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CAPÍTULO SEIS

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━ Eu estava ajudando o Tumnus, a feiticeira chegou aqui e veio atrás de mim. ━ Respondeu o animal gemendo de dor.

Depois que os lobos partiram, os castores trataram de acender uma fogueira para que eles não passassem frio durante o momento que ficariam ali. Marjorie olhou para o raposo preocupada, ela queria ajudar, mas seu conhecimento sobre feridas era mínimos, principalmente com animais.

━ Você está bem? ━ Lúcia pergunta.

━ Adoraria dizer que cães que ladram não mordem. ━ Ele se mexe e solta mais um gemido.

━ Não se mexa muito, só irá pior. ━ Marjorie pede.

━ Você está pior que o castor em dia de banho.

━ O pior dia do ano! ━ O castor exclama insatisfeito.

Marjorie ri.

━ Obrigada pela gentileza, é uma pena mas não disponho mais de tempo. ━ O raposo de pelo alaranjado levanta.

━ Vai partir? ━ Lúcia pergunta aflita.

━ Foi um grande prazer minha rainha, e uma honra mas o tempo é curto e Aslam em pessoa me enviou para reunir mais tropas. ━ O animal fala orgulhoso.

Marjorie ajuda o raposo a se endireitar.

━ Você viu Aslam? ━ O castor pergunta.

━ E como ele é?

━ Hora, como todos dizem afinal! ━ O raposo responde com um grande sorriso. ━ Será um prazer ter vocês na batalha contra a feiticeira.

Pedro olha para Marjorie que devolve o mesmo olhar, o loiro estava nervoso com aquilo e a ruiva não podia negar que também não estava. Marj segurou a mão de Pedro e a apertou, ela estava tentando trazer conforto a ele. A ruiva não estava confiante com toda aquela situação, a cada passo que eles davam, mais eles pareciam se afastar mais de casa e se envolverem mais nessa possível guerra.

━ Não vamos lutar contra a feiticeira. ━ Susana nega e Marjorie balançou a cabeça concordando com a amiga.

━ Mas com certeza o rei Pedro e a rainha Marjorie... ━ Ele para no meio da frase. ━ A profecia!

━ Não iremos a guerra sem vocês. ━ Diz o castor.

━ Só queremos nosso irmão de volta. ━ A voz do loiro saiu falha.

━ E, quem sabe, voltarmos para casa. ━ Marjorie suspira.

Poucos minutos depois o raposo vai embora, afirmando estar atrasado para reunir as tropas. Mas, antes do animal ir, ele lançou um olhar decisivo ao filho de Adão e filhas de Eva.

━ Não podemos nos arriscar muito aqui, também. ━ O senhor castor diz. ━ Vamos aproveitar esses últimos minutos restantes aqui, não podemos nos dar ao luxo de esperar os lobos voltarem quando perceberem a mentira do raposo.

Os outros acentem. Marjorie se aproxima mais da fogueira e leva suas mãos para mais perto delas na intenção de as esquentar, o lugar ficava cada vez mais frio com os passar dos minutos.

(...)

Os três irmãos Pevensie, Marjorie e os castores já estavam andando a algumas horas. Os humanos não faziam ideia para onde estavam indo, afinal, eles não conheciam Nárnia. Tudo parecia igual pela visão de Marjorie, as árvores pareciam as mesmas e o horizonte parecia nunca ter fim.

━ E você é de qual cidade? ━ Pedro pergunta andando ao lado de Marjorie.

━ Bristol. ━ Ela responde. ━ Ela é quase ao lado de Finchley.

━ Já fomos para sua cidade uma vez. ━ Ele concorda com as próprias palavras. ━ Passamos o Natal em uma cabana perto de um lago, meu pai havia a alugado para a comemoração.

━ Sei de qual fala. Infelizmente ela foi destruída e fecharam o lugar. Três anos atrás começaram a jogar produtos químicos no lago e quando o prefeito descobriu, mandou o fechar imediatamente para ninguém entre e pegue alguma infecção. ━ Marjorie falou rápido. ━ Ou até que nasça um terceiro braço.

Pedro ri da cara de espanto da ruiva.

━ E você estuda na escola da sua cidade? ━ Ele pergunta.

━ Está fazendo muitas pergunta, Pedro. ━ Ela ri. ━ Mas a respondendo, sim! Mas será apenas esse ano, minha mãe pretende me colocar em uma escola melhor que fica fora da cidade. E se isso de fato acontecer será uma imensa batalha pois terei que andar de trem todo dia e eu odeio trens, não sei o porquê, mas eles me trazem uma sensação ruim, como se um dia minha vida acabaria andando de trem.

Marjorie ficou desconfortável. A ruiva tinha essa perturbação desde pequena, trens era uma pavor para ela, com o tempo ela conseguiu se acostumar, mas a sensação ruim nunca ia embora quando ela embarcava na locomotiva.

━ Não quero lutar nessa guerra. ━ Pedro muda de assunto.

━ Acho que não temos escolha perante a isso. ━ Ela suspira. ━ E você ouviu as histórias, parece que somos a última salvação de Nárnia.

━ Não quero ser a salvação se o resultado for perder Edmundo, Lúcia e Susana. ━ Ele fica três segundos em silêncio. ━ E até você.

Marjorie sorri pela última fala dele, ela sentiu seus coração se aquecer naquele tempo congelado.

━ Você não vai perder eles. Pelo tanto que falam bem de Aslam, acho que ele não deixaria. ━ Marjorie pensa. ━ Será que Aslan é uma ser humano também?

━ Os únicos seres humanos daqui que temos conhecimento somos nós, então acho que não. ━ Pedro ri.

━ Aposto que ele é um fauno, igual a que Lúcia descreveu Tumnus. ━ Marjorie aposta.

━ E aposto que ele é urso. ━ Marjorie olha descrente para ele. ━ O que? Não duvido nada que os ursos daqui também falam.

━ Você pode estar certo, já li em algum lugar que não me recordo que Ursos são sábios e... ━ A conversa dos dois foi interrompida pelo castor.

━ O acampamento fica do outro lado. ━ Eles olham através do grande lago congelado. ━ O trono de Aslam é perto da mesa de pedra. Do outro lado do rio congelado.

━ O rio está congelado a cem anos. ━ A castora os garante.

━ E já passou algum animal de grande porte para ter certeza? ━ Marjorie pergunta receosa.

━ Provavelmente querida.

━ É imenso! ━ Pedro resmunga.

━ Igual ao nosso mundo, achou que fosse pequeno? ━ O castor olha risonho para eles.

Susana se vira para Marjorie e Pedro com uma das sobrancelhas arqueada.

━ Menor. ━ Ela fecha a expressão.

Eles começam a descer a grade ladeira.

(...)

Eles já estavam andando a algumas minutos pelo grande rio congelado, e pela sorte deles, eles já haviam passado da metade. Os castores andavam na frente, Marjorie e Lúcia iam atrás e Susana e Pedro um pouco mais a frente das duas.

━ Venham humanos enquanto ainda somos jovens! ━ Castor os chama com a maior tranquilidade.

━ Depois de hoje, eu nunca mais reclamo de andar na vida! ━ Marjorie fala para Lúcia rindo.

━ Espero que quando chegarmos ao acampamento podermos descansar. ━ Lúcia concorda.

━ E se eles nos apressar mais uma vez, eu vou fazer dele um chapéu bem fofo. ━ Pedro fala para elas e agacha para Lúcia subir em suas costas.

━ Não seja cruel Pedro. ━ Marjorie ri.

━ Rápido! Venham! ━ O castor reforça.

━ Ele está ficando mandão.

━ Não! Olhe para trás, é ela! ━ A castora grita.

Marjorie olha para trás e vê um trenó um pouco longe deles. O trenó corria em velocidade máxima, parecia saber exatamente a direção que ia, ou o destino que seguia.

━ Corram! ━ Pedro grita.

Eles começam a correr, a cada passo deles o trenó chegava mais perto. Mesmo que os pés de Marjorie estivessem doendo, ela não ligava, era sua vida que estava em jogo ali. Finalmente chegando ao fim do rio, eles entram na floresta.

━ Rápido. ━ Pedro grita para Marjorie que estava um pouco atrás deles.

Marjorie os alcança quase tropeçando na neve.

━ Ali dentro! Entrem! Se abaixem!

Eles entram em uma pequena caverna. Marjorie sentiu seu coração acelerado bater forte dentro de seu peito, ela colocou a duas mãos na boca para tentar controlar a respiração alta. O barulho da carruagem passou por cima deles e barulhos de sinos foram ouvidos. Barulhos de pagadas estavam em cima deles e a sombra de um homem foi visível pela neve. Quando a sombra se afastou, Lúcia exclamou.

━ Parece que já foi.

━ É melhor eu ir ver. ━ Diz Pedro.

Quando o loiro estava prestes a se levantar, por puro impulso, Majorie passou suas mãos pelo braço do Pedro o puxando de volta ao mesmo tempo que o castor falou.

━ Não, não vai servir a Narnia morto.

Então, o castor saiu.

🥀. Não esqueçam de votar e comentar, principalmente votar, isso me ajuda bastante além de me motivar a continuar essa estória.

🥀. Capítulo revisado mas sempre sobra aqueles errinhos que a gente não percebe não é mesmo? Qualquer erro me avisem que eu irei corrigir.