XX. O ômega tendo uma surpresa
Capítulo 20 - O ômega tendo uma surpresa
➼ Pode conter gatilhos na carta, quando ela chegar - depois de 🐺👗-, sugiro para quem for sensível pular o passado de Mari e Taehyung e ir para a primeira aspa (") que é a continuação feliz dela.
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Trajando um conjunto de moletom cinza e tênis brancos confortáveis, aos quais acabei de colocar rapidamente, pois antes de ir trabalhar preciso dar uma passadinha no dr. Oh, vou até minha moto, colocando o capacete preto que estava em minha mão e a ligando.
Eu tinha que ir ao consultório na próxima quinta-feira para conversarmos e meu médico fazer o relatório sobre o que eu estou sentindo com o experimento da retirada de supressor do meu organismo. E exames fazemos de mês em mês, porém, como vim me sentindo mal a semana passada inteirinha, entrei em contato com ele e vamos fazer alguns agora para saber se é o chá que eu estou tomando constantemente que está dando efeito colateral ou um mal estar e, se fosse, qual medicação tomar visto que não posso com qualquer uma - vai que na composição tem algum item químico relacionado ao supressor e atrapalha todo nosso trabalho de meses de justamente tirá-lo de mim -. Por isso, nós concordamos em nos ver hoje mesmo sendo segunda.
Cheguei em seu consultório e não demorou que fosse encaminhado para sua sala.
— Bom dia. — diz ele, me cumprimentando com a mão.
— Bom dia, doutor. — me sento em sua frente, na cadeira branca de sempre.
— Como está se sentindo?
— Como mencionei no telefone, eu me sinto nauseado após comer ou tomar o chá e ontem comecei a vomitar.
— Quando foi o último cio do Jimin?
— A cerca de um mês.
Eu não costumava guardar muitas lembranças de cios, sejam meus ou os dele, mas esse eu lembro detalhadamente porque foi a vez que o meu heat adiantou vindo junto com o seu rut. Para completar, tinham dias que andávamos ocupados, então não estávamos nos vendo. Resultado: nós transamos cheios de saudades por todos os cômodos da casa. Foi intenso. Ah, só de lembrar de abrir a porta e tê-lo me agarrando com tanto desejo, nos fazendo trombar nos móveis enquanto nos despimos euforicamente. Ah, as coisas que fizemos… Que tesão!
— Jungkook?
— Desculpe? — eu coro um pouco por ter flashes passando pela minha mente e estar tão focado neles que esqueci do médico.
— Eu perguntei sobre o seu cio.
— Ah, sim. Dessa vez adiantou e ficamos os dois juntos. — eu queria a sorte do meu ser regulado como a menstruação mas não está se mostrando ser, ao menos vem apenas uma vez entre os dois ou três meses - o comum - até porque se fosse sempre minha vida estaria comprometida e teríamos que arrumar maneiras dele ficar estável.
— Certo, vamos fazer os exames mas eu já imagino o que seja.
— O que? — pergunto, sem nenhuma dedução em mente.
— Você pode estar esperando um filhote.
Sabe quando você ouve o que lhe foi dito mas paralisa, demorando a processar a informação pois o fato parece algo distante demais para acontecer assim, de repente?
— Se isso for uma brincadeira pode parar. — o assunto gravidez é sério pra mim e ele como meu médico deveria saber, afinal, é o que está desde o início na luta comigo.
— Eu não estou brincando. No entanto, como não posso dizer com certeza absoluta antes de ver, vamos fazer o exame de sangue e o teste de fertilidade desse mês de novembro. — aperta um botão em seu tablet para que a enfermeira venha e me leve à sala específica.
Eu fui. Eu fiz. Agora os resultados estavam em minhas mãos trêmulas pois eu me sentia nervoso.
Eu não imaginei que pudesse engravidar tão cedo devido as minhas complicações, uma gravidez estava bem longe da realidade para mim e nós sempre fomos cuidadosos… Mas, dessa vez, ficamos fora de nós, agindo por instinto e tanto desejo que pode ter acontecido de sequer lembrarmos de preservativos. Pode não, aconteceu.
Eu não sei o que pensar, nem o que sentir. Se a resposta for mesmo essa, devo achar bom ou ruim? Porque eu posso ter complicações leves, medianas, graves. Pode se acontecer aborto espontâneo. Ou ele pode sofrer. Eu posso sofrer. As pessoas ao meu redor também. Podemos morrer… As partes ruins me preocupam.
No entanto, ao mesmo tempo, seria uma grande realização, pois eu tenho vontade de ser pai, sentir a gravidez, colocar um lupino no mundo ao menos uma vez. Uma porque desde a descoberta da minha situação, a adoção entrou com tudo nos meus pensamentos e nas minhas vontades.
Aéreo, entrego os resultados ao dr. Oh que os analisa com calma. Vejo surpresa em seus olhos.
— O chá das ervas que tanto pesquisei, preparei e testei, funcionaram. Veio uma melhora pouco a pouco, porém, dos últimos exames mensais para esse, subiu consideravelmente. Aqui diz que sua taxa está em trinta por certo sendo que você tinha cinco! — dá para ver que está incrédulo pelo seu trabalho ter funcionado mas ao mesmo tempo muito feliz. — Não é um grande pico de probabilidade de conceber um feto, vocês estarem no período fértil juntos ajudou bastante. Não é certeza que seu corpo vai manter mas certamente é menos arriscado do que seus quadros anteriores. E é provável ter alguma complicação pois se em uma gravidez comum pode haver, em seu caso mais delicado é ainda mais suscetível. Mas vamos continuar acompanhando de perto que estou confiante que dará tudo certo.
— Então quer dizer que eu estou mesmo grávido? — pergunto só para confirmar. Às vezes o óbvio é difícil de se aceitar.
— Sim. Meus parabéns!
Alguns minutos depois chego no trabalho ainda sem processar muito bem a notícia. E trabalho aéreo pois estava pensando mil e uma possibilidades do que poderia vir a acontecer Também pensava nas reações dos lupinos ao meu redor, principalmente de Jimin.
Quando a ficha de fato caí de que eu engravidei e agora só restava confiar em Deus para que ajude no melhor, já estava em casa.
Meu instinto é criar um grupo de conversas com todos que eu considero meus amigos, mas sem Jimin pois acredito que ele mereça saber pessoalmente.
Você criou o grupo "Estou surtando!"
Eu
|Oi
|Não dá para ver porque tem apenas um mês mas eu sou um ômega grávido
Josh
|Até parece
Jin
|Quem está te fazendo zoar de nós?
Nam
|Seulgi
Gi
|Ei, não vivemos fazendo aposta. Foi só aquela dele subir de cargo e eu fiz ele dizer algo leve
Hobi
|Dizer que ele terminou com o Jimin não foi algo leve ;-;
Joo
|Credo, rolou isso?
Gi
|O Jungkook não aceitaria brincar com algo que o afeta tanto
Yoon
|Pois eu te vejo como naja desde aquele dia e ele é uma najazinha que atua bem foi tão realística que mandou áudio chorando
Nam
|Terminar com o amor da vida dele afetaria muito sim!
Eu
|(Exame em PDF)
Diana
|Irraaa
|O cunhadinho vai ter mesmo um bebê!!!
Nam
|PQPKJAKAIWKKSKSKAKLLAKJ
Jin
|Chocado
Josh
|Chocado estou eu. Como assim o Jimin te prenha do nada sendo que você me disse ter dificuldades. Ele tem um esperma especial e super penetrável é???
Diana
|JayJay, não vá implicar com o Jimin por ciúmes. Foque que vai ser titio ^-^
Eu
|Pode parecer do nada mas nós dois ficamos no cio ao mesmo tempo e foi meio que impossível pensar
|Como eu não posso tomar remédio pra evitar bebês para não aumentar mais a medicação do supressor no meu organismo e o chá do doutor Oh estar limpando os resquícios e aumentando a minha fertilidade… Aconteceu
Seulgi
|Por isso você estava tão fora de si hoje no trabalho, não prestando atenção em nada
Tae
|Então não é brincadeira?
|Eu sou tio-avô?
|Eu vou ter um infarto!
Yoon
|TioAVÔ e infarto andam juntos
Eu
|Pesado gatinho hahaha
Yoon
|Eu gosto é da maldade u.u
Joo
|Eu serei titiaaaaa
|Meu irmão já sabe?
Eu
|Contarei hoje a noite
|Não aguentei meu surto aqui e tive que mandar pra vocês antes
|Por favor, mantenham segredo
Hobi
|Sei de nada. Grupo com uma baita novidade? Nunca vi
Nam
|Mas vocês estão bem?
|Tem risco?
Eu
|Estamos e risco sempre tem. É confiar em Deus para que seja feito o que for melhor para mim, eu vou entender se não for para ser agora…
|Se for para ser jamais, tudo bem também. Eu me sinto confortável sabendo que existe adoção :3
Jin
|É isso aí, Kookie
|E estaremos sempre contigo para o que der e vier ♡
Choveram confirmações. Sorri, sentindo o peito quentinho devido ao carinho deles.
Logo, eles começaram a deduzir como seria a reação de Jimin. Meu irmão queria até vir de Seul, onde está morando com Diana desde que se formou, para cá só pra ver.
Rolaram apostas:
Seulgi e Joshua disseram que ele ia desmaiar;
Taehyung, Hoseok e Diana afirmaram que ele surtaria do tipo ficar incrédulo, depois muito feliz, me encher de beijos e ficar incrédulo de novo;
Jooeun, Namjoon e Yoongi afirmaram que ele faria uma declaração de amor para expressar a alegria;
Seokjin acredita que ele vai chorar como um bebê de tanta emoção.
Eu preferi não opinar, mas certamente fiquei pensativo com as hipóteses tanto positivas quanto negativas. Mesmo que eu acredite que essas últimas não encaixem com ele. E ansioso. Fiquei muito ansioso enquanto me arrumava e o chamava para um piquenique em sua Árvore Mágica em frente a lagoa, sob a luz do luar.
Deixei de ir à academia malhar com ajuda do Hobi. Aliás, dançar sensualmente com Jimin depois de estar tendo relações com ele, provaram não funcionar. Nós nos entregamos demais e, bem, achei melhor deixar pra dançar com ele apenas em particular. Logo, fiquei somente com meu treino diário com aparelhos.
Como fui para o local mais cedo, pude enfeitar a árvore com piscas-piscas, estender o pano vermelho, colocar almofadinhas de coração espalhadas ali em cima junto das comidas e os itens para comê-las. Fora me escorar no tronco, ficar olhando a lagoa com patinhos e relembrar como foi nosso primeiro encontro.
Eu comecei a ter mais interesse nele após esse dia pois gostei de conversar, ver de perto como era seu jeitinho bobo e engraçado quando estava criando nomes idiotas para minhas comidas ou quando acabou despertando a ira do pato que na verdade era ganso. Pude ver mais do seu lado precioso, que vem do interior lindo, pela forma de me tratar com cuidado e do jeito que cantou para mim. Pude ver o quão leve e gostoso era estar junto dele e meio que pedir para ficar com ele.
E lembro de ficar olhando para as crianças e adolescentes que estavam aqui com os pais ou responsáveis e desejar um dia poder ter um filho.
Talvez essa árvore seja mesmo mágica e de ouvir Jimin que sempre veio aqui pensar, desabafar, com sentimentos que muita das vezes me envolviam, e de ter notado meus desejos naquele dia, fora nosso primeiro eu te amo após ele me contar toda sua história romântica e eu dizer que o queria como meu companheiro como seu lobo sempre me quis, ela tenha entrelaçado de vez nossas vidas.
Estava perdido em pensamentos quando ele chegou já se sentando ao meu lado, sorrindo para mim com os olhos de avelã brilhando ao analisar o ambiente.
— Boa noite, lindo ômega, esperando por alguém?
— Você. — sorri, levando meus lábios aos seus e suspirando ao sentir que nos encaixamos com harmonia.
Ele segura meu rosto em suas mãos, me beijando lento e apaixonado. Quando nos afastamos o alfa continua uns segundos de olhos fechados, sorrindo bobo. Eu acho lindo notar o seu amor por mim. E é maravilhoso saber que me sinto da mesma maneira.
— Hoje é alguma data especial que eu deixei passar em branco? Por favor, diz que não! — faz uma carinha de cachorro abandonado com as mãos juntas em prece.
— Não, mas vai se tornar. — ele para por um instante, logo seu olhar se torna curioso.
— Você vai me pedir em casamento? — brinca, sendo insinuante e me cutucando a cintura, me fazendo rir por cócegas — Vamos, ômega. Se renda e diga a verdade. — também rio por ele estar rindo gostosamente, mesmo que da minha cara e das remexidas. E o maldito se empolga e continua, tento afastá-lo mas não consigo pela risada me deixar fraco. — Serei pedido em casamento simples por alianças ou por marca eterna?
— P-para! — o alfa sossega quando me vê chorando e sem fôlego.
Respiro fundo, limpando as lágrimas, notando que não sei como mas parei com a cabeça deitada em seu colo. Ele está sorridente, acariciando meu cabelo. O encaro bem e digo: — E se for?
— É só dizer que eu topo.
Isso me faz sorrir tímido. Afinal, tê-lo sorrindo amplo com os olhos me encarando fixamente, certo do que quer, e ele me quer, me faz ficar tão cheio de sentimentos e tão quentinho por dentro que sobe para minhas bochechas.
— Quando você me contou que sempre me quis, disse que me amava, e seus olhos mostraram que me queria como companheiro, bem aqui nesse lugar, eu assumi que também te queria dessa forma. Mas aconteceu todo aquele assunto com minha mãe, fiquei focado nisso e ocupado com a carteira, com o treino e cursos para me tornar gerente e acabou que não tocamos no assunto.
— Acredito que seja mais porque estamos confortáveis assim, simplesmente estando juntos.
— Também. Mas agora que você mencionou, eu notei que quero. Eu quero dar um passo adiante, nós não somos quaisquer parceiros, somos amantes e merecemos mais. — me ergo, me ajeitando sobre o pano para ficar ajoelhado em sua frente, ele tem no rosto um sorriso contido e um olhar cheio de expectativa — Lembro que disse a meses atrás quando chegou na formatura do meu irmão que se eu te quisesse por um mês, uma década ou cem anos, você ia ficar. Então eu peço que fique comigo pela eternidade — noto meu coração acelerando mais, a agonia da ansiedade gela meu estômago completamente, tenho sensação de estar passando mal, mas eu comecei e preciso terminar. Pego um de suas mãos, levando a minha barriga — Comigo e com o filhotinho.
Os olhos de Jimin se arregalam, a testa franze, ele murmura meu nome enquanto lágrimas se acumulam em seus olhos. Não demora a dar impulso, chocando seu corpo no meu, me abraçando apertado.
— Eu não acredito. — murmura, a voz deixando claro que ele está em um misto de sensações. Ele se afasta um pouco, fungando e sorrindo, quase parando de sorrir, e sorrindo de novo devida a surpresa e felicidade. — Eu não acredito que vamos ser papais!
— Nós vamos. — eu sorri.
— Oh, meu amor — segura meu rosto, me enchendo de selares empolgados e alegres e sorrindo até com os olhos. — Eu te amo tanto e estou tão feliz. Eu queria te dar minha marca aqui, agora, mas seu corpo não saberia lidar com ela e a gravidez então eu vou me contentar com arrumar os papéis por enquanto.
Eu rio, o abraçando. O que sinto no momento se resume a uma felicidade genuína.
De repente, noto algo.
— Ei, você tem que esperar, mas eu posso te ligar a mim. — não é muito comum, a sociedade ainda age de maneira antiquada ao ver que um ômega marcou um alfa e ele tem a virilidade julgada por ter permitido. Por que? Patriarcado alfilistico ridículo.
Ter conexão suficiente para se ligar a alguém é raro e especial, não são todos os casais que tentam ou que conseguem. Se há amor verdadeiro, vontade mútua e consentimento, o que tem? Nós ômegas também temos direito de escolher nosso parceiro, dar a nossa marca para fazê-lo eternamente nosso de corpo e alma.
Essa estrutura arcaica tem que cair. Estamos em séculos avançados, já se passou da hora de entenderem que isso é normal e super natural. E como meu hyung é livre e moderno, sua resposta não foi outra se não:
— Me marque, meu ômega.
Selo os lábios cheinhos com muito carinho, descendo para o maxilar bonito, beijando abaixo dele e deslizando a língua pela lateral do pescoço, encontrando a saída de seus feromônios cheirosos, esfregando a língua em círculos por ali. É uma área sensível então ele arfa e aperta minha cintura.
— Eu te amo. — murmuro, o mordendo e causando um grunhido. Mordidas costumam doer mas com o tempo vão se curando e trazem consigo ligação mental e emocional, que se torna forte e satisfatória.
Jimin me puxa pela nuca, me beijando do jeito que ele gosta - e algumas vezes não faz por estar com muita fome de mim - lento, envolvente, apaixonante. A sensação de beijá-lo contendo resquícios de seu sangue é estranha, porém, a maneira que ele move a língua dentro da minha boca, é delicioso.
Ao terminar com um selar, ele sorri adorável.
— Eu sinto que serei o alfa mais feliz, não do mundo como eu era, mas do universo a partir de hoje.
— Ah, Jimin-ah… — suspiro apaixonado, o abraçando. — Eu te entendo perfeitamente.
🐺👗
Mais uma carta de Mari. Dessa vez, ela teve a cabeça e coragem de contar sobre seu passado. Eu quase não tive para ler.
Eu me esforcei e fiquei completamente nauseado com tudo. Desde o fato de meus avós morrerem quando ela tinha cerca de quinze anos e tio Taehyung dez. Deles terem ficado na casa de uma tia que estava mais para megera exploradora de serviços infantis que os obrigavam a trabalhar como dois condenados em sua mansão e um tio tão ganancioso que foi capaz de vendê-los para um bordel.
Lá Mari defendia o irmão cinco anos mais novo com unhas e dentes e não aceitava que ele fizesse nada além de ajudar com a limpeza. Todavia, para isso, teve que fazer um acordo de aceitar calada o que lhe propunham e ficar sem o dinheiro que receberia ao obrigatoriamente se prostituir.
Ela foi abusada fisicamente e psicologicamente naquele local sujo e decadente. Daí que veio seu pavor de alfas, afinal, desconhecidos faziam coisas horríveis com a mesma. Daí que desencadeou pensamentos conturbados e atitudes obsessivas-compulsivas como se lavar, esfregar sua pele, sem parar, por sentir nojo de si e limpar cada centímetro do que seria seu quarto por sentir o ambiente sujo mesmo que estivesse brilhando. Daí que veio meu irmão.
Pois é. Bon-Hwa frequentava o bordel com o pai. Para Mari, ele era o menos pior já que a tratava com carinho e era gentil. Que Deus a perdoasse, mas até sentia prazer ao se deitar com ele.
A minha avó quando descobriu, ficou furiosa com o marido por estar levando o filho de dezesseis anos para um local desses e por ainda não aconselhá-lo, ocasionando uma gravidez de uma garota da mesma idade que não tinha família. Ela fez com que Bon-Hwa trouxesse Mari para casa e a mesma aceitou desde que Taehyung fosse junto.
A sogra era religiosa extremista, junto de Bon-Hwa, Mari aprendeu a ser devota a Deus e a igreja de forma fervorosa. Eis que meu pai se tornou um hipócrita e ela encontrou um tipo de refúgio, um local que poderia praticar seus atos compulsivos sem parecer estranha.
Quatro anos depois, eu vim ao mundo e foi uma festa visto que com a convivência a ômega aceitou o alfa, que a estava fazendo bem, acreditou em seu amor e pensou que pudesse amá-lo de volta. Fora que eu era ômega e a família toda queria um. Ela se empenhou em agradar a todos eles e a Deus, e focou em me criar o que acreditava ser da melhor forma possível.
Ela ficou tão concentrada na nova família que esqueceu de observar Taehyung que foi pressionado pelos novos primos durante um bom tempo até não ter mais forças e ceder. E quando chegou a contar, Mari não acreditou pois não queria acreditar que o protegeu tanto para no final acontecer justo o que ela não queria.
Taehyung com quinze anos, cansado de tudo, não sentindo parte daquela alegria, querendo dinheiro para se mandar e fazer sua vida, e depois de ter presenciado coisas e de certa forma aceitado que era normal, passou a ganhar grana fácil com sexo, a descontar toda sua frustração, ansiedade e estresse transando por horas… Aqui foi o marco para hipersexualidade despertar e com os anos passar a ser alimentada.
Ele foi embora após arrumar um sugar daddy fixo. Não antes de brigar com Mari que achava que ele estava indo obrigado e o mesmo jogou na cara dela o quanto gostava de transar e de ter dinheiro para fazer o que queria, que era melhor viver assim sabendo exatamente o que estava fazendo, do que brincando de casinha e se deixando controlar por um bando de religioso falso. Aqui ela o viu como um ser completamente impuro, pecador, promíscuo, que merecia arder no inferno e alimentou o pensamento por anos até quando tio Taehyung, depois de sofrer com a doença que adquiriu e com relações falhas, voltou em uma versão melhor e a propôs ajuda psicológica para que ficasse bem também.
Ele foi negado e xingado tanto e por tanto tempo que desistiu pois não dá para ajudar quem não está disposto a ser ajudado.
Meu pai só atrapalhava com certos comentários e exigindo algumas atitudes também, que ela atacava porque na casa dele lhe foi ensinado assim. E a relação com ele, deu no que deu.
Eu só consegui sentir meu peito mais aliviado quando cheguei nessa parte:
"Não se preocupe, mesmo com essas feridas dolorosas, ainda estou empenhada em continuar a superar o passado e a relação tóxica até se tornarem só meras cicatrizes. Eu conversei em inúmeras cartas com Taehyung. Ele me perdoou. Agora eu preciso me perdoar para seguirmos em frente."
Então veio uma novidade que nunca imaginei ler:
"Sabe, eu estou me sentindo muito bem esses dias. Por isso consegui contar meus traumas ao seu irmão e a você.
Eu descobri que o amor tem cheiro do mel que Taehyung e eu comíamos puro ou nas panquecas dos nossos pais na parte feliz de nossa infância. Tem cabelos castanhos curtinhos, olhos hipnotizantes e um sorriso alegre que contagia. O amor é gentil em todos os momentos e gosta de me fazer cafuné quando vem me ver todo dia às três da tarde e me relaxa tanto com ele que eu durmo serena sem precisar de remédios. Eu encontrei o amor em um metro e quarenta, Jungkook.
Me sinto assustada pois vai além de toda minha compreensão e sei que ainda tenho muito caminho para percorrer antes de qualquer coisa mas estou satisfeita por finalmente poder ter esse sentimento gostoso que deixa meu peito quentinho como era sempre que meus pais e meu irmão me abraçavam.
Agora eu posso entender o que você sente pelo alfa que tanto fala para mim: um amor genuíno e único."
Sorri, pegando uma caneta e papel, dizendo que isso é lindo. Eu estou curioso para saber quem está tomando espaço em seu coração. E sobre o passado, eu sinto muitíssimo. Mas ela está no caminho certo de buscar superar, de seguir em frente, mesmo sendo tão terrível e ter deixado marcas dolorosas, pois Mari está com quarenta e um anos e ainda tem muito o que viver, desfrutar nesse mundo, e é melhor fazer isso estando em paz.
Escrevi que tenho uma grande notícia a qual não queria dar por carta mas será melhor assim pois não podemos adivinhar sua reação caso eu ligue.
Em resumo, as coisas com o dr. Oh deram certo. Eu engravidei. Vou ter um bebê. Eu estou preocupado pelo lado delicado que pode complicar mas muito alegre. Alegre também por ter marcado meu alfa. E porque iremos nos casar em breve.
Desejo que ela continue evoluindo e que fique estável constantemente, quem sabe assim, pudesse sair um pouco do hospital de preferência para ir me ver subir ao altar e então, o dia que promete ser o mais feliz da minha vida, ficará ainda mais.
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