XIII. O ômega sendo cuidado
➼ Só pra lembrar que ômegas não precisam menstruar porque já tem cio pra lidar mas nessa fic, nesse abo, eu quis que menstruasse porque era uma estória hétero e fazia sentido e eu não quis retirar do enredo.
➼ Boa leitura!
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Capítulo 13 - O ômega sendo cuidado
Jimin e eu estávamos devorando a segunda pizza, bebendo vinho, enquanto assistimos O Bom Dinossauro.
Eu fiquei muito sensível com o filme, me senti abalado em várias partes até o final. Não sei se foi efeito do álcool mas eu chorei como um bebê nos braços do alfa que me abraçou quando viu que eu estava ficando mexido e ficou fazendo carinho para ver se eu controlava a emoção.
— Foi um ótimo desenho. — diz ele assim que termina.
— Não gostei. — faço bico, o vendo rir.
— Não gostou por que te fez chorar?
— Exatamente! Estou me sentindo sensível até agora. Ainda bem que não vi esse filme sozinho se não estaria na bad total.
— Você é um bebê. — esfrega o nariz no meu, eu sorri de leve. — Já está tarde. — comenta, levantando. — Eu tenho que ir pra casa. — com seu aviso meu bico volta a retornar.
— Fica. — eu não estou querendo ficar sozinho essa noite. Será que o álcool me deixou mesmo todo sensível e carente?
— Eu tenho que acordar cedo para ir ao banco.
— E eu tenho que ir trabalhar, podemos sair juntos. Por favor, fica e dorme comigo. — ele fica me olhando, provavelmente pensando, em um silêncio que está me matando por dentro.
Então a resposta finalmente vem:
— Tudo bem.
— Eba! — pulo nos braços dele — Você é o melhor lupino do mundo! — levanto os pés, lhe dando beijinhos pelo rosto atrapalhadamente, o fazendo gargalhar.
— Acho que é o contrário, uhm? — pergunta, segurando meu rosto em suas mãos, fixando nossos olhares. Eu sorri, aproximando de sua boca gostosa e o selando demorado.
Arrumamos a sala e fomos para o meu quarto. Ele é o primeiro alfa que entra nele mas, surpreendentemente, eu não estou preocupado.
— Tem uma escova de dente reserva? — assento, se uma coisa que eu garanti nessa casa foi ter itens reservas pois vai que um dia precise como agora.
Agarro sua mão que é muito agradável de segurar, o levando para o banheiro, mostrando onde ficam as coisas e também a escova que me pediu.
O deixei lá, indo até o guarda roupa procurar alguma peça para emprestá-lo.
Encontrei um moletom básico, larguinho, que Jin havia me emprestado quando eu estive em sua casa. Ele devia servir. Minhas roupas não caberiam, claro, sou bem mais baixo e menos musculoso.
Para mim, pego um pijama de calça e blusa de mangas longas porque o clima deu uma esfriada.
— Terminei. — diz ele.
— Eu encontrei esse moletom, era do Jin, ele é largo e pelo meu amigo ser mais alto que eu, acho que te serve.
— Você se preocupou com isso? Que gracinha. — me dá um beijo na bochecha. Eu coro, informando que vou escovar os dentes.
O faço, me trocando no banheiro, retornando e podendo constatar que a roupa ficou bem nele.
Ajeito a cama, não brigamos pelo lado dela como eu esperava, Jimin foi logo para a beirada e eu para o canto. Ele deita no travesseiro mas logo se senta, o pegando no colo e amassando, enquanto não fica confortável não sossega.
— Boa noite. — me dá um beijo na testa. É tão fofo e terno. Gostei. Sorri, desejando boa noite também.
Apago a luz. E saber que o corpo grande e quente do alfa está ao meu lado, não me deixa pregar os olhos. Não porque eu estou com medo ou algo do tipo, mas porque eu queria senti-lo.
O clima frio está deixando meu corpo mais frio que o comum de um ômega, me aconchegar nele parece uma boa ideia. Por isso, eu vou chegando de mansinho, deitando mais perto, depois ponho a cabeça em seu ombro. Como Jimin é esperto, ele logo entende o que eu estou tentando fazer então me abraça e eu passo uma das pernas por cima de seu quadril, ficando agarradinho nele e envolto em seu calor.
Durmo sereno.
Sinto uma mão quentinha na minha cintura, balançando meu corpo devagar, enquanto lábios macios beijam meu maxilar indo para a orelha.
— Já é hora de acordar, Kook-ah. — a voz soa grave, rouca, recém desperta. Eu me sinto bem em ouvi-la. Aliás, é fofo a forma como fui chamado.
Permaneço quieto, encolhidinho como uma bolinha em seus braços me sentindo todo quentinho e... Protegido. Como a muito tempo eu não sentia.
— Vamos, meu bem. Está na hora de começar o dia, uhm? — esfrega a pontinha do nariz na minha bochecha e eu sorri preguiçoso. Pelo visto Jimin é todo cheio de apelidos e dengosidades quando acorda.
Ele ameaça levantar, mas seguro seu braço, o forçando a continuar grudadinho em mim.
— Eu preciso ir ao banheiro.
— Yah, eu queria mais carinho. — me viro, o olhando.
— Então você estava acordado mas quieto pra eu continuar? Que sacana. — me acusa e eu ri. — Eu vou lá rapidinho, já volto.
Assento, vendo ele deixar o quarto.
Olho para a janela onde pelas frestas a luz solar adentra, iluminando o cômodo. Viro de lado, enterrando meu rosto no travesseiro que ele dormiu. Tem seu cheiro. É gostoso. Queria poder ficar aqui o dia inteiro, quem sabe sentindo direto do dono, mas tenho que ir trabalhar.
Suspiro.
Hoje é o primeiro dia em que me encontro muito preguiçoso, do tipo com um baita desânimo chato que me faz querer só ficar na cama. E eu ainda me sinto carente, portanto, o desejo é ficar aqui agarrado ao alfa.
Qual o meu problema? Sinto que estou estranho.
— Voltei! — diz, pulando em cima de mim.
— Você é pesado. — reclamo, o empurrando para o lado.
— Está me chamando de gordo? — estreita os olhos.
— Estou te chamando de corpo com grande massa muscular definida e ossos pesados que amassam meu corpinho sensível. — ele gargalha, me dá um beijinho na bochecha e se desculpa por brevemente me amassar. — Tudo bem. — me espreguiço fazendo careta ao sentir minha barriga doer. Deve ser a pizza de ontem. Eu comi demais. Usei toda minha força para levantar. — Se não souber cozinhar, peça algo na padaria aqui do lado, o cartão está na caixinha ao lado do telefone da sala.
Me levanto, mas Jimin me chama.
— Uhm?
— Aqueles dias chegaram. — franzo o cenho, porém, entendo perfeitamente quando ele aponta para o lençol... Está sujo de sangue.
Eu não acredito. Não acredito. Não acredito. Não acredito mesmo! Fiquei sem essa merda por vinte e dois anos, poderia vir a qualquer momento, mas tinha que ser justo hoje, agora, na frente dele?
Minhas bochechas enrubecem. Eu nunca senti tanta vergonha assim. Por desespero, saí correndo, entrando no banheiro e me fechando lá. E chorando. Eu não sei se de tanto embaraço ou por não saber como olhar na cara dele depois, eu só quero chorar.
Batidas na porta me fizeram assustar e por consequência dar um salto.
— Jungkook? — ele me chama, parece preocupado. — Está tudo bem?
— Vai embora! — eu não me sinto bem, eu estou com vergonha mesmo lá no fundo sabendo que não preciso estar e chorando por isso e nada disso ao mesmo tempo. Sim, confuso.
— Ei, por que você está chorando?
— Isso nunca aconteceu antes. — murmuro, mas concluo que ele está usando sua alta audição visto que me respondeu.
— Você menstruar ou chorar? — os dois ao mesmo tempo.
— Eu tomei supressores a minha vida toda! Eu não posso mais usar e veio hoje! — justo na sua frente. Mas poderia ser pior. Já pensou se fosse na rua sem lugar para resolver a situação?
— Tudo bem. Você sabe o que fazer? Quer alguma ajuda?
— Como um alfa macho me ajudaria? — ri, incrédulo.
— Não se engane pensando que eu não sei de nada. Eu tenho familiares com útero em casa. Sei de muita coisa. Uma delas é que você deve estar cheio de hormônios que podem te deixar com as emoções confusas. É por isso que você está chorando assim, certo?
— Uhm... Eu a-acho que sim...
— Fique calmo. Respira fundo. E inspira. — vou o acompanhado nessa até que me acalmo, o choro e a vergonha diminuem bastante.
— Eu vou tomar um banho. — aviso.
— Certo. Eu vou fazer o que você me pediu. Qualquer coisa me chama.
Com pouco que eu ia chamar ele pra me ver sangrar. Não chegamos a esse nível de intimidade. Nego, tirando a roupa e indo para o chuveiro.
Fico um bom tempo aproveitando a água quentinha, pensando que foi por isso que estava tão carente, que comi tanto ontem, chorei horrores com um desenho, senti dores estranhas na barriga e estou com uma preguiça fodida. Tudo faz sentido... Ah, merda! Eu esqueci de entrar em contato com o doutor. Preciso telefonar ou mandar uma mensagem pra ele para ver sobre remedinhos.
Só por conta disso que me obrigo a sair do banho gostoso. Me seco, pego os pads no armário do banheiro... Mas eu não tenho roupa aqui. Fecho os olhos com força. Não acredito que vou precisar do alfa e, mais, que ele vai mexer nas minhas coisas principalmente na gaveta de roupas íntimas. Inferno. Hoje esse dia está terrível.
Chamo por Park que logo aparece. Constrangido, peço que pegue uma muda de roupas pra mim e explico onde estão as peças. Ele não demora. Abro minimamente a porta, pegando os itens em sua mão.
— Eu tentei as roupas mais confortáveis porque sempre me disseram ser as melhores para esses dias.
Observo. Ele tinha pego tudo leve e larguinho. Maldito de alfa tão fofo e legal.
— Eu vou provar essa teoria. — coloco um pad específico para ômegas machos na calcinha do jeito que manda as instruções.
Quando olho para baixo afim de vestir, praguejo. Eu sujei minha perna e o chão. Fala sério! Vou ter que ir para debaixo da água de novo! Que ódio!
Irritado, me lavo novamente.
Dessa vez, após me secar, não tenho contratempos, consegui me vestir e até que não era uma sensação completamente esquisita como pensei que seria. Dava para acostumar.
Ao sair do banheiro, dou de cara com Jimin que está em frente a porta, me esperando. Desvio o olhar, encabulado, pois não sei tanto sobre ele a ponto de me sentir confiante que não vai zoar da minha cara. E só de pensar que existe essa hipótese meus olhos se enchem de lágrimas. Estas que ficam prontinhas para derramarem.
— Kook-ah — diz, vindo até mim e segurando meu rosto em suas mãos. — O que foi, uhm? — sua voz soa doce o que, por algum motivo, bagunça meu peito.
— Você vai rir de mim?
— O que? Não. Por que eu faria isso? — o encaro vendo sua expressão confusa e a sinceridade costumeira de seu olhar.
— Por eu... Ah, você sabe.
— Por você acordar menstruado? Qual o problema? É algo natural do seu corpo. Não tem porquê eu rir ou pegar no seu pé. Sei que alguns alfas machos babacas podem lidar de forma infantil, mas eu não sou um deles. Se algum dia encontrar com um, mande ele ir estudar porque além de faltar maturidade, falta conhecimento. Ou simplesmente ignore porque esse tipo de alguém não merece nem um por cento do seu tempo. Assim como quem lida com isso tentando te reprimir, não merece ser ouvido. Não se reprima. Não se envergonhe. Não deixe que falar sobre menstruação se torne um tabu. Porque é algo normal. Não tem porquê se acanhar, ok? Ou até mesmo esconder como era no passado. Você tem um útero e menstrua mesmo, e daí?
Eu não consigo evitar o sorriso. Não após concluir que Jimin é um alfa precioso demais.
— Obrigado. Vou me acostumar com o que você disse, mesmo que demore um tempinho. — garanto. — Assim como irei me acostumar com as chatices de estar menstruado.
Ele sorri, pelo o que pude entender é um sorriso satisfeito.
— Tem umas coisas chatinhas, mas nada que você não possa lidar. Agora vamos tomar café?
Assenti, um pouco mais animado.
— Você fez? — pergunto, me servindo de ovos mexidos com bacon e algumas frutas.
— Eu não sou um grande chef, mas sei me virar. — dá de ombros, depois pega um copo, enchendo de suco e pondo na minha frente. — Bom apetite!
Sorri, começando a comer e, nossa, está gostoso. Bem temperado. O elogio, com isso Park fica bobo pelo resto do café da manhã.
Troco o lençol, pondo o sujo para lavar, e me arrumo para o trabalho ao que o alfa cuida da louça após ter insistido para o fazer.
Antes de sairmos, ele se troca também, vestindo sua roupa de ontem. Nisso mando mensagem para o doutor e, para minha infelicidade, ele disse que os estoques do remédio natural para cólicas estão em falta. Fora que ele quer ver como será o meu ciclo e se ele for normal é um bom sinal. Logo, caso sinta algo, terei que aguentar até passar. Os dias são relativos mas variam entre três dias a seis, sete, e eu preciso de um ciclo regulado. Agora é torcer para que eu fique menstruado por menos dias possíveis e sem muitos sintomas.
Tranco a porta do apartamento, sentindo a fonte latejar.
— Está tudo bem? — acho que fiz careta sem perceber.
— Minha cabeça está um pouco dolorida.
— Ah, eu sei de um bom remédio. Posso te dar uma carona e passamos na farmácia.
— Eu não posso tomar nada. Ordens do meu médico.
— Então eu não sei o que podemos fazer. — sua expressão fica para baixo.
— Vai ficar tudo bem. — sorri de leve, dando um selar em seus lábios atraentes. — Vamos?
Ele parece se animar. Yoongi está certo em dizer que Jimin é um bobão. Mas como este afirmou no piquenique: é um bobão legal.
🐺👗
É horrível trabalhar com medo de me sujar, também estando sensível do tipo que qualquer comentário ou comparação com a massagista da outra sala me afetava - isto é recorrente mas antes eu não me abalava -, para completar tive mais clientes que nos outros dias então fiquei muito cansado o que deixou a dor de cabeça pior.
A salvação do meu dia foi ter Park constantemente me perguntando se eu estava bem ou se eu precisava de algo, só para ter certeza como disse ele, ou mandando vídeos de animais sendo engraçados depois que reclamei estresse. Eu via um toda vez que tinha um intervalo e me sentia mais leve para continuar o dia de trabalho.
Quando o expediente termina, dou graças a Deus. Em seguida, bate o desânimo de pensar que preciso caminhar até em casa. Eu preciso mesmo tirar carteira e comprar algum veículo. Seulgi está de folga hoje então adeus carona. Foi o que eu pensei até sair e me surpreender com Jimin ali, escorado em seu carro, mexendo no celular.
— Eu estou tão exausto que estou alucinando? — pergunto, ele de imediato larga o aparelho e vem até mim com um grande sorriso.
— Imaginei que estaria exausto mesmo então vim te buscar.
— Você é um anjo! — o abraço, sorrindo.
— Só com você. — abaixa a cabeça, alcançando meu nariz e dando um beijinho de esquimó. Eu não sei o significado de tudo isso, mas eu gosto.
No caminho até meu apê lhe conto o quanto meu dia foi mais difícil que os outros que tive no SPA. Ele escuta meu desabafo com atenção. Me sinto bem. Jimin anda me fazendo muito bem.
— Quer entrar? — pergunto, ainda que planejasse tomar um banho longo e capotar na cama.
— Sim.
Deixo minha bolsa no sofá, tirando o blazer comprido e me jogando sobre o mesmo.
— Meu Deus, dói tudo, a cabeça, as costas, as pernas, e eu acho que as cólicas começaram. Dá para acreditar? — choramingo, cobrindo o rosto com o braço. Ouço ele se aproximar, abaixar e me descobrir.
— Eu posso cuidar de você. — não é uma pergunta. Eu pensei em dizer que não precisava que ninguém cuidasse de mim porque sou independente e não ia morrer por menstruar, mas o brilho ansioso em seu olhar me fez assentir.
Sorridente, Jimin me dá outro beijinho de esquimó e sai pela casa, me deixando confuso.
Após um tempo, ao qual eu quase cochilei, ele volta, para minha surpresa me pegando no colo e eu agradeço porque não estou afim de ficar em pé, tinha a impressão que isso deixaria as cólicas mais doloridas.
Park me leva para o banheiro. Ele tinha preparado a banheira que está com um vapor e muita espuma.
— Você quer ficar sozinho? — concordo, preguiçoso e surpreso demais para falar alguma coisa. — Vou fazer algo para a gente comer.
Assim que ele sai, busco deixar a preguiça de lado. Tiro a roupa, coloco o pad em sua caixinha vazia anti odor e jogo no lixo, as roupas foram para o cesto, entro na água quentinha, suspirando pela sensação deliciosa dela e da espuma na minha pele.
Como a água é muita, o fluxo se torna nada e praticamente não aparece. Porém, mesmo assim, busco não ficar muito tempo por ali até porque se continuar vou dormir.
Tive que passar no chuveiro pois assim que levanto, me sujo. Isso é um saco. Mas até que consegui me sentir um pouco relaxado. Quando sai me sentia melhorzinho, apesar da dor chata no pé da minha barriga. Me seco, preparo o pad, e me visto pois Jimin deixou a calcinha e um pijama bem confortável ali.
Ando até a cozinha. Ele sorri ao me ver chegar.
— Precisa de ajuda?
— Não, está tudo tranquilo por aqui. Fique quietinho para descansar, sim? — fala, continuando o que está fazendo.
— Posso tirar um cochilo enquanto espero?
— Se não for atrapalhar sua noite de sono...
— Não vai.
— Então tudo bem. Daqui a pouco te chamo.
E eu tento dormir, mas estou me sentindo incomodado. Pelas dores. Por algo desconhecido em meu peito que me fazia querer chorar sem motivos. Então fico rolando na cama até Jimin aparecer, sentando ao meu lado e me chamando para ir comer.
— Não. — resmungo manhoso, cobrindo o rosto com a coberta.
— Mas você precisa comer alguma coisa.
— Eu estou me sentindo mole, sem vontade pra nada e dói tudo. — choramingo.
— E se eu te alimentar? — me descobri, o fitando, ele possui o mesmo brilho ansioso no olhar de mais cedo.
— Você disse que ia cuidar de mim, isso é cuidar, então...
Ele praticamente sai correndo, voltando com uma omelete de kimchi.
Eu me sento e Jimin, paciencioso e doce, vai me dando a comida na boca enquanto diz que está preparando um grande festival de dança para daqui alguns meses por isso agora tem uma folga durante a semana para organizar as coisas e que vai aproveitar estar adiantado nisso para poder vir aqui, cuidar de mim. Ah. Eu preciso admitir para mim que ele é um amorzinho!
O alfa foi lavar a louça, eu escovo os dentes e volto a me deitar. Meu corpo está cansado, minha mente está cansada, mas mesmo de olhos fechados e quietinho, eu não consigo dormir. Ainda mais depois que uma dor foi se espalhando pela minha barriga, me fazendo encolher, virar de todas as formas, porém, sem sucesso de alívio.
Ela foi ficando cada vez mais forte. É como se me apertassem por dentro. Algo parecido com a dor do cio mas esta é pior, mesmo assim não deixa de ser incômoda.
— Jimin-ssi... — manho assim que o vejo entrar no quarto.
— Me chame de hyung. — assento — Cólica? — assento novamente, apertando os olhos. — Tem bolsa de água quente?
— Está no banheiro, é só encher.
— Já volto.
Para minha alegria ele não demora.
— Deita de barriga para cima. — mesmo sendo melhor estar encolhido de lado, o faço. — Licença. — diz, levantando a blusa do meu pijama e abaixando um pouco da calça. Ele coloca a compressa ali.
Me deixando surpreso outra vez ao selar minha pele exposta. Não só uma vez. Ele me olha e vai distribuindo selares por toda parte próximo a minha pélvis, subindo para minha barriga. Toco sua cabeça a fim de afastá-lo mas... Eu acaricio, o incentivando a continuar e fechando os olhos.
Suspiro por sentir seus lábios macios, molhadinhos, me beijando... Me... Distraindo. É isso que ele faz. Sutil. Com calma. Sem maldade. Subindo até meu rosto, dando beijinhos e acariciando minha pele com as costas dos dedos.
Quando menos espero, melhora.
— Está piscando sonolento. — comenta ainda me fazendo carinho.
— Dorme comigo, hyung? — peço um tanto manhoso. Ele sorri de leve, assentindo.
— Qual a melhor posição para você?
— Conchinha. — porque encolhidinho de lado a dor não me afeta em exagero. E assim ele pode me abraçar todinho com seu corpo grande.
Então o tendo acarinhando meu cabelo enquanto eu estou quentinho, aconchegado e leve, finalmente pego no sono, me sentindo bem e protegido.
🐺👗
A semana se segue comigo provando na pele os sintomas da menstruação. Eu me mantive desanimado, dolorido e cansado. Mas eu tenho Jimin. Ele cuidou de mim durante esses dias e eu fiquei melhor por causa dele.
É ótimo acordar sendo abençoado com seu jeito carinhoso, fofo e cheio de apelidos doces. Então nos arrumavamos, tomavamos café da manhã e ele me deixava no trabalho onde durante o dia me enchia de mensagens, assim como vídeos para melhorar meu alto astral, na intenção de me fazer ficar bem. O Park me buscava, me deixava em casa, continuava a trabalhar e dez da noite voltava com marmitas de comida de algum restaurante bom. Nós jantávamos, víamos um filme agarradinho ou alguma coisa na TV e por fim íamos dormir de conchinha.
Nos aproximamos muito nesses dias, já não estamos sem jeito um com o outro, temos uma maior intimidade tanto é que ele me chama de Kook-ah e eu o chamo de hyung.
De fato a amizade está acontecendo. E todos meus amigos estão surtando com isso.
Jimin
|Lembra de eu ter convidado você e seus amigos para a Agust'D ver meu show?
Eu
|Lembro sim
Jimin
|Ele vai acontecer amanhã
|Apareçam por lá :3
Eu
|Combinado
|E você ainda me deve uma bebida
Jimin
|Eu tinha me esquecido, Kook-ah
|Mas eu vou pegar ela pra você
Eu
|Espero
Jimin
|E como você está agora?
Eu
|Bem ^-^
|Com a linda noite de sexta, a menstruação se foi e meu ânimo voltou
|Amém
Jimin
|Hahaha
|Então não preciso ir para sua casa
Não mas eu... A verdade é que me adaptei bem tendo ele aqui nesses dias, cuidando de mim e me dando carinho. Não estou me sentindo dependente dele, mas gosto de sua companhia.
Eu
|Vamos sair
Jimin
|Tudo bem
|Onde quer ir?
Eu
|Não faço a mínima ideia
|Eu só quero fazer algo diferente
Jimin
|Vou tomar um banho e vou até aí
Eu
|Certo
Preciso começar a me arrumar pois irei demorar mais, ainda mais que hoje preciso lavar e secar o cabelo.
Tiro os esmaltes da mão e do pé já descascados, tomo um banho longo, me seco, gastando alguns minutos para o cabelo. Passo uma maquiagem marcante por conta do esfumado nos olhos que descobri gostar muito, um batom vermelhinho e por ouvi-lo entrar - o emprestei a chave reserva essa semana - escolho a primeira roupa que está na minha frente que é um macacão vermelho de tecido, canelado, que a parte de cima amarra no pescoço.
— Hey, Kook-ah, posso entrar?
— Pode. — ele adentra o quarto enquanto eu corro para encontrar alguma sandália legal. Pego uma preta, confortável, que tem um saltinho. Meu cabelo foi todo para frente quando a prendia, levanto, os jogando para trás e sorrindo em direção de Jimin que parece... Afetado. — Eu só vou colocar alguns acessórios.
Aviso, pegando brincos na caixinha de jóias e indo até o espelho, colocando e no processo admirando meu reflexo, estou muito lindo.
Em seguida escolho uma pulseira simples, brilhante.
— Coloca pra mim? — pergunto. O alfa assente, pondo o item no meu braço.
— Você está lindo.
Ele diz e um sorriso nasce em meus lábios.
O observo melhor. Park tem o cabelo repartido ao meio como de costume. Também como de costume o mesmo colar. Sua blusa é branca, listrada, mostra a clavícula e parte do peitoral. Traja uma calça jeans e nos pés um sapato preto comum.
— Você está um gato. — ao aproximar, noto que seus lábios estão reluzentes, selo, sentindo gosto de melancia. Sorri mais ao ver que a boca dele ficou um pouco vermelhinha e a minha parece ter pego um pouco do gloss transparente. Já vejo que no fim dessa noite, vamos fazer bagunça.
— Pronto?
— Pronto.
Nós saímos por aí, sem saber ao certo aonde íamos. Mas a fome bate, logo paramos em um restaurante onde comemos peixe enquanto bebíamos vinho e conversávamos de tudo e nada ao mesmo tempo.
— Não acredito. — gargalho com sua história de infância.
— É sério. Eu achava que era uma vaquinha por conta do pijama que meus pais me deram. — ri. — Não tirava ele de mim, era um custo para lavarem, e eu fazia todo mundo falar a língua do "muh".
— Língua do "muh"?
— Muh eu gosto muuhito de peixe grelhaduuh. — eu ri muito, mas na realidade é fofo como ele faz biquinho pra dizer "muh". E biquinho nada porque seus lábios cheios parecem maiores assim. Quando criança devia ser ainda mais adorável.
— Acho que o muh merece um beijinhuh. — disse rindo, juntando nossos lábios. O alfa sorri largo.
— Agora sua vez. Me conte uma coisa marcante de sua infância. — bebe mais do vinho.
— Basicamente eu era impedido de fazer tudo. Sempre fui. Não tenho muitas lembranças boas que ficaram marcadas.
— Mas deve ter uma coisinha, não?
— Acho que ser mais próximo do meu irmão. A gente brincava muito, eram altas diversões, mesmo que minha mãe tentasse impedir porque dizia que ele ia me machucar por ser alfa. E nós paramos, nos distanciamos, porque eu me acidentei. — suspiro, me sentindo um pouco mal. — Fomos na casa de alguém, escapamos com a filha do casal porque ela tinha uma casa na árvore e queríamos muito conhecer uma. Mas quando eu cheguei lá em cima, escorreguei, ele tentou me segurar só que eu caí. Quebrei o braço. Desmaiei pela dor. Quando acordei estava em casa e minha mãe pela primeira vez estava gritando, colocando a culpa no meu irmão. Nunca mais ele se aproximou de mim.
— Nossa... — ele está com o cenho franzido, parece se sentir mal com a história também.
— Viu? Eu não tenho lembranças que me marcaram de forma boa. Quer dizer, eu tenho, mas sempre termina em brigas e repressões vindas de Mari.
— Isso é triste.
— Ah, é só não ficar remoendo porque o passado já foi. — dou de ombros, tomando mais vinho.
— É mais próximo do seu irmão hoje em dia? — nego.
— Não mantemos contato. A gente se esbarrou na entrada de Agust'D mas não nos vimos mais. — o que é uma pena.
— Busque se aproximar dele. Por algum motivo, sinto que você quer isso.
— Eu fico sem jeito. Ele tem a vida dele e não liga muito para a questão família, sabe?
— Mesmo assim acho que deveria tentar.
— Vou pensar nisso. — garanto.
Não demoramos a pagar a conta e sair do restaurante.
— Devíamos ter programado algo para não ficarmos perdidos. O que a gente faz? — pergunto olhando para o céu escuro, repleto de estrelas brilhantes e lindas. Fico sem resposta então o miro, ele está me encarando todo aéreo. — Jimin?
— Desculpa, me perdi na sua beleza. — eu sorri com a sua sinceridade. — O que disse?
— O que fazemos agora?
— Vamos... Vamos repor sua aula! — pega minha mão, me levando até o carro.
— Como assim repor minha aula?
— De bachata.
— Oh... Então... Nós vamos dançar?
— E muito. — sorri.
Park nos leva até a Body Empire que está fechada, porém, ele tem as chaves.
Demos a volta, entrando pelos fundos, indo até sua sala onde o alfa liga as luzes.
— Bolsa. — pede. Entrego. Ele a deixa próxima do som que não demora a ser ligado.
Eu não acredito que estamos aqui, nessa sala enorme com espelho, sozinhos, quase meia noite, planejando dançar daquele jeito envolvente ao qual me lembro bem.
O toque da música sensual inicia e, ah, meu lobo fica ansioso. Eu achei que ele tinha passado dessa fase mas não. E basta Jimin aproximar para o nervosismo me corroer por dentro.
Suas mãos vem suavemente para minha cintura.
— Lembra do que eu te disse da outra vez?
— Evitar pensar e só sentir. — ele assente, começando a se mover. Acompanho mesmo que um pouco atrapalhado.
Decido fechar os olhos, buscando a calmaria em meu interior, ficando solto e permitindo que ele me guie como deseja.
Os passos que começam leves vão se tornando mais elaborados. Fomos aproximando gradativamente, nossos peitorais estão colados, sua perna está entre as minhas e nos movimentamos sensualmente, vez ou outra ondulando, vez ou outra chocando os corpos.
Abro os olhos, vendo sua face séria, sexy, próxima a minha. Nossas respirações estão se chocando, é excitante. Excitante como nossos olhares penetrantes fixos um no outro. Excitante como nossos corpos se movendo eroticamente no ritmo da música.
Eu sinto desejo. De continuar me movendo, de beijá-lo, de me entregar à aura quente e sensual que nos envolve...
Não sei dizer quem de nós aproximou, só sei que no passo seguinte estamos nos beijando com tesão.
Pela primeira vez Jimin domina o beijo, o fazendo ser bem mais voraz que o costume. Nossas línguas se enlaçam tendo o sabor de vinho tinto, é quente, gostoso, realmente excitante. E ele domina meu corpo, apertando minha cintura com força, deslizando as mãos pelas laterais das minhas coxas, e me dando impulso. Pulo em seu colo enquanto nos beijamos com todo fogo presente em nós.
De fato não estamos pensando. Só agindo na intenção de sentir.
Minhas costas se chocaram contra o espelho e eu arfo.
Ele volta com uma das pernas para o meio das minhas e me coloca sentado em sua coxa.
Gemo quando seus lábios carnudos tocam meu pescoço, beijando minha pele com a língua, fechando os lábios, sugando... Porra! Eu sou mesmo sensível aqui. Me sinto latejar lá embaixo e a lubrificação já começa a vazar. E ele sabe que eu estou sendo afetado, por isso, continua a chupar meu pescoço por todo lado.
— Ah, hyung...! — puxo os fios loiros, rebolando em sua coxa, sentindo o slick se espalhar. Ele rosna, o que me faz estremecer de tesão... E um pouco de medo.
Oh, não. Por favor, Jungkook, não o afaste. É o Jimin, o alfa que cuidou de você essa semana e conquistou sua confiança. Não tem porque temer.
Respiro fundo. Ele para no mesmo instante, me encarando. Aos poucos suas pupilas vão diminuindo e ele retoma a sanidade.
— Me desculpa. — me põe no chão. — Eu me deixei levar e... Eu esqueci... Eu só...
— Tudo bem. — sorri de leve. — Eu estou bem.
— É melhor eu te levar pra casa.
Diz já indo desligar o som, me entregando minha bolsa, e desligando as luzes.
— Ei, aqui não tem câmeras, tem? — pergunto.
— Tem na frente e nos corredores da frente. — então foi por isso que entramos e estamos saindo pelos fundos.
O silêncio toma conta do carro. Jimin está sério, estranho, acho que remoendo o acontecido ou pensando em algo que não faço ideia. Vejo que o problema é comigo quando chegamos e ele mal me olha pra se despedir de mim.
— Muh, por que está assim? — ele sorri fraco por eu ter usado "muh" então balança a cabeça.
— Eu sou um idiota. Não devia ter te atacado daquele jeito. Agora você está com medo, não está? — franze o cenho, chateado consigo mesmo.
— Eu aprecio a sua preocupação. — toco sua nuca fazendo um carinho sutil. — Mas não fique assim. Eu estou bem. Você não se deixou levar sozinho. Foi a primeira vez que um alfa me agarrou daquele jeito e pela primeira vez eu gostei. Aliás, você tem uma pegada maravilhosa. — ele segura o sorriso autoconfiante. Ah, o tal ego alfa que ama ser elevado. — Apenas tenho minhas limitações que em certos momentos vão nos obrigar a parar. Mas com o tempo superamos isso. A prova é termos ido mais longe hoje.
— Então você não pensou em me afastar nem que por alguns dias? Por eu ter... Sabe, ter errado em rosnar. Ou talvez procurar outro alfa... — por que ele está pensando desse jeito? Por que parece não estar a fim de um fora, ainda que eu não cogite essa ideia?
Respondo a sua pergunta pegando sua mão e trazendo para minha coxa, o fazendo apertar.
— Eu confio em você. É o único alfa que me faz sentir leve e bem. Um momento ou outro que eu me assustar ou algo assim não é nada. Não vamos fazer disso um motivo para nos distanciar. Eu não pretendo te deixar tão cedo. Você ainda tem muito para me ajudar e muito para me fazer sentir. — puxo sua nuca, trazendo seu rosto para perto e o beijando.
A mão na minha coxa sobe, indo para meu rosto ao qual ele segura, movendo os lábios em uma lentidão gostosa até sentirmos que é hora de parar.
— Então está tudo bem entre nós? — ele quis confirmar.
— Tudo bem entre nós. — ele abre um grande sorriso, satisfeito. — Te vejo amanhã.
— Certo. Boa noite! — acena, o faço de volta, logo adentrando a portaria e indo para meu apertamento.
Me olhando no reflexo de um vaso da sala vi que não tínhamos feito tanta bagunça com batom e gloss porque como nos alimentamos acabou saindo boa parte.
Logo estou no quarto onde tiro a sandália e a roupa, me jogando na cama, pensando o quanto Jimin é bobo. Ele não precisa ficar receoso. Eu não senti o medo que ele pensou. Não teve nada, eu só levei um sustinho.
Se não tivéssemos parado, até onde iríamos?
Eu não sei. Eu só sei que fiquei eletrizado com nosso momento. Foi intenso e maravilhoso. Mexeu com meu interior. Também me dá vontade de sorrir como estou fazendo agora olhando para o teto.
Uma pena que tivemos de parar, não é?
No entanto, tenho noção que fui bem mais longe do que antes. Deixei ele comandar, o que foi significativo. Depois dessa semana estou confiando mais nele. É um progresso e eu tenho fé que vou progredir ainda mais.
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