Capítulo 3 Ataque
Vejo o Phoeni6 e através de meus pensamentos Evan o avalia por completo, tentando ver um possível perigo, algo que não existe nele.
– Espera aqui, vou pegar as minhas coisas. – diz Phoeni6, mas antes dele terminar Evan o interrompe.
– Wenny você se esqueceu do carro. – lembra-me Evan e eu ouço uma risada muito pura em minha mente.
– Droga!
– Que foi? – pergunta Phoeni6, não o respondo, saio correndo da loja de conveniência de volta ao posto, como demorei muito mais do que pretendia o tanque está cheio e a gasolina transbordando e escorrendo pelo chão, guardo a mangueira e seco a lateral do carro.
Phoeni6 e a Samantha se juntam a mim, agora ele está segurando um skate numa das mãos.
Eu não sei quem ele é e não sei se ele é realmente confiável, mas é bom não estar completamente só.
Partimos deixando uma poça de gasolina para trás.
Após um longo tempo dirigindo Evan me indica um hotel na beira da praia, à uma hora de distância da cidade mais próxima, para quando meus perseguidores descobrirem minha localização eles demorem a chegar até nós e assim nós possamos ter partido.
Quando chegamos o sol está nascendo no mar, acabamos passando a madrugada toda acordados, tenho medo que essa se torne a minha vida, de uma foragida, tendo que pernoitar cada dia em um lugar.
Phoeni6 fala muito, mas parece que toda sua vida se baseia em vídeos-games, pergunto sobre sua vida antes de tudo isso acontecer e sua família, mas então ele se fecha.
Paro o carro na areia perto do hotel, para caso eles cheguem possamos sair daqui sem ter que ir até o estacionamento.
De acordo com as dicas do Evan vou até a recepção e pego a chave do quarto mais próximo ao carro, tanto que posso chegar até ele apenas pulando a janela, o Phoeni6 queria pegar a do melhor quarto, mas o convenci a ser cauteloso.
– O que aconteceu desde que você acordou? – pergunto enquanto nós caminhamos em frente aos quartos até o número da chave.
– Eu estava em um caminhão junto com outras pessoas sendo transportado, então acordei e fingir estar morto até abrirem as portas. Na primeira oportunidade que eu tive corri para longe deles.
– Quanto tempo tem isso?
– Uns três meses e desde que acordei, exceto aqueles homens, você foi a primeira pessoa que eu encontrei. Você e a Sam.
Assim que abro a porta Phoeni6 entra no quarto e jogasse na cama.
– Vou tomar um banho. – digo a ele que está ligando a televisão, nenhum canal tem programação apenas estática. – Tenta o DVD.
Ele levanta-se e eu vou para o banheiro. Vejo uma enorme banheira de hidromassagem e me sinto um monstro por agradecer que tudo isso aconteceu e eu ter uma dessas a minha disposição.
Coloco-a para encher.
– Não se preocupe, eu não consigo te ver, apenas seus pensamentos. – diz Evan percebendo que eu estava com vergonha de tirar as roupas. – Então só posso te ver se você pensar na própria aparência.
– Você vai ficar sempre na minha cabeça? E por que eu não posso ficar na sua?
– Eu não sei, talvez? Quem sabe?
– Acho que não vou te salvar então, com você suprimido eu terei minha privacidade de volta.
– Já que é assim, que te capturem. – diz Evan, eu sinto decepção em suas palavras e ele some completamente.
– Eu só estou brincando. – digo agora séria, é irracional o quanto ele acha que as palavras ditas são verdadeiras, como quando ele achou que o Phoeni6 estava mentindo sobre o nome. – Vou fazer tudo que está ao meu alcance.
– Você promete?
– Prometo.
Tiro as roupas e entro na banheira agradecendo por ter água quente.
Visto as roupas que peguei na loja, uma camisa regata e uma calça jeans com cortes nas coxas.
Deixo o banheiro secando meus cabelos na toalha e vejo Phoeni6 dormindo abraçado a Sam, ela levanta a cabeça, mas o garoto não sente o movimento.
Na televisão passa um filme que ele colocou. Desligo-a e me deito na outra cama, esse quarto tem duas e pergunto-me se foi propositalmente que o Evan me indicou esse, para eu não dormir na mesma cama que o Phoeni6.
– É claro que não, esse simplesmente é o melhor para vocês fugirem dai se necessário.
Por sua autodefesa tenho certeza de que ele fez isso de propósito.
– Quanto tempo eu tenho para te salvar de ser suprimido?
– Uma semana, mas não se preocupe eu sei que você consegue.
– Mas eu não...
– Você consegue! – ele diz com tanta convicção que eu acredito nele.
Pego no sono rapidamente e acordo com o barulho de hélices de helicóptero, um som próximo demais, mas é estranho, não é tão alto quanto um helicóptero seria e está muito próximo.
– Saiam dai! – praticamente grita Evan em minha cabeça. – Vocês estão em perigo. – olho ao meu e vejo o Phoeni6 em frente à janela, vou até ele e pego em sua mão.
– Vamos sair daqui agora. – digo em tom de urgência.
Sam fica latindo para a janela, o Phoeni6 a chama e ela junta-se a nós, então eu abaixo-me e levo o Phoeni6 ao chão comigo e no mesmo instante soa uma leva interminável de tiros que destrói as paredes e os móveis, noto que eu agi rápido demais, como se eu soubesse o que tinha que fazer.
Ando de gatinhas em direção à porta de saída, o Phoeni6 e a Sam me seguem também abaixados, então o som alto de uma salva de tiros ressoa em todo o quarto e tudo a nossa volta estoura e estilhaça-se com os tiros. Após alguns segundos de muitos tiros, eles cessam e o silêncio volta a pairar no ar, deixando uma mistura de alívio e aflição.
Olho para meus novos amigos preocupada com eles, mas me sinto enormemente aliviada ao ver que eles estão bem. Pego a chave de cima da cômoda e me levanto parcialmente para destrancar a porta, assim que o faço, abro uma pequena fresta para ver se é seguro sairmos e eu vejo um grande drone militar planando a dois metros de altura na varanda do quarto de frente para mim, ele tem duas metralhadoras abaixo das asas que giram rapidamente antes de iniciarem mais uma salva de tiros. Bato a porta e volto ao chão.
Quando o som para novamente pego na mão do Phoeni6 e o guio ás presas para a cama, subo em cima do colchão e pulo a janela sobre a cômoda, o vidro fora estilhaçado pelos tiros e raspo o braço em um estilhaço preso nas dobradiças da janela, o ferimento começa a sangrar instantaneamente.
Olho a minha volta atrás do drone. Não o vejo em local nenhum. Volto-me para o carro de meu pai parado na praia a alguns metros de nós. Mesmo eu tendo deixado ele em um ponto estratégico para uma possível fuga, está estacionado longe demais para o alcançarmos sem sermos baleados no caminho.
– Manda o garoto ir à frente. – disse Evan sério, isso era uma brincadeira? Só podia, o Evan não me pediria para sacrificar o garoto para eu viver.
– Como assim ? – perguntei esperando ouvir uma explicação plausível o Phoeni6 me olhou como se eu fosse uma louca.
– Confia em mim. – Pede ele e suas palavras me cegam, não sei o que mudou, mas algo dentro de mim me faz confiar nele mais do que imaginaria ser capaz de confiar em alguém.
– Phoeni6 corre até o carro. – ordeno, ele olha para mim por um instante pronto para me questionar, mas não o faz, ele se volta para o carro, suspira tragando profundamente o ar tomando coragem e parte em sua direção indo o mais rápido que pode, com Sam ao seu calcanhar.
Instantes depois o drone aparece acima de mim, surgindo do telhado da casa, suas metralhadoras cantam antes de atirar, antes de ferir e matar o Phoeni6. Que idiota eu sou, como pude fazer isso? Ele vai se ferir, vai morrer por culpa minha.
O Evan fez isso para eu o sacrificar e sair ilesa? Não, não pode ser verdade, não quero acredito nisso.
– Calma garota! – diz ele assumindo um tom que nunca usou e com um sentimento embutido em suas palavras, mágoa? Ele ficou magoado por eu pensar isso dele.
– Apenas confie em mime fixe o olhar naquela coisa.
Eu olho para a arma assim como o Evan mandou e vejo tudo em câmera lenta, o garoto correndo, parecendo tão lento enquanto as armas preparam para atirar, esquentam girando o tambor com os projéteis. Então a imagem do drone á minha frente pisca e quando o vejo novamente sua lataria está transparente, posso ver as engrenagens e fios funcionando enquanto a máquina assassina mira o Phoeni6.
Imagino um fio sendo partido e um chip do núcleo queimando com um curto-circuito e no instante seguinte uma hélice do drone para, ele se choca contra o telhado atirando algumas telhas e cai em diagonal pegando fogo, até se chocar contra o chão e o fogo se intensificar.
– Eu fiz isso? – pergunto num sussurro para mim mesma, completamente atônita e ainda sem acreditar no que aconteceu.
– Nós fizemos...
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