•• Capítulo 29 ••
Não demorei.
Jimin on.
"Quando a noite cair, e o dia não mais existir, a sombra irá te perseguir, a morte irá sucumbir a um gatinho que gosta de fugir."
Ass: Dono do Gatinho.
— Quem esse doido pensa que é? Eu não sou de ninguém! — deixei o cartão de lado.
Peguei a caixa menor.
— Eu acho melhor você não abrir isso. — abri.
A melodia calma começou a tocar, olhei assustado a caixa.
Uma caixinha de música.
A bailarina girando enquanto a música toca.
— Por que está assustado, gatinho? É só uma música de criança. — falou preocupado.
— Não é só uma música. — ele tirou a caixa da minha mão. — Essa música sempre tocou nos meus pesadelos quando via alguém me observando, eu não contei para ninguém, como ele sabe?
— Nós vamos pegar ele, gatinho. — me abraçou. — Ninguém vai tocar em você, vou te proteger, com a minha vida se for necessário.
Essa noite também tive dificuldade para dormir, fiquei só encarando o teto com medo de dormir e ter algum pesadelo.
Quando estava amanhecendo eu consegui dormir.
[...] Uma semana e meia depois.
Eu quis investigar quem era o obcecado por mim, mas Jungkook não deixou, disse que ia me fazer mal eu ficar investigando isso. Ele está fazendo a investigação sozinho, não quis nem que eu ajudasse.
Ele está certo, iria me fazer mal com toda certeza.
No atual momento eu estou bem, tirando que faz exatamente oito meses que não sei o que é sexo ou qualquer relação íntima.
Tô bem não!
Como anda meu humor?
— Jimin, tenho um problema. — ouvi Hoseok.
— Seu problema me afeta? — perguntei.
— Não. — respondeu.
— Então sofra em silêncio. — voltei a olhar a tela do computador.
— Sheldon 2.0. — olhei para ele.
— Sheldon? — quem é?
— É de uma série, e ele fala quase isso. — a tá! — Por que está de mau-humor?
— Faz oito meses que eu não transo com ninguém, sabe o que é isso? Oito meses Hobi, não é uma semana, ou algumas semanas, são oito meses! — estou surtando. — Já me considero virgem novamente.
— Porra! Jungkook é lerdo demais. — se fosse só lerdo estava bom.
— Sabe o que é pior? — negou. — Ele já transou com aquela estagiária filha da puta.
— O QUÊ? — bati no braço dele, todos olharam para nós.
— Por que está gritando? — Rosé perguntou.
— Nada não. — voltaram aos seus afazeres sem se importar com o doido.
— Escandaloso! — imagina essa criatura transando, por isso que Joseph pediu para deixar o quarto deles à prova de sons.
— Como ele pode ter transado com aquela vaca, e você ele não deixa chegar perto? — também não sei. — Deveria perguntar o motivo.
— Não, ele não vai falar, Jungkook é assim, ele não divide os problemas, enfrenta sozinho. — conheço meu namorado. — É assim desde sempre, o irmão dele me avisou.
— Ainda não acredito que ele já transou com aquela puta. — eu também não.
— E pior, ele levou ela para jantar. — até engasgou com o café.
— Jungkook estava com o que na cabeça? Merda? — deve ser. — A sorte dele é que namora com você, comigo já estaria sozinho faz tempo. — imagino. — Sexo para mim, eu Hoseok, é fundamental no relacionamento, porque eu não consigo ficar sem. — nem notei. — Lógico que namoro não é só sexo, mas se eu gosto e estou com alguém que não está me oferecendo isso, o relacionamento não vai para frente.
— Não vou terminar! — falei.
— Eu sei, você ama muito ele para fazer isso. — exato. — Estou falando de mim. — a tá! — Isso é para qualquer coisa em um relacionamento, se você gosta de algo e outra pessoa não gosta, uma hora vai ser motivo de briga, meus pais se divorciaram por meu pai não gostar de comida caseira, preferia comer em restaurante ao invés da comida divina da minha mãe.
— Prefiro comida caseira. — bem melhor.
— Se o problema dele fosse o sexo, seria tranquilo esperar. Porque não é todo mundo que tem essa fome de fazer sexo. — realmente. — Mas o problema está parecendo ser com você, porque se ele fez com aquela puta, já deveria estar virando seu mundo de ponta cabeça na cama.
Ele não tá! Eu vou chorar!
— Por que está triste? — Heron chegou perguntando, olhei para ele. — Ah! Ainda não fez, né?
— Não. — deitei a cabeça na mesa.
— Tem pessoas que ficam depressivas sem sexo. — levantei a mão. — É, você é uma delas.
— Heron, você não chegou a conhecer, mas sabe aquela estagiária insuportável que já nos ouviu falando dela? — Hoseok fofoqueiro. — Jungkook já transou com ela, até levou para jantar.
— Isso que é azar, Jimin. — você não tem noção. — Você já perguntou o motivo?
— Não, e nem vou, ele não fala. — ódio! — Será que ele não me acha bonito? Ou pior, não sou gostoso o suficiente?
— Você é lindo e gostoso, Jimin! — Hobi afirmou.
— Eu sei, mas e se ele não acha? — estou enlouquecendo.
— Temos um caso. — o culpado dos meus surtos entrou.
Nem levantei a cabeça, fiquei bem tranquilo. Ele explicou tudo.
— Jimin, contacte as famílias das vítimas. — não levantei. — Jimin? — não quero. — Ele dormiu?
— Não, só não quer levantar mesmo. — Hobi respondeu.
— Tá! — explicou o restante.
— Tchau! Vou ir ajudar o Taehyung! — Heron levantou e foi.
— Agente Park, minha sala. — o que eu fiz agora?
— Até iria falar "se fudeu", mas você não tem fudido. — Hoseok falou, bati nele. — Transa logo, estou ficando todo dolorido.
Fui para a sala dele, sentei na cadeira de frente a sua mesa. Ele entrou e fechou a porta, passou por mim e sentou em sua própria cadeira, me chamou.
— O que? — perguntei.
— Só venha. — levantei e fui até ele, me fez sentar em seu colo.
— Por que estou aqui? Vai brigar comigo? — é uma preocupação.
— Por que eu brigaria com você? — vai saber, não sei nem porque não quer fazer sexo comigo. — Parece triste gatinho, ainda é pelo seu perseguidor?
— Não estou triste, e você disse que cuidaria disso, confio em você. — queria que fosse recíproco essa confiança.
— Certeza que não está? — não, confirmei. — Tudo bem.
— Você me ama? — não entendeu.
— Sim, eu te amo muito, por quê? — perguntou.
— E me acha bonito? — não está entendendo nada.
— Lógico, você é perfeito gatinho. — sei. — Por que perguntou essas coisas?
— Coisa da minha cabeça, tchau! Vou ir falar com as famílias. — tentei levantar, ele me segurou. — Quer que eu trabalhe no seu colo?
— Não iria ligar. — eu sei. — E o que se passa nessa sua cabeça?
Que não sou bonito o suficiente para você querer fazer sexo comigo.
— Muitas coisas, tchau! — consegui levantar.
— Ainda vai me contar. — falou.
— Sonha! — saí da sala dele.
Voltei à central, me sentei.
— Então, o que ele queria? Brigar com você? — neguei. — Menos mal.
— Queria saber o porquê estou triste. — contei.
— Você contou né? Falou que o motivo é não estar tendo sexo? — neguei. — Como você perde uma oportunidade dessa, Jimin? Era a chance perfeita dele ver que sexo é importante e está te fazendo mal ficar sem.
— Não iria adiantar nada. — ele não entende. — O Jungkook me ama? Muito, me acha bonito? Sim, mas esse não é problema para a falta de sexo.
— Quando descobrir o que é, me conta. — curioso.
Após um longo dia de trabalho, voltamos para nosso lar tarde da noite.
Eu só tomei banho e deitei, já fui na academia cedo, não preciso me preocupar com isso agora a noite.
— Não vai comer, gatinho? — Jungkook perguntou, já estava abraçado com um travesseiro, quase dormindo.
— Estou sem fome, obrigado! — sem fome, sem ânimo, sem coragem, sem força, sem nada.
Literalmente sou uma pessoa que sem sexo passo a ficar depressivo.
— Fica com seu pai aí. — Jungkook colocou Mochi do meu lado, ele se esfregou em mim. — Sabia! Você está triste sim.
— Hein? — não entendi.
— Mochi se esfrega em você assim quando está triste. — usou o gato para ter certeza que eu estava triste.
— Não é nada, já falei que é coisa da minha cabeça. — do meu corpo inteiro.
— E não pode me contar? — sentou perto de mim na cama. — Posso te ajudar a resolver, não gosto de te ver triste, gatinho.
— É que... — eu quero muito fazer sexo e você não. — Deixa para lá, logo passa.
Voltei a fechar os olhos para dormir.
— Se quiser me contar, irei ouvir. — beijou minha bochecha e saiu, ouvi a porta fechando.
Mochi continua se esfregando em mim.
— Fofoqueiro! — falei para ele. — Nem para me ajudar Mochi, sem petisco por um dia!
Miou contrariado, ainda dizem que os gatos não entendem o que nós falamos.
Eu dormi, sonhos eróticos tem me perseguido.
Acordar excitado é a pior coisa que existe, quando tem alguém para lidar com a situação tudo bem, mas quando não tem tu sofre sozinho.
Tomei banho frio, e senti o sangue voltando a circular no restante do corpo.
Agora quando me perguntarem "Você é virgem?", Posso responder que sim, porque já estou entrando no nono mês sem sexo.
Como o Jungkook consegue?
Escovei o dente e cuidei da minha pele antes de sair, vesti um pijama rosa e saí do quarto.
Na cozinha eu preparei meu café, tomei olhando a vista da sacada.
Amanhã nós precisaremos sair do apartamento, eles vão ligar o segundo andar ao primeiro, e como eu não quero ficar no meio dessa obra, vamos ficar em outro apartamento.
Só volto quando estiver tudo arrumado, ontem eu visitei o segundo andar. Já conversei com o decorador, e ele só está esperando a liberação do engenheiro com o mestre de obra.
Alguns móveis precisou mandar fazer, cômodos grandes e não achou a cor que eu queria. No primeiro andar também vão reformar algumas coisas, mas bem pouco para o Jungkook não surtar.
E para quem pense, "você está mudando um apartamento que não é seu", é meu também.
Jungkook colocou meu nome no contrato, então pertence a nós dois, tenho o direito de mudar. E como meu namorado mesmo já disse, ele não liga.
— Mochi, desce já daí. — em cima da televisão. — Desce agora!
Desceu contra a vontade dele, subiu na mesa de centro e deitou esparramado, empurrando os objetos que estão como enfeite.
— Gato folgado! — falei.
Na mudança para outro apartamento, eu só levei roupa, e computadores. Jungkook levou ele na mudança, eu que tive que pegar roupa do bonito.
Mochi levou a caixa de areia, areia, ração, a fonte de água, e os petiscos. O gato levou mais coisa que o Jungkook.
Eu escolhi um parecido com o nosso, para não ter uma diferença muito grande.
Na semana que estava acontecendo a obra eu não fui trabalhar, estava ocupado de olho no nosso apartamento.
Só no final de semana que não fiquei porque fomos convidados a almoçar na casa da minha mãe. Foi agradável, e tranquilo, não tenho o que reclamar da minha mãe.
Mas ainda vou tirar dela o que a fez me colocar para fora, sendo que me protegia do marido doido. Eu sinto que tem alguma coisa nessa história que ela não quer que eu saiba, não que me vá fazer odiá-la, mas que talvez eu me machuque em saber mais coisas do passado sombrio.
Na hora que eu me sentir pronto irei perguntar, porque eu acabei de me recuperar das últimas informações, ainda não estou pronto para mais bombas. Em um futuro próximo estarei.
Minha psicóloga disse que não preciso saber tudo de uma vez, que minha mente se abala com facilidade, então preciso ir com calma.
Respeitar meu próprio tempo, e minha mente, a coitadinha é toda traumatizada.
Jungkook concorda comigo sobre existir algo que ela não quer me contar sobre a minha expulsão, ele se ofereceu para descobrir, mas eu quero descobrir isso sozinho. Quando eu procuro com as minhas próprias mãos o impacto é menor, bem menor.
— Jiminie, faz maquiagem em mim? — Flora pediu. — Mamãe me mostrou uma foto sua, que está com uma patinha de gato na bochecha.
— Mas você não é muito criança para passar maquiagem? — é que essa é muito forte.
— Não, papai me deu maquiagem de criança. — mostrou a maleta enorme, cheia de maquiagem ideal para criança.
— Também quero. — Lyra pediu.
— Eu pedi primeiro, serei a primeira. — Flora falou, e as duas começaram a discutir para saber quem será a primeira.
— Flora Scott e Lyra Scott. — minha mãe falou mais alto da sala de jantar, as duas se calaram. — Parem já com essa briga, ou vão ficar de castigo.
— Sim, mamãe. — falaram juntas.
— Quando eu tiver a sua idade também vou morar sozinha. — Flora falou baixo. — Aí ela não vai brigar comigo.
— Não fale isso Flora, morar sozinho não é tão legal quanto parece. — é horrível. — Eu sentia falta de ter minha mãe comigo, um pai de verdade, uma casa assim, uma família, e uma irmã para brincar, mas eu não tive nada disso. — nadinha. — Aproveite isso, não é todos que tem esse privilégio.
Fiz a maquiagem nas duas, amaram.
Jungkook conversa com a minha mãe e o Jeremy na sala de jantar.
— Olha mamãe. — correram para mostrar.
— Que lindas! — ganharam elogios de todos.
— Parabéns Jimin! — olhei para o Jeremy. — Sabe fazer isso muito bem.
— Obrigado! — agradeci enquanto guardava as maquiagens da Flora.
— Se tivessem feito sozinhas estariam a própria cópia do palhaço. — minha mãe falou.
— Eu gosto de palhaço. — Flora falou.
— Odeio palhaços. — tamo junto, Lyra!
— Jiminie, dorme aqui hoje? Aí podemos fazer a noite do cinema. — Flora voltou me pedindo. — E você faz penteados no meu cabelo, ou corta ele.
— Nem pense nisso, Flora. — Jeremy falou.
— Mas grande é ruim. — reclamou.
— Eu quero o meu bem grande. — Lyra já quer o dela enorme.
— Você queria ele grande, hoje quer curto, amanhã vai querer grande de novo, seu cabelo demora para crescer e costuma chorar quando isso acontece. — minha mãe falou com ela.
— Eu nem choro. — discordou. — Por que o Jiminie pode cortar e pintar quando quiser?
— Deve ser porque ele é adulto, sabe o que é melhor para si, você é criança e vive de momentos, não de certezas. — ela ficou mais confusa.
— É simples Flora, sua mãe quer dizer que se você cortar o cabelo vai te fazer feliz só agora, mas depois não, porque vai sentir saudade dele grande e chorar até ele crescer. — expliquei.
— Ainda quero cortar. — teimosinha, não sei quem puxou.
— Jungkook, Jimin era igualzinho a ela quando criança. — minha mãe contou. — Se colocasse algo na cabeça, não havia ninguém na terra que tirasse, e ia até o fim em sua opinião.
— Ele é assim até hoje. — Jungkook concordando com essa calúnia.
— Eu não sou assim! — falei, os dois riram.
— Acredito em você, Jimin. — Jeremy falou.
— Obrigado! — cada coisa.
— Você vai dormir aqui, Jiminie? — Flora perguntou.
— Hoje não princesa. — as duas fizeram bico. — Quando nossa cobertura estiver pronta, levo vocês duas para passar um final de semana lá comigo, e com o Mochi.
— E o Kook. — meu Kook!
— Sem Kook para vocês duas, eu cheguei primeiro! — falei. — Esse Kook, me pertence.
— Não sou de ninguém. — olhei para ele. — Todinho seu, gatinho.
Medroso!
À tarde nós fomos embora, após as duas dormirem, não queriam me deixar sair.
Me amam!
Fiz o mesmo que elas após chegar, dormi.
O que mais tenho feito ultimamente, dormir, ficar acordado cansa.
Jungkook é o que menos dorme, ele não gostou da cama.
Eu não preciso gostar para dormir, mas a cama é realmente ruim, e está acabando com as minhas costas.
No domingo à tarde entregaram o apartamento ao decorador, a limpeza já tinha sido feita. Agora é só colocar os móveis dentro, organizar tudo como eu pedi e imaginei.
Porque se estiver diferente já deixei avisado que vai ter que fazer de novo.
"Ah! Você é chato!", Eu sou! Se estou pagando para fazer do meu jeito tenho direito de pedir que refaça caso não fique.
De trabalho voluntário não se reclama, agora trabalho pago, sim.
Por causa desse meu jeito eu tive uma briga com o mestre de obra, ele queria mexer onde não devia. Meu quarto, lá já foi reformado e nem estava no contrato da obra.
Do nada ele me solta "Amanhã vamos desfazer o quarto".
Só nos sonhos dele!
Jungkook teve que intervir porque eu já estava quase grudando no pescoço daquele velho asqueroso e safado. Ele pensa que eu não sei quando olham minha bunda, eu vi!
Nasceu um cabelo branco em mim, de tanto estresse que eu passei com essa reforma.
Por isso preferi não ir trabalhar e ficar para vigiar o que estavam fazendo. Senão, na hora da entrega eu descubro que mudaram meu quarto para a sala, a cozinha está no quarto, uma bagunça.
Com as outras pessoas contratadas para a obra eu não tive problema nenhum, foi só esse sem vergonha.
Só de lembrar já fico com raiva.
Na segunda-feira eu fui trabalhar, mas é como se eu não estivesse lá, porque estava direto no celular olhando as câmeras do prédio para ver os móveis chegando.
— Jimin, você concorda, né? — ouvi Hoseok perguntando.
— Claro, show! — ainda olhando o celular.
— Como assim você concorda? — levantei a cabeça olhando Yoongi. — Ele falou que você concordaria em deixar o Jeon dormir com outra pessoa.
— Primeiro, como vocês entraram nesse assunto? — perguntei.
— Eles não sabem. — Heron falou. — Estavam falando de comida, e de algum jeito chegaram no Jungkook.
— Estamos falando de hipóteses. — Hobi explicou. — A hipótese é essa, se você estivesse para morrer, e só teria mais um dia de vida. — eles não tem o que fazer. — E você só vai sobreviver se o Jungkook dormir com outra pessoa, você concordaria?
— Não, prefiro morrer. — voltei a olhar o celular.
Povo doido!
Jungkook não está dormindo nem comigo, imagina com outra pessoa.
Hoseok inventa cada coisa.
Como houve um pequeno problema de vazamento no cano da cozinha, só puderam entregar na semana seguinte, quarta-feira. Quase que eu processo aquele mestre de obra, eu lembro que foi ele que mexeu na cozinha.
Jungkook não deixou.
E se eu processar, irei ganhar, meus advogados não perdem.
Já processei um salão de beleza por errar o corte, e quase me fazer perder o cabelo todo, erraram o produto. Misturaram progressiva com totalizante para loiro, se eu não tivesse insistido para fazerem o teste de mecha, até hoje teria cicatrizes.
Porque queima o couro cabeludo, quase frita o cabelo.
Adrian ganhou, tiveram que me pagar dois milhões, na verdade, até hoje estão pagando.
Processo sem dó, quem iria ter que conviver para sempre com cicatrizes, e perder a autoestima era eu.
— Neném, vamos logo! — falei mais alto. — Demora do cacete.
— O apartamento não vai sair do lugar, gatinho. — vai sim. — Vamos, apressado!
Estávamos na torre dois, a nossa cobertura fica na torre um. Fomos para lá, Mochi na coleira, desfilando.
Subimos de elevador até a cobertura, Jungkook colocou a nova senha de acesso e a porta abriu.
Entrei primeiro, olhei ao redor.
— Perfeito! — falei e segui andando para ver.
A escada na sala, lado esquerdo, ao lado direito era sala de jantar e cozinha.
Agora tem uma parede após a sala de jantar que ainda deixei no conceito aberto com a sala de estar. Minha cozinha está separada, tem a porta de duas folhas dando acesso a ela.
Passei por ela, entrei na cozinha para ver, Jungkook logo atrás de mim.
— Você disse que não iria mexer muito aqui, né? — perguntou olhando.
— E não mexi. — respondi.
— É mesmo? — confirmei. — O armário não era esse, e a cozinha está maior?
— Disse que eu podia fazer como queria. — falei. — E aquele armário já saiu de moda, por isso eu troquei. — também não gostava da cor do outro.
Cinza? Nada a ver! Agora é preto, aquele que dá até para se ver, vai manter assim.
— Sim, eu aumentei a cozinha. — pouca coisa. — Com o surgimento dessa parede, precisou aumentar, aí consegui colocar a ilha, com as cadeiras altas.
— Tudo bem! E cadê os puxadores dos armários? — toquei no armário e a porta abriu.
— Não tem mais puxador, agora é com o toque ele abre. — falei. — Eu vivia batendo a cabeça naqueles puxadores.
— Você tem altura para bater nos puxadores? — bati no braço dele. — Parei! Qualquer lugar que tocar, ele vai abrir, ou tem um lugar específico?
— Lugar específico, senão qualquer esbarrão ele estaria abrindo. — mostrei o lugar.
— Posso me acostumar. O que mais mudou? — perguntou.
— Aqui nesse andar é só isso, e a pintura como já deve ter notado. — pouca coisa. — Vamos subir.
Nós subimos, Mochi está miando em algum lugar, conhecendo o novo andar.
Ao invés de uma parede que não teria como luz entrar no segundo andar, optei por uma parede de vidro. Se olhar de perto você vê a sala lá embaixo.
— Gostei de ser assim. — se referiu ao vidro.
— Sou demais!
— O que escolheu para ser feito aqui? — perguntou.
— Dois quartos que nós dois concordamos. — confirmou. — E o restante, você irá ver.
— Não tenha nada rosa, não tenha nada rosa, não tenha nada rosa! — ouvi ele resmungando.
Olhamos os quartos, aprovou.
A primeira porta que abri, ele entrou olhando.
— Sala de cinema. — falou observando.
— Como nós gostamos de assistir bastante filmes juntos, agora temos aqui. — falei. — Gostou?
— Gostei! — olhou melhor. — Aquilo é uma almofada rosa? — tirei ele de dentro e fechei a porta.
— Está vendo coisas. — fomos até a próxima porta, abri.
— Sala de jogos e área de lazer. — isso. — Para quando receber seus amigos?
— Nossos amigos. — corrigi.
— Eu não tenho amigos. — ele tem sim, só não gosta tanto deles.
— Namjoon e Jin, são o quê? Adela iria gostar. — falei.
— Tem razão. — sempre.
Na sala de jogos tem pista de boliche, televisão com videogame, tênis de mesa, pebolim, mini golf, fliperama, e mesa esnuque. Sem falar das caixas de jogos, sempre quis uma dessa.
— Próximo cômodo. — levei até a próxima porta, a última do corredor.
Abri e ele entrou, está observando.
— Uma jacuzzi? — perguntou.
— Sim, para quando quisermos relaxar. — eu pensei nela para sexo mesmo, mas estou vendo que vou usar só para relaxar.
— Um cômodo com jacuzzi, uma pequena adega com bebidas, com televisão, bem sua cara. — eu sei. — Porque desse tamanho a Jacuzzi? Você é pequeno.
— Ei! — bati nele de novo. — Se um dia você quiser usar, vai te caber.
— Tudo bem! Algo mais? — saímos, e fomos ao outro lado do corredor.
— Essa porta, dá acesso ao nosso closet. — apontei. — E essa, é a nova lavanderia.
— Por que mudou aqui para cima? — perguntou.
— Eu tirei espaço da antiga lavanderia para aumentar a cozinha. — expliquei. — Aí, o espaço que sobrou, eu fiz de dispensa. — ficou bem melhor. — Está aprovada a reforma? — perguntei ansioso pela resposta.
— Está! Fez um bom trabalho, gatinho! — me deu um selinho.
— Beijo de verdade, neném. — ele riu e me beijou.
Pelo menos isso eu não estou sem, porque se ficasse sem beijo, eu faria greve de fome.
Passei meus braços pelo pescoço dele, senti ele apertando minha cintura. Essa língua e essa mão tem feito parte dos meus sonhos mais molhados.
Apertou minha bunda com as duas mãos, fiquei fraquinho!
Quando se afastou e beijou meu pescoço, deixou marca.
— Neném, por favor? — um pouquinho só?
— Por favor, o que gatinho? — ele não é de Deus.
— Nada. — ouvi Mochi miando. — Precisa buscar nossas coisas no outro apartamento, o Mochi está querendo comer, porque fome ele nem sabe o que é.
Me soltei e desci para o primeiro andar, fui para o meu quarto.
Troquei de roupa e desci para treinar. Até pensei em colocar uma academia aqui na cobertura, mas já tem duas nos prédios, é desnecessário ter uma privativa.
Passei duas horas treinando pesado perna e glúteos, isso eu amo!
Voltei a cobertura cansado, Jungkook estava sentado no sofá, cabelo úmido e sem camiseta.
A própria tentação!
— Por que está sem camiseta? — perguntei.
Olhou para mim.
— Porque a que eu queria usar, está no seu corpo. — sorri para ele. — Ladrãozinho!
— Essa aqui precisa lavar, vai usar outra. — ou fica sem também.
— Nem percebi. — ele está passando muito tempo comigo, já está ficando irônico igual, e ele nem vê que foi irônico.
Tomei um bom banho, lavei meu cabelo, ainda está preto.
Vou pintar para o aniversário do Jungkook, que está chegando.
Passei creme no corpo, e coloquei o roupão. Saí do banheiro, as malas de roupa já estão no closet.
Após me vestir e secar meu cabelo, arrumei tudo.
— Neném? — falei alto, não gritei.
Logo ele apareceu no closet, tão gostoso!
— Precisamos ir ao mercado fazer compras. — falei.
— O que fez com a comida que tinha? — perguntou.
— Uma parte eu joguei fora, a outra doei tudo. — o que estava em pacote fechado sem abrir foi para doação. — Se ficasse aqui iria estragar, então foi melhor doar.
— Tudo bem! Eu vou me arrumar. — só calcei um tênis.
— Nem pense em colocar terno. — avisei antes de sair.
Está um calor hoje, o verão está me matando, espero que chegue logo o outono.
Estou usando shortinho moletom preto, e camiseta branca. Quente!
Sentei na cama para esperar ele sair, preciso passar perfume.
Ele saiu com calça cargo preta e camiseta branca, tênis branco da Nike.
— Não sabia que tinha calça assim. — eu tenho várias dessa.
— Eu comprei já faz um tempo. — um gostoso.
— Lindo! Casava com você agora. — ele riu. — Vou passar perfume e nós vamos.
Entrei no closet, passei perfume e hidratante labial de morango, minha boca ficou mais rosada.
— Você vai pagar, né? — saí perguntando.
— Sim. — perfeito.
Mochi foi alimentado mais uma vez antes de sairmos da cobertura, esse gato vive para comer, e se não der ele não cala a boquinha, mia como se o mundo estivesse acabando.
Descemos até o estacionamento, e entramos no carro com o porta-malas maior. O BMW X6, cinza escuro.
Coloquei o cinto, já comecei a fazer a lista de compras. Tem algumas prontas na internet, então fica fácil. Só vou ajustando para as necessidades minha e do Jungkook, porque tem coisas que compramos que na nossa visão é essencial e para outros não é.
Jeon após sair do estacionamento, pegou em minha mão, passei a digitar só com uma.
— O que está fazendo, gatinho? — perguntou.
— A lista de compras. — respondi. — Quer colocar algo?
— Não, tenho certeza que vai colocar tudo. — tudo bem então.
Continuei fazendo durante o caminho, quando chegou no mercado eu terminei.
Ele abriu a porta para mim, saí e já peguei em sua mão.
— Está armado? — perguntei.
— Sempre. — respondeu.
Entramos no mercado após ele pegar um carrinho, do grande, e acho que vai precisar de mais um.
Eu nunca tinha feito isso com ele, normalmente ele vai sozinho.
Fui escolhendo os produtos mais caros e melhores, Jungkook só olhando eu colocando no carrinho.
— Até o final da compra, eu irei falir. — exagerado.
— Não exagera. — falei.
Ele está empurrando enquanto eu coloco tudo, e precisou de mais um carrinho como eu havia dito.
Foi tanta coisa que compramos que quem estava colocando em sacolas, chamou outra pessoa para ajudar.
Na hora que o rapaz chegou, me encarou e começou a colocar nos carrinhos.
Voltou a me encarar, ele me conhece?
— Desculpa perguntar, mas você já teve o cabelo rosa? — me conhece com toda certeza.
— Sim. — confirmei.
— Ji... — puxou na memória. — Jimin!
— É, eu mesmo. — infelizmente. — Me conhece de onde?
— Você era meu vizinho. — vizinho? — Sou neto de uma senhora que gostava de te chamar por "o cara rosinha".
— Ah! Han né? — confirmou. — Desculpa não lembrar, você está diferente!
Muito diferente, não tinha esse monte de tatuagem nos braços, nem o piercing na sobrancelha, só no lábio.
Como ele conseguiu trabalhar nesse mercado todo tatuado?
— Você também está! — só meu cabelo mudou e o corpo. — Está mais lindo!
Jungkook fingiu uma tosse.
— Obrigado! Esse é o meu namorado, Jungkook. — Jeon está fervendo de tanto ciúme. — E esse é um antigo vizinho, neném.
— Prazer te conhecer! — se curvou por ver que Jungkook é mais velho.
— Digo o mesmo. — sorte que só eu sei ver que você não está sentindo prazer nenhum nisso.
— Vai ser no cartão ou dinheiro, senhor? — Jungkook tirou da carteira o cartão Black.
— Você sumiu, Jimin! Por onde tem andado? — longe.
— Eu precisei mudar após alguns problemas na casa. — um mafioso obcecado saber meu endereço. — Sua avó está bem?
— Está ótima! — imaginei, ela tinha mais coragem que eu.
— Que bom! Como conseguiu trabalhar aqui, com isso? — apontei os braços dele.
— Meu pai ser o dono ajuda. — está explicado. — Mas ele odeia minhas tatuagens.
Normal!
— Vamos gatinho? — Jungkook perguntou.
— Sim! Foi bom te rever, Han! Manda um abraço para a sua avó. — falei.
— Me passa seu número, ela vai querer te ver também, e não vai acreditar que seu cabelo está preto. — passei meu número. — Tchau!
— Tchau! Até logo. — saí com o ciumento do mercado, levando um dos carrinhos até o carro.
Ajudei ele a guardar tudo no porta-malas, uma parte ficou no banco traseiro como esperado.
Sentei no banco do passageiro, ele entrou, colocou o cinto.
— Está bem? — perguntei.
— Ótimo! — ciumento!
Foi até em casa com a cara virada.
Subir com tudo foi um pouco difícil, mas conseguimos.
Eu organizei tudo na cozinha e despensa, ficou perfeito!
Comecei a fazer o almoço tarde, porque a prioridade era a organização.
Jeon estava trancado no escritório, demorou para aparecer. Veio na cozinha para beber água.
— Quem era aquele Han? — perguntou de uma vez.
— Meu antigo vizinho, eu falei. — o ciúmes não deixou ele me ouvir.
— Vizinho nada, eu vi como ele estava te olhando, com desejo. — isso é verdade.
— E como que não vai desejar, isso? — apontei para mim mesmo.
Apesar que ele não está desejando, se tivesse eu já teria transado.
Choremos!
— Gatinho. — parei de boiar. — Aquele homem é mais um da lista com quem já dormiu?
Pensei em como responder, nenhum jeito parecia muito legal.
— Sim. — voltei a mexer a carne na panela.
— Quando? — contei nos dedos.
— Uns três anos, por aí. — respondi.
— Estava com dezesseis? — pensei melhor.
— Não, quinze. — essa carne está linda. — Faltava uma semana para o meu aniversário de dezesseis, com ele que perdi a virgindade.
— Só piora. — terrível, né? — Quantos anos ele tem?
— Vinte e um, eu acho. — pelas minhas contas é isso.
— Ele tinha dezoito!? — exato. — Foi coisa de uma noite como os outros?
— Não, para ser sincero, ficamos por um mês e pouco. — essa batata está linda!
— Por que ele terminou? — olhei para ele.
— Ninguém terminou nada, só paramos de fazer sexo. — falei. — Estávamos ficando, não namorando.
— Por que pararam? — curioso!
— Ele começou a namorar. — contei. — Mais alguma pergunta?
— Nenhuma. — saiu da cozinha.
Não entendo o Jungkook, ele fica bravo e morrendo de ciúme de homens que eu já fiquei, mas ele mesmo não quer fazer isso comigo.
Será que esse é o motivo? Eu já ter ficado com outras pessoas? Mas ele não pode opinar muito.
Eu tô ficando doido!
Após terminar o almoço inaugurando as panelas novas, comprei tudo novo. Arrumei a mesa, levei tudo para lá.
Fui até o escritório, entrei e ele está sentado olhando alguns papéis.
Relatórios, ainda não terminou de olhar todos, e ainda tem mais duas caixas lacradas para ele ver.
— O almoço está pronto! — falei.
— Tô sem fome. — era só o que me faltava.
— Neném, vem comer. — fui até ele. — Por favor, come só um pouquinho pelo menos para me fazer companhia.
— Pede para o Han, te fazer companhia. — como pode ser tão ciumento?
— Você o mataria se ele pisasse aqui. — falei.
— Pode ter certeza disso. — eu tenho. — Por que tinha que se relacionar com eles?
— Tem noção que o único contato com outras pessoas que eu tinha era esse? — perguntei. — Tirando isso, eu não tinha mais nada.
— Ainda assim. — bicho ciumento.
— Jeon Jungkook, deixa de ser ciumento, com quem eu estou? — perguntei.
— Comigo. — respondeu.
— Então, é você que eu amo, não eles. — tem que explicar por partes. — Seu ciúmes é infundado.
— Não é, você parecia muito confortável na presença dele. — dê paciência.
— Queria que eu tratasse ele mal? — confirmou. — Eu não sou assim, se a pessoa me tratar com gentileza eu não serei grosseiro, ou chato. — até parece. — Você me conhece, sabe como eu sou.
— Tá! — finalmente.
— Agora vem comer. — peguei em sua mão e o incentivei a levantar, saímos do escritório.
— Mas você me ama mesmo? — parei no corredor, virei para ele.
— Eu te amo! Do fundo do meu coração, com todo o meu ser, o único homem que amo! — falei olhando nos olhos dele. — Vem, eu tô com fome!
Sentamos à mesa, comecei a comer.
— O que vai querer fazer no seu aniversário? Faltam duas semanas. — perguntei.
— Nada, não faça nada, eu não comemoro meu aniversário. — não?
— Mas Luana me mostrou foto sua em um aniversário, e era o seu, do ano passado. — fiquei confuso. — Até vi alguns primos seus, e primas. — pensei. — Não quer me apresentar para eles?
Se ele é dramático, eu sou o dobro.
— Para ser sincero, não. — como assim?
— Por que? Tem medo que eles não gostem de mim? Ou tem vergonha de mim? — qual das opções e nenhuma é boa.
— Primeira opção. — doeu.
— Qual o motivo para não gostarem de mim, eu sou legal! — o chato é ele.
— É que eles não sabem que estou namorando um homem. — agora eu entendi. — Na hora que minha mãe souber...
— Sua mãe? Você tem mãe? — falei alto demais.
— Tenho, por que não teria? — perguntou.
— Jungkook, você nunca falou dela, eu pensei que estava morta. — tinha quase certeza. — E você disse que comprou as coisas com dinheiro de herança.
— Foi, mas do meu avô. — explicou.
— Eu não sei nada do meu próprio namorado, e nós vivemos juntos. — que situação! — Tem pai?
— Sim. — só vai piorando.
— Seu irmão realmente morreu? — confirmou. — Mas daquele jeito que me contou, que foi em uma missão para o governo, ou inventou?
— Inventei, a morte dele envolvia a máfia e você ainda não sabia sobre isso. — que vontade de bater nele. — Eu o matei.
— Matou seu próprio irmão? — perguntei assustado.
— Sim. — pensei.
— Assim que ganhou as tatuagens dos dragões? — confirmou. — Como isso funciona?
— Ele estava acabando com a máfia, mas não queria sair. — começou a contar. — Eu o desafiei, nós lutamos até a morte, dele no caso, porque eu nunca perdi.
Frio e calculista.
Onde eu fui me meter?
— E a esposa dele? — perguntei.
— Essa parte era verdade, ela está sob proteção do governo como testemunha. — pelo menos uma coisa é verdade.
— Mas se você tem mãe e pai, por que eles nunca vieram te visitar? — estranho.
— Eu vejo eles na casa do meu irmão. — que legal! — No último final de semana eu vi eles.
— Quando disse que precisava pegar algo lá, e demorou duas horas para voltar? — confirmou. — Por acaso tem vergonha de mim?
— Claro que não, gatinho. — não é isso que está parecendo. — Eles podem ser homofóbicos.
— Eu te levei para conhecer minha mãe após tudo que aconteceu entre mim e ela, tendo a ciência disso. — argumentei. — Agora você nem sabe como eles irão reagir e está me escondendo.
— Não estou te escondendo. — falou.
— É mesmo? — confirmou. — Porque no dia que foi ver eles, eu precisei sair, mas as chaves dos carros sumiram, estava com medo que eu te seguisse e eles me vissem.
— Não seria a primeira vez. — isso não vem ao caso.
— Você está me escondendo sim. — eu sei que está. — Não quer nem comemorar o próprio aniversário para que eles não me vejam.
Tô triste!
— Eles iriam gostar de mim, sim. — resmunguei chateado. — Tem vergonha de mim. — mexi a comida. — Perdi a fome.
Levantei e fui para o quarto.
Tranquei a porta, e a porta do closet. Deitei na cama, que Mochi já dormia.
— Não vou chorar! — afirmei.
Mochi continuou dormindo.
— Ele tem vergonha de mim! — comecei a chorar.
— Gatinho? — tentou abrir a porta. — Trancou a porta.
— Não, fechei com o poder da mente. — que ódio!
— Gatinho, vem comer! Você estava com fome. — não estou mais. — Eu te apresento meus pais se é esse o problema, mas não fica com fome por causa disso.
— Não quero mais, você só quer apresentar porque eu falei, senão tivesse falado você iria continuar me mantendo em segredo dos seus parentes. — tristeza me define. — Você não me ama porra nenhuma.
— Gatinho, claro que eu te amo. — ama nada.
— Não acredito, pretendia me manter longe deles até quando? No casamento que eu iria ser apresentado? — idiota. — Mas nem sei agora também se você realmente pensa casar comigo, iria me descartar como todos fazem.
— Quando se acalmar, nós conversamos. — então nunca, porque não vou me acalmar.
Chorei até dormir.
Eu nunca iria saber que ele tem pais se não falasse do aniversário.
[...] Mais tarde.
Recebi uma ligação do Hoseok, isso que me acordou.
— Oi! — falei.
— Pela voz, estava dormindo. — com toda certeza.
— Sim, o que precisa? — perguntei.
— Por que está triste? — reconheceu pela minha voz?
— Não é nada. — ele vem bater no Jungkook se eu contar. — Precisa de algo?
— Heron vai nos levar em um restaurante chique do amigo dele. — não sei se quero ir. — Como sei que o motivo da sua tristeza é o Jungkook, não vai querer trazer ele.
— Não mesmo. — falei. — Que horas nós vamos?
— Pode ser umas sete. — olhei o relógio, cinco horas.
— Tá! — ele desligou. — Ai minha cabeça.
Levantei e fui para o banheiro, peguei remédio na maleta, tomei.
Quando guardei a maleta, vi o que costumava usar para descolorir e pintar o cabelo.
— Vou voltar ao rosa! — peguei tudo e coloquei em cima da pia.
Fiz a mistura do descolorante, antes olhei a embalagem, está tudo dentro da validade. Fiz o teste de mecha, faz tempo que não passo nada e não quero arriscar.
Deu tudo certo! Passei no restante do cabelo, esperei dar o tempo pintando minhas unhas de rosa, duas de preto e fiz bigodinho de gato com preto, as outras só o rosa mesmo.
— Maravilhosas! — falei.
Olhei no espelho e descoloriu bem, quase branco.
Lavei meu cabelo, passei a hidratação, e o produto que evita manchar, caso contrário, o rosa não fica bonito.
Os minutos que esperei aproveitei para escolher minha roupa, deixei pronto na ilha do closet.
Quando tirei a hidratação, passei o condicionador, com água tirei tudo em seguida.
Deixei ele úmido com uma toalha, coloquei as luvas pretas, fazer a mistura da tinta rosa.
Peguei as embalagens e olhei a data de validade.
— Droga! — venceu mês passado, joguei tudo fora.
Ficarei loiro até amanhã, quando eu comprar a tinta.
Tomei banho, bem relaxante. Hidratei minha pele, e escovei meus dentes.
Fui para o closet, coloquei a calça cargo rosa, e uma blusa gola alta rosa também. Quebrei esse tanto de rosa com a bota preta, sola tratorada, e um casaco fino, porque está chuviscando.
Deixei o casaco de lado e fui fazer minha maquiagem, tirar essa cara de cu.
Sentei no puff, preparei minha pele. O rosto foi algo simples, nos olhos que deixei mais "cheguei". Delineado preto com rosa, um coração que usei o delineador para fazer do lado direito do olho, mais um esfumado singelo na parte debaixo dos olhos.
Por último, um gloss de melancia.
— Maquiagem pronta! — falei me olhando no espelho de mão. — Como que não vai me desejar?
Tirei as presilhas que prendia a franja do meu cabelo, loiro agora. Passei chapinha, antes um óleo. Quando terminei, ele estava brilhando e sedoso.
— Lindo! — me elogiei.
Passei perfume e desodorante. Coloquei o casaco e saí do closet.
Arrumei a cama com dificuldade por ter um gato bem no meio.
Peguei meu celular, saí do quarto, passei pelo escritório.
Eu não iria avisar, mas serei bondoso.
Ele não estava, será que saiu?
Quando entrei na sala, vi ele sentado na poltrona, um homem e uma mulher sentados no sofá grande.
— Quem é, Jungoo? — ele virou para trás me olhando, se surpreendeu.
É, tem vergonha de mim sem motivo, eu sou lindo!
— Jungkook? — ele acordou após ela chamar. — Quem é esse menino?
— Ele é... — respirou fundo, não entendi. — Ele é meu namorado, mãe e pai.
Mãe e pai?
Seus pais?
Eu vou matar ele!
Não estou vestido e arrumado para encontrar eles.
— Está namorando um adolescente, Jungkook? — o pai dele perguntou preocupado.
Estou paralisado.
— Ele não é adolescente, tem dezenove. — para eles, eu sou. — Gatinho. — minhas pernas saíram só lugar e eu fui até ele. — Esses são meus pais, Jeon Jae-in, Jeon Mi-suk.
— É um prazer conhecer os senhores. — me curvei em respeito.
Eu ainda mato o Jungkook, puta que pariu! Não era assim que eu queria conhecer eles, ser pego de surpresa é horrível.
— Mãe e pai, esse é Park Jimin. — vão me odiar, e a culpa é do Jungkook.
Eu estaria como um mocinho recatado se soubesse que iria conhecer os dois, e não um adolescente rebelde.
— Não vou terminar com ele, vocês gostando ou não, é quem eu amo e vou me casar com ele. — quase chorei.
— Mas não dissemos nada sobre você terminar. — a mãe falou. — É uma surpresa você ter um namorado, ele ser homem é o de menos. — respirei até melhor. — Você sempre demonstrou odiar a humanidade e qualquer tipo de contato, então você ter um namorado é mais surpreendente.
— Com certeza. — o pai concordou. — Então foi por isso que nos chamou aqui?
— Sim. — confirmou. — Queria que conhecessem quem eu mais amo.
— Jungkook. — não se fala isso na frente dos seus pais.
— Fica tranquilo, Jimin. — a mãe me tranquilizou. — Ele nem precisa dizer que te ama mais, é explícito.
— Sente, queremos saber mais de quem conseguiu fazer nosso filho sentir "amor". — pela ciência ele nunca iria sentir.
Sentei na poltrona ao lado do Jungkook, já era meu jantar.
— Como se conheceram? — a mãe dele perguntou.
— Ele iria me prender. — vamos começar excelentemente bem.
— Qual crime cometeu? — perguntaram.
Eles são mafiosos, meus crimes são de boa.
— Nenhum, era engano. — sou um anjo, e o Jungkook errou.
— Mentira, ele é hacker. — discordo, tem provas? — O mais procurado da Ásia.
— Finalmente deu algum lucro trabalhar para o governo. — Jae-in falou.
O pai dele me vê como lucro, viu Jungkook? Eles gostaram de mim.
— Namoram faz muito tempo? — quer responder Jungkook?
— Vai fazer três meses, mas nós nos conhecemos há oito meses. — respondeu a mãe dele.
— Três meses? — confirmou. — Por que estamos sendo apresentados só agora?
— Estava corrido. — mentiroso, me escondeu!
— Como corrido, nós te vimos faz uma semana, por que não levou ele? — é, por que não me levou?
— Ele estava me escondendo por medo da reação dos senhores, ao saber que ele está namorando um homem, que sou eu. — contei a verdade, ele me olhou, conto mesmo.
— Isso é verdade, Jungkook? — a mãe perguntou.
— Sim. — viu? Eu disse que ele estava me escondendo.
Ter contado ao irmão, já foi muito.
— Nós nunca seríamos preconceituosos por você ter escolhido um homem para estar ao seu lado. — fala mesmo senhora Jeon, esfrega na cara dele. — Desde que esteja feliz, e isso, é claro o quanto está feliz de estar namorando o Jimin.
— Concordo com a sua mãe. — o pai dele falou. — Você é um adulto, sabe o que é melhor para si. — nem tanto.
Seria melhor ele transar comigo, mas até agora nada.
— Então era de você que meus netos estavam falando, Jiji. — sim, eles me chamam assim.
— Vocês vieram para jantar? — perguntei.
— Não, já vamos embora. — vai nada, tenho que saber da infância do Jungoo.
— Fiquem, conversar mais, quero saber tudo da infância do Jungkook. — tudinho.
— Pai e mãe, está na hora de irem embora. — como ele manda os pais embora assim?
— Não escutem ele, podem ficar. — fiquem e me informem.
— Então nós ficamos. — isso!
— Eu vou trocar de roupa e já venho para fazer o jantar. — levantei. — Não mande seus pais irem embora!
— Tá! — entrei no corredor e fui até nosso quarto.
Antes de tirar a roupa, tirei uma foto no espelho e uma selfie.
Troquei de roupa, calça jeans preta e camiseta rosa, simples.
Tirei a maquiagem com demaquilante, eu estava belo!
Calcei a pantufa antes de sair, avisei Hobi que não iria mais.
Entrei na cozinha para fazer a comida, e enquanto cortava a carne, a mãe dele entrou.
— Licença. — mi casa, su casa.
— Fica à vontade. — falei. — A senhora precisa de algo?
— Não, eles estão falando de coisas que não entendo sobre a máfia, vim para conversar com você. — eita, a sogrinha gostou de mim. — Ai, que susto!
Olhei para baixo, Mochi quase matando minha sogra de susto.
— Oi, gatinho! — ela pegou ele, nem gosta o Judas. — Qual o nome?
— Mochi, mais conhecido como Judas. — traidor. — Jungkook nem gostava dele, mas vivia dormindo no quarto do Jungkook.
— Então dormem separados? — neguei.
— Isso foi antes do namoro. — respondi. — Como ele era quando criança?
— Igual agora, só que uma versão menor. — Jungkook pequenininho, deveria ser uma fofura. — Odiava toques, se o abraçasse ele chorava como se tivessem tentando o matar, falava coisas que adultos choravam ao ouvir.
— Pode dar um exemplo. — Mochi já dormiu no colo dela.
— Claro. Uma vez uma amiga do meu marido veio em casa passar uns dias, mas se tornou semanas, e depois meses. — misericórdia. — Jungkook sempre odiou que entrassem em seu quarto sem pedir, ficou sem falar com o irmão um mês por causa disso. — menino vingativo. — Ela entrou e ainda mexeu nos brinquedos dele, foi suficiente para ele falar "Você deveria ir embora da minha casa, é insuportável sua presença aqui, não te dei permissão para entrar no meu quarto, se ficar, você não terá paz", em uma hora ela estava indo embora.
— Por isso desconfiaram que ele fosse autista? — confirmou.
— Não gostar de toques, brincar de coisas que outras crianças achavam chato, e a sinceridade fora do normal — alguns sintomas. — Mas descobrimos que ele não era autista, e sim, apático, incapaz de sentir.
Até eu chegar.
— Porém, você chegou e mudou muita coisa. — foi difícil, mas eu consegui. — Ele que pediu você em namoro?
— Sim, no hospital. — ela não entendeu. — Eu tive um acidente envolvendo explosão de um cofre com bomba, e eu estava dentro, fiquei no hospital por uma semana.
— Como sobreviveu? — expliquei. — Inteligente!
— É, aí ele se declarou para mim, após eu quase morrer e me pediu em namoro. — sorri lembrando, primeira vez que ele disse que me amava.
— Você ama mesmo meu filho. — a senhora não imagina o quanto.
— Muito, mesmo ele sendo um pouco difícil às vezes. — bem pouquinho. — Ele é tão empático comigo que às vezes esqueço do diagnóstico dele.
— Que bom que conseguiu achar o lado sentimental nele. — sim. — Quando ele viajou para o Brasil, você foi?
— Eu fui a causa da viagem. — deixou tudo para trás para me acompanhar para o Brasil.
— Ainda me acostumando com esse Jungkook, amoroso. — ela nunca o viu assim. — Seus pais moram aqui em Seul?
— Minha mãe com o marido, e minhas irmãs sim, eu não tenho pai. — disse simples.
— Tem quantas irmãs? — perguntou.
— Duas, uma de seis anos, e outra de oito. — eu acho. — A mais nova acabou de vencer uma luta contra o câncer, leucemia.
— Você fez o transplante? — faria tranquilamente.
— Não, meu melhor amigo que fez. — Hobi.
— Amigo maravilhoso! — se eu contar, ele vai se achar pelo resto da vida. — Jungkook falou que vai se casar com você, já tem uma noção de quando?
— Não, ele gosta de me pegar de surpresa. — como a sua presença.
Foi uma conversa agradável com a mãe dele, eu já esperava que ela fizesse bastante perguntas sobre mim, quer saber sobre quem está namorando o filho dela.
O jantar foi tranquilo, eles são completamente diferentes do Jungkook, agora o Jae, irmão mais velho, se parece bastante com os pais. Jungkook foi o filho diferente, que nasceu longe do ninho.
Direto enquanto falava com a mãe ou pai dele, notava o sem vergonha me olhando.
— Eu amei o que fez aqui, Jungkook, ficou bem melhor. — a mãe dele elogiou.
— Foi o Jimin, ele que planejou tudo com o engenheiro. — é, eu mesmo. — Decoração também.
— Você tem bom gosto! Está mais espaçoso. — sim. — Excelente ideia fechar o conceito aberto, e deixar a cozinha separada.
— Obrigado! — mandei bem.
Não demorou para eles falarem de ir embora.
— Logo eu volto para ficar mais com você. — ela falou.
Não é com o Jungkook, é com o Mochi.
— Sim, vou te levar para passear na minha casa. — e ele vai, traíra do jeito que é.
Jungkook levou eles até lá embaixo no estacionamento, eu fiquei aguentando Mochi miando, queria ir junto.
Tirei tudo de cima da mesa e levei para a cozinha, comecei a lavar a louça.
Deu vontade de comer um docinho, peguei chocolate na geladeira. E assim voltei a lavar louça enquanto beliscava um pedaço da barra.
Ouvi a porta do elevador abrindo, demorou um pouco para voltar.
Ele veio até a cozinha, parou ao lado do balcão da pia.
— Seus pais são legais! — falei.
Ficou me olhando.
— Por que está me olhando assim? — perguntei.
— Perdão, gatinho. — falou. — Por te esconder com medo da reação deles, e te fazer pensar que tenho vergonha de você, eu não tenho. — fechei a torneira. — Mais uma vez eu te fiz chorar, e me arrependo de ter feito isso.
— Está tudo bem, eu te perdoo. — parar por aqui antes que eu chore de novo. — Agora vai querer festa?
— Fugindo do assunto? — óbvio.
— Sim, você falando assim vai me fazer chorar. — sou emotivo. — E a festa?
— Ainda não quero, aquela do ano passado foi surpresa, Jae organizou, mesmo eu falando que não queria nada, fiquei dois meses sem falar com ele. — como é vingativo. — Não gosto de festas, e muito menos uma para mim, não faça festa nenhum gatinho.
— Tá! — eu ia fazer uma enorme.
Ainda está me olhando.
— O que? Não gostou dele loiro também? — perguntei.
— Eu gostei, combinou com você. — que milagre. — Parece até natural.
— Quem dera, só estou loiro porque minha tinta rosa passou da validade, amanhã eu pinto de rosa. — falei.
— Por que Mochi está miando desse jeito? — drama.
— Porque ele queria ir com a sua mãe, Judas. — respondi. — Fica quieto, Mochi.
Se calou, aleluia!
— Você iria para que lugar daquele jeito? — perguntou.
— Jantar com Hoseok e Heron. — respondi. — Não gostou?
— Gostei, mas estava parecendo um adolescente rebelde. — eu sei.
Ele continuou do meu lado até eu terminar de arrumar a cozinha, não quis fazer nada, preguiçoso.
Fomos para o quarto dez horas, Mochi está dormindo na caminha dele.
Tomei outro banho para tirar o cheiro de tempero. Passei fio dental e escovei os dentes, saí de roupão.
Fui até o closet, Jungkook estava terminando de vestir a camiseta.
Como pode ser tão gostoso?
— Gatinho? — olhei o rosto dele. — Essas são as camisetas que pode usar. — apontou. — Agora essas aqui, não! São minhas favoritas.
— Pensar no seu caso. — se me der na telha eu uso.
— Terrível! — eu sou!
Saiu do closet, vesti um pijama de seda rosa. Após passar desodorante e creme, eu saí. Subi na cama, me sentei.
Estava mexendo no celular e recebi fotos do Hoseok, ele no jantar com o Heron, um áudio.
Áudio Hobi
Jimin, você deveria ter ido, eu fiquei de vela!
O Heron levou o Lian, e Joseph saiu para uma missão de última hora, foi horrível!
Desculpa por não ter ido, meus sogros estavam aqui.
Jungkook entrou no quarto, fechou a porta e veio para a cama.
— O que estava fazendo? — perguntei.
— Apagando as luzes. — respondeu.
— Poderia ter feito daqui. — ele não entendeu. — Acender a luz do banheiro dois.
A luz do meu banheiro acendeu.
— Apagar a luz do banheiro dois. — Jungkook surpreso. — É um apartamento inteligente, mas só reconhece nossas vozes. — eu programei ela toda. — Tinha como pagar alguém para fazer isso, mas eu sou um hacker, foi moleza.
— Então nosso duplex é inteligente. — exatamente. — O que mais ele faz?
— Fechar cortina do quarto um. — a nossa cortina foi se fechando. — Qualquer móvel que colocar seu celular em cima, passa a carregar, e não precisa de um controle mais. — mostrei tudo que o apartamento pode fazer sozinho.
— Eu tenho um namorado muito inteligente. — falou.
— Você tem mesmo. — concordei.
— Vai amanhã? — perguntou.
— Para o trabalho? — confirmou. — Sim. — não que eu queria ir, mas Hobi me bate se eu o deixar "sozinho". — Quando vai sair?
— Da inteligência? — isso. — Assim que eu entregar os relatórios de todos os casos que resolvi.
— Falta muitos? — negou.
— Cinquenta. — quanta coisa.
— Por que começou a trabalhar na Inteligência Coreana? — perguntei.
— Foi um acordo. — explique. — A máfia estava ganhando fama por acabar com outros tipos de criminosos, e as pessoas se sentiam mais seguras com mafiosos do que com a polícia. — estava grave a coisa. — Então eles ofereceram um acordo, que eu entrasse para liderar a equipe, e em troca a polícia não poderia tocar em nenhum de nós.
— Você não iria aceitar só com esse acordo, o que mais te ofereceram? — conheço a peça.
— Eu poderia investigar de dentro quem poderia matar minha cunhada e meu sobrinho. — ah! — Já matei o responsável.
— Quando pegou ele? — perguntei.
— Na última semana que passou na base de treinamento. — por isso ele avisou que estava saindo, já fez o que tinha para fazer. — Heron já sabe que vou sair.
— Me fale algo que ele não sabe e eu vou me surpreender. — sabe de tudo.
— Ele disse que quando eu sair e ficar só na máfia, você irá comigo. — pensei.
— Ser da máfia? — nunca pensei em algo assim. — Você me quer lá?
— Sim, é muito bem-vindo para se tornar um cobra. — combina comigo o título cobra.
— Fazer a tatuagem em cima da cicatriz. — falei.
— Então vai entrar? — confirmei.
— Você está me levando para o mal caminho, eu era um anjinho. — ele riu, bati nele.
— Isso doeu! — faz parte. — Meu pequeno gatinho hacker, e mafioso.
Não acredito que vou me tornar um mafioso.
Que nível eu cheguei?
Tive uma noite tranquila, sem pesadelos, ou acordar de madrugada assustado.
Quando acordei de manhã, primeiro fui à academia, depois tomei meu pós treino. Um banho em seguida, lavei meu cabelo loiro.
Escovei os dentes, enxaguante bucal e saí. No closet eu passei creme no corpo. Olhei minha costela, onde está a cicatriz, bem cicatrizada porque não tem mais cor. Tem cinco centímetros ou menos, mas vou cobrir com uma tatuagem.
Vesti calça cargo camuflada, mais escura. Camiseta preta por dentro, manga curta. Fiquei olhando qual bota iria usar, tem bastante.
Bota coturno preta, amarrei o cadarço.
Arrumei meu cabelo. Jungkook entrou enquanto eu passava o óleo com os dedos.
— Bom dia! Neném. — falei.
— Bom dia! Gatinho. — está me encarando muito.
— Já vou sair. — passei desodorante e perfume. — Não demore, ainda tenho que escolher minha arma.
Saí do closet, arrumei a casa.
— Abrir a cortina do quarto um. — abriu e claridade entrou.
Fui dar a primeira refeição do Mochi, troquei a água da fonte, também limpei a caixa de areia dele.
Lavei as mãos no lavabo, saí e Jungkook está olhando o que tem na geladeira.
— O que está procurando? — perguntei.
— Meu iogurte. — me aproximei dele, abri a gaveta certa e tirei o iogurte dele, o entreguei.
— Desapercebido. — falei.
Voltei ao quarto, escolhi levar uma pistola, catorze tiros.
Deixei o distintivo brilhante à vista, e minha identificação no bolso.
Peguei meu celular antes de sair, tinha mensagem da minha mãe, entrei e é um áudio.
Áudio Mary
Oi Jiminie! É a Flora, você poderia por favor vir a minha festa do pijama? Minhas amigas querem ter uma maquiagem igual a minha, tchau!
E uma mensagem da minha mãe logo abaixo.
Mary
Se estiver ocupado não precisa aceitar, será na sexta-feira a partir das 19 horas.
Pode falar para a Flora, que eu vou à festa de pijama dela.
Finalmente ela está se encaixando em uma escola, e fazendo amigas, antes eram só meninos querendo se aproveitar. Por isso estão presos.
Ao chegar na cozinha, Jungkook está sofrendo com a lixeira.
— Por que ela não está abrindo? Você comprou uma estragada. — eu nada.
Passei a mão perto do sensor, ela abriu.
— Viu? — ele jogou a embalagem de iogurte.
— Tudo tecnológico, me sinto um velho de cem anos que não sabe mexer com nada. — e foi embora reclamando, exatamente como um idoso faria.
Fomos cedo para a Central.
Chegamos antes das oito. Saí do carro quando ele abriu a porta, peguei em sua mão e fechei a porta.
— Por que aqui embaixo é tão frio? — perguntei.
— Não tem entrada de sol, então não esquenta da forma natural, e por causa do extremo calor, o ar-condicionado está ligado provavelmente em dez graus. — frio do cacete.
Caminhamos até a central de comando, sempre ganhando muitos olhares.
— Não gosto nadinha da forma que te olham. — Jungkook falou enciumado.
— Sou lindo, não posso fazer nada. — me olhou bravo. — Que foi?
— Não te falo nada, gatinho. — quando entramos ele soltou minha mão para ir até o Namjoon.
— Loiro, Jimin? Cadê a empatia? — Heron falou.
— Você não fica feio né? Puta que pariu. — Yoongi.
— Obrigado! E não, eu não fico. — falei.
— Gêmeos de cabelo! — Rosé falou.
— Sim. — sentei-me, Hoseok olhando.
— Você realmente estava mal para mudar o cabelo e não ser rosa. — olha o que a criatura vai observar.
— Não foi bem assim. — é diferente. — Eu iria pintar de rosa, mas minha tinta estava vencida, então ficou loiro mesmo.
— Ah! Mas você estava mal com o que o Jungkook fez. — Heron falou.
— Quietinho! Ele já pediu perdão, está tudo bem. — Hoseok pensou em comemorar. — Não transamos, bicha safada. — falei baixo.
— Porra! Demora do cacete. — reclamou bicudo. — Tu fica o cão sem sexo, estou sofrendo!
— Seu cu, Hoseok! — colocou a mão no peito ofendido.
— Me respeita que sou mais velho. — bateu na minha testa, bati na dele.
— Realmente tem que respeitar a bicha idosa, caduca! — me bateu de novo, bati de volta.
— O Jungkook quer falar. — Heron informou.
— Não estamos impedindo. — exatamente Hobi.
Recebi mais um peteleco na testa, revidei.
— Gatinho, pare com isso. — chato!
Ele explicou o caso, eu e Hobi se batendo embaixo da mesa.
— Minha testa vai ficar roxa. — falei. — Culpa sua.
— Minha nada. — inocente ele.
O dia passou rápido enquanto resolvia o caso de assassinato, de noite tinha alguém sendo fichado, e nós fomos embora.
Na sexta-feira eu não fui trabalhar, fiquei porque seria o primeiro dia da Júlia com o apartamento maior. Ela ficou impressionada com o tamanho, e eu sugeri contratar mais uma pessoa.
Mas ela disse que daria conta, só que vai passar a vir dois dias da semana.
À noite eu fui para a festa do pijama da minha irmã, Lyra não quis participar porque tinha brigado mais cedo com a irmã mais velha. Após fazer a maquiagem das amigas da Flora, fui para o quarto da Lyra.
Ela estava desenhando, consegui lhe animar, fiz a maquiagem, deixei uma patinha de gatinho na bochecha dela.
Fui embora após falar com Mary e Jeremy, eles agradeceram.
A semana antes do aniversário do Jungkook, fiquei pensando o que iria fazer para ele.
Se eu fizer festa, ele não fala comigo por dois meses.
No final de semana já tinha tudo planejado. Ele vai gostar, foi tudo pensado com carinho.
Segunda-feira estava arrumando minha parte do closet, ontem eu fiz compra de roupa. Estou achando espaço para colocar mais coisas no closet, já separei o que irei doar.
Jungkook está no trabalho, e já deixou claro antes de sair "Se mexer na minha parte, vendo seus computadores", ele sabe onde dói.
Chato!
Peguei minhas mochilas, vou guardar no segundo andar. Levei para lá, quando voltei tinha um envelope no degrau da escada, peguei e terminei de descer.
Abri e tirei as duas folhas de dentro. Sentei no chão, encostado no closet.
É a carta que o Jungkook escreveu quando contou que tinha matado aquele monstro.
Comecei a ler, vontade de chorar.
"Perdão por te decepcionar, e te fazer chorar.
Sinto que apaguei o lindo brilho dos seus olhos. Nunca foi minha intenção te magoar, você não merece passar por isso. Se não quiser me perdoar e terminar comigo, eu vou entender. Você merece uma pessoa que só te faça sorrir, porque seu sorriso é o mais lindo que existe. Desde que esteja sorrindo, não vou me importar que seja para outro homem".
Isso foi uma parte da primeira folha, chorei!
Eu choro, porque o Jungkook não sabe se expressar, não sabe o que é sentimentos e emoções simples. Ele se expressar desse jeito comigo, me deixa feliz, e triste, porque foi muito triste quando quase terminamos.
Terminei a primeira, agora a segunda.
Aí minha boca abriu, ele vai falar o motivo para não ter sexo.
"Sinto muito por não ter dado aquilo que você tanto quer, mas não serei suficiente e não saberei te satisfazer, não quero te decepcionar em mais uma coisa.
Você é muito para mim!"
Então é por isso? Ele é inseguro!...........................
Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!
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