Afogado em Macchiato
Noite infinita de penúria
Incessante angústia
Que mais sobrou de mim?
Não quero seguir assim,
Quero prazer!
Pois só isso posso ter.
Levanto da cama em meu querer
Já sentindo o gosto na boca,
A cafeína é minha salvadora!
Cambaleio silencioso
Procurando o filtro e os grãos
Esforço doloso da tentação.
Enquanto ferve a água
Não mais me sinto barroco.
Como vapor, se vão minhas mágoas
Água caindo no café torrado purifica
Minha mentalidade de tolo
E seu cair na xícara, alegria indica.
Superfície negra reflete incerteza
Um olhar que vagueia
Pelos vales da razão.
Um gole. Não mais sofre.
A tristeza, o café golpeia
Agora me sinto por inteiro!
Gole a gole, consumi meu tudo
Mas o desejo não foi satisfeito
Então fantasiei um macchiato
E mergulhei nele.
Que felicidade impossível!
Meu coração pulsava em giros.
Eu quero me afogar em macchitato!
Prazer fácil, prazer fácil
Com você, meu azul fica bronzeado!
Descarrego todas as tensões do momento
Mas o delicioso prazer tem fim
E logo eu estou de volta ao princípio:
Uma noite infinita de penúrias
E incessantes angústias.
Nada sobrou de mim.
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