VII. O ômega no heat

Capítulo 7 - O ômega no heat 

Eu tenho consciência de que meu cio está próximo - meu corpo está começando a sentir os sintomas como carência, sensibilidade aos cheiros e toques - assim como eu sei que estou com medo de simplesmente não conseguir passar por ele por ter de fazer coisas que ainda não pratico e temo. Então ali me encontro, na sala da psicóloga Boyeon após remarcar a minha consulta para alguns dias antes do previsto. 

— Jungkook, você voltou! — disse a beta, animada em me ver. — Vem cá. — me dá um abraço amigável. — Como você está?

— Bem. — dou uma risada sem graça. — Tirando esse probleminha que vim falar contigo. E você?

— Eu estou ótima! Sente ou deite no divã, o que te deixar mais confortável, sim? — pede, me indicando o sofá de veludo cor vinho. Opto por sentar, escorar, e esticar as pernas. Ela ficou numa poltrona à minha frente. — O que anda te afligindo? 

— Lembra que te contei sobre estar mudando? — ela concorda. — Tudo tem dado muito certo para mim, mas agora eu meio que tenho de passar por uma das piores coisas e ela me afeta muito, eu não sei o que fazer ou, melhor, eu tenho medo de tentar, de falhar, porque não lido muito bem com isso e... Não sei... Sinto como estivesse regredindo, voltando com todos os medos e paranóias que queria deixar longe. — a encaro, inseguro.

— E sobre o que nós estamos falando? — sorri gentil, me incentivando a continuar.

— Eu tenho vinte e dois anos e nunca passei por um cio. Eu tive consequências por conta disso, agora preciso passar por ele para ter uma chance de tratamento, sabe? 

— Sim. — anotou alguma coisa em uma folha. — Me conte um pouco sobre o ambiente em que você cresceu.

— Eu nunca havia prestado atenção, mas cresci com minha mãe me reprimindo, incluindo sexualmente, então me tornei apavorado com qualquer coisa que seja sexual. Não só por timidez, é um grande medo que se tornou um obstáculo. Eu me travo todo e repúdio mesmo tendo em mente que não é ruim como sempre imaginei que fosse. Então quero saber como se faz para perder o receio e me soltar porque eu quero conseguir passar pelo cio. — vou direto ao ponto.

— Primeiro devo dizer que é normal por um lado termos a impressão de estarmos cada vez mais no controle de nossas vidas e por outro vermos algum incômodo que nos faça repensar esse fato. Mas os obstáculos podem ser atravessados. Segundo, eu gosto da sua atitude. Você reconhece que tem limitações e busca resolvê-las e isso é ótimo para você, já é meio caminho andado para que tenha suas realizações. Seu espírito de evolução é lindo.

— Obrigado. — sorri, um pouco tímido. A timidez eu estou conseguindo controlar e superar cada vez mais pois foi algo induzido com o tempo por conta de tanta repressão, todavia, agora tem a pior parte. Ou é o que meu subconsciente está dizendo.

— Sobre o medo, ele é importante por um lado como por exemplo: se não fosse por ele, iriamos colocar a mão no fogo sem sequer cogitar que pode ter complicações ou atravessar a rua numa avenida movimentada também sem temer as consequências. Mas quando se trata de medo bobo, esses que nos limitam, é uma questão de buscar táticas para impedir que ele te domine, pois eles impedem o crescimento. Porém, acredito que você já deve ter notado isso.

— Sim.

— Nós aprendemos a viver com o medo porque temos desejo de continuar na zona de conforto, sendo sãos e salvos, seguros, porque as coisas parecem mais fáceis de lidar evitando riscos por não querer parecer bobo, sair machucado, enfrentar a rejeição ou falhar. Mas já parou para pensar que se nos livrarmos disso, o quanto podemos conquistar e o quão longe podemos chegar? O medo de se arriscar nos reprime e impede de pensar positivo que "eu vou passar por cima dessa insegurança e vou conseguir!" para nos fazer perder a esperança e ainda ficar sempre com um pé atrás de "não vou conseguir, mas é melhor assim". Não. Não é melhor assim. Se você quer de verdade, tem que se manter firme. Ainda que seja difícil, ainda que precise de uma prática constante. Então eu te pergunto, você deseja mesmo superar isso?

— Sim, eu quero muito. — garanto.

— Pois só depende de você mesmo, Jungkook. — sorri. — Está tudo na sua mente e é ela que você precisa trabalhar. Sabe, também aprendemos a viver com medo desde a nossa infância, por causa de experiências traumáticas ou das mensagens negativas que vemos por todos os lados, com cada pessoa que esteve ao nosso redor. O cérebro guarda momentos, sensações boas e ruins, então diante de algo o inconsciente alerta o perigo, desencadeando o receio. E, embora não seja uma escolha nossa, somente nós podemos enfrentar e tirar os medos de nossas vidas. Você tem que encontrar a raiz de onde começou, entender o porquê você se sente assim, porque quer superar e ter garra, pois para conquistar suas metas você deve passar pelo o que te causa medo. Deve ser corajoso, ainda que o medo esteja presente, bater de frente com aquilo, pensar positivo, para aí começar a ver que não precisa temer, nem se segurar, que consegue sim fazer ou viver de tal modo e pode ser realizado no seu propósito seja ele qual for, entende? 

— Sim... E eu sei o que me fez ser assim... A minha mãe abomina muitas coisas, dentre elas estão alfas e sexo, ela me criou para detestá-los e eu tentei, mas eu tenho atração por alfas. Eu quero ter alguém no futuro para dividir minha vida e entendo que antes de encontrar essa pessoa eu preciso me encontrar, eu tenho que saber o que gosto e o que não gosto, porque antes tudo era premeditado por ela, eu nunca tive tanta vontade própria como agora e eu realmente estou tentando lidar com isso. Só que... Eu não sei... Eu estava tão confiante, indo bem com tudo, agora sinto que a estrada a qual eu andava sumiu e estou perdido outra vez. Bem, na teoria tenho que enfrentar meus medos, mas quando me deparo com eles, eu não me solto, todos os ensinamentos que tive até então parecem se perder e eu fico assim: perdido. E frustrado. É horrível. 

— Seu inconsciente o trava. — conclui. — Qualquer que seja o medo, a base é a insegurança e preocupação, mesmo que de imediato você não perceba lá no fundo é isso que está comandando. Geralmente ambientes rígidos, conservadores, ou quando a educação familiar deixa a desejar, há o fato da falta de informações corretas o que desencadeia mais tarde os temores e receios, no seu caso sobre sexo. E pelo o que pude notar, sua mãe, além de rigorosa, guardou os medos que ela mesma adquiriu e te influenciou a ter parte deles. Então você se encheu de tabus, vergonha e até culpa por sentir desejo sexual, o que te faz evitar essas coisas. Sendo assim, ainda que queira mudar, sua inibição está presente.

— É exatamente isso. — murmuro, brincando com meus dedos. 

Estou surpreso por ouvi-la dizer que minha mãe possui seus problemas relacionados à medos, mas até que faz sentido. Acabo despertando uma certa curiosidade do que a levou a ser assim. Será que meus avós a reprimiam também? Ela possui traumas? Quais?

Ah, não vou pensar em Mari. Nesse momento eu preciso continuar egoísta e concentrar em mim. Mamãe tem sua própria vida então ela que busque evoluir seus pensamentos e atitudes para conquistar sua própria realização.

— Não tenho muito conhecimento com você então não posso dizer o grau do seu medo, mas como precisamos de algo mais rápido por conta do seu cio, vou te aconselhar e ver se dá certo. Se não, teremos outros métodos mais específicos para que esse medo vá embora, tudo bem? 

— Sim.

— Bem, é normal ficarmos receosos com o que desconhecemos, por isso, antes de se permitir, quero que estude. Pesquise. Analise. Se familiarize com a situação. Tenha a determinação inicial e pouco a pouco vai executando, assim você vai conhecendo aquilo cada vez mais, vai perdendo a sensação de estranheza e conseguindo ficar mais confiante. É executando devagar que os resultados vão surgindo e vão te gerando a prova que, sim, você consegue fazer. Lembre-se bem disso: é saindo da zona de conforto e enfrentando. Não é correndo, deixando para lá ou fingindo, que você passa a dominar o que quer. E, quanto mais você se superar, mais irá expandir sua autoestima também. 

— Certo.

— E eu quero que coloque em sua mente que sexo é natural e quando ambos estão de acordo ou você sozinho se permite, se torna delicioso, sim? — assento. Eu já ouvi algo assim vindo do Jin, preciso praticar a ideia. — Até porque é isso mesmo que sexo é: algo natural do nosso instinto, que permite sensações e além de conhecimento com o próprio corpo, pode trazer a intimidade com o outro e muita satisfação seja só ou acompanhado.

— Então eu só preciso... Tentar?

— Sim. Como disse, tudo está nas suas mãos, você precisa se empenhar para ir dissipando o medo e se tornando livre para cuidar bem da sua saúde sexual. Então primeiro estude, leia, veja vídeos de pessoas formadas em sexologia, vá captando como as coisas funcionam com seu próprio corpo, testando toques. Aprenda como é o cio, veja os brinquedos mais viáveis para te ajudar nessa época e como usá-los, ou como acontece quando se tem um parceiro, dicas de como fazer x ou y coisa da melhor forma. Enfim, todo o conhecimento que você foi privado de ter na adolescência e ir se adaptando aos poucos, quero que busque agora e vá se acostumando porque quando for a hora você não se sentirá perdido ou com medo. Você saberá de tudo e conseguirá mais coragem para ir até o fim, podendo descobrir que essas coisas não são nada demais. 

— Oh. Certo. Eu consigo! — disse mais para mim mesmo.

— Isso, seja otimista! Aliás, quando se ver disposto a enfrentar, não deixe a insegurança bater, não pense nas coisas negativas de sempre, tente não pensar em absolutamente nada, apenas se permita sentir ou no caso de pensar que seja coisas positivas que te irão ajudar. No início pode ser estranho, você pode se sentir um tanto desconfortável mas se você passar por cada etapa, o meio será agradável e o final prazeroso de uma forma surpreendente. 

— Você acha que devo tentar praticar a mast... Ahn... — engasgo. — O ato de me tocar antes de ter o cio? 

— Será uma boa. Desse modo você poderá descobrir com calma as sensações e saberá o que fazer quando os sintomas do heat te atingirem. E, não se preocupe, está tudo bem se você recuar de primeira. As pessoas tendem a se desesperar ao não conseguir de primeira, mas tentar e falhar não é problema algum. Você só não pode desistir de ir se superando cada vez mais. A esperança move os lupinos e nenhum medo vale nossa parada, então dê um salto. Se atreva a se colocar nas situações que lhe causam insegurança, não espere pelo pior e sim pelo melhor, tenha paciência, respire fundo e dê esse pulo. Só dessa forma você aprenderá a ultrapassar os seus limites. Masturbação, sexo, enfim, são atividades como qualquer outra e juntando tudo o que eu lhe disse você vai conseguir. Você é capaz, você pode o que quiser, o segredo está aqui... — aponta para a cabeça. — Na mente e em como você trabalha com ela. Se continuar determinado como você está demonstrando, poderá atingir tudo o que deseja e ainda mais.

— Eu... Eu nem sei o que dizer. — eu estou deveras encantado. Finalmente pude entender o que devo fazer. — Obrigado, Dra. Boyeon. 

— Não há de quê, Jungkook. Eu espero que você consiga se superar e se realizar novamente e quantas vezes for preciso. — disse sorrindo, cheia de leveza e empatia.

— Eu também espero.

🐺👗

Passo os dias seguintes estudando sobre minha espécie e descobrindo mais a fundo como são os corpos dos demais lupinos também. Em resumo, aprofundei o que estudei superficialmente na escola sobre alfas, betas e ômegas, busquei o que tinha medo de saber e, agora que vi, pude começar a notar que, de fato, não é nada demais. 

Somos apenas seres que vivem normalmente como nossos antepassados humanos mas que tem um instinto animal na nossa alma que nos faz sermos mais fortes, termos os sentidos mais aguçados, podermos procriar com maior facilidade e nos transformar em lobos quando o perigo for grande demais, para nos protegermos melhor, principalmente quando fôssemos brigar. Mas isso é um tanto quanto raro. Não é comum ver alguém nos dias de hoje, mesmo que em perigo, se transformando e saindo por aí em forma de lobo gigante. Eu mesmo nunca o fiz, nem faço ideia de como é. Todavia, não dá para me usar como exemplo visto que tudo me era proibido e eu não fazia muita coisa da vida, não é?

Tanto que só agora, no auge dos meus vinte e dois anos, que fui descobrir que se tocar ou transar são coisas naturais. Que nossos instintos às vezes afloram e nos descontrolam, principalmente no cio. Mas o cio não é uma maldição. Consegue ser doloroso e complicado, porém, é necessário. Afinal, é nele que a taxa de fertilidade fica altíssima. No fim, apenas buscamos nos satisfazer por conta do nosso instinto animal ansioso por procriar. 

Não é obrigatório procriar toda vez - você só tem filhotinhos se quiser ou se acontecer algum deslize - o que faz o cio ser ligado ainda mais ao tesão e prazer. E faz muitos ignorantes, como minha mãe, saírem por aí falando merdas e traumatizando inocentes como eu.

No entanto, agora me sinto mais leve. Ainda temeroso por nunca ter sentido na pele, porém o diferente está sendo de um jeito bem melhor do que antes. E talvez eu também estivesse disposto a tentar deixar meu instinto me guiar.

Ao sair do banho, me seco como de costume e uso o espelho enorme que há no meio do guarda roupa para me olhar, aproveitando para analisar meu corpo com outros olhos. 

Chegando bem de pertinho a primeira coisa que noto são meus olhos, pretos, grandinhos, com cílios cheinhos e discretos, que observando com maior atenção, pude contemplar o brilho que contém devido a serem muito escuros as luzes refletirem dentro deles. É como se eu carregasse uma linda galáxia, cheia de mistérios tanto para mim quanto para alguém de fora desvendar. 

Uma mexa de cabelo cai nos meus olhos, a afasto, agora reparando nele que parece mais sedoso e radiante depois que fui ao SPA. Também tinha ficado mais bonito com o novo corte repicado, com os fios longos na nuca e não mais na altura do peito como sempre usei. Com meu cabelo assim, ele permite exibir melhor as minhas orelhas e elas são uma graça. Falando em exibir, trato de repartir as madeixas, deixando um espaço maior para mostrar minhas sobrancelhas bem desenhadas. 

Tomando o foco para meu rosto outra vez, vejo meu nariz. Ele é grandinho mas deixa meu rosto todo proporcional. Minha boca possui um desenho único, lábio superior bem demarcado e inferior cheinho, ela tem uma cor rosada, quase vermelha, que a deixa ainda mais chamativa. 

Eu tenho um rosto muito lindo. Foi isso que concluí. Sorri diante da constatação, vendo as marquinhas de leves covinhas surgirem em minhas bochechas. Reparo que meus dentes da frente são avantajados mas me deixam com um sorriso único e maravilhoso.

Me analisando mais pude ver a clavícula marcada, o peitoral um pouco mais largo só que não tanto quanto um alfa ou beta, tudo porque eu sou um ômega macho e justamente por isso tenho uma mistura de detalhes másculos e delicados no corpo. 

Falando em delicado, meus pequenos mamilos pareciam ser, assim como a minha cintura fina. Oh, ela é tão linda! Minhas coxas fartas também são. Minhas pernas, meus pés, meus braços, meu torso, meu rosto, todo meu corpo é. Só para confirmar, viro e, olhando por cima do ombro, observo as costas um pouco largas com uma coluna bonita e um traseiro excelente. Sim, eu de fato sou lindo. E ultimamente me sinto ainda mais. Talvez seja porque essa mudança está fazendo efeito. Talvez, não. Com certeza. Até porque antes eu tinha dificuldades em achar algum detalhe bonito em mim, tanto é que Hana vivia me elogiando e nunca cheguei a acreditar. Não com a intensidade de agora. 

Pois bem, Jeon Jungkook está se amando. E isso é sensacional!

Pego um hidratante específico e passo pelo meu belo rosto, assim como um de lábios. Depois pego o creme corporal, de plano a também hidratar a pele como eu normalmente faço antes de dormir. Ponho um pouco do item nas palmas das mãos, passando pelo pescoço e acabo pensando em fazer diferente dessa vez. Movido pela a atração que eu estou sentindo por mim mesmo, ouso ir me tocando lentamente, sentindo os dedos acariciarem minha pele com calma... Com isso senti meu corpo se arrepiar. É diferente, mas não ruim. Decido continuar, indo de um ponto a outro, até a nuca. Sinto mais arrepios quando volto e toco na área lateral do pescoço. 

Me olhando no espelho, capto meus movimentos de deslize, agora usando as unhas por ambos os lados, passando por essa zona sensível, até os ombros, e tive que puxar o ar entredentes tamanha eletricidade que foi enviada a cada cantinho de mim.

Decido pegar mais do hidratante e vou descendo mais um pouco, espalhando suavemente pelos meus braços, tocando minha clavícula, deslizando as palmas pelo o peitoral, passando por cima dos mamilos, escorregando pela cintura, indo acariciar a barriga. Volto com as unhas, às passando lentamente pelo quadril e subindo, sentindo mais e mais daqueles arrepios... Quando chego aos mamilos, curioso e me deixando levar pelo instinto, os massageio, quase soltando um som constrangedor pois eles são as partes que mais me arrepiaram, eu até me sinto pulsar lá embaixo. 

E, pela primeira vez, paro de pensar e só me permito continuar a sentir. 

Em um movimento impulsivo, aperto os pontos marronzinhos, mordendo o lábio forte ao que meu pênis pulsa com vigor e eu me deparo com a minha testa franzida e a boca aberta, numa careta de excitação. É a primeira vez que acontece e eu me assusto, portanto, deixo os mamilos de lado.

Calma, Jungkook. Tenha calma.

Respiro fundo, me recompondo e pego mais hidratante, apoiando a perna na cama e passando as mãos por toda ela, por trás e numa das bandas, assim como na segunda perna e outra parte do bumbum, finalizando nos pés de unhas arrumadas como as unhas das mãos que andei me tocando. E falando em tocar... Existe uma parte que está pedindo por atenção depois que acabei me... Qual seria o termo? Acendendo? É. Acho que posso usar esse.

Me sento na cama, buscando dissipar a vergonha e não pensar negativo. Eu estou sozinho e ninguém precisa saber que eu gostei de me sentir excitado, nem que vou tomar as providências para me aliviar. Não tem nada demais em se descobrir e se acariciar intimamente, você deve experimentar!

Aproveitando a minha motivação, finalmente dou atenção ao meu pênis. Ele está ereto e ficando úmido. Se fosse antes eu o ignoraria, mas agora devo admitir que estou curioso. Toco a fenda meladinha com o indicador, estremecendo. Ah, é muito mais sensível do que eu imaginava. Rodeio essa parte com o dedo, espalhando a gosminha, sentindo o pé da barriga esquentar e meu corpo tremer. 

Pego o hidratante e passo nas mãos, então envolvo o falo na palma e fecho, movendo vagarosamente e... Oh! Que sensação é essa? Minha boca entreabre no mesmo instante e eu arfo. Me assusto de novo, porém não ouso parar. Meu instinto pede para continuar e meu corpo agradece pela escolha.

O calor foi aumentando, assim como o movimento em punho e eu passo a ofegar, pulsar, cada vez mais, e o lubrificante começa a sair do meu interior exalando um odor forte de sândalo junto dos feromônios.

Me ajeito na cama e abro as pernas. Curioso, retomo a minha imagem no espelho e vejo direitinho meu pênis excitado e meu orifício pulsando, liberando meu slick que escorre até pingar na cama. 

Meu lado instintivo age e no passo seguinte eu estou tocando o buraquinho com a ponta do dedo médio, rodeando e me sentindo hesitante se devo penetrá-lo ou não. 

Vou forçando, voltando atrás, até conseguir coragem e pôr ao menos ponta. Meu pau lateja e eu estremeço. Agindo por impulso, vou enfiando mais do dedo, quando chega ao final, fico um tempo receoso em mexer então só cuido do pênis que agora chega a babar de tesão. 

Eu não consigo pensar em nada, só sinto as sensações indescritivelmente gostosas que me deixam embriagado, ansioso por mais. Por isso, nem percebo quando passo a mover o dedo num vai e vem, só noto que estou quase explodindo numa euforia nunca experimentada. E ter a imagem no espelho de eu me dando prazer e me sentindo tão belo assim, não ajudou em nada do meu controle. 

Ah, que sensação deliciosa! Eu quero mais disso, dessa intensidade. Logo, busco acrescentar mais um dedo e quando o faço, toco, sem querer, um ponto que me fez gemer alto pela primeira vez. Surpreendentemente, não analiso o quão foi constrangedor. Estremeço com afinco e me empenho em ir com toda rapidez possível até não me aguentar mais. 

Arqueio as costas, gemendo novamente e sentindo tudo latejar com força, além do meu pênis expelir fortemente o gozo, fazendo meu corpo formigar e a cabeça girar... Tento continuar os movimentos mas meu corpo vibrava e se estava sensível demais então tive que diminuir os movimentos e logo parar.

Ofegante, todo molinho, sentindo um alívio e satisfação surreal, eu acabo sorrindo e virando de lado, dormindo todo relaxado, sem vergonha, totalmente inerte ao mundo. 

Eu me sinto flutuando nas nuvens do céu. Mas a imagem gravada na minha mente da minha expressão de prazer talvez não pertencesse a esse lugar. No entanto, eu não me arrependo do que fiz. Foi gostoso de uma forma indescritível. Vou até fazer de novo.

Tive ainda mais certeza quando acordo na manhã seguinte suando como se estivesse em uma sauna, em calor febril típico de heat.

Eu

|Estou entrando no cio
|Busque Yuki e Aya

É o que mando para Jin após me vestir. Minutos depois ele aparece em minha casa completamente preocupado.

— É o seu primeiro cio, vai doer muito, ainda mais que você se dopou em todos esses anos. Tem certeza que não quer que eu encontre algum alfa para te ajudar? — pergunta pela milésima vez a um Jungkook, vulgo eu, jogado na cama, molenga e fervente. 

— Não, hyung. — falo mais manhoso que o comum. — V-você sabe que eu preciso enfrentar isso sozinho primeiro para depois me entregar à algum parceiro. Eu não consigo ficar com alguém agora, p-por mais que meu interior queira muito. — meu lobo já está começando a clamar por um alfa e a enviar cada vez mais picos de eletricidade para meu corpo, o preparando para o ato que será consumado mas não da forma que ele espera.  

— Então fique trancado no quarto do lado. — ah, é, havia esquecido de que ele abafa sons e cheiros para não correr riscos de qualquer um invadir a casa quando estiver no cio. — Se cuide, ouviu? Eu preciso ir, seu cheiro está me embrulhando o estômago. — faz careta.

— E-eu entendo. — afinal, ômegas que não sentem atração pelos da mesma classe costumam repudiar os feromônios dos outros quando estão no heat e o meu cheiro está começando a impregnar cada vez mais a casa.   

— Dê um beijo nos seus bebês. — pego a gatinha, lhe dando um cheiro e em seguida fiz o mesmo com o cãozinho. — Vou cuidar bem deles. Boa sorte com tudo, Kookie!

— Antes de você ir, me ajude com algo.

E assim abastecemos o quarto menor com comidas. Também levamos a mini geladeira que estava no meu com sorvetes - obra do tio Tae - para lá, a enchendo de água pois eu não vou sair do cômodo tão cedo. 

Meu amigo deixa lenços umedecidos na mesinha de cabeceira e sobre a cama lubrificantes e alguns apetrechos constrangedores que ele e tio Jeon compraram para mim no nosso dia de compras. Antes de ir, ele me diz brevemente como se usa, principalmente um que é mais satisfatório no momento por ter uma tecnologia que cria um nó na base e engana melhor nosso lobo sedento. Então me tranca afirmando que voltaria em sete dias. 

Me sento na cama, pensando positivo. Vai ficar tudo bem. Sim. Se eu consegui me masturbar noite passada, eu vou conseguir passar pelo meu primeiro heat. Irei conhecer ainda mais do meu corpo, receber prazer - talvez não tanto porque é meu primeiro cio ao qual foi negligenciado a anos - e ser capaz de ficar bem comigo mesmo, podendo começar meu tratamento de fertilidade, aproveitar que estou solteiro para sair mais para ter contatos íntimos e por fim aprender a lidar com os alfas. 

Alfas...

Oh, como eu quero ter um agora. De preferência tirando minha roupa e me fazendo ficar bem, do modo que eu me senti ontem.

Mesmo meu lado humano sabendo que não dá, que preciso vencer o cio e aprender como funcionam as coisas sozinho antes de qualquer envolvimento maior, o meu lado lobo está louco por um alfa. Um alfa me fodendo e me preenchendo com seu nó, da forma que nunca tive o prazer de ter.

— Porra! — grito, sem nem me importar de xingar. 

Que dor é essa?! 

Começa nas minhas entranhas e vai irradiando pela minha pélvis. Merda. Merda. Merda. Isso é ruim! E o calor que queima todo meu interior é quase ruim quanto. 

Retiro minhas roupas apressado, buscando aliviar esse fogo, mas não adianta muito. Portanto, sigo até o banheiro que contém ali, enchendo a banheira com água fria e me pondo lá dentro. 

Deu uma aliviada, porém, eu ainda me sinto queimando como brasa. 

Um desejo insano, forte como a dor que me faz contrair o abdômen, se apossa de mim, e eu não meço meus atos, levo dois dígitos ao meu orifício e penetro, ansiando diminuir àquelas sensações intensas ao passo que me punheto.

Eu me toquei veemente, por isso não demorei a gozar. Por um instante pensei que o desespero havia passado, mas foi só uma ilusão. 

Outra onda de chama, excitação e dor me envolve. Dessa vez, de forma exorbitante, me tirando de mim. Só tive tempo de correr, tropeçando em meus próprios pés até a cama onde me jogo nela mesmo estando molhado, e num aflito fora do comum busco me empalar com um dildo sem me importar com a ardência inicial pois minha mente já está nublando e a única coisa que eu penso é em ser fodido bem forte, fundo, selvagem, para cessar as sensações horríveis e dolorosas, obtendo um prazer final tipo o da noite anterior. 

Mas isso não vem. Nem na primeira, nem na segunda ou terceira tentativa de me foder enlouquecidamente. Pelo jeito não viria de forma alguma pois eu não conseguia me satisfazer sozinho. 

Lágrimas começaram a escapar pelos meus olhos, eu estou chorando por conta da dor insuportável que me envolve e também pela vontade que não passa, ambas me obrigando a estremecer forte e a pingar slick... Eu quero um alfa. Eu quero um nó. Eu preciso disso ou eu vou morrer. A sensação é essa. É agoniante, desesperadora, enlouquecedora, e por mais que eu me foda com até todos esses brinquedos juntos, não irei ficar satisfeito. Porque eu preciso de um alfa. Porra. Eu necessito muito de um nó!

Consigo usar o que sobrou da minha sanidade para achar o objeto que Seokjin havia me dito, foi fácil pois ele é o maior dali e parece o melhor também. Dava para colá-lo em alguma superfície, então aproveito para firmá-lo no chão e me sento, mais uma vez não ligando para o ardor já que ele é mínimo perante a dor do heat. 

Imediatamente me ponho a subir e descer, indo rápido e forte. Eu estou cada vez mais descontrolado. Eu só quero gozar gostoso.

Nesta vez, com esse objeto, eu consigo sentir uma ponta de prazer mesmo que mesclada ao sofrimento do cio, isso me incentiva a tocar meu falo com maior empenho e obter mais um pouco de satisfação. De novo não demoro a gozar, ao menos foi gostosinho. É porque ativei o nó falso que, quando me preenche, me obriga a grunhir alto, apertando os olhos e liberando ainda mais sêmen. Isso dói um pouco mas para meu lobo é bom. Seria mais se fosse um real  

Não foi tão intenso como ontem, todavia, foi melhor que as tentativas falhas de hoje, principalmente por ser minha primeira vez sentindo um nó. Uma pena mesmo que não é um de carne e osso que ia me satisfazer por completo e levar ao êxtase. Mas ao menos serve para dissipar o queimor e desespero por uns minutinhos. 

No entanto, a próxima onda veio apavoradamente forte, de uma forma que quase me fez desmaiar por tamanha angústia. 

Inevitavelmente, começo a me contorcer, gritar, rosnar e chorar alto ao passo que a dor e o calor agoniante, junto do desejo de me empalar e me acabar num falo de um alfa até receber um delicioso nó, iam tomando todos os meus sentidos.

Falando em sentidos, o meu foi dominado pelo meu lobo que fez tudo ficar ainda mais desesperador. 

As loucuras que cometi a seguir buscando suprir minhas vontades a todo custo, não ouso comentar. E o pior é que eu sabia ser só o começo.

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