VII
O rei Derek escutou batidas leves na porta de seu gabinete, ele passava a maior parte do seu dia preso ali dentro, onde tomava todas as suas decisões políticas. – Sou eu papai! – disse a princesa.
- Entre. – respondeu Derek, surpreso por se tratar de sua jovem filha.
Karina entrou, os guardas fecharam a porta para ela. – É difícil de acostumar com tantos guardas nas portas desse castelo. – disse ela.
- É para a nossa segurança. O que te traz aqui? – Derek pergunta.
- Pai... Eu fiquei sabendo da tentativa de envenenamento. Como está?
- Eu pedi a sua mãe que não contasse nada. – ele resmungou.
- Eu merecia saber, sou sua filha. Acho que ás vezes você se esquece disso. – respondeu a jovem, com o rostinho triste.
- Não tem como esquecer que tenho uma filha. Eu não queria que você soubesse, não deveria se preocupar com esse tipo de coisa, estando tão perto de se casar. – ele disse.
- O casamento pode demorar a acontecer ainda...
- Ainda não quer se casar?
- Quero. Mas ainda estou o conhecendo.
- Você terá a vida toda para conhecê-lo, querida.
Karina iria responder, mas ela não estava disposta a brigar novamente com o pai, ela se lembrou do motivo de estar ali dentro e fez um esforço para conseguir a atenção do pai.
- Você está bem? – perguntou novamente.
- Sim, estou bem. Mas é você que precisa se cuidar, temos muitos inimigos no mundo, e você também é o alvo, pois é a única princesa e futura rainha desse país. Os nossos inimigos não querem você no trono, então, a sua vida vem em primeiro lugar Karina. – ele disse.
- Mas e a sua vida?
- Eu já estou acostumado com esse tipo de perigo, mas você não. Você ainda é nova, ingênua em relação aos perigos da corte, da coroa. E você é a minha filha, eu não sei o que eu faria se te perdesse. – ele disse, pegando a princesa de surpresa, o pai nunca havia baixado tanto assim a guarda para ela. Era a primeira vez desde muito tempo que ele se abria dessa forma em relação aos seus sentimentos para a filha.
Ela se aproximou mais dele. – Eu não me lembro de ter sido sequestrada. – ela diz.
- Sua mãe não contando coisas que não deveria. – resmungou baixinho, mas deu para a princesa escutar.
- Não é culpa dela. Ela contou porque não teve alternativa. Eu não consigo me lembrar de nada, pai.
- Você era uma criança, bem nova. Com certeza ficou assustada, e por isso sua mente apagou tudo. É mais normal do que imagina, minha filha. Quando você apareceu, eu jurei a mim mesmo que nunca mais iria deixar que te acontecesse algo, foi horrível àqueles dias que passei sem saber se a minha menina estava viva ou morta. Eu não quero passar por isso novamente, por isso aumentei a segurança do castelo. Não confie em todo mundo, o inimigo pode estar mais perto do que se imagina. – ele diz, pegando mão da filha.
- Eu não sabia que você tinha tanto medo de me perder. Pensei que eu fosse uma decepção e que não gostasse muito de mim. – contou a princesa, sentindo-se confortável em se abrir para o pai.
O rei Derek sorriu, e puxou a filha para um reconfortante abraço. – Você nunca foi uma decepção para mim, querida. E como pode achar que eu não gosto de você? Eu amo você, amo desde o dia em que te peguei pela primeira vez em meus braços. É a minha princesa, minha linda princesinha. Eu sei que não costumo demonstrar o meu amor, mas eu pensei que soubesse que eu te amava. Desculpa por te fazer pensar o contrário. – ele disse, enquanto afagava o cabelo escuro de Karina.
A princesa estava tão emocionada, que deixou escapulir algumas lágrimas, parecia um sonho aquilo, mas ela sabia que era a realidade e exatamente por saber, que estava tão contente e emocionada, enquanto era abraçada pelo pai.
- Eu te amo papai... Amo muito, e só quero que fique bem, e que sinta orgulho de mim. – disse ela.
- Oh... Eu também te amo, Karina. Sempre amei e sempre vou amar. E eu tenho orgulho de você desde sempre. – ele disse.
- Verdade?
- É claro que é verdade, minha princesinha linda. – disse ele, sorrindo.
Karina suspirou aliviada e muito feliz, pela primeira vez, desde a muito tempo, ela se sentia próxima ao pai, se sentia amada e querida. Era como se fosse criança novamente.
...
Mais tarde, enquanto a princesa Karina ia em direção ao seu quarto, foi surpreendia por Chloé, que a esperava em frente à porta. – Olá, priminha. Posso entrar com você? – perguntou à ruiva.
Imediatamente, Karina resistiu aos impulsos de expulsá-la e lembrou-se do que Leon havia lhe dito. Que era uma garota boa e que só estava se sentindo sozinha, e depois do que vivenciara com seu pai mais cedo, a princesa resolveu dar o beneficio da dúvida para sua prima.
- Claro, entre. – respondeu. Os guardas abriram a porta e assim que as duas entraram, eles a fecharam.
- É estranho ter guardas na porta do meu quarto, nunca fui acostumada com isso.
- Sério? O que mais tem em castelos são guardas, pensei que fosse algo comum para você. – disse Chloé.
- Sou acostumada em vê-los pelo castelo, mas eles nunca ficaram na porta do meu quarto.
- Oh... Não fazia ideia. Você é uma princesa, prima. Precisa sempre estar segura, daqui a um tempo, irá se acostumar. Infelizmente, essa é a vida da realeza.
- É... Você está certa.
Karina sentou-se em sua cama, e chamou Chloé para sentar também. A jovem e linda ruiva, se sentou e sorriu. – Sei que começamos com o pé errado, mas podemos mudar isso. – falou Karina.
- É exatamente o que eu quero. Desculpa-me por tentar roubar o seu noivo.
Karina riu. – Está tudo bem, você não iria conseguir mesmo.
- Não duvide do meu poder não em, eu consigo tudo com a minha beleza, priminha. – respondeu Chloé em tom de brincadeira.
- Claro, mas não com o meu Leon. Ele só tem olhos para mim. – Karina entrou na brincadeira.
- Falando sério, agora. Estou muito feliz que vocês dois tenham se acertado. Já se beijaram?
A princesa riu, e Chloé já sabia a resposta. – E aí? Foi bom? Foi o seu primeiro beijo? – perguntou ela, super animada e curiosa.
- Foi ótimo! E foi o meu primeiro beijo sim. Foi perfeito, eu estou completamente apaixonada por ele. – confessou Karina.
- Uau... Seu primeiro beijo. Isso é inacreditável!
- O quê? Não zomba de mim! Eu queria que meu primeiro beijo fosse com alguém de quem eu gostasse muito, não tenho culpa se você já beijou antes dos 15. – retrucou Karina.
Chloé riu. – Não estou zombando, só é incrível. Pensei que por ser princesa, já tivesse dado outros beijos por aí, os homens são malucos por princesas, sabia?
- Na verdade eles são malucos pelo poder que as princesas possuem. Mas o Leon é um príncipe e ele entende como é difícil ser da realeza, ele é maravilhoso, divertido e...
- Gostoso! É, ele é muito sexy prima.
- Chloé...
- Aí, desculpa priminha! Escapuliu, prometo que não vai acontecer mais. – ela disse, cruzando os dedos, enquanto ria, em forma de promessa.
- Ok. Quero só ver em. Mas então, ele é tudo de bom, e isso é estranho, porque antes eu não podia nem ao menos vê-lo, de tanta raiva que eu tinha.
- Você está loucamente apaixonada por ele! E acho que se apaixonou desde que o viu, por isso tanta raiva. Que legal que o seu primeiro beijo foi com o homem que vai ser seu marido. Isso é muito lindo. – disse Chloé, e a ruiva estava sendo sincera, por mais que ela já tenha beijado vários rapazes, e que não tenha se apaixonado por nenhum deles até hoje, ela achava romântico o fato de que o primeiro beijo de sua prima tenha sido com o futuro marido, com uma pessoa que ela esteja apaixonada. Mesmo que não admitisse isso, no fundo, a ruiva também queria se apaixonar assim.
- E você? Com quem foi seu primeiro beijo? – perguntou a princesa, curiosa a respeito de quem sua prima beijara pela primeira vez.
- Eu tinha treze anos, foi com um dos filhos dos convidados que meus pais recebiam em casa, ele era mais velho que eu, tinha dezesseis. Mas não teve paixão, eu só achei bonito, lembro que quando o vi, pensei: Esse menino é muito bonito, preciso ter o meu primeiro beijo com ele. E claro, ele também estava interessado em mim, foi fácil. – contou.
- Uau... Com treze anos eu estava subindo em árvores.
Chloé riu. – Você ainda continua subindo em árvores, sua princesa moleca. – disse, em tom de brincadeira. E pela primeira vez, Karina se sentiu feliz por estar conversando tão alegremente com a prima. Ás vezes, é bom permitir ao outro o beneficio da dúvida, foi o que a princesa Karina havia feito, e ela não se arrependeu, enquanto as duas conversavam, se tornando intimas, a princesa teve a certeza de que a prima insuportável, não era tão insuportável assim, no fundo, conhecendo-a melhor, deixando todas as suas diferenças que tiveram no passado, Karina sabia que Chloé tinha um bom coração, que era apenas incompreendida, uma garota assustada e desesperada por amor, um amor que talvez ela não recebia dos pais, e por isso, buscava em Leon, mas já que as duas tinham se entendido de vez, e a ruiva havia entendido que Leon só tinha olhos para a princesa, Karina não viu problema em tentar se aproximar da prima, o beneficio da dúvida, acabou gerando resultados bons.
( Chloé )
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