Coração Partido

O pequeno Hyunjin estava sentado no lado de fora de sua casinha, havia deixado seu irmão dormindo e agora esperava a comida ficar pronta como sempre fez.
Se passou um mês, seus pais estavam desaparecidos a um mês... Seu coração estava partido, doía, como se fosse esmagado sobre a pressão.

Sabia que eles não estavam vivos, pois depois que as crianças perdidas falaram consigo sobre a tal "Doença do frio", não demorou para entender que havia perdido duas das pessoas mais importantes da sua vida.

A dor da perda para uma criança sozinha com um bebê era impossível de aguentar, as lágrimas desciam todos os dias, assim como a neve, que não parava de cair, mostrando ao rapaz que não teria descanso, a temporada de caça ainda não havia passado.

O rapaz que já estava apreensivo, agora estava apavorado. Havia saído no dia anterior para buscar suprimentos nas casas abandonadas, sabia que não havia muita coisa, mas havia o suficiente para tentar alimentar seu irmão por mais uns dias e sr manter de pé por um bom tempo, até o suprimento acabar em algum momento e precisar sair das redondezas com seu maninho, para buscar comida em outra cidade.

Até lá, ficaria a base de aveia, arroz e neve derretida que servia bem como água potável.
De sede não morreriam.

Porém no dia anterior, quando saiu para buscar tais suprimentos, se viu desesperado.

O ar passou a ser escasso para seus pulmões sensíveis ao frio.
Quando se deparou com a vila, entendeu finalmente a razão de não existir mais ninguém.

Na frente de uma casa, havia um corpo no chão, era um corpo de criança, ensanguentado e falecido.
O desespero batia a porta, enquanto se aproximava e as lágrimas brotavam cada vez mais de seus olhos.

Quando se aproximou, em passos lentos e apreensivos, o ar faltou em seu peito, enquanto as lágrimas incessantes escorriam por sua face.
Perto o suficiente, se agaixou, virando o corpo falecido para que pudesse ver seu rosto.

O grito de dor queria cortar sua garganta, assim como pareciam agulhas em seu coração, vendo o corpo do pequeno Changbin falecido na frente daquela casa.
Com as orbes arregaladas, entrou na casa, querendo vomitar com a cena do corpo esfaqueado de Christopher, caído sobre o chão.

O pequeno rapaz não poderia ficar muito ali, provavelmente as pessoas que fizeram isso estava por perto, aquilo definitivamente não foi obra de um animal irracional, foi obra de um caçador, um humano.
As Histórias que seus pais contavam rodavam sua cabeça inocente, lembrando dos Alfas da vila Rica que buscavam Ômegas gentis para se casarem e os Caçadores ruins, que se fingiam de Alfas para matar qualquer ser na época de caça, que ambos eram a mesma pessoa no fim da conta.

Um sentimento armago sujava sua língua, enquanto buscava a última aveia da casa e voltava para a sua casinha quebrada.

Não podiam ficar mais ali, por isso quando acabasse a aveia, iria levar seu irmão dali.

Por isso estava ali, sentado de frente a panelinha pequena, vendo a aveia ferver enquanto a papinha se formava, precisava em breve sair com seu maninho, pois apenas esperava a comida ficar pronta para a viagem.
A bolsa com as roupinhas estava pronta, uma panelinha pequena, uma colherzinha e uma combuquinha no qual iria levar a aveia pronta consigo, só esperava ter força para leva-la, porém não esperava outra tempestade.

Enquanto a música sem som tocava e o cheiro sem odor se alastrava, seus sentidos iam se perdendo em meio ao ar.
Seus suspiros pareciam cronometrados, contados, quando chegasse ao zero, iria parar de respirar?

Uma lágrima escorregou por sua bochecha, apertando o corpo frágil contra o seu peito.
O pequeno bem coberto, parecia bem quentinho pela feição tranquila, enquanto seu corpo estava bem aquecido graças as poucas mantas que serviam como um casulo e o único casaco do mais velho.
Já o mais velho se abrigava em forma de concha por cima da criança, sentindo os flocos de neve pingando sobre suas costas.
Um soluço escapou dos seus lábios, enquanto seus ossos pareciam trincar pelo tempo que estava naquela posição, exposto daquela forma.
Não havia mais casinha, não havia mais comida, tinha fome e tudo o que havia de comida precisou se transformar em uma papinha para o bebê e estava preparado para a viagem, tudo ajeitado dentro da bolsa bem protegida, porém não esperava aquela tempestade repentina.

Seu corpo estremesseu, tombando um pouco para cima da criança devido a exaustão, porém isso acordou o pequeno, que esfregou os olhinhos, mas ao sentir um pequeno floco de neve sobre suas mãos pequenas e frágeis, iniciou uma carinha de choro, se entregando inocentemente ao drama infantil.
Enquanto o mais velho se desesperava ao usar seu próprio corpo de abrigo ao pequeno, chorando enquanto tentava cantarolar para o seu irmão.

Finalmente ele não chorava mais, apenas sorria ouvindo a voz cansada cantarolar fraco e trêmulo.
Voltaria a dormir por mais um tempo, enquanto seu irmão chorava em silêncio, dor e frio.

Ele iria proteger o pequeno Lixie... Custe o que custar.

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