Olhando para frente e encarando as escadas sinto uma enorme vontade de sair correndo, não quero ter que subir tudo isso.

   — Li? – a chamo baixo e ela me olha. — Como vamos fazer para levar as malas? Estou com sono, não vou dar conta de subir tudo isso carregando minhas coisas. – choramingo.

   — Espere ai que vou pedir ajuda a alguém, ok? – concordo com a cabeça e ela sai me deixando só.

    — Puff... – resmungo baixo olhando pro chão.

Minha espera não durou mais que cinco minutos e logo ela apareceu ao lado de um garoto alto, ambos conversavam como se conhecessem a anos e creio que eles poderiam ter se conhecido em alguma festa já que a Li ama essas coisas.

Após nos comprimentarmos ele pega minhas malas com uma facilidade enorme e vai subindo na frente com minha irmã e em meus passos tento acompanhar os dois.

Será que deveria mesmo cursar administração? Não sei, espero que dê tudo certo.

Olho para os lados suspirando e bocejo coçando os olhos com sono, solto um choramingo querendo apenas minha mamadeira e uma cama.

Me encontrava tão absorta de meus pensamentos que acabei esbarrando sem querer em uma moça.

   — É...m-me desculpe. – peço baixinho e me encolho com o olhar do grupo sobre mim.

Tentando me afastar ela segura em meu braço com força, de algum modo ela parecia querer chamar a atenção para si.

   — Você não presta atenção por onde não garota? – questiona rude e tento puxar meu braço fazendo ela cravar as unhas no local.

A olho sentindo meus olhos marejar e olho em volta vendo algumas meninas rirem de mim e isso foi o suficiente para minhas lágrimas começarem a descer.

   — E-eu pedi desculpas, me solta por favor. – peço baixo e quando ela ia falar escuto uma voz grossa interromper ela.

   — Solte a garota Yasmin... – olho para o dono da voz e ele é tão lindo, mas seu olhar sério me fez encolher com medo.

   — Você viu o que ela fez comigo, amor? – diz e faço careta sentindo meu braço doer mais.

Eu não sei como, mas em um segundo a garota me segurava forte e no outro ela tinha ido parar no chão e o garoto deixou a outra menina em cima dela e veio até mim. Com medo dele me machucar acabo me encolhendo e chorando mais.

  — Nau.. não  machuca a Hortência... – sussurro e me surpreendo ao senti-lo me pegar na minha mão .

  — Não fique com medo querida, não vou te machucar. – diz me fazendo deitar a cabeça em seu peitoral e sai andando para um lugar desconhecido por mim e só depois dele se sentar e me deixar sentada ao seu lado é que pude observar o local.

   — Obi...obrigado. – corrigi rapidamente minha fala e ele me olha atento antes de pegar meu braço e passar o dedo pela marca que ganhava um leve tom arroxeado.

   — Quer ficar ao meu lado durante os intervalos para evitar de se encontrar com aquela garota? – questiona ele e o observo atentamente.

   — Ela não é sua namorada? Digo...ela te chamou de amor e... – paro de falar ao ver sua cara se fechar. — Desculpe. – murmuro abaixando a cabeça e ele me faz olha-lo.

   — Ela é apenas uma garota que diz gostar de mim para ganhar fama, nunca ficamos. – explica e assinto confusa.

   — Preciso ir, minha irmã deve estar preocupada comigo. – brinco com meus dedos em um ato de nervosismo e ele acena segurando em minha mão novamente.

   — Irei te acompanhar. – diz e quando faço menção de falar ele me olha sério e rapidamente me calo.

Segurando firme em minha mão ele sai andando e o sigo observando tudo atentamente.

   — Como se chama? – olho pra cima, ele é muito alto, ou eu que sou pequena demais, não sei.

   — Max George e você? – me olha e coro um pouco desviando o olhar.

  — Hortência. – volto a olhar pra ele que sorri levemente.

   — Lindo nome pequena flor, quantos anos você tem? – pergunta e paramos perto do meu dormitório.

  — Fiz 18 recentemente e você? Qual curso você faz aqui? – não me julguem, sou curiosa.

   — Tenho 23 e esse é meu último ano fazendo curso de Engenharia Cívil. – Sorrio e ele sorri também antes de beijar minha testa. — Onde é seu dormitório? – aponto para a porta ao lado vendo minha irmã sair e me olhar confusa, dou de ombros e volto meu olhar pra ele.

    — Eu já vou, obrigado por...mais cedo. – ele assente.

    — Amanhã cedo passo na porta de seu dormitório para irmos juntos a cantina. – avisa e assinto rapidamente sem conter o sorriso e beijo sua bochecha.

    — Tchau Max. – aceno e corro até minha irmã que acena levemente e me puxa para dentro.

    — O que foi aquilo? Onde você estava Hortência? – suspiro e me sento.

Conto pra ela tudo o que aconteceu e mais velha apenas suspira.

   — Quer sua mamadeira bebê? – pergunta e assinto. — Vá para o quarto e tome um banho Ok? Já Já vou levar seu leite e irei para a festa que vai ter de boas vindas. – avisa e vou para o meu quarto.

Após tomar um banho e me vestir entro novamente no quarto vendo minha mamadeira ao lado da cama com a carta dela avisando ter ido para o quarto da menina que ela conheceu mais cedo e dou de ombros.

Me deito e tomo todo o meu leite me sentindo sonolenta, pego minha chupeta e após colocar na boca e me aconchegar entre os lençóis durmo rapidamente me lembrando do sorriso bonito do Max George.

Um sorriso perfeito, do homem perfeito...