TRACK 1

— MUITAS E MUITAS HORAS ANTES DE TUDO ECLODIR NA VIDA DE CHAR ABRAMS, O NOSSO DOCINHO DA AMÉRICA.

Charlotte Abrams, a doce criança da América. Alcunha que foi me dada pelo principal detalhe da minha vida. 

Ela pertencia ao povo.

E essa pessoa que “pertencia ao povo” estava vestindo o pior moletom que alguém teve a capacidade de costurar e querer vender nas lojas, é desgostoso como alguém praticamente considerado realeza como eu esteja em uma cena tão miserável. Meu cabelo de um castanho cobre invejável, que era objeto de Marketing de grandes marcas de shampoo está fedendo a vômito, cerveja e talvez sangue, pois tenho um ferimento bem tosco na testa que parece piorar minha imagem para uma multidão que está sedenta de paparazzis!

Os flashs me capturam, e eu tampo o rosto com o punho, mas não foi suficiente; o som das câmeras parece estourar a porra dos meus tímpanos, fazendo com que eu sinta ainda mais a urgência de ficar e proferir muitas maldições a eles, desejando que até o tata tataravô desses homens nojentos se fudesse lindamente. 

Faço o famoso dedo do dedo e sabia que aquela seria uma cena tosca, mas eu não estava dando a mínima, o álcool e os comprimidos me ajudaram no processo. 

Sabia, que se fosse em outros dias nunca permitiriam minha imagem ser tão baixa assim? 

Minha imagem era algo que ainda apreciava a zelar também. Mas, no entanto, por questões óbvias, talvez, eu não queria mais ser a Doce Criança da América, aquela alcunha que me deram assim que viram meu sorriso faltando dentinhos no meu primeiro programa de TV numa tarde de quarta-feira. Minha existência na mídia meio que era a continuação das Olsen na TV em questão de popularidade e na adolescência fui como uma continuação dos saudáveis ídolos adolescentes, primeiro amados para depois virarem um objeto polêmico na mão dos tablóides. Então, era mais que claro que eles adoraram ter um novo experimento social para torturar.

O senhor de idade ao meu lado, que sempre me protegeu desde pirralha como segurança, me agarra de um jeito nada carinhoso, jogando todo meu corpo para dentro do carro blindado. 

Eu conseguia sentir minha respiração ficando limitada por causa dos pensamentos de pânico, porém me esforço pelo controle. Então, respiro fundo, me ajeitando no banco, mas a partir do momento que olho para a janela ao meu lado, percebo que nada do meu esforço adiantou, pois haviam pessoas com câmeras tentando quebrar minhas janelas na busca de uma fotografia minha, houve gritos de xingamento e elogios tudo na mesma medida, e se eu reclamasse em rede nacional sobre como eu odiava essa merda toda, eu sei que eles me chamariam de ingrata pela milionésima vez. 

Logo, minha vontade era matá-los. 

Mas só quem vive esse meio sabe como é, quem está de fora, pensa que é apenas glamour e sorrisos esticados. Impressiona-me quem está nos bastidores me julgar anonimamente, como se não soubesse a podridão que assistimos. Tudo bem que ignorando essa merda toda, eu aproveitei cada milésimo de segundo dessa vida agitada. 

Eu meio que adoro a atenção, sabe? Por ela, eu posso ter e fazer literalmente quase tudo. Amo amo o som de tiro quando a câmera foca no meu melhor ângulo e também naquele sorriso que eu costumava treinar horas no espelho enquanto assistia aos filmes da antiga Hollywood e das socialites da minha infância. 

Eu devia minha vida a metade dos anjinhos da América de tantas décadas. Assim como eles, eu estava constantemente aparecendo em jornais, redes sociais e na boca do povo, sendo vista como uma desgraça prestes a eclodir.  

Puxo meu celular da sacola plástica, já esperando um punhado de notificações me difamando. 

“Charlotte Abrams FLAGRADA E EXPULSA! No Brooklyn, se arrastando em pés descalços, enquanto troca suas roupas das marcas que seu rostinho lindo representa por um moletom surrado de vômito. As más línguas afirmam que ela estragou a festa, arranjando um piti daqueles de beberrões fedidos. Mas as boas tentam pintá-la para nós como uma char injustiçada.  Não sabemos entregar veracidade aqui, apenas lançar as duas versões, somos imparciais para isso.”

— Essa blogueira se esforça tanto para ser a Gossip Girl, mas escreve tão mal… Eu juro, Dominik. Se ela me quer como sua Serena Wan Der Woodsen, escreva melhor, porra. Conceito podre? — eu ri, me divertindo pela primeira depois de todo desespero no qual fui exposta. 

Seu jeito de contar fofocas me dava fantasias. 

—  Acho que você não deveria ficar lendo esse tipo de conteúdo, Srta. Abrams. — Sr. Dominick aconselha, ignorando os comentários bobos. Eu suspiro, encarando meus próprios pés que eram acompanhados de pantufas. Perdi meus saltos, madrugada passada. 

O sol pela janela nascia bem preguiçosamente indicando que já é outro dia. 

— Preciso chegar em casa tomar um banho para ir para o estúdio.

— As notícias já terão chegado em todos os modelos de mídia, sinto muito te informar, mas... será desconfortável.

Eu bufei arrependida, sentindo ódio de mim mesma. 

Mas, no fundo,  sabia que não deveria carregar essa culpa, tinha apenas vinte e três anos e sabia muito bem o que faziam.

— Eu só queria me divertir, não imaginava que iria me exceder tanto... Aliás, armaram pra mim! Eu não uso drogas — no máximo, fumo um baseado às vezes… Mas isso é bem raro. 

— O problema, minha senhorita, é que eles desejam a menina doce que você era, e não a mulher que se tornou. 

Sinto uma pontada no meu peito. 

Acho que atualmente, já não era mais possível obrigar ao meu mental a manter a merda da linha e acenar ou responder gentilmente às perguntas desses sangue-sugas, era sempre mais um "vai se fuder, seus filhos da puta!” porque demonstrar inocência e moralidade já não estava mais nos meus planos, aliás era praticamente impossível fingir. Eu era uma mulher adulta, e daquelas que busca diversão depois do trabalho esforçado. 

Eu também sou jovem, meu deus!

Eu desejava a sensação de pensar como pessoas da minha idade, sabe? Poder ter crises de existência e diversos caminhos para eu escolher, ter a chance de me perder e reencontrar depois, tudo isso sem saber que meu nome estaria em horas ou simplesmente minutos na internet, atravessando fronteiras para que todo mundo pudesse estar comentando meus erros e acertos. 

Eu amo atuar e cantar, moda era minha bandeira nacional, mas isso não significa que eu estava fazendo um pacto e perdendo a minha vida pessoal no processo. 

Então, por consequência de tudo isso, eu venho perdendo a linha desde os dezesseis anos, aquela idade onde tudo começa a ficar agressivo e confuso… E também, quando a mídia começa a perceber mais atentamente que nosso corpo tinha pernas torneadas, e notar as curvas ficando cada vez mais óbvias, e olhando os seios impossíveis de esconder nas roupas infantis, acho que talvez, só talvez… Para esses caras parecia pecaminoso demais eu aparecer repentinamente como uma garota na puberdade. 

Eu ainda tinha aquela memória específica e viva da minha pré-adolescência, dizem que os treze anos são o pesadelo de uma menina, e eu acho que eu sou uma testemunha dessa crença. 

Foi em um cenário no estúdio de gravação e com uma equipe de adultos comigo, que precisei parar a cena por culpa das dores intensas da menstruação e comecei a chorar acreditando que eu estava morrendo, principalmente quando me vi sangrando, e ao meu redor, não houve ninguém que se ofereceu para me ajudar. 

Pesquisei tudo sobre a menarca na internet depois, sozinha.

Ainda sim, durante começo de tudo eu ainda era vista como uma menininha,  por mais que houvesse todo o frenesi em volta do meu corpo esbelto.

Mas infelizmente para o terror de todos cada vez mais era visível meu amadurecimento,  isso só fez as pessoas começaram a gritar mais, se lamentando sobre como eu não parecia mais a mesma menina que eles adoravam. Acho que parecia divertido demais dizer o tempo todo que de doce eu não tinha mais nada. Então foi aí, que eu comecei a concordar com eles! Não era isso que queriam, não era? 

Então tomem um brioche bem recheado para vocês!

Homens adultos começaram a odiar uma adolescente por simplesmente passar pela experiência mais humana e antiga do mundo; crescer.

— Seu Dominik, o senhor se precisar pode tomar uma ducha no banheiro dos hóspedes, okay? Tem torradas e... refrigerante ou água, se quiser se alimentar. Sinto muito por não ter muito a oferecer...

O velho olha para mim, sorrindo, quase bobo com minha atitude. 

Eu estava morando num apê praticamente minúsculo numa área discreta do Brooklyn e com uma vasta equipe de segurança me protegendo. Mas isso meio que era… Solitário. Tenho apenas Luna comigo, e ela é uma gatinha.

Eu tranco a porta por precaução, mesmo possuindo uma equipe de segurança, não era louca de achar que só aquilo era suficiente, principalmente depois de hoje. Eu sabia que eles estavam sedentos para brincar de Maria Antonieta como sempre.

★★★

Passando pela sala eu pego o controle da TV, deixando um episódio de Sailor Moon ser exibido, e  enquanto isso vou para o quarto me arrumar, Seu Dominik fica lá, sentado no sofá e isso me faz ter uma visão engraçada, de um homem de meia-idade assistindo uma menina japonesa se transformar em marinheira pelos poderes da Lua. 

Após terminar de me arrumar, percebo que Usagi já está punindo alguém. Isso me deixa feliz porque mesmo apressada, eu consegui ficar limpa e cheirosa e sem aquele moletom miserável. Meu vestido era um chanel vintage rosa bebê e estou usando óculos escuros para não verem meu rosto de ressaca e noite mal dormida dos dias anteriores.

Saio da porta do meu quarto e aceno para o senhor concentrado agora na imagem do Naruto, fico mais um pouco quieta observando que ele realmente está gostando da minha escolha de programas na TV.

Eu aceno contente por estar pronta e finjo ficar certa de que nada absolutamente aconteceu.

Talvez, eu tenho passado muito tempo embaixo do chuveiro imaginando e manifestando que tudo não fosse citado, pensado ou lembrado.

Resumindo, eu estava desejando que meu padrasto salvasse minha pele.

—  Não pareço pronta para um comercial? — eu ponho as mãos na minha cintura, deixando a saia rodada e cintilante do vestido se sobressair enquanto sorrio para ele.

Minha lista de amigos era curta, e seu Dominik era dos únicos que considerava parte dela. Eu não possuía muitos corações seguros para me apoiar e confiar...

Sinto algo fofinho e macio se adornar nos meus pés, e olho para Luna chamando minha atenção, como se ela pudesse ler meus pensamentos de agorinha. Eu sorrio pensando que não deixaria nunca ela de fora dessa listinha enquanto pegava ela em meus braços.

— A senhora sabe que será difícil.

—  Já disse, antes Seu Dominik. É fácil. Meu pai tem seu próprio nome, ele já deve ter queimando os arquivos, e qualquer coisa é só eu dizer que fui roubada! Quem não vai se compadecer do rosto mais famoso dos EUA? Da América do Norte e Sul?

Falei isso, mas, no fundo, estava cheia de medo.

— Tudo bem, senhora. Então, se isso é sua escolha. Nós Vamos. —  eu disse amigo, mas às vezes esse velho parecia mesmo era meu pai, credo. 

★★★

Como previsto por mim mesma, quase que de maneira paranoica, não havia acontecido nada. Logo tudo estava muito calmo, doentemente tranquilo a ponto de me causar desconforto.

Eu corro direto para meu trailer, onde fui recebida com uma expressão suspeita de Maggie, uma coisa na qual eu preferi ignorar, principalmente o sorriso amarelo de quem sabia de algo. A garota e eu éramos amigas, por mais que ela se recusasse admitir por culpa das diferenças sociais, nós sempre dividimos nossos segredos, desabafos e fofocas umas para outra, a amizade aconteceu sem a gente se dar conta, ela simplesmente fez morada e nunca quis ser muito berrante, talvez por isso, a dificuldade da menina em me enxergar como mais que a pessoa que ela arruma o cabelo…

— Não dormiu bem, não é? — ela disse, começando seu trabalho.

— Você me conheceu bem, ? — solto uma risada triste — O trabalho está me deixando exausta. 

— O meu também. A quantidade de pessoas que lido, é cansativo. Tanto nariz em pé, exigências absurdas e destrato, você realmente é um anjo… Aliás, eu preciso te contar algo sério. 

Algo sério? Ela disse isso? Eu disse que nós partilhamos segredos, mas eu também disse que ela nunca reconheceu nossa relação como amizade, então ela me contaria seus segredos passados, mas nunca demonstraria vulnerabilidade para pedir ajuda a uma pessoa como eu, é complicado de entender, eu sei, mas sua mente e comportamento eram assim, confusos. Porém, no momento que eu iria pedir mais detalhes sobre o ocorrido, ela desistiu do assunto. 

— Não! Deixa, não precisa se preocupar.  Eu não estava falando nada com nada. Enquanto faço seu cabelo…Você poderia me contar o que sua amiga tanto envia, talvez isso…

— Te distraia? — eu disparo chateada, mas faço o que ela pediu, pegando meu telefone, que estava vibrando na mesa , notificando que era Blair tagarelando sobre o nosso próximo rolê. A influencer, nepobaby e aspirante a atriz, estava eufórica, tipo muito mesmo, isso tudo porque ia acompanhar o namorado lutador dela pela primeira vez em um ringue, e quis ainda aprofundar a situação do querido, dizendo que seria uma situação única, pois seu rival não era daqui. Era de outro país e era praticamente uma lenda viva no mundo sujo de lutas ilegais.

— Uau, ele se chama McAlister! Nome de durão. — ouvi ela comentar e soltei um riso pelo nariz.

— Ela enviou uma foto dele, mas não consegui ver nada além de hematomas, sangue, suor e selvageria. Sério, as fotos são péssimas, acho que ele e a câmera se odeiam!

Uma prova de sua suposta aversão a fotos, é de uma delas ser dele simplesmente nocauteando algum maluco aleatório.

—  Eu achei ele bem feio, mas ele meio que combina com o convite e o evento não é?  — eu suspiro incrédula — Ainda não consigo acreditar que ela vai me levar para esse inferninho por causa de homem.

Char, o homem dela precisa se esforçar muito para quebrar esse rapaz ao meio ou a derrota será humilhante. 

— Maggie, esse que é o problema… Ela acha que ele é o próximo fenômeno das artes marciais ou seja lá, o que ele faz. Está iludida, tadinha.

Margareth soltou uma risada tão alta, que me animou a fazer o mesmo. A gente até se abraçou, isso definitivamente fez meu dia, que até então estava uma merda. 

— Char, você entrega entretenimento e é disso que eu preciso agora, por enquanto! Eu prometo que eu te falo quando me sentir segura.

— Tudo bem, eu vou respeitar seu espaço. Mas eu não quero que você me esconda nada, no seu tempo, ok? — ela assentiu, parecendo confortável e isso me deixou feliz.

Então voltamos a conversar sobre os lutadores e como eu não tinha amor a minha vida, pois segundo Maggie, com dinheiro que eu tinha, poderia exigir sair para lugares melhores e refinados. Ela ficou fazendo meu cabelo, conversando, e eu fiquei mexendo no meu celular na expectativa de Blair enviar mais alguma foto do tal McAlister, nós duas estávamos bastante curiosas de descobrir como era o rosto dele sem nada cobrindo, mas fomos interrompidas com a porta do trailer sendo aberta sem aviso.

Revelando Avan, o ser platinado mais insuportável que já pisou nessa terra.   Encarei com desprezo.

— Charlotte Abrams! —  Avan surgiu, estampando o sorriso coringa, puxando minha cintura contra minha vontade enquanto dava um empurrão grosseiro em Maggie. Eu o encarei dessa vez, incrédula.

 Ele simplesmente empurrou minha cabeleireira como ela fosse uma lixeira na frente dele, na minha frente! 

—  Eu já te contei o quanto amo pronunciar seu nome, Charlotte Abrams?

— Me solte! — gritei, sendo correspondida com ele tirando seus braços de mim, atordoada por este abuso. Fazia alguns dias desde que Avan cismou com nós dois de casal. O que iniciou como uma amizade terminou com isso… Pior, ele era praticamente da família.

— Avan Carlisle… Onde está o seu cavalheirismo, herdado dos homens de sua família? Papai vive me contando histórias de vocês, mas você acabou de fazer uma dama cair no chão, onde estão suas desculpas? - eu repeti como se o cara fosse uma criança e olhei desgostosa para ele, olhando para minha amiga, enquanto me abaixava para ajudá -la. Estava pronta para lhe dar a mão, quando ele se intrometeu entre nós, puxando ela com força.

Maggie simplesmente o afastou com um chute bem no meio de suas bolas. Não sei porquê mais aquilo me pareceu mais pessoal que o normal. Eu senti demais sua intensidade.

— Garota…sua p- ele reagiu a dor, se encolhendo num canto do trailer. Mordi os lábios, deveria chamar um segurança imediatamente. — E só eu te ressarcir e grana, mandar desculpas por carta, qualquer presente encanta vocês não é?— ele respondeu, andando de joelhos até mim, e apoiando seus braços no meu ombro, enquanto seus olhos castanhos encaravam nosso reflexo diante do enorme espelho. Ele era maior que a penteadeira, exigências minha…

— Minha nossa, você quer comprá-la com dinheiro? Isso é normal para você? Que filho da puta! Maggie é um ser humano… 

Ele mal deu a mínima para ela.

 — Eu vi suas cenas sem mim ontem, todas as falas e expressões e sinceramente — durante aquele instante ele fez uma pausa, me deixando vulnerável. — Foi a pior atuação que eu já vi na minha vida, você parecia um moleque obrigado a fazer parte da peça do colégio para ganhar pontos porquê está com medo da reprovação. 

Me aproximei de seu rosto, sentindo sua respiração regada a álcool, chiclete ruim e cigarro.

— Quem é você para dar críticas a maior estrela desse país? Do mundo? Um ator novato, que nunca precisou de esforço para nada? Posso ser filha de uma das mulheres mais importantes da música e do teatro, mas ela nunca permitiu que eu fosse menos esforçada, me fez trabalhar duro e não passar ninguém — Imaginem quantos papéis recusei, estudando e atuando primeiro como secundária 

— Então faz me rir, sua hipocrisia. E seu cabelo é horrível… Como dizemos aqui, ele é… — olhei com expectativas para uma Maggie encolhida perto de mim..

— Uma cópia mal feita do Orlando Bloom. — ela disse com prazer.

— E que em você nunca vai brilhar, nem se tentar harmonização facial. 

Eu lancei um sorriso cheio de malícia, sabendo que estávamos em nossos melhores momentos, o meu cabelo se espalhava naturalmente em largos cachos,o tom castanho cobre coloria algumas mechas, ficando no ponto, acho que nem parecia que eu algumas horas atrás tinha meu cabelo fedido de vômito, enquanto os fios longos em cascata de Maggie eram brilhantes como seda, tudo isso tão contrastante com a feiura de Avan.

Ele era medíocre. 

Sentia que meu cérebro estava ficando em frangalhos agora ao contrário do que eu mostrava, enquanto lembrava a mim mesma que eu era uma garota confiante. Que eu era uma garota confiante ! Eu podia ser bonita a princípio, exibindo a minha melhor combinação de roupas para passar nos testes de elenco, usando todo o esforço que eu dediquei em roteiros lidos exaustivamente noite por noite. 

Não aguentei mais e chamei o segurança. Mesmo depois disso, Avan pareceu não se recusar.

— Ah!  Charlotte, relaxa. Não precisava disso, retire a queixa…  Na verdade, eu tenho é uma boa notícia para você!

— Você machucou minha amiga e me pegou na cintura. Não te quero aqui!— eu disse sem esconder estar muito puta, enquanto cruzava meu braço sobre o peito, ficando prestes a expulsá-lo com minhas próprias mãos.

Jimmy apenas balançou sua cabeça rindo de mim.

— E se nós, eu e você... sabe, juntos fizéssemos o famoso method acting?— Arregalei os olhos — Eu lhe daria tanta inspiração, que você iria gritar pra mim ao invés de ficar bêbada de segunda a domingo. Além do óbvio, eu iria bombar tua carreira. Você sabe, os fãs, eles nos amam... — ele falou bem ao pé de meu ouvido, praticamente deixando seus lábios encostarem no lóbulo da minha orelha, trazendo-me arrepios desgostosos. 

Afastei ele com um tapa em seu rosto.

—  Que porra, é essa? Você surtou, Meu Deus! É a única coisa que consigo pensar! Você bombar minha carreira? Você?! 

— A única desvantagem é, —  ele continuou , pausando dramaticamente, como se acreditasse que eu estava na palma de sua na questão de minutos que iam se costurando entre nós. — vazar uma de suas músicas mais íntimas. Aquela bem proibidinha, conhece?

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