‹⟨ Episódio 9 ⟩›

Pegamos nossas bagagens, e saímos da estação seguindo nosso caminho. Os homens que se tornaram nossos acompanhantes, se juntaram a nós nessa caminhada. Descobri que Charlie é um grande atirador, e não para de falar de suas habilidades. Seguimos avistando uma ponte de ferro por onde passaremos, o clima é desanimador e cinza, de tristeza e sem esperança, e isso só aumenta conforme vou vendo as pessoas. No início da ponte conforme andamos com calma, avisto jovens feridos, mancando, com membros de seu corpo faltando, outros sendo apoiados com ajuda de conhecidos para conseguirem andar, seus rostos enfaixados com bandagens e manchas de sangue se destacam.

—sinto muito, senhora—observo um soldado falando com uma mulher de aproximadamente quarenta anos que começa a chorar.

—não! Não... Meu... Meu filho!—a mulher caí aos prantos sendo amparado pelo homem.

—isso é horrível...—minha voz saí ainda observando as cenas.

—é o que acontece numa guerra, moça—Chief vendo meu espanto fala.

Ainda continuo impressionada com as cenas que se apresentaram a mim. Isso é tão horrível, por que fazem isso?

—vamos montar acampamento e amanhã, vamos para o centro da guerra, como você quer—Steve largas as poucas bagagens que carregamos.

Nossos acompanhantes começam junto dele a organizar o acampamento.

A noite caí e somos aquecidos pela fogueira, fico apreciando o fogo luminoso sentada num tronco de árvore. Charlie dorme na barraca enquanto Steve e Sammy, conversam afastados. Chief é o único que está perto de mim sentando em um tronco do outro lado.

—é lindo, não?—ouço sua voz e minha visão o toma, ele observa encantado a dança das chamas do fogo.

—sim...—volto meu olhar onde estava antes—... É sim.

—ele faz parte da natureza, um renascer, tão belo com suas danças... Mas quando usado pelo homem, e desviado de seu propósito, torna-se algo devastador...—presto atenção em suas palavras o observando com os olhos brilhantes com lágrimas—... Mas não é culpa dele—seu olhar, caí sobre mim e volta em seguida a onde estava—ele, é um início, que quando usado pela natureza e concluindo seu propósito, renova a vida. Apagando o antigo, e dando chance do novo florescer, como a mais bela rosa do deserto—ele fala com tantos sentimentos e admiração, que é impossível não me emocionar por suas palavras.

—é muito lindo—falo e ele sorri.

—é no que meu povo acreditava. A natureza, é sagrada. Não devemos obriga-la a nossas vontades... Não é o certo.

—o que aconteceu com o seu povo?—pergunto com cautela e curiosa.

—tomaram nossas terras... E mataram nossas famílias—abaixo o olhar com sua revelação—fui um dos poucos a escapar. Fuji e consegui me sustentar em outras terras, mas a guerra veio, e tive que largar tudo. Temos companheiros que estão agora na trincheira, lutando. Eu, estou voltando para eles—um silêncio mútuo se instaura, não é um constrangedor mas sim um natural e sem compromisso—mas e você?—o olho—por que está aqui?—respiro fundo antes de responder lembrando minhas últimas memórias em meu lar.

"O mundo dos homens não merece você, Diana!"

—estou aqui para lutar por aqueles que não podem, pelos inocentes.

—é uma atitude nobre. Poucos tem as mesmas intenções que você—sorrio para ele.

—não! Saí! Não toca em mim! Eu não quero! A guerra não! A guerra não!—ouvimos Charlie que se debate enquanto dorme, com certeza sofre de um pesadelo.

Vou até ele, pousando minhas mãos sobre sua cabeça para acalmá-lo.

—sshhh, calma está tudo bem, é só um pesadelo...—tento prosseguir mas ele acorda num pulo assustado e suado, parecendo revoltado.

—NÃO ENCOSTE EM MIM, MULHER!!—ele ajeita seu casaco e pegando sua espingarda, se vai para dentro do mato.

—o que ouve com ele?—pergunto para Chief.

—deixe ele, consigo mesmo. É o melhor—ele se levanta e vai para dentro de sua barraca.

—ei—Steve chega ao meu lado—está tudo bem, não precisa se preocupar. O Charlie é... Complicado. Mas é um bom homem, só carrega cicatrizes permanentes—ele me faz sentar ao seu lado no tronco.

—bom, espero que ele esteja bem—falo bocejando—posso?—aponto seu ombro.

—hã? Claro! Claro...—ele se ajeita no tronco e eu ao seu lado.

Pouso minha cabeça sobre seu ombro com sono e bocejando. Ele parece nervoso.

—boa noite, Steve...—estou quase adormecendo com essa minha fala.

—boa noite... Diana—é o que ouço antes de tudo ficar escuro e adormecer.

Pela manhã, levantamos nosso acampamento e nos preparamos, coloco uma capa que cobre meu corpo. Deixo meu cabelo um pouco amarrado e seguimos para o nosso destino.

—eles estão nos esperando, Chief?—Steve pergunta enquanto andamos seguindo nosso caminho.

—sim! Estão na trincheira, lutando sem parar—ele informa do fundo da fila.

No caminho, avisto vários homens mortos e com membros decepados com seus entes queridos chorando ou colegas tentando ajudar. Avisto um homem gritando por sua perna estar decepada, tento me aproximar para ajudar mas Steve me impede.

—temos que ajudar!—falo para ele indignada que ele me impediu.

—não dá pra fazer isso, Diana! Temos que continuar!—o ouço, ainda com uma dor no coração por não fazer nada.

Continuamos nosso caminho saindo da floresta e avistando... Um campo de batalha. Barulhos de tiros e bombas explodindo chegam aos nossos ouvidos, a terra treme com a batalha que se instaura. Árvores secas e sem vida, caquéticas com um clima cinza e ruim são presentes aqui. Isso é horrível... É um local de morte...

Quando chegamos em um resto de estrutura feita de concreto que ainda está de pé, adentramos descendo uma escada que dá em uma vala cavada no solo formando um corredor. Vários soldados estão aqui atirando com suas armas de grande porte, gritos são ouvidos, pessoas gemem de dor e choram, bombas sendo lançadas e caindo fazem a terra tremer. Me abaixo conforme a terra é arremessada para dentro daqui com as bombada atingindo o limite da defesa.

—por Zeus, o que é isso?! É horrível!—falo apavorada com as coisas que ocorrem enquanto seguimos pelo corredor.

—você não queria vir para a guerra?! Aqui está ela!—temos que falar auto para que possamos ouvir um ao outro.

—isso é o inferno na terra!

—é o Chief, o Chief voltou!—os poucos soldados que estão livres e não na linha atirando contra os inimigos, vibram de felicidades ao ver Chief que é recebido com abraços e companheirismo, ele retribui tudo.

Ainda andando pelo corredor, meu braço é puxado por uma mulher que chora desesperadamente agarrada a uma criança em seu colo.

—Bitte! Bitte! Meine Familie und Freunde sind im Dorf auf der anderen Seite aus Sklaven gemacht sein! Speichern Sie sie bitte, ich bitte Sie! Jeder wird dort seit Ewigkeiten als Geisel gehalten! (Por favor! Por favor! Minha família e amigos estão no vilarejo do outro lado sendo feitos de escravos! Por favor, salve-os, por favor, eu te imploro! Todos estão de refém lá a tempos!)—a mulher pede aos prantos implorando agarrada a meu braço e me abaixo para falar com a mesma.

—Sie sind dort?! Gibt es mehr unschuldige Menschen ?! (Estão lá?! Há mais pessoas inocentes lá?!—pergunto para a mulher que logo acena afirmativo.

—Ja! Ja! Bitte speichere sie! (Sim! Sim! Por favor, salve-os!)

—Ich gehe! Ich garantiere es für Sie! (Eu vou! Garanto isso para você!)—ela acena um pouco aliviada e me volto para Steve que conversa com Sammy—Steve há pessoas inocentes no vilarejo do outro lado sendo feitos de escravos! Temos que fazer algo! Precisamos salva-los!

—o quê?! Não podemos! Não dá!

—como?! Por quê?!

—se tentarmos atravessar, morreremos no primeiro segundo! Este batalhão está aqui a quase um ano e mal conseguiram avançar um metro por que tem alemães apontando metralhadoras para cada metrô quadrado daqui!—ele fala gritando para poder ouvi-lo já que os tiros e bombas lançadas dificultam isso.

—não! Temos que fazer algo! Precisamos!—fico indignada que ele nem ao menos vai tentar.

—sinto muito, Diana! Não dá pra salvar todos nessa guerra!—ele volta a falar com Sammy que o chama para montar talvez uma estratégia.

—o próximo posto fica a um dia de distância!—ouço Chief falar.

—só um homem pode fazer isso!—ouço a fala de um soldado direcionada a mim, que está atrás de meus companheiros atrás.

Me viro olhando para a escada que dá para fora do corredor, com minha mão direita desprendo meu cabelo mexendo minha cabeça para deixá-lo solto, pego a tiara dada para mim por Antíope e a coloco, logo em seguida coloco por baixo da capa, o escudo em minhas costas e retiro a roupa cívil, me deixando só com a capa que cobre minha armadura.

Os soldados arregalam os olhos com minhas atitudes, após pronta, me viro para o soldado de antes com seus companheiros ao seu lado.

—eu sou o homem que pode!

Começo a escalar a escada deixando a capa cair, revelando minha armadura que brilha junto de minha espada e laço, meu escudo se destaca em minhas costas e meus braceletes refletem a luz do sol.

—DIANA!—só ouço a voz de Steve mas continuo sem dar ouvidos

(Coloque a trilha sonora para ter uma melhor experiência ;)

Continuo subindo a escada com o objetivo de entrar nessa batalha. Acredita que não dá para salvar todos? Mas eu acredito, e é o que eu vou fazer! Ponho meus pés no campo saindo do correr e finalmente, entro na terra de ninguém. Ouço uma bomba explodindo atrás de mim do outro lado do correr da vala.

Caminhando por essa terra sem dono, ouço o disparar profundo de uma bala que vem em minha direção, percorrendo metros. Acompanho seu movimento cortante e a intercepto com meu bracelete a impedindo de me atingir.

POV Narrador

Os soldados olham apavorados e impressionados para Diana, que segue firme sem fraquejar pelo campo da morte.

—O QUE ESSA MULHER FOI FAZER LÁ?!!—Charlie grita apavorado com a visão que observa.

Diana segue em frente e se defende de mais uma bala, ela sorri determinada seguindo mais confiante.

—ela está abrindo caminho!! VAMOS JUNTOS DELA!!—Steve dá o comando.

Seus amigos o seguem, Charlie fica quase sem reação desesperado por estar entrando na terra de ninguém. O grupo de homens segue com cautela sem serem avistados por Diana que se concentra em bloquear as balas com seus braceletes, eles se dividem em dupla seguindo cada um por um lado de Diana, que ainda não percebeu suas presenças.

POV Diana

Acelero meus passos indo mais rápido e impedindo as balas de me atingirem, recocheteando algumas também, bombas são lançadas mas erram o alvo.

Vejo lançarem uma bomba que vem em minha direção. Agarro meu escudo o colocando em meu braço esquerdo e rebato a bomba, a lançando para o lado. Correndo agora sem parar, os alemães disparam com suas metralhadoras com gritos sendo proferidos, ponho meu escudo a frente aguentando todos os tiros que são intermináveis.

Aguento os tiros e os Alemães não param, sem trégua.

Me abaixo pondo o joelho direito no chão para pegar apoio. De repente, vejo um alemão ser abatido por um tiro e logo em seguida outros. Olho de onde veio os disparos e vejo Steve e Charlie ao meu lado direito, Sammy e Chief do outro. Sorrio para Steve agradecendo. Chief lança no corredor dos alemães uma granada que logo explode.

Dou um salto gigantesco caindo dentro do corredor dos alemães. Puxo um soldado que comanda uma metralhadora e com meu escudo, destruo a arma. Com a diminuição dos ataques, vejo os soldados aliados a nós entrando em campo de batalha. Steve entrou no correr derrubando alguns Alemães. Acabo avistando a torre da igreja do vilarejo.

—Steve! Vamos! Rápido!—dou mais um grande salto saindo do corredor da vala e continuo correndo para ir até o vilarejo.

Sigo em frente sem olhar para trás, ao chegar na entrada do vilarejo, sou recebida por tiros de soldados alemães que logo fogem. Me mantenho atrás de tijolos protegida. Logo, Steve, Sammy, Chief e Charlie se juntam a mim.

—fiquem aqui, eu irei na frente!—parto mas vejo as caras engraçadas dos amigos de Steve.

Sigo em frente me defendendo dos tiros de metralhadoras dentro de crateras nas casas. Bombas são lançadas mas devido pulando me agarrando a um prédio e logo pulo por uma janela e logo dentro do local em que caiu, vejo vários soldados, com olhos esbugalhados assim que me vêem. Eles ficam parados e olho para todos, ouço o estalar de uma arma sendo preparada. Dois tiros são disparados e logo defendo com meu bracelete e escudo.

Bato meu escudo contra um soldado que é arremessado para longe, logo agarro a arma de outro e o acerto com meu escudo. Um alemão vai me atacar por trás, mas giro meu corpo batendo o meu braço em sua cabeça e quebro a arma que ficou entre meus braços e costas. De surpresa, um tiro acerta meu ombro, mas não causa nada. O soldado começa a atirar em desespero mas defendo com meu escudo indo para cima dele com os pés pesados, retiro a arma do mesmo e o chuto, seu corpo é arremessado pela janela.

Num impulso, arrebento a porta da sala e adentro deslizando quebrando uma pilastra com minha espada e os destroços voam contra os soldados, os derrubando. Me ponho de pé em seguida e uso minha espada contra três soldados. Uso meu escudo de apoio para deslizar pelo chão e acerto um chute na perna de um alemão, ele cai batendo a cabeça no chão. Preocupada em atacar, derrubo todos em minha frente.

Espero mais um ataque até que um soldado tenta me acertar uma de direita mas seguro seu punho. Ele com dor, não pensa em mais nada e me acerta uma cabeçada, o que resulta em nada. Sorrio de canto para ele com uma expressão de "minha vez". Acerto uma cabeçada no soldado e seu corpo voa contra a janela.

Ao olhar para o lado, um soldado aponta a arma para mim, mexo a cabeça com uma expressão de "você não vai se dar bem". Corro e bato com meu escudo e joelho contra ele, pulando para fora pouso num telhado e continuo correndo vendo Steve abaixo me acompanhando, sigo para centro do vilarejo onde tem a maior concentração de soldados.

Abaixo, vejo Steve lutando conta soldados e explodindo o portão, o dando acesso ao centro. Pulo para o solo, onde já vou derrubando os soldado sem dar chance a eles.

Logo um veículo presente ali, começa a atirar contra mim. Corro na sua direção mas ele dispara um tiro mais potente, que defendo com meu escudo mas sou arremessada para dentro de uma casa de tijolos. Levanto sem minhas armas que caíram, e corro dando saltos, bato com o lado de meu corpo nele e o vejo amassar.

—haaahh!!—garro o veículo que é amassado por minhas mãos e o arremesso para frente que capota batendo contra uma residência.

As pessoas inocentes fogem para suas casas enquanto os soldados que antes os prendiam, agora se concentram em me atacar. Um homem entre o povo, observando nossa luta contra o exército alemão, começa a lutar e acaba por se juntar a nós. Ele atira contra um soldado que iria me atacar.

—obrigada—aceno para ele que responde no mesmo ato.

Logo Steve surge e se junta a nós na batalha. Uso meu laço para derrubar os soldados e me defender dos tiros que são lançando em minha minha direção. O laço faz uma dança perfeita e impiedosa, puxo um dos alemães e o arremesso contra outro. Uso a corda para interceptar as balas e logo em seguida golpeio vários soldados. Agarro a arma de um dos alemães e a arremesso contra o mesmo, continuo lutando contra os homens com Steve e o homem que se juntou a nós, são bravos em batalha.

Puxo um soldado com o laço e lhe dou um chuto giratório no ar. Após derrubarmos os soldados, olho para os lados procurando se sobrou algum.

—obrigado, pela ajuda—Steve recuperando o fôlego, agradece ao homem.

—de nada. É o certo a se fazer—ele responde acenando e cumprimentando Steve.

Quando vou me juntar a conversa, um tiro acerta meu ombro, mas não causa nada. Vários tiros são lançados sem sabermos de onde vem.

—SNIPER!!—Steve corre com o homem e seus amigos para se proteger atrás de uma casa.

Agarro meu escudo e parto para proteger os moradores dos disparos. Defendo uma mulher e seu filho com meu bracelete de um disparo que veio do céu.

—entrem para casa!—falo acompanhando eles.

Defendo mais alguns tiros do tal sniper. De longe, vejo Steve e seus companheiros se protegendo. Charlie aponta sua espingarda para a torre da igreja, localizando o atirador. Charlie está tremendo e nervoso, não sei se ele consegue fazer isso. Logo, ele larga a arma desistindo e paralisado.

POV Narrador

Steve percebendo que seu amigo traumatizado não conseguirá atirar com a arma, avista a porta do veículo destruído por Diana.

—Venham! Tenho um plano!—Steve corre desviando dos tiros e Sammy, Chief e o homem que acabará de conhecer o seguem. Charlie, continua parado sem reação.

—o que vamos fazer?!—Sammy pergunta.

—me ajudem a levantar isso!—os homens colocam a porta de ferro macisso sobre suas costas—quando eu falar, vamos levantar com toda a nossa força. Ok?!—os homens concordam com Steve—DIANA! ESCUDOS! AGORA!

A amazona percebendo o plano, corre em direção dos amigos e pula em cima da porta.

—AGORA!—os homens levantam com suas forças e no impulso, Diana bate com sua força com o escudo contra a torre, destruindo metade dela para cima.

—meu pai...!—o homem junto deles que até agora não revelou seu nome, expressa impressionado com a cena.

Dos destroços a cima, surge Diana com escudo em suas mãos olhando para as pessoas que surgem de suas casas aplaudindo a Amazona, que sorri ao ver que conseguiu salva-los.

[...]

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