Sexy Clichê - Parte I


Dedicado ao leitor inspiração deste conto AlexsandroAfonso18 


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Além-mar estava Caetano, Caê, o homem que por um período evitou lidar com novos relacionamentos, afinal foram várias tentativas em pouco tempo.

Ângelo fora o seu amor juvenil, o primeiro e mais forte... até então. Era gajo humilde, portanto a família dele não fez gosto da "amizade" de Caetano com o mesmo. Ângelo, porém refez a sua vida, estudou, arranjou um emprego que lhe desse o que precisava para progredir, apaixonou-se, casou, amadureceu e de Caetano ele esqueceu-se, ou pelo menos se convenceu de que não haveria um futuro com o tal.

Arthur foi o seguinte... aí Caê ainda era bem jovem, apenas 21 anos. Arthur tinha muita energia aos 28. Eles pareceram perfeitos juntos. Ambos sabiam apenas o que seus respectivos corações sentiam de maneira bem particular, pois ainda não haviam aberto as caixas de sentimentos um para o outro. Eram tão belas essas caixas fechadas adornadas por fitas em embalagens prateadas, douradas, platinadas, diamantadas, e quaisquer outras joias que pudessem ostentar nos dedos, pulsos e pescoço. Caê tinha dinheiro, nem tanto. Arthur era bem sucedido, mais do que ele. Viagens. Momentos. Prazer. Luxo. Uma paixão avassaladora é fato entre ambos. O despertar de sentimentos veio com os primeiros sintomas de rotina e em um ano, eles afirmavam que se amavam o suficiente para juntarem-se. 

E tentaram. Mas Caê não foi considerado o melhor companheiro para Arthur. Arthur não foi o grande amor da vida de Caetano.

Separação. Recaída. Amizade. Ainda ficou certo carinho e algum respeito. Arthur foi aquele a quem Caê recorria quando desilusões molhavam seus pés como a água do Mar Mediterrâneo. Porém num final de tarde ele se foi de vez, parecendo cena de novela. Belíssimo em roupas sociais de pés descalços, sapatos finos em uma das mãos, vento despenteando os escuros cabelos ao calor do verão europeu numa das praias de Algarve, Arthur dá-lhe um último beijo e afirma que será o último encontro amoroso, pois está envolvido novamente e o então companheiro não merece a traição, nem pelo fato de ser um senhor de 81 anos, que sofre há pelo menos uns 15 anos de disfunção erétil.

Caetano não o questionou sobre o porquê do outro manter-se casado com o senhor Clementino. Na verdade não lhe importa. Não tirou Ângelo de seus pensamentos, como poderia ter espaço para Arthur em seus devaneios.

Antônio marcou o início do outro capítulo da vida do Caê. Mais maduro, ele era personalidade pura, enérgico, apaixonante, cativava a todos, mal completara seus 44 anos e ouvia muito: "Parece ter menos de 30" e jamais passou dessa fase, pois num acidente automobilístico terrível, Antônio, companheiro de Caetano sequer permitiu que fosse velado com o caixão aberto.

Caetano surtou. Quebrado foi ao Brasil acolhido por seu parente, foi abraçado, amparado, pois esteve traumatizado à menção de Sagres donde Antônio partiu. De volta à Portugal dos negócios da família Alves e Pereira ele descuidou, perdeu o controle de muitas coisas após querer dirigir seu mundo sozinho. Aproveitou-se muito do que o dinheiro poderia lhe proporcionar com relação ao que chamamos de prazeres e supérfluos. Parou de cuidar da própria aparência, ganhando mais de vinte quilos, deixou a barba crescer sem cuidado, permitiu que a barriga se sobressaísse, que o cabelo ficasse por vezes sem corte, vendeu o primeiro imóvel, o maior deles, apenas para saldar outras pequenas dívidas. Seu pai que tudo lhe confiara após afastar-se por problemas graves de saúde, ainda era alheio às novidades que lhe seriam fatais nos próximos anos. 

Caê  torrou boa parte com bebidas, jogos e sexo. Foi pelo lado da putaria que conheceu um michê muito jovem e sequer foi em Portugal, fez isso em uma das viagens que consumiam seu dinheiro feito nós que consumimos desesperadamente o oxigênio. Próximo à cidade de Múrcia na Espanha, ele se entregou aos cuidados de um brasileiro que atendia pelo nome de Angel Magno, moreno escuro, afeminadíssimo, magro e quase tão alto quanto ele.

Angel sorria de maneira convidativa e demasiada ao cara meio gordo e desleixado, cujo maior luxo no momento era um banho tomado de qualquer jeito num hostel que ele ainda teve como pagar. Caetano chegou nesse ponto quando seu pai bloqueou os bens restantes ao filho, antes que destruísse o que a família havia construído. Voltando ao jovem Angel... a abordagem no portunhol deixou Caetano notar que não se tratava de fato de um falante de castelhano.

Soy brasileiro. — o rapaz meio que inventou até um nome "real", pois Caetano não era exatamente um tipo de cliente que mereceria um algo mais do rapaz, mas mereceu quando o valor colocado em suas mãos pagava dois programas. — Mi nombre real é Alberto da Silva.

— Então comigo, podes falar em sua língua materna, pois somos "primos". — Caetano falou emendando um riso gostoso que soltou a ambos.

Dezenas de brasileiros com o nome Alberto da Silva despistariam o Caetano pouco ou nada interessante. Porém trabalho é trabalho e o português pagou pelo pacote completo, então teria direito ao beijo, ejaculação na boca e quanto sexo pudesse fazer em duas horas.

Angel beijava de maneira quente, mordia o urso, lhe chupava a língua, lóbulo das orelhas, mamilos, mamas carnudas, barriga, parte interna das coxas, dedos dos pés, até cheirou demoradamente os dedos do homem. O jovem logo descobriu que poderia curtir um pouco para realizar seus próprios fetiches com as axilas peludas e suadas, que ele cheirava quase em êxtase, deixando a sobremesa volumosa crescendo dentro da cueca de Caê por último quando estivesse babando de vontade de cair de boca no mastro grosso. Foi o que fez. O homem cheirava forte, cheiro de macho bruto, muitos pelos na região pubiana que soltavam-se colando no membro grosso, duro, quente e babado, melado de tesão e saliva na boca gulosa a mamar apaixonada com os olhos revirando de tesão...

Caetano parecia retraído morrendo de receio de gemer alto para o rapaz que implorava isso mentalmente, parando por isso para perguntar se seu cliente estava a apreciar o ato oral, feito com maestria, perfeição, desejo e o que mais, amor, pensava o grande português que se apaixonou pelo garoto de programa bonito e sensual. Ele falhou em vinte e nove minutos do primeiro tempo aleitando a boca faminta que deixou escapar a porra, que respingou o queixo, peito e ombro. Um acúmulo de esperma teve como resultado uma fonte abundante sobre o rapaz que não tirou os olhos castanhos dos olhos pretos de Caê, pois queria saber como era a reação daquele imenso homem.

Ao tentar relaxar para poder usufruir da segunda parte do programa, Angel lhe ofereceu drogas que ajudariam "naturalmente" a ocorrer outra ereção, além disso, prolongaria o efeito e poderiam transar por mais tempo. O receoso Caetano declinou, já achava-se por demais no fundo do poço para somar isso em seu currículo de vida. Queria que seu mecanismo masculino se erguesse por si, queria foder um rabo com toda a sua vontade, mas queria muito mais do que isso tudo, fazer amor com o rapaz. Estava apaixonado em menos de uma hora de convivência/programa.

Ângelo, Arthur, Antônio, os ex de sua vida apagaram-se juntos com todos os outros não mencionados antes André, Áureo, Amadeu e Abigail, a trans. Todos com A, na coincidência mais esquisita de sua vida, entre todos os seus amores, duradouros ou não que começam com a mesma letra, estava Angel, o rapaz que passou trinta minutos tentando ajuda-lo a relaxar ao mesmo tempo em que procurava animá-lo, Caetano estava nervoso, sentia-se como o primeiro namorado virgem que teve. Ele estava ansioso.

Angel foi doce e perfeito em duas horas, porém pontualmente às quinze, quando tempo terminou, falou friamente que tinha outro compromisso e precisaria se deslocar.

— Desculpa moço, eu acabei de receber a mensagem. Aí como não tinha combinado mais nada contigo, já dei o ok.

— Eu pago mais uma hora.

— Não posso.

— Mas quem sabe em breve...

— Depende da minha agenda. Não... acho que não consigo. Mas vou ver...

Angel não queria gastar 3 horas de seu tempo com aquele homem tedioso, seria um arrastar-se nu no concreto bruto.

Caetano não conseguiu agendar novos programas com o rapaz. Segundo o site onde havia as fotos dele, o jovem além dos programas era ator pornô e estava no leste europeu gravando um Big Brother Pornô Gay, mas se quiséssemos, poderíamos apreciá-lo em outros filmes de seu currículo.

Nos anos que seguiram após seus trinta de vida, ele resolveu por a cabeça no lugar. Sem tempo de ver seu pai se recuperar da desilusão que havia causado na família, viu o senhor Euclides falecer e as brigas com a irmã pelo restante do patrimônio duraram uns quatro anos, restando dois terrenos para Martinha na cidade de Coimbra, lar da família e para Caetano, um sítio no sul do Brasil bem próximo da cidade onde seu primo em segundo grau, Vasco, possui uma propriedade.

Apegado à Europa, estilo, clima, amigos, ex amantes, se viu dividido entre abandonar uma vida vazia para finalmente escrever uma história decente na América do Sul.

E mais à frente o veremos nos dias atuais, agora que é dono de uma pequena empresa financeira com cinco funcionários.

Caê jura que se esquiva muito de compromissos amorosos, porém é um homem de Peixes, logo os romances aparecem em sua vida e mexem muito consigo.

Será que o destino lhe reserva algo e finalmente após os quarenta ele vai ter um romance mais adocicado onde terá a oportunidade de mostrar o quão doce sempre foi, já que seu invólucro peludo, grande e abrutalhado parecem ofuscar essa qualidade?

Parece que sim. Seu coração tinha um dono, um menino que cuidava dele com carinho, mantendo-o na rédea curta, dando-lhe seus abraços nos quais ele queria ficar enroscado pra sempre. E o primeiro foi assim...

— Seu Caetano, não fique se culpando, todo mundo faz cagada na vida. Acabou de dizer que isso tudo foi há mais de dez anos... 

— Mas não consigo me perdoar, estendeste Alex? Matei meu pai só pelos desgostos que lhe causei. Nem me despedi... só errei...

— Estou aqui e pelo um menos um abraço posso te dar. Não tenho mais do que isso para um homem igual a você.

— Hum? Como assim, igual a eu?

— Fique quietinho, sossega. — Alex diz aproximando-se. Embora não combine com o grande Caetano, que mais parece um urso de filmes adultos, ele fica corado com a possibilidade de abraçar o jovem funcionário. 

— Está bem, quero um abraço. Abraços são lugares onde achamos um pouco de paz.

— Tenho muitos deles se precisar...

— Obrigado Alex.

— E vê se me respeita porque não sou rapaz à toa.

Assim, Alex o abraça ou melhor, é esmagado nos braços fortes de seu patrão gostoso e carente. 


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continua...

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olá gente querida! escrevi um pequeno romance de três capítulos, homenagem ao Alex que me acompanha desde a CDC onde eu postava contos eróticos. Deixo um abraço e logo mais a sequência deste conto. Saudades de todos por aqui♥

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