TRACK 3
— CHARLOTTE ABRAMS, CHARLOTTE ABRAMS.... O QUÊ VOCÊ ESTÁ APRONTANDO QUE LHE ESTÁ CUSTANDO TANTO SEU CHORO DESESPERO? PRINCIPALMENTE DURANTE A MADRUGADA SAINDO DE UM HOTEL ONDE NEM MESMO É HOSPEDADA? MINHAS RIMAS INGÊNUAS FAZEM SENTIDO OU É APENAS LOUCURA MINHA IMAGINAR O SEU PIOR ?
★★★
Minha voz ressoava a música, com uma raiva minuciosa, num toque lento de guitarra.
eu lhe dei tudo, que eu tinha
mas não sabia nem se deveria
era tudo novo para mim
mas foi miserável da minha parte
pois tudo que queria era ele,
me tomando
então quando ele se foi,
você era tudo que eu tinha
Aquela era apenas uma canção pessoal demais, e por isso foi descartada. Mas eu consigo lembrar vividamente de quando a compus. Eu estava presa o dia inteiro dentro de um estúdio enquanto gravava um álbum inteiro para o antigo canal no qual trabalhava na adolescência, e foi durante o intervalo das gravações que eu achei um pedaço de guardanapo e comecei a riscar meus sentimentos, o qual foi se formando, embrulhando, e então virando uma letra formada.
Puxei a guitarra para mim, ignorando as canções bobas de amor que escreveram produzidas para mim, e então comecei a cantar, e a cada palavra saía da minha boca eu chorava. Hoje, eu penso nessa letra como uma coisa infantil, mas durante aquele momento, para uma garota descobrindo metade do mundo, ela era algo poderoso.
E não me restavam dúvidas, eu acho que eu amei só uma vez.
Seu nome era Milo, e eu sou convicta que ele foi o homem mais lindo e perfeito que pisou nesse mundo. Mesmo eu sendo nova, tinha a certeza de que ele era alguém único e nunca acharia uma pessoa que o substituísse em minha vida e dentro do meu corpo. Nunca acreditei que esse pensamento mudaria, as minhas lembranças eram bastante vividas provando o quanto eu estava amando.
Quando deixo o olhar perdido, às vezes penso na sua imagem. Ela é sempre tão dolorosamente viva na minha mente.
Penso em sua pele dourada e brilhante, o cabelo extremamente preto, tão bonito e hidratado quanto um comercial de shampoo, mas o que realmente me intrigava, me deixava obcecada nele era seus olhos também escuros e castanho de tom café, olhar para eles era cair numa profundidade infinita e isso me viciava. Eu ficaria fazendo isso o dia todo se pudesse em nome do meu prazer de tê-lo só meu.
Os detalhes brotam, e o pensamento de que eu estou lembrando demais é desperto. Sinto uma dolorida saudade arder no meu peito, contrastando com a raiva quase virando ódio que eu também sentia. Solto um suspiro, decidindo continuar a recordar do passado, á fim de sentir a endorfina que não possuía mais.
Como descreveria Milo? Eu poderia estar descrevendo um velho de quarenta, mas era só um cara chato, que tudo que fazia era se dedicar aos seus estudos, amava números, jogava xadrez e nos domingos ele gostava de assistir FÓRMULA 1.
Aonde isso é algo potencialmente interessante?
Ele possuía beleza, olhos profundos e era só isso, acabou. Não havia nada mais que ele pudesse oferecer para ao meu mundo superficialmente midiático. A verdade era que seu carisma para mim, literalmente, significava ser comum, isso era que o tornava tão especial aos meus olhos sedentos.
Ele não tinha a vida movimentada que nem a minha, se andasse numa calçada, não haveria ninguém para gritar histericamente seu nome ou prestes a fazer tentativas invasivas para se aproximar de seu espaço pessoal, tentando quebrar a barreira curta para tocar sua pele. Sua vida não possuía o terror de acordar sendo exposto sem consentimento em alguma foto íntima ou detalhes que você não queria que viesse a público.
Acho que talvez, esse homem nunca seria capaz de saber das mazelas que era viver a vida como fosse obrigado a satisfazer seres desconhecidos, e bem, eu o invejava muito.
Essa inveja significa uma coisa, que eu vivia um eterno reality show e isso era exaustivo. Cada pedacinho do que eu amava, fosse a arte, moda ou a atenção visada sobre mim, parecia estar ficando sem graça apesar de os meus esforços em ver cores sobre elas. Eu as amava, mas até que ponto, eu precisava me sacrificar tanto, a ponto de nem saber mais se eu estava vivendo direito?
Pelo menos, por um curto período eu soube, de maneira plena o que era respirar sem dificuldade.
Milo fez eu ser a sua protagonista de um conto de fadas intocável, o mundo nunca soube de uma letra dos nossos capítulos.
Nós nos conhecemos pela primeira vez em uma festa organizada por seu pai, que só me chamou porque aquele bobo era meu fã e queria me conhecer de qualquer jeito, mas sua timidez ou cavalheirismo que eu nunca soube descobrir qual das opções era, escolheu não se aproximar. Eu que me atrevi a ir atrás, já interessada por ele de primeira.
Eu estava do lado de fora do saguão, lembro de não deixar de olhar o azul brilhante pintando a nossa noite e sorri encantada, tudo naquele momento parecia uma obra de arte para nós. Eu continuei mirando o céu azul-marinho, e pensei numa tela antiga do saudoso cinema tecnicolor, enquanto o jardim privado era de um verde vivo e estava recheado de rosas-vermelhas, lembro de ter dito a ele quanto me sentia a Cinderella no jardim de um príncipe.
Um segundo depois, já me sentia envergonhada com meu comentário infantil. Mas, foi durante esse momento frágil meu, que Milo me conquistou de verdade, quando riu junto comigo, concordando com a minha comparação. Não era de se admirar, que não demoraria até que suas mãos estivessem encostando nas minhas bochechas quentes, eu conseguia ver seus olhos profundos curiosos enquanto os meus se perdiam na sua visão. Nosso curto espaço íntimo que sentia ansiedade foi quebrado pelo nosso beijo.
Eu já amava assim que tinha terminado de encontrar com seus olhos escuros dentro de um salão infestado de pessoas feias, bonitas, muito poderosas, e até mesmo as mais pobres perto daqueles bem afortunadas, nesse meio os zeros e origem são levados muito a sério para a nossa relevância. Mas nada dessas coisas importavam, eu estava disposta somente a ele, e se nada tivesse acontecido, continuaria a venerá-lo com toda minha alma. Estava tão encantada em conhecê-lo, e não podia deixar que meu sentimento durasse apenas aquela noite, e sabia que nem ele também queria isso
Todavia, da mesma maneira que me senti a Cinderela, eu deveria saber melhor sobre contos de fadas. Nem todos eles terminam felizes, sabe a coitada da pequena sereia? Virou espuma do mar! Isso é um final feliz, Hans Christian Andersen? Me diga, homem, porque fora tão cruel com alguém que queria apenas se sentir amada e conhecer mais do mundo além do mar?
Então, observando dessa perspectiva literária, eu poderia começar contanto que o meu final chegou numa tarde insignificante. Eu dormia enrolada entre os travesseiros, exausta de uma rotina de estrela mirim, quando Milo me avisou que iria comprar doces e salgadinhos para mim e pão para ele e saiu, eu não dei muita atenção, tinha o cansaço falando mais alto por mim, além do efeito das pílulas tranquilizantes que eu ingeri para conseguir pensar racionalmente e poder respondê-lo. Acho que eu realmente nunca poderia imaginar as próximas páginas, a coisa toda, sabe? Acho que uma situação dessas talvez nunca haja compreensão humana. Ela se chama perda, e me parece revoltante que ninguém nos ensine nada disso nas aulinhas do primário.
Quando abri meus olhos, eu levantei da cama desesperada, procurando por ele em toda parte, não fazia ideia de que não adiantaria nenhum esforço na busca, porquê eu nunca mais acharia um rastro de sua existência no meu mundo. Ele não era mais real. Tiraram-no de mim, e eu não pude fazer absolutamente nada para impedir essa realidade fria. A minha última visão foi de suas costas, caminhando direto para porta, enquanto eu lutava contra a sonolência.
Isso era assombroso, sabia?
Porquê eu não lutei mais contra o sono? Porquê tomei aquelas pílulas?
Que final feliz foi esse?
O anel no meu dedo indicador era brilhante demais, mas parecia uma faca adentrando minha pele cada vez que eu procurava olhar.
Promessas foram enterradas, visões de um futuro que eu nem cheguei a ver estavam guardadas na alma de Milo. Meu coração, alma e pele estavam gritando por ele, e eu queria muito consolá-los, mas eu não sabia como fazer isso.
Porquê, como se explica alguém desaparecer feito mágica da órbita da terra?
Era minha segunda vez, mas eu não conseguia aceitar que humanos desapareciam da nossa realidade feito poeira, carregados pelo vento repentinamente.
Então, sem pensar com meu coração, me vi enlouquecendo. Fiquei mais selvagem, e também insensível comigo mesma.
quem é você?
foi tudo que me perguntei no minuto em que te olhei
e agora continuo pensando em você
recordando dos encontros proibidos
seu telefone vibrando loucamente
enquanto minha mente ignora os sinais
Ouvia dolorosamente minha voz ressoando na música, enquanto lamentava, pensando e jurando a mim mesma que eu tentei. Fiz de tudo para reviver novamente, mas tudo que eu fiz foi caçar ruínas.
Eu estava entregando meu íntimo para outra pessoa, sabendo que eu não estava pronta ainda para beijar outra boca. Eu apenas queria sentir o calor de alguém e esquecer de tudo que parecia agitar meus sentimentos cruelmente. Então, Matt foi o escolhido. Entre uma multidão de noitada, ele se achegou a mim. Dessa vez não houve sorrisos para a porra de céus estrelados ou jardins de livros infantis, não havia sentimento além do carnal. Lembro de precisar beber muito depois, para não pensar na merda que eu fiz.
Eu não estava preparada para beijar outra pessoa ou tocar em alguém novo naquele tempo, meu luto gritava desesperado por saudades, mas eu simplesmente não suportava aceitar que eu fiquei sozinha no meu mundo, e a julgar pela aliança no meu dedo, a cerimônia solitária de nós dois, eu estava também viúva, tudo em uma idade tão jovem.
Não sei se casar foi uma escolha muito responsável da minha parte, mas eu precisava dele.
Apesar da dor, eu continuei me encontrando com Matt. Não estava querendo dormir com um cara diferente a cada noite que eu saísse. Mas veja bem, eu não condeno isso, por quê eu condenaria? Na realidade, eu gostaria de ser assim, livre, mas eu não conseguia viver a experiência de me entregar a outras pessoas casualmente. Até hoje estou tentando me acostumar, mas ainda é difícil.
Matt era o único que eu enxergava uma certa firmeza, então eu me joguei com tudo, ignorando os sinais.
por favor, me responda porque continuo pensando em você
se tudo que penso é vazio
pensar nela com você na frente dos outros
torna tudo mais sombrio
mas lembrar dele me causa desequilíbrio
então continuo pensando em você
e sempre que te olhar, me envolvendo no seu âmago
me questionarei então quem é você?
não se preocupe eu te quero
mas você
é tudo menos ele
então fico pensando nele
procurando por ele
e na falta da resposta
eu fico pensando em você
— É apenas uma letra — rio nervosa, tentando encontrar conforto no banco de couro do carro, mas o quê eu estava procurando não estava naquele acolchoado. Minha composição era bastante pessoal e detalhista. Escrevi com tanto afinco, que estou sentindo raiva de mim mesma por ter tido a maldita ideia da música, e com as tantas coisas que eu fui capaz de fazer só para abafar a dor dentro de mim. Mas tentei me acalmar imaginando que como se existe "eu lirico", ninguém vai supor nada. Há tantos cantores que nunca tocaram numa caneta e estava tudo bem, supostamente sou um deles também.
Seu Dominik me lançou um olhar estranho, enquanto parecia pensativo com seu telefone nas mãos, eu não aguentei aquele mistério todo e roubei o objeto.
— Meu deus, Seu Dominik! Sou eu! — Eu quis gritar, pressionando o telefone na mão.
Imagens minhas podiam ser vistas, dançando sozinha enquanto trajava roupas provocantes e transparentes, elas depois bruscamente mudavam para mim, beijando sem pudor nenhum Matt. Foram cenas bem explícitas, principalmente pelo jeito selvagem que nós no tocamos.
Puta que pariu, que ódio. Eu não podia sequer pensar que isso poderia piorar tanto assim.
Ainda sim, eu não poderia prever o que eu sentiria depois. Na verdade, nessas ocasiões, nós sempre somos pegos de surpresa, e a sensação sempre dói pra caralho.
Foi o rosto de Milo.
Fora tantos anos evitando lembrá-lo, um esforço tragicamente admirável, para que eu desmoronasse em questão de segundos. As minhas mãos ficaram trêmulas fazendo eu deixar meu telefone cair no tapete que foi uma reação mínima do estado que eu me encontrava. Então, aconteceu, e a partir dali que eu gritei mesmo! Não foi um grito esganiçado, mas um cheio de uma dor que eu tinha escondido por muito tempo, e que sem imaginar, se apossaria novamente de mim.
Seu Dominick tentou me consolar, mas eu já estava desesperada demais e só berrei com mais raiva para ele poder me levar rápido para o apartamento de Avan. Todo o sono sumiu, dando lugar a uma pessoa completamente consciente e ansiosa.
— A senhora precisa se acalmar! Espere até amanhã, para lidarmos com isso judicialmente.
Eu já tinha um motivo para fazer isso, agora eu tenho mais um. Bufo, estressada.
— Sim! Mas primeiro, ele vai lidar comigo pessoalmente.
★★★
— FILHO DA PUTA! — eu me pronunciei, berrando enquanto batia insistentemente na sua porta.
Não demora muito para ela ser aberta, revelando o ser desprezível na minha frente.
Encarei ele, tentando me reerguer. Notei ele fitando meu corpo inteiro, e respirei fundo, minha postura não devia ser muito semelhante à imagem que eu possuía. Mas que se dane!
— Charlotte Abrams — ele me responde imaculado de mim, enquanto pronunciava meu nome somente de um jeito que só ele sabia fazer, eu conseguia ver seu prazer e o deboche salivarem na sua boca.
— Acho que você deveria ser proibido de nem sequer balbuciar meu nome. Fala como se tivesse alguma coisa comigo, ou — me forcei um sorriso maroto — desejasse.
Ele riu pelo nariz, me deixando desconfortável, e não, isso não era para estar acontecendo. Eu sempre estive por cima, quem era ele para não saber o lugar que possui perto de mim?
— Calma aí, gatinha. Eu não acho que preciso de você agora. Posso te contar uma coisa que eu descobri esses dias? Às vezes a gente deseja uma carne há tanto tempo, mas de repente descobre que uma salada pode cair muito melhor.
— O quê? Uma carne? Do que está falando? — Na verdade, eu sabia sim, do que ele estava falando. Ele era a porra de um homem. Mas a gente sempre precisa confirmar as merdas que saem da boca das pessoas para aceitar que não estamos loucas. E esse era o caso aqui.
— Seu estado, meu bem... ele está crítico. Ninguém te deseja nesse momento, se você olhar a si mesma vai entender. Você não está se aguentando na minha frente! — ele gargalhou, e distante de nós, eu pude ouvir uma voz feminina.
Minhas mãos começaram a tremer em nervosismo e desespero, o som da sua voz se misturou aos meus pensamentos, assim como as vozes hipotéticas da mídia também eram altas. Eu não olhei nada além do clipe e música vazados, mas presumi que algo realmente sério aconteceu.
E, se aquilo fosse o fim de tudo?
Meu Deus! Aquilo era apenas um videoclipe e uma canção estúpida, não é possível as coisas ficarem tão caóticas assim!
— Mas se quiser pode se sentar um pouquinho no meu sofá. Talvez eu até pense melhor no teu caso, você ainda vale alguma coisa. As ruas andam dizendo que você não se importa em dividir na cama mesmo...
Ele sorriu daquele mesmo jeito, sem remorso e levou um de seus dedos para os cachos do meu cabelo, enquanto eu me sentia gelada, quase catatônica.
Dividir na cama.
Sua frase ficou ecoando na minha, e quando eu ergui meus olhos para ele, deixei me levar, e aconteceu tudo muito rápido. Um segundo depois, seu nariz comprado não parava de sangrar, enquanto o meu punho estava sujo do seu sangue.
— Você nunca mais vai tocar no meu nome, ou chegar perto de mim! E muito menos de Margaret. Você vai se arrepender desse dia agora. — Pode me denunciar, mas eu vou voltar para você duas, três vezes pior. O quê é uma chuva, para quem já está molhado? — foi meu último olhar para ele.
Avan ficou tão chocado com as minhas ameaças, que sua reação foi me empurrar contra o chão, e meu grito não poderia ser pior, atraindo a garota de seu quarto e meu segurança. Dominik quando me viu perdeu toda sua compostura e xingou todos os palavrões possíveis enquanto cercou o rapaz. Eu tentei me levantar e impedir qualquer atitude impulsiva dele, mas senti as mãos me contendo.
Me virei, e elas eram da garota que estava no seu quarto.
Depois, eu vi meu segurança respirando todo seu ódio enquanto agarrava o garoto pela gola da camisa e mirando um soco bem direto no seu abdômen, tudo que podíamos ouvir foram os gemidos doloridos de Avan, que não teve minuto para descansar, pois, recebeu outro bem direto na cara. O nariz dele que já sangrava antes, agora parecia sangrar litros, e não pude deixar de notar o quão torto ficou. Não houve pena da minha parte, na verdade, mesmo quebrada, eu senti foi satisfação de ver sua mediocridade.
Entretanto, Seu Dominik parecia envergonhado, enquanto me trazia para seus braços. A menina que me ajudou, agora aparentava estar tentando de alguma forma conter Avan, que nos perseguia desesperado durante todo nosso caminho até o estacionamento.
Ele nos xingava agressivo e eu cobria meu rosto com meu antebraço, percebendo a exposição que seus gritos estava nos dando. Fiquei mais aflita quando senti um disparo por trás de meus ombros.
— droga — eu sibilei e Dominik pareceu ouvir, me jogando para dentro do carro pela segunda vez em pouquíssimo tempo em um prazo de dois dias.
Com meu corpo bem esparramado no banco, eu tentava me confortar, dizendo a mim mesma que em partes já podia relaxar de verdade, mesmo que isso não significasse muita coisa. Tudo já estava feito mesmo. Nada do que eu fiz foi suficiente, eu me quebrei diante da presença de um sujeito insignificante e isso foi muito humilhante. Ele me abusou diversas vezes com sua insistência imaculada, e depois roubou meus segredos e fantasias mais profundas e expôs toda a minha vulnerabilidade para o mundo.
Continuei tentando me acalmar, mas eu sentia muito, as lágrimas escorriam por todo meu rosto até o momento que seu Dominik entrou no carro. Então sem pensar, me vi abraçando fortemente aquele velho e pedindo baixinho:
— Por favor, me tira desse inferno!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top