Meu único refúgio eficaz nesse mundo irreal.

Acompanhar os sofrimentos sem fim das personagens

Enquanto tento entender o sentido das mensagens

É o jeito para esquecer onde estou ideal.

São tantos livros para ler

E tão pouco tempo para o fazer

Sem nem citar os preços

Que só são salvos pelos sebos...

Então por que ler, sofrer assim?

Ah, esqueço o vestibular

E me deixo imaginar

Um mar de histórias sem fim!

Nos livros, tudo tem sentido

E até ao ilógico é dado propósito

Pois existir torna-se ato político

E o vazio de sofrer torna-se lógico.

Mesmo quando uma obra intriga

Fortalecendo a dúvida da própria mente,

Ao menos me incomodo com o que me afligia

E satisfaço meu eu lírico no fim do dia.

Falando nele, por que esses picos de inspiração

Só surgem quando não estou livre da obrigação!

Agora já fazem horas

E preciso pôr os pensamentos para fora.

Isso cairia bem para um poema?

Pouco importa.

Todas as ideias são valiosas moedas de troca

Para uma mente valsando com seus problemas.