve, você será convidado para um casamento, hein? - risos
— Ah, é muita gentileza. Obrigado, Senhora Hwasa, e muitíssimo obrigado, querido Yoongi. Contem comigo para qualquer coisa! - disse Joon, pegando o que Hwasa lhe oferecia. -— Bem... Agora creio que seja minha hora. Desejo um bom dia a vocês e me contatem quando puderem dar continuidade ao caso.
— Claro, contamos sim, meu bem! Esse aqui vai dormir ou vai desmaiar em público sozinho alguma hora. Apagão! Eu já te falei, cabeça dura! - Hwasa puxou a orelha de Yoongi e beliscou seu braço. — Bom, já que precisa ir, Sr. Kim, eu te acompanho até a porta! Foi ótima a sua visita!"
— Certo, obrigado mesmo por tudo. E durma mesmo, Yoongi. Pelo amor, qualquer hora vai passar mal com isso! - Joon disse, caminhando até a porta com o rapaz.
— Ah, sabe, passar mal não é tão ruim - Yoon deu risada e acenou, indo em direção ao seu quarto. — Boa viagem de volta! - Yoon disse ao corredor. Logo depois, abriu a porta do quarto e fechou. Estava tudo aberto; o verde do gramado depois da porta de vidro reluzia ainda pelo sol forte. Uma brisa fresca entrou, e ele se jogou na cama.
E depois disso, seu sono foi profundo, cinco horas seguidas até às 19h20 da noite, na mesma posição, do mesmo jeito que entrou e deitou feito pedra. O celular, carregando na cômoda ao lado da cama, começou a tocar, disparando o despertador marcado para às 19h20, quando faria a live finalmente.
"Hummmmm, que inferno, já acordei!"
Ele resmungou no quarto, arrastando-se pela cama para pegar e parar o despertador barulhento. Sentou-se na cama e arrepiou-se; um vento frio vinha da porta de vidro aberta, e as cortinas balançavam no quarto escuro. Levantou-se rápido, acendendo as luzes e pegando a toalha do lado de fora, naquele vento frio. Foi tomar um banho quente e vestir algo quente lá dentro mesmo. A porta fechada não traria mais um vento daqueles para deixá-lo com tremedeira em alguém de corpo quente.
Após o banho, com os cabelos secos e o rosto limpo, ainda sonolento, vesti uma calça preta, meias pretas e pantufas brancas. Minha blusa branca sem mangas e a jaqueta social preta me aqueceram. Saí do banheiro, ainda fumando, e sequei os fios molhados na nuca. Peguei meu violão preto e o celular, preparando-me para entrar ao vivo. A casa parecia vazia na parte principal, enquanto minha mãe cantava alegremente no banho, participando do seu próprio "The Voice Show". No estúdio, ajustei o tripé e me sentei na cama, deixando o violão apoiado ao lado. Enquanto esperava, usei meu celular reserva para verificar algumas coisas. Em questão de 15 segundos, já tinha 10.000 pessoas acompanhando a live.
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