Sexy Clichê - Parte Final Feliz
Alex tinha um BFF em seu curso, aquele amigo querido com praticamente os mesmos gostos que ele. Afonso. Ambos fofocavam pelo WhatsApp quando queriam comentar sobre algo ou alguém. Acharam uma maneira de falar sobre um rival em comum, Nivaldo, usando o maior sarcasmo que conseguiam, para isso, "elogiando" as atitudes e sua aparência. Nivaldo sempre meio arrogante costumava paparicar uma professora que era sua amiga fora da universidade.
"Alex, tu tá muito puxa saco, menino, se tirar um raio x do pulmão da professora, aparece você ali entre as costelas."
"Afonso, migo, vai se confessar lá na paróquia com essa camisa? Misericórdia, menino, tira isso! Aff!" "Ei, vou sair um minuto"
Alex saiu da sala de aula, pois havia recebido mensagem do chefe que não olhou na sua cara o dia todo.
"Onde tu colocou os rascunhos que te entreguei? Acho que coloquei um documento junto."
"Está tudo na minha gaveta do meio.
O jovem ficou esperando um agradecimento e um "boa noite" e nada recebeu. Pensou: "sorte que não dei mole demais".
Nos dias a seguir, mais gelo no funcionário e Caetano simplesmente afirmou que estava resolvendo uma questão complicada. E por ali demais funcionários se viravam na maior parte do tempo.
Era bem notável o quanto irritado estava o homem que queria agir com naturalidade para tentar atingir o jovem secretário. Porém esse secretário não era o tipo que se iludia com facilidade, colocara na cabeça que o chefe era só um fetiche ambulante, uma graça inalcançável, uma fantasia absurda, sonho impossível e dava super certo. Não estava sofrendo quando o chefe falava coisas triviais. Nem quando dava pití. Menos ainda quando ele falou que ia sair mais cedo porque:
— Tenho um encontro. Hoje. Vou sair com uma pessoa.
— E eu tenho aula na faculdade. Hoje. Depois tenho um aniversário pra comparecer. — Alex também comentou sobre o próprio compromisso. — Ei, seu Caetano, hoje é dia vinte, poderia me dar um valezinho? Uns cem reais... meu amigo está de aniversário e tem promoção numa loja... sabe como é...
— Amigo né... só amigo?
Alex não responde e o homem abre a carteira esticando-lhe a cédula. Pede para o rapaz fazer um recibo de Vale e jogar por debaixo da porta que ele lança na manhã seguinte. Depois disso sai apressado sem entender onde precisava ir. Depois lembrou que há uns quinze dias anteriores àquele, outra empresa de crédito igual a sua foi assaltada no final da tarde e fez a volta de carro no quarteirão, perdendo a vaga onde antes estava estacionado, se estressou, xingou, sentiu-se um moleque imaturo, deu mais uma volta, xingou o próprio Alex e por fim, dezoito horas e dois minutos parou na frente de sua empresa e sem querer assustou o secretário que trancava a porta.
— Porra, nem deu seis horas e o povo escafedeu-se?
— Seu Caetano!
— Muito assustado. Pare de bobagem!
— Oxi, e isso é bobagem? Aquele escritório que foi assaltado aconteceu bem isso, fim de tarde pegou todo mundo de surpresa.
— Cadê o pessoal? Poxa, ninguém te esperou?
— É que o senhor sempre tá por aqui nesse horário. Eu preciso correr para não perder esse busão...
— Vem.
— O senhor vai se atrasar pro encontro.
— Cancelaram. — Caetano desvia o olhar pra contar a segunda mentira do dia. — Pode faltar hoje?
— Meu serviço tá super em dia.
— Mas se eu precisar? Acho que vou ficar até às nove.
— Hoje eu não posso perder a aula. Tenho hora pra chegar em casa e durante e semana minha mãe não deixa eu sair.
— Aham... não tinha um aniversário pra ir? — Caê pergunta desconfiado
— Tenho que apresentar um trabalho. Depois sim...
— Amanhã pode ficar?
— Não sei. Eu...
— Sexta?
— Não tem aula, mas...
— Vai fazer hora extra então.
"Vou morrer" foi o que Alex pensou antevendo a tara em que se encontrava o chefão urso. E cada dia foi bem arrastado, duas noites de sonhos molhados e uma "gloriosa" para aliviar os "pensamentos" que o estavam "matando" o tempo inteiro.
Sexta-feira, ambos não contavam que uma funcionária fosse ficar por quase quarenta minutos após o horário, Caetano estava meio desesperado para despachar a mulher. Alex falou de alguma dor no corpo quando percebeu o tamanho do chefe à menos de um metro dele já pensando que seria catado com força em cima da mesa da recepção.
— Eu sei fazer massagem... posso?
— Já passou. Era uma dorzinha num lugar que poucos podem tocar. — Alex queria rir, pois estava com a coluna lombar perturbando há dois dias.
— Sua expressão travessa diz o contrário.
— Espera. — O jovem levanta-se e se coloca de frente para a sua própria mesa dando as costas ao chefe, sua bunda empinada quase toca a região pélvica do outro ao informar o local da dor. — É aqui ó. Tá super desconfortável. Será que é essa cadeira?
— Posso massagear para ver se alivia?
— Tá, mas pega leve. — Alex vira-se e ergue o dedo ameaçador — E olha o respeito, por favor.
O que ele sentiu já de início foi uma pegada forte daquelas mãos taradas que pareceram querer tomar posse dele, fazer usucapião e se tornar dono legítimo daquela "capitania hereditária".
— Aqui?
— Isso... au... tá dolorido ali. — Nem tanto, ele pensou, mas estava ótimo ser domado pela cintura, ser sovado pelos dedos grossos, tendo as nádegas amassadas como se fossem massa de pão caseiro. E o melhor... tinha colocado um limite que faria o outro sofrer sem poder avançar até onde tinha intenções. — Devagar! Você tem muita força!
— Ah... sim, sim... — mas Caetano claramente estava aproveitando o momento. A cada segundo e meio lhe chegava (mentalmente) a informação para que não abusasse de seu funcionário. Tinha medo de parecer assédio e por isso queria entender se Alex estava "dentro" da brincadeira. Com certa raiva estava se sentindo muito lento...
O foda era massagear a coluna lombar de um jovem com o pescoço deste deixando desprender um perfume suave muito perto de seu nariz. Queria cafungar na curva que inicia no ombro e termina perto da orelha, quem sabe fazer o percurso com a língua finalizando com a pontinha do lóbulo entre seus dentes.
Seus pensamentos maliciosos lhe presentearam com o sabor da pele jambo de maneira tão real que ele sorveu com gosto aquele pedacinho sexy de Alex até que ele gemesse baixinho.
— Hum... — Alex se expressou languido quando as mãos grandes do chefão lhe sovaram com mais força. — Essa chupadinha na minha orelha faz parte da massagem?
A pergunta do jovem feita de maneira sussurrante terminaram por deixar Caetano completamente duro, desesperadamente entregue ao momento sensual.
— Exato!... Melhorou? Sentiu algo melhorando?
De repente o jovem se solta, volta-se com um sorriso dos mais debochados e perigosos e diz:
— Estou cem por cento melhor. Obrigado, seu Caetano. Por um momento pensei que a mordida na orelha era só safadeza de sua parte.
Caetano ficou nervoso e percebeu a travessura descarada.
— Ei, Alex! Espera, isso é brincadeira? Não tá se fazendo de bobo não?
— Oxi, e eu tô?
— Eu que pergunto. Tá, tá, esquece.
— Eu tô fazendo isso para facilitar sua vida, seu Caetano. Imagina se eu começo a me iludir achando que estou mexendo com sua cabeça e passo a sofrer por uma paixão não correspondida. Eu preciso do meu emprego, preciso da minha cabeça no lugarzinho dela e você... largue de ser tão safado comigo.
Digamos que Caetano passou a se sentir um incompetente na arte da sedução, tomando uma "surra" do rapaz que tinha quase vinte anos a menos que ele. Seduzir o alagoano virou para o mais velho, questão de honra.
Caetano cuidou-se por muitas semanas para não demonstrar o quanto Alex mexia com seu juízo. Podia ser apenas a maturidade cobrando que ele sossegasse. Se fosse assim, tinha outras opções inclusive com caras bem sucedidos e que não caracterizavam assédio como ele receava que se parecesse caso o jovem secretário se ofendesse com algo.
Resolveu abordar o jovem. Sempre muito tranquilo o moço respondeu:
— Não vi como assédio. Tem diferença... eu acho. O senhor não mudou de comportamento comigo.
— Tu acabaste de dizer que estou mais sério contigo!
— Oxi, e eu disse? Tá muito quieto. Parece menino quando apronta alguma coisa e depois fica com medo da mãe ralhar.
— É porque... eu me preocupei que de repente pudesse ter atravessado algum limite contigo.
— Se atravessasse e eu não gostasse, você seria o primeiro a saber. Mas eu curti, um pouquinho assim. E mantenha o respeito comigo porque sou rapaz sério que não se acha em qualquer canto. Não fique triscando em mim só de fuleragem. Entendeu?
— Claro. Na verdade não entendo são essas expressões.
Para Caetano, quando Alex lhe colocava o limite, era ainda mais custoso ficar calmo. Isso atiçava o homem a querer tocar mesmo que acidentalmente naquela pele morena saborosa.
Alex lhe trazia a lembrança, ainda que muito vaga, do jovem Angel que detonou com seu juízo de vez. Talvez a brasilidade pela qual o europeu se apaixonara, Alex a tinha em excesso. Bastava observar o jeito humilde, esforçado, a beleza mestiça, o sotaque gostoso, as manias dele, um pouco de timidez, o zelo pela sua reputação de rapaz de família simples e séria. Ele era sim, um pacote completo. Quem sabe o oceano atravessado pelo português, não tenha sido por nada. A recuperação lenta da confiança em si, a força de Caetano para construir timidamente um pequeno patrimônio a partir de brasas que lhe sobraram de uma herança não tão generosa assim... só faltava esse amor ao pisciano quarentão que parecia cansado de tentar e nunca acertar. Escapando sempre de suas mãos aquele a quem ele olhava como um tesouro.
Por acaso, Caetano pressentia que tinha muitas chances de ter um relacionamento agora que os cabelos pretos começavam a grisalhar. Era bacana ver a maneira como seus interesses profissionais eram cuidados. Suas contas estavam em dia graças à agenda organizada do jovem. Sua própria agenda era cuidada por Alex e essa rotina refletia em outros aspectos de sua vida. Imaginou-se sendo totalmente cuidado pelo outro. Deveria ser muito interessante. Será que ele cozinhava também? Será que gostava de macarronada? Será que também gostava de coisas românticas?
— Quer jantar comigo no sábado? Não tem faculdade e desculpas aleatórias, ok?
Alex arregalou os olhos e esboçou um sorriso divertido. Não sabia se deveria envolver sua família pedindo para que ele se apresentasse seja como chefe ou como pretendente. Não queria iludir-se tanto com aquele homem maduro e gostoso por quem ele certamente sentia-se atraído.
— Tá.
Caetano ficou desconfiado. Achou que a resposta do moço fora muito vaga.
Alex recebeu aquela encarada à queima roupa e desconfiou que o outro jogaria pesado com ele.
— Certo. — disse o mais velho querendo igualmente demonstrar que estava 'pouco" interessado. — E que aqui dentro precisamos ser discretos.
— Aham... sobre o quê? — Alex quis demonstrar que compreendera o espírito da coisa.
— Porra, Alex! "Sobre o quê?" Nós... Tem gente que só desenhando.
— Não entendi. Não vem com sarcasmo pra cima de mim. Mas tá... sobre sábado, aceito sim. Ok. Sim senhor.
Haja coração para aguardar até o bendito sábado livre de imprevistos que atrapalharam os dois por três semanas arrastadas.
Vó doente de Alex. Hospital. Virose. Gripe. Parente de Caetano visitando. Mesma virose no patrão. Chefe sentindo culpa ao ver Alex gripado com os olhos lacrimejantes e a voz fanha.
As caronas e um selinho desajeitado vez ou outra era o que podia rolar entre ambos febris e de atestado por três dias. Alex aceitou o abraço quente dos braços potentes que lhe puxaram para que se aninhasse no peito amplo. Caetano teve saudade do mais jovem nos dois dias em que se afastou para se recuperarem e enfim, o encontro que fora adiado por vezes, aconteceu. No caso, o apartamento do chefe foi palco do início do namoro deles. Mesmo que ainda nem chamassem de namoro.
Caetano não pegou leve e usou uma colônia refrescante, camisa social aberta na frente, calor de novembro, calça folgada, pés descalços no tapete peludo... Alex apreciando levemente tímido os dotes do homem que chegou muito perto.
— Nossa! Esses pelos todos devem dar um calor extra... — dizendo isso, mergulhou os dedos afundando-os nos pelos grossos.
— Pode realizar todos os teus fetiches com meus pelos... eu deixo... fico parado...
— Oxi, homi, não pare não.
Enfim, ele tascou um beijo em Alex à sua maneira apaixonada, louco pela boca, pelo corpo e o carinho de seu secretário.
— Se é assim, vou te pedir em namoro.
— Se for assim, paro de lhe maltratar... um pouco.
— Sendo assim, namorando, deixo que me maltrate, mas cuide de mim como tem feito.
— Vou cuidar de você.
O que não mencionaram, é que Alex está cuidando de Caê há mais de dois anos. Ainda não estão morando juntos, mas está nos planos de ambos. Cuidando um do outro, terminaram de escrever esse pequeno romance e após postarem, provavelmente vão namorar gostoso pelo resto de tarde...
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Neste daqui pretendo escrever um bônus quente dos velhos tempos. Afinal, preciso deixar o homenageado com água na boca. Quem sabe uma cena a là Braz e Túlio?
( ) Sim
( ) Com certeza
( ) Já devia ter escrito
( ) Não! Chega de safadeza.
( ) De jeito nenhum! Cadê a privacidade deles? Obrigado.
( ) Ver ao vivo na "cam"
kkkk, brincando tá. Vocês que decidem, vou escrever de qualquer maneira. Beijão♥
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