*17*

♧ Inverno, Seul ♧

A família Park se preparava para saí, hoje seria uma noite para comemorar o bom negócio.

– Querido, como estou?

A senhora Park perguntou com um sorriso enorme pintado nos lábios.

– Deslumbrante como sempre, aliás vejo que perdeu peso, isso é ótimo, querida

Senhor Park disse num tom satisfatório, é sempre bom manter as boas aparências.

Pelas escadas um garotinho gordo, - que está comendo um pacote de Cheetos -, desceu.

– JIMIN!

Senhora Park Byeol exclamou irritada.

– Seu nojento! EU AVISEI PARA PARAR DE COMER ESSAS COISAS QUE ENGORDAM

Ela disse arrancando o pacote das mãos do filho.

– Você vai ficar trancado no seu quarto sem comer de novo!

Senhor Park Seung exclamou também irritado.

– Você é feio! É nojento! Você é gordo, usa esses óculos horríveis e usa esse aparelho ridículo!

Seung apontou para cada item citado.

– Como pode ser meu filho? Na verdade você não é, filho meu não deveria ser assim

Ele deu um tapa estalado no rosto do pequeno Park.

– Você nunca encontrará alguém que irá te amar, ninguém nunca irá se interessar por você

Disse com desprezo, Seung odiava o fato de ter um filho 'boca de lata', mas não há nada que possa fazer para mudar.

– Melhor irmos, ou iremos nos atrasar

Senhora Park Byeol interviu na repreensão.

– Onde vão? Eu posso ir também?

Jimin perguntou com um brilho inocente nos olhos.

– Não é um lugar para um nojento como você

Byeol disse olhando com puro desprezo para o garotinho.

– Vamos, meu amor

Chamou pelo marido.

Jimin subiu correndo para o quarto, se trancou no banheiro e começou a chorar baixinho.

Ele se perguntava onde tinha errado, porque seus pais o odiavam tanto, não é como se fosse culpa dele por ser acima do peso e usar aquelas coisas feias.

°• Dias atuais •°

Allysson e Jeon estão resolvendo algumas papeladas.

– Preciso que marque uma reunião com o senhor Lim para amanhã à tarde

Jeon disse indo se sentar em sua cadeira.

– Sim, senhor
– Também quero que libere todos os meus compromissos para hoje de tarde, eu irei acompanhar Yang na partida dela

Ally assentiu e já começou a digitar algo no tablet.

– Entre!

Jeon exclamou quando ouviu alguém bater na porta de sua sala.

– Bom dia, senhor Jeon
– Senhor Park!

Jeongguk disse em um tom claro de desgosto.

Park Seung, - pai de Jimin -, é infelizmente um concorrente de Jeon e tenta a todo custo derrubar à empresa de Jeongguk, mas nunca conseguiu isso.

– O que o traz aqui?

Jeon perguntou já se levantando.

– Vim tratar de negócios, mas vejo que está ocupado

Disse analisando Allysson de cima a baixo.

– Park, esta é Allysson minha secretária, Ally este é Park Seung
– Annyongseyo, senhor Park

Ela fez uma reverência.

– Finalmente achou uma mulher comportada, mas que pena que seja ruiva

O maxilar de Jeon travou nessa hora, ele cerrou os punhos extremamente irritado com a fala ridícula de Seung.

– O que disse?

Jeon perguntou se aproximando lentamente do homem.

– Está insinuando o que com isso?

Allysson perguntou visivelmente ofendida.

– Sabe bem o que quero dizer, ruiva nojenta

Allysson passou pelo homem, mas parou quando ouviu isso que ele acabou de dizer e se virou com uma expressão nada agradável.

– Escute bem o que vou lhe dizer, senhor Park. – Disse com desgosto. – Eu não sou uma pessoa que aceita esse tipo de ofensa vinda de qualquer um, não me importo se é ou não a porra de um mais velho, ou um empresário rico

Suspirou irritada.

– Mas já aviso que se insinuar algo desse tipo novamente, eu garanto que irei revidar

Olhou para Jeongguk de relance e depois voltou a encarar o homem.

– Com licença, senhor Park Nojento Seung

Sorriu cínica e saiu da sala.

– Jeongguk--
– É senhor Jeon para você, Seung

Jeon já havia perdido a paciência com Seung.

– Sabe, eu nunca fiz nada com você, por consideração a Jimin, mas agora eu não irei me importar com o que Jimin-ssi acha

Chegou perto o suficiente do homem para sussurrar em seu ouvido.

Eu posso ser uma pessoa má se eu quiser e pode ter certeza que não é isso que você quer

Apertou forte o braço do homem.

Cuidado com o que diz perto de mim e com o que faz também

Empurrou bruscamente o homem.

Quando Jeon finalmente achou Allysson, ele estranhou o fato dela estar chorando.

– O que houve, la mia piccola rossa?
– Tia Hye está morta

As lágrimas rolaram pelo rosto dela.

Algumas lembranças passaram pela mente dela, Hye a ajudava em muitas coisas enquanto ainda moravam todos juntos.

– Ela era como uma segunda mãe para mim
– Tudo bem, la mia piccola rossa

Jeongguk puxou ela para um abraço.

– Podemos ir no hospital se quiser
– Sério?
– Sério

Sorriu gentilmente.

– Vamos, il mio angelo dai capelli rossi

Pegou na mão dela e a puxou para irem ao hospital.

(...)

Agora no hospital, Jeon largou Allysson com a prima e foi conversar com Jimin.

– Eu tenho algo para contar

Jeon disse com o semblante irritado.

– Eu também tenho, mas não pode ser aqui. O que tem para me dizer?
– Seung teve a ousadia de ir na minha empresa e insultar a Allysson

Jimin ficou estático, era como se todas as lembranças viessem à tona.

– Seung? O que ele disse?
– Insinuou que Ally é uma vadia e a chamou de nojenta
– Desgraçado! O que você fez?
– Eu avisei que se fizesse isso novamente, não teria tanta compaixão assim
– Fez bem, pode fazer tudo o que quiser com ele, só não pode matá-lo

Jeon suspirou cansado, ele nunca quis fazer mal algum a Seung, mas convenhamos que esse homem está passando dos limites por julgar uma ruiva.

– Aliás, o que você tem que me contar?
– Na sala de reuniões eu conto

Jimin disse com o timbre grave, aquilo era um aviso.

Eles voltaram para perto de onde as meninas estão, Allysson está com os olhos marejados e Hwasa ainda chora muito.

– Senhoritas, eu e Jeon precisamos ir resolver um assunto importante, se importam de ficarem com um amigo?
– Não precisa deixar um amigo com a gente

Allysson disse um pouco envergonhada.

– Eu insisto que sim, querida

Jimin disse com um sorriso gentil.

– Tudo bem
– Vou ligar para ele, espere um instante

Saiu do local.

– Pode tirar quantos dias quiser de folga, entendo que irá precisar ficar afastada

Jeongguk falou, ele não queria ficar longe dela, mas sabia que Allysson precisava disso.

– Obrigada, senhor Jeon

Jeongguk sorriu gentilmente.

– Eu tenho que ir, até mais, il mio piccolo angelo dai capelli rossi

Beijou o topo da cabeça dela e saiu do local.

– Eu não faço a mínima ideia do que eles estão falando

Hwasa disse tentando sorrir.

– Nem eu, mas tenho a leve impressão de que não vou gostar de saber
– É italiano, certo?
– Certo

Ela sorriu e puxou a morena para um abraço apertado.

Jeon, Jimin, Namjoon e Taehyung estão reunidos mas sala de reuniões na mansão de Namjoon.

– Nos conte do porquê de estarmos aqui reunidos

Namjoon disse com o semblante sério.

– A mãe da minha morena sabia sobra a gente
– Como assim?
– Ela sabia da MS-13, disse que estamos envolvidos em algo relacionado a mãe da Allysson, que somos perigoso e essa baboseira toda sobre a gente
– Calma, o que a mãe da Allysson tem a ver?

Jeon perguntou visivelmente confuso.

– Namjoon?

Jimin perguntou ignorando o mais novo.

– Isso é com o meu pai. – Namjoon disse. – Caralho, até hoje ainda lido com as coisas do passado, mas que porra!
– Caralho, explica essa merda melhor!

Jeon exclamou já perdendo a paciência.

– No passado, meu pai teve alguns ajudantes de fora do país, foi assim que ele conseguiu estender alianças com outras máfias

Namjoon suspirou, quem dera se fosse só isso mesmo.

– Hoje ele é o Capo* e em breve serei eu, então para isso, tivemos alguns contra tempos

Jeon não estava entendendo nada e sua expressão denunciava isso.

– Acomodem-se, pois a história é longa

Hwasa resolvia algo com os médicos e Allysson ficou esperando do lado de fora do hospital.

– Allysson?

Uma voz masculina a chamou, ela se virou bruscamente.

– Oi?
– Oi, eu sou Hoseok o amigo de Jimin
– Ah, sim, eu te conheço
– Pois é. Eu irei levá-la embora, já está pronta?
– Na verdade estou esperando minha prima
– Ah, sim

Hoseok sorriu gentil, por um momento Ally perdeu o olhar no sorriso encantador dele.

Hwasa saiu do hospital com uma expressão pior que antes.

– O que acon--
– A conta do hospital está cara demais

Ela soltou um suspiro exausta.

– E o senhor é?
– Jung Hoseok, sou amigo do Jimin e do Jeongguk
– Ah, sim

Hwasa sorriu mínimo.

– Vamos?
– Vamos

Hoseok conduziu elas até o carro.

Jimin, Taehyung e Jeon se sentaram no sofá pequeno da pequena sala.

– Comece a sua explicação

Jimin disse meio impaciente.

– Na época a MS-13 não era tão conhecida, era apenas uma organização criminosa pequena que acreditavam que não tinha futuro. – Riu amargo com as lembranças. – Mas meu pai mudou tudo junto com o meu avô, eles foram para outros países, dentre eles o Brasil, Canadá, Estados Unidos, Itália, Rússia e China
– Caralho até a China

Taehyung disse rindo.

– Cala a boca idiota. – Jimin o repreendeu. – Continue
– O pai da Allysson tem uma irmã coreana
– Tinha, ela morreu

Jeon o interrompeu.

– Enfim, a mãe dela era prometida a um membro da máfia russa, mas ela acabou tendo um caso com aquele brasileiro fuleiro, claro que o homem lá que iria se casar com ela não aceitou muito bem isso, então meu pai interviu no meio disso e deu a maior merda

Namjoon suspirou fundo, pegou um copo de água e tomou tudo em um único gole.

– Bom, ela teve uma filha, a tal Hye, óbvio que todos ficaram sabendo disso, então queriam a criança, mas ela se escondeu lá no Brasil e o irmão dela nos pediu ajuda, não poderíamos negar se pudéssemos receber algo em troca, então ele nos prometeu uma boa quantia de dinheiro

Namjoon tornou a beber mais água.

– Ele nunca pagou a quantia, então meu pai o ameaçou e o fez vir para Seul, Tom veio, mas não deu muito certo tudo isso
– Por que não?

Jimin indagou curioso.

– Eu não sei
– Como não?

Jimin perguntou irritado.

– Porque isso faz parte de um passado que não me pertence

Namjoon disse fitando Jeon.

– O que posso dizer é que no meio dessa confusão, uma outra máfia inimiga nossa sequestrou Mayla, a mãe da Allysson

Disse por fim e desviou o olhar de Jeon.

– Se querem ir atrás dela, eu ajudo, mas vão ter que contar para elas e sabem que isso não pode dá muito certo
– Eu corro esse risco

Jeon disse nervoso.

– Hoseok me mandou um mensagem, preciso ir

Jimin ditou antes de saí.

– Eu também já vou
– Jeikei! Espera!
– O quê?
– Não ache que isso é fácil, brigas entre máfias é muito mais perigoso do que pode imaginar
– Eu corro esse risco

Ditou firme e saiu da sala.

– Isso não vai dá certo

Taehyung disse olhando à porta por onde o mais novo acabou de passar.

– Não mesmo

Namjoon disse quase que em um suspiro.

(...)

Jimin encontrou com Hoseok em sua mansão.

Hoseok cuidava de Hana, enquanto Sana preparava algo para eles comerem.

– O que quer me dizer, Hyung?
– Soube que Hwasa está com problemas financeiros, você bem que poderia ajudá-la, não acha?
– Em quê?
– Verifiquei a conta do hospital e não é nada barato
– Quanto?
– 6 milhões de wones
Merda!

Sussurrou irritado.

– Esse dinheiro não é nada para mim, mas é muito para ela
– É só você ajudar

Hoseok pegou Hana no colo e começou a brincar com ela.

– Se machucar ela, eu mato você!

Sana disse entrando no local com uma bandeja.

– Yŏboya, sabe que eu jamais machucaria nossa princesinha
– Eu não confio em você, não depois de ter quebrado meu brinco favorito e ter colocado a culpa no Namjoon

Sana disse com uma falsa irritação, o que acabou arrancando risadas de Jimin e de Hana, - mesmo sem saber
o que está acontecendo -.

– Você é má!
– Sou mesmo, agora me dá minha filha
– Ela é minha filha também!

Hoseok resmungou entregando a criança.

– Eu sei, mas é perigoso ficar perto de você

Ela sorriu e beijou a bochecha do marido.

– O papai é perigoso, né meu neném?
– Papa

A menininha disse estendendo os bracinhos na direção do pai.

– Depois você fica com ele, agora vamos tomar banho. Dá tchau pro titio Jimin
– Thau xio Min

Balançou as mãozinhas gordinhas enquanto mandava beijinhos pra Jimin.

– Tchau, pequena Hana

Jimin deu um beijo singelo na bochecha da garotinha.

– Vai fazer o que disse?

Hoseok perguntou após a esposa saí.

– Irei fazer isso e muito mais

Sorriu pensando em certas coisas que faria pela futura esposa.

•°•

CONTINUA...

*Vocabulário*

Capo – é um termo que sempre esteve ligado à máfia italiana. Capo ou Capo di tutti capi é o título que recebe o chefe de todos os chefes. É a pessoa que regula e obriga a cumprir todas as normas estabelecidas entre as distintas famílias. Quando em 1931, Lucky Luciano criou a Commission, esta veio substituir a figura do Capo di tutti capi. Em Itália existe um equivalente na máfia calabresa, o capo crimine.

Il mio piccolo angelo dai capelli rossi: Meu anjinho ruivo

la mia piccola rossa: Minha ruivinha

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Kisses my loves♡
Sorry pelos erros ortográficos♧

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