Onde não Somos Ilhas

Estou em uma casa

Minha antiga casa.

Grita uma caixa d'água

No prédio ao lado.

Sou menino, me assusto.


Mas então percebo que flutuo

E esqueço dos ruídos do mundo.

Nado para o teto da sala

E a observo como se fosse nada,

Os móveis iguais a como eu lembrava.


As cores pastéis me confortam

O céu rosa parece mágico lá fora

E mesmo o pagode alto de domingo

Faz eu me sentir em paz comigo.


No chão, vejo um irmão mais novo

Vestido em roupas juninas.

Ignoro o fato de ser filho único.

É uma antiga versão minha, que não engole o choro.

Enternecido, o levo para os céus, onde o acalmo,

Um trocar de afeto entre nossos olhos claros.


Vejo meus amigos se divertindo.

Dou a mão a uma moça que nunca vi.

Há estrelas faiscantes aludindo

A emoções que nunca senti

E gotas de chuva cheirando a carmesim.


Venha, amor, ao mundo dos sonhos

Onde não vivemos tristonhos

Onde não somos ilhas

Em que ninguém se atira

Das nuvens duma noite que partira.

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