Sequestro

Nayeon:

Papai ligou há dois dias e disse que logo viria nos buscar, não entendi nada do que ele estava falando. Ele falou comigo rapidamente, como se estivesse nervoso.

Papai disse que me levaria para outro país, longe do Japão e da Coreia e novamente teríamos que mudar nossa identidade. Já cansei disso, de mudar de identidade para fingir ser uma pessoa que nem existe.

Ricky tem sido muito bom comigo e com Chaeyoung enquanto éramos apenas nós três passeando ou fazendo compras e ele até melhorou muito em suas técnicas de defesa.

Pelo menos me sinto um pouco protegida.

- Chaeyoung será uma garota muito bonita.

Ricky segurou Chaeyoung para distraí-la enquanto eu preparava leite morno em sua mamadeira para que ela pudesse dormir.

- Obviamente, tem meus genes.

Sacudi calmamente a mamadeira já preparada, deixando-a sobre a mesa, Ricky me entregou Chaeyoung para que eu pudesse agora segurá-la.

- E seria muito melhor se ela crescesse com uma família.- Ricky pegou a mamadeira e eu fui para o meu quarto enquanto ele vinha atrás de mim.

- Você ainda está com isso?

Me virei dando uma risada falsa, nesse ritmo estou começando a gostar do Ricky mas foi mesmo porque eu não queria ser mãe solteira, não me vejo sozinha com minha filha no futuro. Admito que preciso de ajuda, não importa o quão forte eu seja.

- Não vou desistir tão rápido, você é realmente muito bonita.

- Ricky, você poderia literalmente ser meu pai quando eu era jovem. Você tem... 32 anos e eu tenho 18.

- Mas pode funcionar.

- Não sei, você não tem vergonha? Quero dizer, sair com alguém que não tem nem perto da sua idade.

- Então... Você não gosta dos grandes?

- Na idade? Claro que não, não vamos exagerar hahahaha.

- Claro que estou falando de idade, o que você estava pensando?

Peguei a mamadeira das mãos de Ricky e cuidadosamente coloquei Chaeyoung em meus braços para lhe dar a mamadeira enquanto me sentava em uma cadeira de balanço de madeira.

- Bem... sobre a idade, você estava pensando errado e tirando a maneira como disse isso, soou estranho.

- Então você é estúpida.

Ricky cruzou os braços olhando para mim como se estivesse me julgando.

- Mas o jeito que você perguntou não ajudou muito, você deveria pelo menos ter dito, Então você não gosta de gente mais velha? Ou algo assim, mas eu gosto dos grandes? hahahaha.

Abaixei-me para olhar para minha bebê e percebi que ela já havia parado de chupar a mamadeira, então lentamente a tirei dela e me levantei com cuidado, sem acordá-la. Coloquei-a em seu berço bem aconchegante, cobrindo-a com uma manta de gatinho.

- E você também gosta do outro? - pela forma como ele falou pude entender a que ele se referia.

- Mmm eu não sei.

Ricky se aproximou de mim, ficando atrás de mim já que eu estava um pouco curvada para acomodar Chaeyoung. Senti quase todo o seu corpo preso ao meu.

Eu me endireitei e me virei para vê-lo enquanto tentava evitá-lo indo em direção ao meu armário.

- Como você gosta deles, Nayeon?

- Eu não tenho certeza.

Fiquei nervosa, mas também senti que meu corpo estava reagindo de maneira diferente. Como se eu quisesse... que esse homem me fodesse.

Ricky se aproximou dos meus lábios e os beijou, fiquei um pouco tímida ao sentir seus lábios. A maneira como esse homem beija era realmente estranha para o meu gosto.

Ele agarrou minha mão e empurrou-a através de sua protuberância. Senti seu membro em minha mão.

A coisa era muito feia, uma sensação feia. Estava curvado da mesma forma que senti minhas mãos quando o agarrei. Puxei minha mão imediatamente e reagi dando um tapa em Ricky.

Meu coração estava batendo rápido então minha consciência voltou e eu me senti muito vulnerável então pedi para ele ir embora mas ele continuou insistindo em querer me beijar.

Agora não parecia mais que Ricky me amava, parecia que ele só queria me usar para sua distração.

- Saia do meu quarto!

Gritei na cara dele várias vezes, mas ele continuou me apalpando sem minha permissão. Senti como se ele estivesse se tornando um abusador.

- Por favor Ricky, me deixe em paz.

Escondi meu pescoço para evitar que ele me beijasse ali, mas suas mãos desceram pela minha perna.

Até que ouvi minha filha chorando e fui direto até ela buscá-la.

- Nunca mais faça isso, Ricky.

Olhei para ele agora assustada, Chaeyoung não parava de chorar. Ele se aproximou e Chaeyoung chorou duas vezes mais, como se fosse um pesadelo.

O choro de Chae afastou Ricky, finalmente me deixando sozinha com minha filha.

- Shhhh calma, aqui está a mamãe. Não precisamos de ninguém nem de outras pessoas para nos sentirmos protegidas.

Comecei a cantar para Chaeyoung então ela voltou a dormir em paz.

- Dessa vez você vai dormir comigo.

Coloquei Chae na minha cama, colocando travesseiros ao seu lado para que ela não caísse quando se virasse. Apaguei a luz do meu quarto e fui até o banheiro escovar os dentes.

- Brilhante. Minha pasta de dente está acabando.

Apertei até a última gota de pasta de dente que saiu do tubo e coloquei na escova.

Lavei-me bem, abri a torneira enquanto fazia gargarejo, mas ouvi alguém abrir a porta do meu quarto e cuspi a água que tinha na boca.

- Ricky, se for você, direi ao meu pai para demiti-lo.

Enxáguei a boca novamente e cuspi, mas algo me assustou. Ouvi dizer que Chae tinha chorado de novo, pensei que ela tivesse caído da cama, então saí correndo do banheiro.

Com apenas a iluminação do banheiro vi um homem pegar meu bebê, então sem pensar fui direto até ele e comecei a socá-lo por todo o corpo.

- Ela é minha filha, larga minha filha! RICKY.

Gritei o nome do meu guarda-costas, mas bem na sala onde ele estava, outro homem estranho apareceu.

- Hahahaha olha, como você está? Vamos levá-la para o chefe?

O estranho colocou as mãos atrás de mim para evitar que eu me defendesse.

- Por favor, deixe-me ir.

Comecei a implorar para não me machucar.

- Sim, deixa ela ir, porque essa pirralha vai quebrar meus tímpanos porque ela chora muito e eu falo das duas. Deixe-a ir para que ela possa segurar sua filha.

O homem me empurrou e o outro me devolveu meu bebê, então eu a cobri com os braços.

- Ande.- O homem atrás de mim apontou uma arma para minhas costas para me empurrar.

- Não, não vou a lugar nenhum, minha filha vai passar frio.

Fiquei rígida, então o homem mal me empurrou.

- Agora vá rápido. Que mulher difícil, quem aguenta você? Não é à toa que seu pai deixaou você, tenho pena do homem.

- Não, eu vou.

O homem da frente ficou no meu caminho e entrou no meu quarto.

Depois ele voltou com o cobertor que Chae estava dormindo no berço ao lado da mamadeira.

- Por um momento pensei que você traria o cobertor velho.

- Aqui, e se contente com isso. Ande, a menos que você queira morrer agora.

O homem apertou meu pescoço e quase pude sentir como se ele estivesse me sufocando.

Chegamos ao quintal e vi um caminhão preto e tentei fugir.

Corri o mais rápido que pude, mas meu esforço foi em vão quando senti que desmaiei de repente, batendo na nuca. Fiquei quase inconsciente, colocando meu bebê em meus braços.

∆ ∆ ∆

- Meu amor, você sentiu minha falta?

Eu vi aquela mulher que era minha guarda-costas há seis meses brincando com nossa filha nos braços. Ela se aproximou de mim com a intenção de me beijar.

- Cadela.

Foi a palavra que saiu quando olhei para ela sério. Ela riu e começou a cutucar minha barriga para me fazer cócegas.

- Por que você é tão mimada, hein?

Acordei deitada no chão. O lugar está muito frio aqui, parece que nevou aqui mesmo.

Apertei os olhos para ver com clareza e reagi rapidamente para procurar minha bebê, então vi suas pernas curtas balançando no ar. Rastejei até onde ela estava dentro de um recipiente de plástico. Como se fosse um pequeno berço para ela.

Tirei ela daquele lugar e ela estava feliz e sorridente. Como se nada importasse para ela, como se nada estivesse acontecendo com ela.

- É sério? Eles acabaram de nos sequestrar e tenho certeza que a culpa é do seu avô e não tenho certeza se sairemos daqui vivas, e você sorri para mim? Que maneira de ver a vida com positividade.

Chaeyoung riu me mostrando suas gengivas.

- Já que Ricky deve estar caído ou morto, ele merece por tentar abusar de Im Nayeon.

Chaeyoung revirou os olhos e eu ri vendo a expressão que ela fazia já que essa é a minha expressão quando algo me perturba. Aproximei meu rosto para beijar sua bochecha, mas me afastei de repente quando testemunhei um cheiro familiar.

Levantei-me e gritei pedindo para ser tirada deste quarto para poder trocar a fralda da minha filha.

- EI, MINHA FILHA, MERDA, ALGUM DE VOCÊS FARIA A GENTILEZA DE ME DAR UMA FRALDA?

Ouvi alguns passos com chaves se mexendo, percebi que estava em um porão quando o homem desceu uma escada.

- O que você quer?

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