*31*

Aos poucos Jeon foi abrindo os olhos, sua respiração ainda estava lenta, quase que parando.

Jeongguk olhou ao redor do lugar e se assustou ao perceber que está deitado em uma maca num quarto de hospital.

– Que bom que acordou, Jeon

Uma voz feminina soou chamando atenção do mais novo.

– Q-quem é você e por que eu estou aqui?

Sua voz soou aflita, tudo o que ele queria agora era sua doce Allysson.

– Não lembra de mim? – O rapaz negou em um aceno. – Sou Im Eunbi e eu te achei preso dentro de um carro, o acidente foi bem feio

A mulher disse com certo pesar no tom de voz.

– Acidente?

Ele perguntou tentando se lembrar do que havia acontecido, mas sua mente se recusava a lembrar, ou pelo menos fingia não se lembrar.

– Os médicos disseram que você pode voltar a se lembrar, então não se preocupe

Ela sorriu simpática.

– Onde estão os meus amigos?

Jeon perguntou franzido o cenho.

– Devem estar chegando

Assim que ela terminou de falar, à porta foi aberta bruscamente.

– Ggukkie!

Virou-se para vê quem o chamou.

– Sun noona?!

Ele disse um pouco confuso.

– Você me assustou, peste!

Sun Hee parecia assustada e nervosa, mas mais assustada.

– Noona, onde a Ally está?

Jeon perguntou com os olhinhos brilhando em expectativa.

– Ela está com a Sana

Ninguém sabia ainda que Allysson havia ido embora.

– Não conte a ela que estou aqui, não quero que minha Ally se preocupe atoa

Ah meu querido, a última coisa que Allysson fará agora será se preocupar com você.

– Namjoon, Hoseok e Jin estão vindo

Jeon sorriu, mas logo cessou ao se lembrar de algo.

– Por quanto tempo eu dormi?

Ele perguntou agora com um biquinho fofo nos lábios.

– Por 5 horas

Eunbi respondeu tomando a atenção para si.

– E você é?

Sun Hee indagou fitando a senhora.

– Im Eunbi. – Respondeu simplista também fitando Sun Hee. – Eu salvei seu Dongsaeng

Sun Hee assentiu atônita.

– Eu vou esperar os outros lá fora, descanse meu bebê

Ela deixou um beijo singelo na testa do garoto e logo saiu.

– Você realmente não se lembra de mim

Eunbi disse assim que Sun saiu.

– Eu deveria lembrar?

Jeon perguntou inocentemente.

– Não. – Levantou-se. – Mas eu nunca vou esquecer de tudo que passei para conseguir matar você

Jeon arregalou os olhos assustado por tal afirmação.

– O-o quê?

Gaguejou amedrontado.

– Acomode-se, Jeon. – Voltou a se sentar perto dele. – A história é um pouco longa

Sorriu maldosa.

O inverno estava chegando e com isso o mercado já trocava todas as roupas e dentre outras coisas para o tempo frio.

Dong-Sun caminhava pela calçada com uma certa pressa, sua esposa está em casa com o seu primogênito e ele precisava levar as roupas para o frio intenso que está por vir.

Porém, Dong-Sun parou de caminhar ao se deparar com uma mulher com aparência jovial.

– Annyŏn' haseyo, senhor. – Ela disse fazendo uma pequena reverência para o homem a sua frente. – Tudo bem, senhor...?

Percebendo que estava a encarando muito, Dong logo se recompôs.

– Jeon Don-Sun. – Fez uma pequena reverência. – Estou bem sim, e a senhorita?

Sorriu sugestivo.

– Estou bem. – Sorriu ladino. – Im Eunbi, e não precisa me chamar de senhorita

Ela estendeu a mão para cumprimentar ele.

– Então não precisa me chamar de senhor, Eunbi

Umedeceu os lábios a fitando descaradamente.

– Sou nova em Seul, poderia me ajudar, Dong-Sun oppa?

Tentou soar manhosa e inocente.

– Claro, no que posso ajudar?

E foi a partir disso que todas as mentiras e traições começaram.

Nessa noite Dong-Sun levou Eunbi para um motel e por lá ficaram transando como dois coelhos no cio.

Enquanto Hayan esperava ansiosamente pelo retorno do marido, esse estava transando feito louco com uma mulher qualquer.

No dia seguinte quando questionado do porquê de ter sumido repentinamente, Dong alegou que a empresa o prendeu e que não teve tempo de avisar.

Hayan na maior ingenuidade acreditava em tudo que o marido lhe dizia.

As coisas continuaram assim, Dong transando com Im e ela lhe fazendo mil e uma promessas.

Hayan sempre acreditava na desculpa do trabalho.

Nove meses depois Eunbi apareceu com uma criança no colo.

– Não posso cuidar dele. – Ela alegou revirando os olhos. – Esse garoto será um estorvo na minha vida

O entregou para Dong-Sun.

– E o que te faz pensar que minha esposa vai aceitar essa criança?

Ele perguntou começando a suar frio.

– Inventa! – Exclamou. – Você me disse que queriam outro filho, mas ela não conseguia ter, certo? – Dong assentiu ainda atônito. – Pronto! Problema resolvido!

Exclamou entregando o bebê.

– Eu não quero ele, não posso ter ele! Eu irei me casar com um homem na França e meu nome agora será Dame. – Ela afirmou se virando. – Essa coisa só iria me atrapalhar

Disse se referindo ao bebê.

– Não volte a me procurar ou eu irei revelar para todos que o famoso Dong-Sun traiu a mulher e teve um bebê com outra

Sorriu vitoriosa.

– Até nunca mais, Dong-Sun

Desde então Dong se sentia traído, pois confiou em Dame que ela iria proporcionar muito dinheiro e muita fama para ele, mas nada disso aconteceu, apenas apareceu com uma criança.

Hayan se encantou pelo menino e lhe deu o nome de Jeongguk, que significa aquele que veio dos céus, pois é isso que Jeongguk significou para ela.

Hayan não conseguiu ter mais filhos após o seu primeiro, ela acreditava que Jeongguk foi um presente enviado para ela.

Bom, com o passar do tempo Dong-Sun nutriu um sentimento de ódio profundo por Jeongguk, pois toda vez que olhava para ele, lembrava que fora enganado por uma mulherzinha.

Dame cresceu dentro da máfia e isso foi um salto, mesmo após o suposto assassinato que houve com o marido.

Após anos vivendo como Dame em Paris, ela resolveu voltar para a Coreia e acabar com algumas pontas soltas, digamos assim.

Dame ou Eunbi, matou Dong-Sun, sua esposa e filho primogênito. Não matou Jeongguk, pois precisava dele, precisava fazer com que ele assumisse a máfia, até porque ele é filho dela.

E foi com a própria mãe que Jeon perdeu a virgindade, ela o estuprou e o torturou por muito tempo.

Isso durou até certo dia em que Jeon conseguiu fugir para a casa de Yang Mi, e ela sabia da chacina, sabia de tudo, porém foi ameaçada por Dame, então Yang manteve a boca fechada durante anos.

Com os traumas sofridos, Jeon acabou se esquecendo de certo acontecimentos com aquela mulher.

Após contar para Jeon sobre o passado e quem ela é, Eunbi aproximou-se da maca e se sentou na beirada ao lado dele.

– Eu senti tanta falta desse corpo seu, meu filho

Ela disse passando as unhas cumpridas pelo braço dele.

– Não toca em mim!

Jeon disse entredentes, possesso de raiva.

– Eu já sei que você é apaixonado por uma tal de Allysson, mas uma pena que ela não sente o mesmo, não é?

Sorriu cínica.

– Allysson me ama!

Afirmou convicto.

– Então por que ela está indo embora agora mesmo? Ela está fugindo!

Jeongguk ficou branco como um papel, sua respiração voltou a falhar, mas logo se recompôs.

– O que você fez?

A fuzilou com o olhar.

– O que te faz pensar que eu fiz alguma coisa?

Ela perguntou se fazendo de inocente, porém logo começou a rir.

– Meu meninos estão agora mesmo esperando pelos seus amiguinhos. – Ela sorriu divertida. – Chin deve estar torturando aquele Taehyung e Mahina foi bem fácil de convencer a ir atrás da Allysson

Dame não sabia que Taehyung havia matado Chin e também não sabia que Sana havia prendido Mahina.

Parece que o plano dela se virou contra ela mesma.

– Por que está rindo?

Ela perguntou com o cenho franzido fitando Jeon.

– Acha que eu sou tão burro assim? Acha que Sun noona viria aqui e diria assim de graça para uma estranha? Você é mais decepcionante do que eu pensei, Dame

Proferiu sarcástico.

– O que quer dizer?

Ela se levantou extremamente irritada.

– Eu usei seu plano tosco contra você e te trouxe para uma armadilha

Sorriu ladino fitando a mulher.

– Como?

Ela indagou furiosa.

– Não foi muito difícil fazer aquele cara que você mandou para Daegu abrir a maldita boca dele, mas é uma pena que Jimin-ssi o tenha matado

Sorriu divertido.

– Eu já estou aqui, posso muito bem te matar agora

Pegou uma adaga e se aproximou de Jeon.

– Eu não faria isso se fosse você

Yoongi disse assim que abriu a porta com uma arma em mãos.

Logo mais atrás está Jin e Namjoon armados.

– Usamos seu plano contra você, querida. – Jin debochou. – Agora seja uma boa mulher e largue a porra da adaga

Mirou a arma na cabeça dela.

Yoongi e Namjoon ficaram um do lado direito e o outro do lado esquerdo da mulher.

– Seu reinado acaba aqui e agora

Yoongi disse e logo retirou a adaga das mãos dela.

– Isso foi tão bom

Sun Hee disse surgindo atrás de Jin.

Jimin lentamente foi abrindo os olhos, ele ainda estava disperso, sua mente ainda brincava com ele o fazendo acreditar que seu pai esteve ali.

Hwasa...

Foi a primeira coisa que conseguiu sussurrar.

– Ji, eu tô aqui

Ela segurou a mão dele.

– Não me deixa, Hwasa. – Seus olhos marejaram. – Eu juro que faço qualquer coisa, eu mudo por você, sou capaz de largar a máfia por você, mas por favor não me deixe

As lágrimas já rolavam livremente pelo rosto dele.

– Calma, Ji. – Pediu. – Eu não vou te deixar, esquece o que eu disse

Ela sorriu fraco, mas tentou passar conforto para ele.

– Saran'hae, Principessa

Ditou sorrindo e beijou o dorso da mão dela.

– Eu prometo que nunca irei deixar você, Ji


(...)

Após levarem Dame dali, Sun Hee ficou com Jeongguk no quarto.

– Hoseok já está investigando sobre a Mayla. – Ele a fitou em silêncio. – Eu sabia que não era uma boa ideia permitir esse acidente, olha só para você!

Sun disse quebrando o silêncio que havia se instalado no local.

– Do que adianta isso agora? A Allysson já foi e eu não posso saí daqui ainda. E também eu precisava fazer isso para pegarmos a Dame

Jeon ainda precisava esperar alguns exames para verificarem se ele não tinha nada grave internamente.

– Quer passear pelo hospital um pouco?

Sun indagou sorrindo fraco.

– Quero

Sun Hee ajudou Jeon a se sentar na cadeira de rodas e abriu a porta para ele.

Jeongguk andou pelos corredores do hospital com uma imensa vontade de chorar, e quando ele finalmente encontrou um lugar calmo e solitário, ele se permitiu chorar.

Ele encontraria sua amada assim que saísse do hospital, e nada nem ninguém vai atrapalhar ele de encontrá-la.

Eu tentei ficar calmo com o que Hwasa disse, mas o medo e a insegurança insistiam em me afligir.

– Uma garota chamada Kang Haneul veio aqui mais cedo

Ela disse e eu logo a olhei espantando.

– S-sério?

Gaguejei nervoso.

– Sim, ela me contou que foi seu primeiro amor

Hwasa está cabisbaixa e brincando com os dedos da mão.

– Ah...

Balbuciei desviando o olhar dela.

– Ji, se você quer que isso entre a gente dê certo, eu preciso saber sobre você

Ela disse agora me encarando nos olhos.

– Okay, mas a história é um pouco grande

Digo receoso.

– Não tem problema. – Sorriu docemente. – Eu tenho todo o tempo do mundo para você, Ji

Suspirei tentando ficar calmo, mas a verdade é que meu passado não é nada legal, nada legal mesmo.

Quando eu nasci, a princípio meus pais já me repeliram, meu pai disse que eu era um bebê feio e gordo. Minha mãe disse que eu não me parecia em nada com ela e por isso eu não era digno de ser filho dela.

Eu nunca recebi amor deles, na verdade nunca recebi nenhum afeto deles.

Na verdade minha mãe nunca me quis, segundo ela, era porque ela era muito nova para ter um filho, mas meu pai queria logo um herdeiro para assumir à empresa chata e pequena dele.

O cômico de tudo isso é que eu nunca pedi para nascer, nunca pedi nada para eles, nada mesmo.

Meu pai assim que viu o bebê gordinho, ele fez questão de deixar bem claro que eu não herdaria nada dele e não ganharia nada também.

Minha mãe nunca me quis mesmo, então ela não se deu o trabalho de me fazer sofrer, ela só me ignorava mesmo

O único afeto que recebi foram dos meus amigos, da Haneul e da Akemi.

Quando completei seis anos de idade, eu recebi minha primeira surra. Lembro-me que nesse dia meu pai havia chegado possesso de raiva por não ter conseguido fazer aliança com uma empresa famosa da época, então ele pegou seu cinto e uma garrafa de vidro vazia, e então foi até meu quarto.

– Appa, por favor! – Supliquei com a voz embargada. – Não faça isso!

Ele me ignorou e então jogou a garrafa em minha direção, porém eu desviei a tempo.

– Seu desgraçado! Seu gordo desgraçado!

Proferiu com ódio profundo.

Ele me pegou e me jogou na cama, amarrou minhas mãos com o cinto.

– Vou pegar leve por ser a primeira vez

Disse ironicamente.

Ele se levantou, pegou os cacos de vidro e retornou para a cama.

– Não dê um piu ou será pior

Avisou sério.

Eu mordi fortemente meus lábios ao sentir o contato dos cacos em minha pele.

Aquele homem que eu acreditava ser meu pai, aquele meu progenitor, ele fincou cacos de vidro por todo o meu pequeno corpo naquele dia.

Ainda carrego algumas cicatrizes nas costas, pernas e outros lugares.

Eu nunca irei esquecer de todas as surras que levei por ser gordo, usar óculos e aparelho.

Sofri bullying todo o período escolar, ouvia as pessoas mandarem eu me matar, falarem que eu merecia todo o sofrimento que estava passando.

Meu primeiro amor foi a Haneul, ela me amou e foi com ela que perdi minha virgindade, mas ela foi embora quando terminou o ensino médio e me abandonou.

Logo quando terminei o ensino médio, eu fui procurar por uma faculdade. E foi nesse período que encontrei a Akemi.

Akemi me amou como eu nunca imaginei que alguém me amaria algum dia. Ela me fez acreditar no amor.

No dia em que perdi Akemi, naquele dia uma parte minha morreu. Estava nevando muito, as ruas congeladas, então o carro derrapou e capotou.

Ela não resistiu e eu me culpei por ter matado o amor da minha vida, matei a única mulher que foi capaz de amar um monstro.

Akemi foi tudo o que eu nunca tive na minha vida toda.

Desde então me fechei para tudo, até mesmo para a minha filhinha que tive com a Akemi.

Os meninos me conheceram em uma noite no bar. Eu havia acabado de ter uma briga com meu pai, então saí para beber e tentar esquecer a vida desgraçada que tinha. Foi nessa noite que briguei com Namjoon hyung e Yoongi hyung tentou nos separar, porém eu acertei um soco na mandíbula do Suga hyung, depois disso nós brigamos muito, mas então Jin hyung apareceu e disse que tinha gostado de como eu briguei e enfrentei eles, então foi assim que virei o quinto membro da MS-13.

Jimin contou todo o seu passado para Hwasa, disse desde a trágica infância com os pais até o dia em que conheceu os meninos.

Hwasa se sentiu péssima por tudo que Jimin passou, então jurou a ela mesma que nunca mais iria abandonar ele, e sim, ela iria aceitar se casar com ele algum dia.

Agora falta resolver o problema com Mayla, Dame e Allysson.

Jeongguk terá muitos problemas para resolver daqui para frente.

•°•

CONTINUA...

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