Três da Manhã
Tenho sede
E preciso ir ao banheiro
Olho a hora e o terror foi imediato:
Três da madrugada!
Me cubro por inteiro e tento dormir
Mas a vontade não passa.
Sem opção, saio do meu quarto. Escuridão.
Não poderia acender luzes
Senão os parentes rudes acordariam.
caminho tremendo que nem criança
Temendo pelo reflexo do espelho
E os demônios que atacariam sem receio.
Ah! Maldita internet e seus dizeres!
Traumatizado desde a infância
Fico paralisado na sobrenatural circunstância
Cada sombra e ruído são grotescos
Vivo um romance gótico
De vampiros e espíritos exóticos.
Abro a geladeira, pego a água
Num só gole a estraçalho
E corro para o banheiro rápido,
Este que fica ao final do corredor.
Tensão. Fecho a porta. Ah, faça-se a luz!
Eis um rápido descanso do terror.
Acima da pia, encaro no espelho
Os olhos vermelhos, cabelo despenteado
Testa franzida usual,
Chateação. Boca incapaz de sorrir.
Olheiras de dias sem dormir
Esse é o Raimundo atual.
Me sinto uma criatura noturna
O autêntico retrato de um fantasma
Vivendo a meia vida isolada
Refletindo aqueles tempos de rosas soturno.
Não mais retornaria
O fantasma que abandonou sua folia.
Deixo meus devaneios
E sou envolto em um novo clímax:
Apagar a luz do banheiro
E voltar ao quarto.
Estaria vulnerável.
Precisaria correr.
Respiro fundo, coração a mil,
E voo suando frio.
Escancaro a porta do quarto
E penso ouvir fortes batidas!
Deito na cama, ainda inquieto
Pois monstros podem estar perto.
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