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Deixe um comentário e voto não custa nada a fazer essa escritora feliz.


Ouvir Elliot nunca foi um bom sinal. Eu sabia disso, mas sempre acabava cedendo. Foi por causa dele que fui até a casa da Aline... não, era Alisson, me corrigi mentalmente. Eu não me sentia culpado, nem carregava peso na consciência. Pelo menos tentava me convencer disso. Mas todas aquelas situações atípicas, como aquela com Alisson, me faziam questionar. Eu nunca me desculpava, era orgulhoso demais para admitir minha culpa.

Mas agora me via naquela situação, estávamos em silêncio. Eu praguejava a mania de Elliot de se intrometer e dar conselhos ruins. Alisson parecia em choque, deitada sobre meu peito. Seus cabelos loiros esparramados, o cheiro delicioso de morangos vindo deles. Me peguei cheirando por alguns segundos, até me dar conta do que estava fazendo e praguejar em voz alta.

— Por que em todas as situações, você sempre acaba encima de mim, Senhorita Lewis?—  disse, meio irritado.

Alisson levantou o rosto. Seu rosto tão perto do meu. Vi suas sardas, seus olhos azuis expressivos e inocentes. Ela parecia tão corada, sempre com aquele tom rosado em suas bochechas. Ficamos nos encarando por alguns segundos. Esqueci por um momento minha dor no ombro, preso na imensidão daqueles olhos.

Eu realmente odiava aqueles olhos.

— O que disse? — Sua voz soou pequena e frágil.

Se eu fosse tão esperto como imaginava, teria percebido que ali começaram todos os meus problemático.

— Disse que não entendo por que sempre acabo nessa situação com você, Alisson. - respondi, tentando soar firme, mas a voz saiu mais suave do que esperava.

Maldito olhos.

Alisson continuou me encarando por uns momentod, os olhos azuis cheios de confusão e um brilho de curiosidade. Ela se afastou um pouco, permitindo que me se sentasse, o rosto ainda corado pelas circunstâncias inusitadas.

Por que estou me sentindo envergonhado? Ela que me puxou do nada e nos colocou nessa situação estranha.

— Bem, acho que é melhor ir. —  Ela disse, franzindo o cenho, como se estivesse em dúvida. — Acabamos seja qual assunto o senhor começou.

Me peguei assentindo, distraído.

Reaja, homem!

— Então voce aceita? — Perguntei, de repente ansioso.

O que tem errado comigo?

— Aceitar, o quê?

Ela ainda estava perto. Nos dois por alguma razão continuamos sentados no chão, seu cabelo loiro fazia cócegas no meu ombro dolorido.

— Voltar para seu cargo.

Alisson me olhava como se tivesse dito alguma insanidade. De repente, vejo a mesma fúria de antes nublar seus olhos azuis.

Quase sorrio com isso.

Talvez houvesse algo por trás de toda aquela aparência de menina.

— Não discutimos nada disso, Senhor Oliver. Na verdade, o Senhor outra vez me ofendeu, disse que não me enquadro no cargo de secretária.

Ela está furiosa.

Como um filhote de gatinho.

É quase fofo.

— Continuou com esse pensamento, mas estou lhe dando a chance de provar que estou errado.

— Me dando a chance? — Sua voz é só um chiado.

Por algum motivo estou me divertindo.

Estava errado, vê-la irritada é melhor do que ela gaguejando como uma maluca.

— Sim. Prove a todos e a si mesma que estou errado. — Me aproximo do seu rosto, outro vez, nossos rostos a centrimentos de distância. Ela segura a respiração os olhos arregalados, quase sorrio outra vez. — Me ganhe.

Se não estivesse tão divertido com essa conversa, teria percebido que essa frase pudesse ser interpretada de outra forma, pelo a cor rosada voltando ao rosto de Alisson, ela deve pensando algo além.

— Eu não quero ganhar. —Alisson murmurou, olhando para baixo. - Acho que devemos esquecer isso aconteceu e... seguir em frente. Você vai embora, nunca mais voltamos a nos ver.

Não soube o que dizer. Podia sentir o peso de sua culpa aumentar, mas ao mesmo tempo, a sensação de desconforto com a proximidade de Alisson não desapareceu. Eu não queria admitir, mas algo nela estava começando a me intrigar.

— Acho que... isso seria o melhor. —  Concordei, me levantando e estendendo a mão para ajudar Alisson a se levantar também. Ela hesitou por um instante, apenas olhando para minha mão estendida, o que estava começando a me irritar, quando estava prestes a dizer algo, ela finalmente aceita.

Há um choque assim que nossas mãos se tocam, uma corrente de ar passa por elas, sei que Alisson sentiu, pois vi que como se arrepiou, ela piscou algumas vezes, desnorteada, as mãos ainda unidas por mais alguns segundos, até o toque alto do meu celular nos despertar daquele momento estranho.

Por que todos os momentos eram estranhos perto dela?

O nome de Elliot pisca no visor. Pela minha visão periférica, vejo Alisson se abraça, sei que sua timidez está de volta. É hora de dá a cartada final.

— Deveria voltar, não é o certo, eu sei. — Explico assim que vejo seu olhar. — Você é inteligente, nisso tenho que concordar. É precisa do emprego, sei que precisa pagar seu empréstimo estudantil.

— Como…

Ela balbuciou, nervosa.

Reviro os olhos, desligo o celular, Elliot pode esperar um pouco já que me colocou nessa situação.

— Faremos um acordo, senhorita Lewis.

Digo seu sobrenome corretamente.

— Três meses, esse será seu período de experiência. Lhe adianterei o seu salário para que possa se vestir como uma secretária executiva de verdade.

A fúria transparece em seus olhos mais uma vez.

— Dessa vez, faremos as coisas certas, será minha secretária, eu mesma irei te explicar tudo, se for esperta irá aceitar minha oferta, até amanhã, Senhorita Lewis.

Digo uma última vez, sem lhe dá espaço para retrucar, me retiro.

Espero não me arrepender, mas como foi ideia de Elliot, provavelmente irei.

Entro no carro em silêncio, o olhar ansioso de Elliot me irrita, mas sei que não não vai parar de olhar, se não contar o que aconteceu.

— Fiz a proposta, se ela vai aceitar ou não, não é problema meu.

Eliott bufa, revirando os olhos.

— É problema seu, ela saiu por sua causa, idiota.

Me viro para encará-lo. Elliot, está com a mesma expressão arrogante de quando criança, aquela que usava quando achava está certo sobre algo. Na época eu odiava, ainda odeio, pois é insuportável.

— Por que está insistindo tanto nisso?

Era algo que estou curioso desde que disse que precisava me desculpar com Alisson.

— Ela parece ser uma boa garota, tem uma bom currículo, mesmo não tendo experiência na área, acredito que se sairá bem no cargo.

Porquê tenho a sensação há algo mais que esse puto não está revelando.

— Mudando de assunto, ela te xingou ou te bateu quando apareceu? — Ele pergunta, divertido.

Aposto que gostaria disso, esse bastardo.

Relembro do olhar de Alisson.

Aposto que desejou isso.

Não respondo, Elliot, deixá-lo se correndo de curiosidade parece uma boa vingança, ligo 9 carro, e hora de voltar para o mundo real, seja o que for acontecer, não está mais nas minhas mãos.

O restante do dia passa rapidamente, em meio a reuniões, não tive tempo para pensar se Alisson aceitará minha proposta. Como disse a ela, o melhor é seguimos rumos diferentes, mas agora quero ver o que vai acontecer. Cármen, está zangada comigo, ela disse isso com claras palavras, mas os olhares atravessados são um bom indício disso, sem falar que ela fica me lançando olhares durante algumas reuniões para em seguida digitar furiosamente em seu celular algo.

Entretanto, ela não foi a única a ter um comportamento atípico, durante várias vezes no dia, percebi que olhavam para mim, eram mais discretos em demonstrar seu incômodo, mas ainda estava lá. Perguntei durante o almoço à Elliot se algo tinha acontecido, rindo o desgraçado me contou que o incidente com Alisson se espalhou pelo prédio, rapidamente todos sabiam sobre o que aconteceu, e ironicamente estavam do lado dela.

Eles não temiam perder seus empregos.

— Cármen fez sua caveira, meu amigo.

É claro que seria ela.

— Essa mulher não ter nenhum medo de mim. — Resmungo, irritado.

Elliot ri.

— Ela te conhece bem, sabe que por mais feia sua cara seja, não demitiria ela, não por qualquer coisa. Às vezes, acho que seu pai a colocou ali porque sabia que não viveríamos sem a supervisão dela.

Agora é minha fez de rir.

Cármen era secretaria do meu pai, Richard, ela sempre foi próxima da minha família, sei bem que ela mantém minha mãe informada sobre o que acontece comigo. Quando meu pai se aposentou, era esperado que se tomasse minha secretária também, mas a mulher disse que não aguentaria, ficando com Elliot. Digamos, que não tenho uma boa fama, meu temperamento não é fácil, o que sempre dificulta manter uma secretaria por mais de três meses.

Se Alisson decide voltar, ela precisará enfrentar isso também, estou curiosa para saber se vai ganhar. Não posso evitar pensar que temos um tipo estranho de aposta.

— Essa garota está deixando tudo estanho.

Me ouço dizer mais tarde, antes de dormir.

Amanhã, veremos se ela tem a determinação e coragem necessária para ser minha secretária.






Estou inspirada hoje, hein? Me diverti escrevendo esses dois capítulos, algo que a tempo não acontecia, fluiu rápido, como era no início da história espero que isso aconteça nas próximas vezes, vou tentar atualizar novamente essa semana que começa, mas não é uma promessa por causa do meu, ou seja, é mais provável atualizações nos fins de semana. Reli os comentários da versão anterior, foi divertido voltar para aquela escritora de antes, sei que havia muitos erros, por isso quis rescrever a história, amadureci e queria que a história amadurece também, me conte o que está achando dessas mudanças. Comente, intereja, vamos terminar essa história juntas, as sugestões e feedback de vocês são importantes para isso.
Estou pensando em trazer a meta de comentário de volta, para engajar a história, lembrando vocês que mais comentários mais animada com a história fico. Para começar 50 comentários, isso deve ser o bastante para o início né? Até o próximo capítulo, bjss.

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