Ah! Aqueles Bons Tempos
Tenho um pêndulo
Atado ao meu peito
Que frívolo
Legitima meu desespero
Pelo tempo e seus espinhos.
Vejo corredores da minha infância
Multicolores, em caótico movimento
E rostos fantasmas em ressonância.
Me sinto velho na minha juventude
Em amargurada, saudosista atitude.
Ah! Aqueles bons tempos
De sonhos lindos e infindos
Onde crescem oníricos campos
Em que o pêndulo não anuncia
O futuro incerto que se pronuncia.
Tínhamos o mundo.
Vasto, vasto mundo
"Você pode ser tudo, Raimundo"
Me diziam com afeição
Antes do pêndulo sufocar o coração.
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