•• Capítulo 20 ••

Jimin on.

— Olá praga. — falei com Choi.

— Não mudou nada. — é meu jeitinho.

— Fala logo. — quem é esse projeto de gente ao lado dele?

E Choi está com o braço engessado, alguém quebrou, curativo no rosto e o olho roxo. Meu amigo, alguém acabou com você.

— Estou saindo do país. — vai com Deus.

— Sério? Faça boa viagem. — só não peço para o avião cair, porque o restante dos passageiros não tem nada a ver com isso.

— Quando chega alguém mais forte, é necessário reconhecer e procurar outro lugar. — bem mais forte no caso, você está saindo país. — Antes disso, desculpa por te bater naquele dia.

Um mafioso está me pedindo desculpa? Passa o número de quem te bateu e tomou seu território, preciso agradecer.

— Você não merecia, adeus Park. — observei ele sair andando com o homem menor que eu e os seguranças, também está mancando, com certeza alguém bem mais forte que você te pegou.

Contar para o Jungkook, voltei ao quarto ainda comendo o sorvete, sou devagar mesmo.

Entrei e ele estava mexendo no celular, olhou para mim.

— Quem estava vindo que me mandou sair? — perguntou guardando o celular.

— O Choi. — fechei a porta, terminei o sorvete e joguei a colherzinha na lixeira, fui até ele sentando de lado em seu colo. — Se você tem algo para prender ele, é bom fazer agora porque ele vai sair do país.

— Não tenho nada, e sendo esperto ele vai para um país sem tratado de extradição com a Coréia, ele não vai ser preso. — mas eu queria. — Porque ele te contou isso?

— Ele quer ir tranquilo, porque veio me pedir desculpa por me bater. — contei. — Ele falou assim "quando chega alguém mais forte, é necessário reconhecer e procurar outro lugar".

Jungkook eu vi, você deu um sorriso mínimo com os olhos, porque ele ficou feliz com isso? Agora não podemos mais prender ele.

— Quem é o mais forte que ele? — perguntou.

— Não disse quem era, mas deu uma surra nele, está com o braço engessado, mancando, curativos no rosto, e o olho roxo. — falei.

— É, alguém acabou com ele. — alguém né, você está estranho.

Preciso terminar de ler o livro, a leitura de alguém ilegível os apáticos, suas expressões estão nos olhos e não no rosto, é muito difícil ler alguém assim, Heron faz isso com facilidade.

— O Choi saindo do país meu acordo perde o efeito, eu vou ser preso? — perguntei.

— Não, agora você trabalha para o governo. — sei, se alguém tentar me prender você apanha. — E eu não deixaria ninguém te prender.

— Vai me proteger? — espero que sim, ou estou lascado.

— Sim, mas após o treinamento você poderia me proteger. — engraçadinho.

— Você me protege, não vou proteger ninguém. — falei.

— Claro meu gatinho, eu te protejo. — afastei sua jaqueta para o lado e deitei em seu peito. — Vai dormir?

— Sim. — confirmei, fechei os olhos.

— A cama não é mais confortável? — neguei.

— Seu colo é mais. — abri os olhos, peguei a mão dele e coloquei na minha cabeça. — Faz carinho. — voltei a fechar os olhos.

— Exigente, um gatinho mesmo. — começou a fazer carinho, rapidinho eu dormi.

[...]

Jungkook após o menor dormir, pegou seu celular e voltou a olhar as coisas, responder mensagens.

Passou duas horas e Jimin dormindo tranquilo em seu colo, seu irmão viu a cena não perdeu a oportunidade de registrar o momento.

Jeon só não esperava que Heron fosse aparecer, veio para ver como Jimin estava, quando entrou só viu Jungkook com seu amigo no colo.

Ficou do mesmo jeito, Jeon o olhou.

— Finalmente namorando, Jimin deve estar feliz. — falou, sabia como o amigo queria namorar o comandante.

— Ele está e como você sabe? — perguntou.

— Você disse com seus olhos quando falei "Finalmente namorando", e ele está no seu colo. — respondeu. — Eu sei de tudo.

Jungkook pensou na última frase, já entendeu.

— De tudo? — Heron confirmou. — Então você sabe sobre mim?

— Sim, mas você esconde bem. — muito bem.

— Mesmo assim quis entrar na equipe? — perguntou.

— É a melhor do país, o que faz eu não ligo. — respondeu.

— Jimin ainda não pode saber. — Heron ficou confuso. — Eu vou sair da inteligência coreana.

— Como assim? Quem vai liderar? — perguntou já entrando em desespero.

— Eu iria sair após prender o gatinho, mas não saiu como esperado. — é notável. — Taehyung vai assumir, preciso de tempo para organizar certas coisas, aí eu conto ao Jimin.

— Ele vai sair com você. — falou já sabendo como Jimin iria reagir. — Vai ficar triste porque fez o treinamento a toa.

— Não é a toa, se ele quiser pode seguir meus caminhos. — Heron olhou Jimin.

— Difícil imaginar ele infringindo leis de novo. — já fez uma vez, na segunda é mais fácil.

— Jimin é terrível, ele pensa que eu não sei, mas tem informações roubadas que causaria uma guerra global, presidentes perderiam cargos, seria um estrago. — Jungkook olhou quem dormia no seu colo, nem parece ser tão terrível. — Mas vai ser escolha dele.

— Ele vai aceitar, tem espaço para mais dois? Eu não quero ficar na inteligência sem o Jimin, Hoseok também não vai querer. — perguntou.

— Sempre cabe mais um. — Jimin mostrou sinais de acordar, mas estava apenas se ajeitando.

— Quando ele acordar fale para mandar mensagem, eu vou indo. — saiu em seguida.

Park continuou dormindo, Jeon pensava na forma que iria contar para o Jimin quem ele realmente é, sem perder o menor, porque isso estava fora de cogitação.

O menor estava cansado, dormiu a tarde inteira, e não iria acordar, mas Jungkook mexer em seu cabelo e rosto o fez acordar.

— Acordou gatinho? — confirmou sem abrir os olhos para continuar recebendo carinho. — Você fica mais lindo assim todo encolhido no meu colo.

— Obrigado! — abriu os olhos. — Que horas são?

— Quase oito. — se assustou com o horário. — Você dormiu bastante.

— Estava cansado! — falou. — Seu irmão só vai me dar alta meia-noite.

— Pensei que ficaria mais tempo aqui. — se seu namorado não fosse cabeça dura sim.

— Não, eu não quis. — respondeu. — Prefiro ficar em casa, com meu gato e meu neném.

— Quem está parecendo um neném é você gatinho. — detalhes.

— Me deixa. — voltou a fechar olhos, se fosse um gato iria ronronar com o carinho de Jungkook.

— Casal maravilha. — Jungkook olhou para a porta, seu irmão entrando com a família.

— Tio Jimin. — o citado resmungou saindo do colo do maior e indo para a cama.

— Oi crianças. — falou com seus sobrinhos.

— Bom ver que está bem Jimin. — Luana falou, segurava o pequeno Benjamin.

— Sim, estou ótimo! — confirmou. — Quando estarei de alta?

— Logo Jimin, espero que dessa vez seu coração esteja normal. — Park ficou corado por lembrar que quase foi pego no flagra pelo cunhado.

— Tio Jimin, a mamãe disse que você vai em casa para brincar com a gente. — Luara falou.

— As duas querem que você vá para brincar com os brinquedos que comprou. — Luana explicou.

— Tudo bem, estarei de atestado oito dias, tenho tempo sobrando já que seu marido me proibiu de trabalhar. — o mesmo riu enquanto checava o coração do falante. — Cadê o mais velho?

— Está na casa de um amigo, se juntaram para fazer trabalho e depois passar a noite jogando. — a mãe explicou. — Só estou com as três feras em casa.

— Somos comportadas mamãe. — Luna falou.

— A diretora da escola discorda disso. — terríveis.

— Amo crianças. — Jimin falou.

— Sério? Pode escolher qual você quer e levar. — Luana brincou.

— Eu, escolhe eu. — Luara falou. — Tio Jungkook disse que você tem um gatinho, amo gatinhos.

— Sim, o nome dele é Ju... Mochi. — por pouco errava o nome do pobre Judas.

— Vocês estão namorando? — Luana perguntou.

— Estão, quase fizeram coisas inapropriadas aqui. — Jae dedurou e Luana riu.

— O que é inapropriada? — as gêmeas perguntaram.

— Coisa que criança não pode saber. — Luana falou.

— Está tudo certo Jimin, já quer receber sua alta? — Jae perguntou.

— Sim, por favor, não gosto de hospitais. — confirmou.

— Jungkook, vem assinar a liberação dele. — Jae chamou o irmão.

— Ei, eu sou de maior, posso assinar minha própria liberação. — falou contrariado.

— Você vai assinar, na saída. — explicou, os dois saíram.

Jimin continuou interagindo com Luana e as crianças, também já arrumou suas coisas.

— Já contou a ele? — Jae perguntou ao Jungkook enquanto ele assinava.

— Não. — respondeu.

— Então conte logo, quanto mais tempo esconder pior será a reação dele. — alertou o irmão.

— Eu não estou escondendo, estou preparando ele. — falou.

— Só tome cuidado Jungkook, e se ele parar aqui por sua causa de novo eu vou te matar. — avisou. — Literalmente. — sussurrou.

Os dois voltaram para o quarto Jimin brincando com Benjamin, o neném ria no colo do Park.

— Ele gostou de mim, Jungkook. — o citado sentiu uma ponta de tristeza, mas não entendeu. — Podemos ir, quero ver meu gato.

Todos saíram do quarto, Jimin assinou sua liberação, estava conversando com Luana então demorou para perceber que Jungkook tinha pegado em sua mão, olhou as mãos juntas e Jeon pleno.

— Tchau! Te espero terça-feira em casa. — Jimin confirmou, se despediu das sobrinhas e do neném.

Jungkook abriu a porta para Jimin entrar, e fechou a porta após ele estar sentado.

— Não quero voltar tão cedo nesse hospital. — Jimin falou.

— E eu não quero te ver em hospital de novo. — falou.

— Porque me mandou entrar? — perguntou. — No lugar da bomba.

— Eu só passei o recado, quem requisitou sua presença lá foi Rosé, disse que você saberia o que fazer. — respondeu.

— Ah! Então não foi você. — Jimin jurava que tinha sido Jungkook. — Bem melhor, naquele dia pensei que me quisesse morto.

—  Nunca quis você morto, eu só estava bravo e com ciúmes por pensar que você beijou outro homem. — falou. — Vamos para casa, Mochi detesta ficar sozinho.

[...] Jimin on.

O caminho eu fui respondendo as mensagens no meu celular, tem do chefe perguntando como eu estou e se já saí do hospital, ele me ama.

— Ah! O Heron te visitou enquanto estava dormindo, disse para mandar mensagem. — Jungkook falou, mandei mensagem para ele. — E ele sabe que estamos namorando.

Eu tenho que parar de ficar sorrindo igual um bocó quando ele fala isso, mas é difícil evitar.

— Sem contar ou não, ele iria ficar sabendo. — falei.

— Ele sabe me ler, e eu quase não tenho expressão. — falou.

— Tem, seus olhos. — guardei o celular. — Quando está comigo você se expressa com os olhos.

— Bom saber que consigo me expressar com você. — só comigo também.

Entramos no estacionamento do prédio, após estacionar ele veio e me ajudou descer, não posso no momento sair pulando do carro.

Fomos para o elevador, primeiro ele subiu comigo, depois desceu e foi pegar todas flores e balões, óbvio que fiz ele trazer é a primeira vez que tenho pessoas se importando com a minha saúde, e coloriram o quarto de flores e balões, fiquei feliz!

— Judas, cadê você? — ao ouvir minha voz, um gatinho correndo do meu quarto saiu vindo até mim, sentei no chão para brincar com ele. — Você sentiu minha falta? Sentiu coisa fofa?

Grudou em mim, eu quero tomar banho lindeza.

Jungkook voltou com flores e balões, os balões ele colocou no meu quarto, as flores eu fiz um grande arranjo com todas e coloquei em jarra com água, ficou em cima da mesa.

— Quer petisco Mochi, tão magrinho. — coloquei petisco para ele, assim consegui ir tomar banho.

Lavei meu cabelo, quando saí fiz outro curativo para os pontos, é só nessa semana que precisa de curativo depois eu tiro e mais uma semana sem, aí enfim irei tirar eles, ou vão cair sozinho.

— São quantos pontos? — susto do cacete.

— Quer me matar do coração? — virei perguntando ao intruso, só sorriu. — E não olha para o meu corpo assim.

Estou com a toalha bem presa na cintura, sem vergonha!

— Assim como? — sonso.

— Nem é sonso você. — terminei o curativo. — São oito pontos.

— Vai ficar uma bela cicatriz. — eu sei, sexy.

— É, a segunda cicatriz. — enquanto ele raciocina a informação escovei meu dente.

Saí do banheiro indo ao closet, ele ficou lá parado no mesmo lugar, aproveitei isso para colocar cueca e camiseta grande rosa.

— Como assim segunda? — veio atrás de mim, estava passando creme nas pernas.

— Tenho uma na cabeça, eu caí quando criança e acabei batendo a cabeça, levei um ponto só. — agora passando nos braços, e ele olhando. — Agora quase não aparece, é imperceptível.

— Posso ver? — se aproximou, passei a mão na cabeça para achar, peguei a mão dele e levei no lugar.

— O que vamos comer? — perguntei enquanto ele olha a pequena cicatriz.

— Eu pedi comida. — tudo bem. — É bem pequena, vou ir tomar banho se nossa comida chegar você desce pegar. — olhou bem o que estou usando. — Esquece, eu serei rápido.

— Ciumento. — falei achando graça.

— Sou mesmo, só eu posso ver seu corpo. — como colocou uma aliança no meu dedo, aceito ser apreciado apenas por você.

— Tudo bem. — me deu um selinho antes de sair, seco meu cabelo e passei chapinha para alinhar os fios.

Mochi entrou miando no quarto, pulou na cama, vai dormir.

Olhei a cama que me espera após o jantar, dormir aqui, sozinho. Eu quero dormir com o Jungkook, mas a questão é "ele quer dormir comigo?".

Porque às vezes ele prefere continuar em quartos separados, ter a privacidade dele. Não vou pensar tanto nisso, vou deixar como está para não estragar.

Saí do quarto e fui para a cozinha, estava bebendo água quando Jungkook apareceu, o interfone tocou e ele foi atender.

— Já volto. — saiu do apartamento.

O corredor parecia diferente, fui para lá, ué.

Tem uma porta no final, ela não estava ali, fui até lá abrindo ela, Jungkook fez uma leve reforma no quarto dele.

Ele ligou o quarto dele ao da frente, tornando muito maior, ficou incrível! Entrei para ver tudo, a decoração continua em tons mais escuros, agora tem dois banheiros no quarto dele, os dois grandes.

Vou olhar o closet, abri as portas até me assustei.

Eu tenho a impressão que ele desfez o andar de cima, porque o closet tem dois andares, mas não está cheio de roupas só é bem grande, tem um espaço enorme sem nada.

Ele pretende comprar mais roupa para fazer uma reforma desse tamanho, e eu que exagero na hora de comprar roupa.

— Vejo que já veio curiar o quarto. — que susto!

— Não chega do nada. — está parado na porta do closet. — Porque fez esse quarto enorme, e esse closet? Comprou o andar de cima?

— O prédio é meu esqueceu gatinho? — é mesmo, tem esse detalhe. — E em cima não tem nada, aqui é cobertura, eu apenas aumentei um pouco.

— Pouco né? Mas você pode mudar a planta do prédio, afinal você adicionou um andar após ele estar construído e aprovado na prefeitura. — fiquei confuso.

— Eu posso. — exibido!

— Parou de ter vergonha de ser dono de um prédio? — confirmou.

— Quando descobriu não fazia tanto tempo que ele era meu, ainda não estava acostumado em ser dono de um prédio, agora já estou. — faz quanto tempo? — Eu comprei esse prédio um mês antes de te conhecer.

Sério? Faz pouco tempo então.

— Agora qual o motivo de fazer essa reforma? — entrou se aproximando, colocou as mãos na minha cintura.

— Você. — eu? Eu o quê? — Você é o motivo, quero que esse seja nosso quarto.

— Um segundo, você reformou seu quarto sem saber o que eu iria responder? — confirmou. — E se eu falasse não?

— Aí eu teria um quarto bem grande para mim, mas você disse sim. — é, eu disse. — Então, quer dormir comigo?

— Lógico, já estava ficando triste de ter que dormir sozinho. — ia ter o Judas, mas ele me troca com facilidade, então não é certeza dele permanecer dormindo comigo. — Preciso trazer minhas roupas para cá?

— Sim, isso vai dar um trabalho. — com certeza.

— Não será tanta roupa, boa parte dela não serve mais já que ganhei corpo na base de treinamento. — falei. — Mais as calças que não servem, as blusas, camisetas e jaquetas servem.

— Por isso está sem calça? — incomodado?

— Gosto de ficar assim, é mais confortável, se quiser eu posso colocar um shortinho, mas será bem curtinho. — sei que sou terrível.

— Você é muito provocador. — não acho. — Vamos comer gatinho safado.

— Nem sou. — saímos do quarto e fomos para a cozinha.

Sentamos, ele passou o que era minha parte, comecei a comer por estar com fome. Fiquei pensando no Choi mudando o mais longe possível de Coréia, porque outro mafioso mais forte que ele o pôs para correr.

Ele se desculpou, ainda bem que levou uma surra, essa parte me deixou muito feliz mesmo. Precisou ir para o hospital, o braço está quebrado, e todo roxo.

Ainda bem que eu não sou ele, pensou que era o maior, sempre tem um maior.

Agora eu quero saber quem é esse maior? Porque o Jungkook ficou feliz? Estou aqui queimando meus neurônios para tentar descobrir quem é o outro mafioso.

Eu vou dar o meu jeitinho para descobrir, até que demorou para eu ter que voltar a velha vida, vou precisar entrar em tanto arquivo lacrado.

Com o Choi indo embora eu não preciso ajudar ninguém prender ele, se tentarem me colocar na cadeia uma única visita ao governador e ele revoga essa decisão.

Péssimo dia para ser corrupto não é governador? Na cadeia eu não piso.

Não mexe comigo e tudo continuará da mesma forma, se mexer o circo vai pegar fogo de tanta informação secreta que irei lançar na mídia.

E eu nem fico para ver, tenho várias formas para sair do país, apesar que...

Olhei o Jungkook, agora eu não posso simplesmente sair do país, eu tenho alguém que se preocupa comigo, que vai sentir minha falta, também tenho amigos.

Não estou mais sozinho no mundo, agora existem pessoas ao meu redor que ficaram tristes se eu sumir, vou precisar achar outro jeito.

— Gatinho. — despertei dos pensamentos. — Você está fazendo caras e bocas enquanto pensa, é sobre o Choi?

— Não, estava pensando que se tentarem me prender eu solto informações sigilosas e sumo para outro país. — vi nos olhos dele que ficou triste. — Mas lembrei que agora eu tenho você, amigos, pessoas que iriam preocupar comigo se isso acontecesse, não estou mais sozinho no mundo, mas se tentarem me prender você fugiria comigo?

— Ninguém vai encostar um dedo em você gatinho, mas eu fugiria com você. — ótimo! Não estava afim de te sequestrar, vai por bem ou por mal. — Não vão te prender, você está seguro!

— Acredito em você! — falei, terminei de comer e levei para o lixo. — Ração de novo mochi?

Miou, coloquei um pouco para ele, foi comer.

Sentei de novo, e fiquei até o Jungkook terminar, lento de mais!

Finalmente terminou, ele seguiu para o nosso quarto e eu fui no meu antigo, peguei muita coisa do banheiro para levar para o novo quarto, cheguei com os braços cheios de coisas.

— Qual vai ser o meu banheiro? — ele saiu do banheiro que estava no antigo quarto dele.

— O que é tudo isso? — apontou meus braços.

— Produtos de pele e cabelo. — respondi.

— Aquele. — apontou, fui até lá e guardei minhas coisas, aproveitei para escovar meus dentes e passar creme no rosto.

Saí do banheiro ele não estava mais aqui, deve estar no escritório, fui atrás dele.

— O que vai fazer essa hora? — perguntei.

— Relatório. — de qual crime? — Um caso de ontem, eu não fiz quando cheguei porque passei no hospital para te ver, e hoje você acordou então eu fui para lá, vou fazer agora.

— Tudo bem. — peguei uma cadeira e coloquei do lado dele, um livro. — Te fazer companhia. — sentei.

— Grudinho. — sou mesmo, ficamos muito tempo separados, quando voltamos eu quase morri, agora quero ficar juntinho dele para matar a saudade.

Eu fiquei lendo enquanto ele fazia esse relatório, mas no final eu cochilei sentado com o livro na mão.

Acordei com ele me colocando na cama, senti ele deitando do meu lado, nem perguntei e já fui grudando, dormi abraçado nele.

[...]

Meu domingo foi resumido em ser a sombra dele, onde ele ia eu estava atrás, uma pena que no banheiro ele não me deixou entrar.

Quando anoiteceu o interfone tocou, já estávamos de banho tomado preparados para assistir filme, ele foi atender.

— Hoseok está aí. — falou. — Eu desço, e você vai colocar uma calça, gatinho!

Fui para o quarto, coloquei a calça do pijama e voltei para a sala, logo a porta do elevador abriu, Jungkook saiu com Hoseok e Heron.

— Fiquem à vontade, vou estar no escritório gatinho. — Jungkook entrou no corredor.

— Podem sentar. — falei, eles ainda olhavam o cobertura.

— Então está namorando seu safado? — Hoseok perguntou após sentar.

— Sim, de aliança e tudo. — mostrei a mão com a aliança.

— Jungkook não parece alguém que pediria sem aliança. — Heron falou. — Você descobriu porque ele te ignorou.

— Ciúmes. — falei revirando os olhos. — De você.

— Nem fiz nada. — fez.

— Na foto que nosso amado Hobi postou, ao fundo tem você e o diretor se beijando, ele pensou que fosse eu. — contei.

— Então foi tudo por ciúmes? — confirmei. — Sinceramente.

— E você Hobi, como está o Joseph? — perguntei.

— Estou bravo com ele então não sei como ele está. — esses dois.

— O que aconteceu dessa vez? — Heron perguntou.

— Eu vi uma mensagem no celular dele enquanto ele tomava banho, não foi para xeretar, mas não parava de vibrar pensei que fosse importante, era só uma puta oferecida. — meu Deus! — Ele disse ser uma amiga, que amiga manda para o amigo "preciso sentar em você"?

— O que você fez? — tenho até medo da resposta.

— Eu nada, só saí da casa dele e fui para a minha chorar porque ele tem outra. — é um drama.

— Você não deixou ele se explicar de novo Hobi? — confirmou. — Vai ficar sozinho desse jeito.

— Não, eu tenho você. — falou e Jungkook entrou.

— Esse gatinho é meu. — falou após pegar água e entrou no corredor de novo.

— Viu? Eu sou dele, porque você não aceita que ama o Joseph? — perguntei. — Gostar do Yoongi você não gosta.

— Meu último relacionamento sério não deu certo, deu muito errado, tenho medo de ser igual. — ele tem tanto medo que vê coisa onde não tem.

Joseph me mandou mensagem pedindo ajuda, ele disse que essa amiga não disse "preciso sentar em você" foi "preciso ver você", é uma amiga com uns problemas que ele ajuda, e ela é lésbica, nunca iria querer sentar nele.

Mas Hobi deu oportunidade dele explicar? Não.

— Hobi, Joseph me mandou mensagem. — olhou para mim. — É, você fez o coitado procurar minha ajuda, você entendeu tudo errado.

— Que novidade! — Heron resmungou.

— Ei, deixa eu fazer meu drama. — reclamou.

— Você viu coisa onde não tinha de tanto medo que sente, ela disse "preciso ver você". — falei.

— O que você estava pensando quando leu a mensagem? — Heron perguntou.

— Que quando ele saísse do banho iríamos transar. — já entendi.

— Quando estamos pensando em algo e vamos ler outra coisa, nossa mente pode trocar as palavras pelo que você estava pensando. — explicou. — Isso que aconteceu com você, ela não vai sentar no seu macho, você que queria isso.

Jungkook voltou e sentou ao meu lado, encostei nele.

— Pode continuar o assunto, não estou ouvindo. — ele falou, estava mexendo no celular, eu mexendo na mão disponível dele.

— E ela é lésbica Hobi, eu procurei as redes sociais dela, tem namorada e estão querendo adotar. — falei. — Joseph por conhecer pessoas que cuidam disso, está ajudando ela, entendeu?

— Agora eu entendi. — isso que dá ficar pensando em sentar no macho.

— Que confusão você fez só por querer transar. — Heron falou. — Precisa pedir desculpas.

— Eu sei, vou pedir e parar de ser doido. — concordo. — Sabe o que eu estava pensando Heron, que Jimin mesmo sendo o mais improvável para a Hwasa está namorando o chefe.

— É mesmo, mas nós sabíamos que isso iria acontecer. — pronto, a merda está feita.

— Então foi a Hwasa que desqualificou Jimin para namorar comigo? — Jeon perguntou e eles confirmaram. — Bom saber.

— Se ela for demitida a culpa é de vocês. — falei.

— Mas ela que falou que ele não namoraria você, que você é muito novo, doidinho e espontâneo, e isso não deixaria Jeon interessado, palavras dela. — está piorando. — Ainda colocou a estagiária chata para namorar ele, já pensou? Deus é mais, ainda bem que ela foi demitida.

— Não foi, só transferida. — Jungkook falou.

— Agora eu sempre acreditei que vocês iriam ficar juntos. — Hoseok falou. — A química sempre existiu.

— Eu conheci só o Jimin e já imaginava do caso com o chefe. — Heron falou. — Ela conhecendo os dois não percebeu.

— Mas nós disfarçamos bem. — falei e os dois riram. — Você que não disfarça Jungkook.

— Tenho nada a ver com isso, eu disfarço muito bem. — riram mais.

— Quem não perceber agora que vocês estão juntos pode desistir da vida, é óbvio que vocês se amam. — Hoseok falou. — Eu acompanhei desde o início, sabia Heron que o Jeon não gostava do Jimin?

— Essa parte não precisava contar. — ouvi Jungkook resmungando, agora ele me ama.

— Acredito que não era bem isso. — Heron falou já que ele sabe que o Jungkook é apático.

— Não entendi. — falou.

— E nem vai, então, vai passar quantos dias em casa Jimin? — Heron mudou de assunto e o Hobi boiando.

— Oito, só volto na semana que vem. — respondi. — Ficar sem fazer nada o dia inteiro aqui com meu gato, vai ser um tédio.

— Se você aceitasse ficar quieto na Central poderia ir, mas você não para quieto. — coisa da sua cabeça Jungkook.

— Eu paro sim, só na terça-feira que vou à casa da minha concunhada para brincar com meus sobrinhos. — falei.

— E academia? Já achou uma para frequentar? — Hobi perguntou.

— Tem no prédio. — Jungkook falou.

— Eu vou na mesma do Joseph. — falou.

Acabaram jantando aqui, está explícito no rosto do Hobi que ele se surpreendeu com o Jungkook, ele causa isso mesmo, meu neném.

Foram embora tarde, eles acordam cedo amanhã, eu não graças a Deus.

— Mochi, ração de novo? — miou. — Petisco? — miou duas vezes, coloquei petisco para ele.

— Vamos deitar gatinho. — já? Está cedo ainda.

— Eu não vou acordar cedo amanhã. — contestei enquanto ele me leva para o quarto.

— Mas eu não quero deitar sem você. — que fofo! Mas eu queria assistir.

— Tudo bem neném. — entramos no quarto, após escovar o dente deitamos, não precisei abraçar ele, ele mesmo fez isso me fazendo sorrir.

— Sabia que eu não gosto que me toquem, abraços, apertos de mão, ser tocado até por familiares eu nunca gostei. — quer que eu te solte?

— Está me abraçando. — falei.

— De você eu gosto, quando me abraça, pega na minha mão, ou dá algum jeito de estar tocando em uma parte do meu corpo, você é diferente. — que eu fico sorrindo igual um bocó. — Você é único gatinho! — me deu um selinho.

— Eu te amo! — é bom amar alguém.

— Eu te amo! — beijou minha testa. — Agora vamos dormir.

— Mas eu quero ficar acordado. — fez "Shiu" para mim. — Você não faz shiu para mim, não, sem vergonha.

— Tá bom, dorme gatinho. — começou a fazer cafuné no meu cabelo, aí eu dormi.

Sou igual gato.

Foi uma noite tranquila, cedo ouvi o despertador dele e ele saindo da cama após desligar, levantei enquanto ele tomava banho.

Direto para o banheiro, sendo seguido pelo Mochi, meu segurança.

Escovei o dente e lavei o rosto, fui para a cozinha fiz café, ele toma só café e não come nada.

Para mim, foi ovos mexidos na torrada, eu não me alimento como um coreano comum, é que cinco horas da manhã comer comida não dá.

— Bom dia gatinho, o que faz acordado? — perguntou.

— Bom dia! Eu vou para a academia, e depois voltar a dormir. — e também para me despedir dele.

Terminei de comer e voltei para o quarto, troquei de roupa, calcei o tênis e fui escovar meu dente de novo.

Passei creme, nos braços também passei para não ficar cinza.

Saí do quarto e fui para a sala, ele parado perto da porta me esperando, mochi está comendo.

Entramos no elevador, já grudei nele.

— Meu grudinho. — passou a mão na minha cintura.

— Qual o andar da academia? — perguntei-lhe, antes do estacionamento. — Você volta que horas?

— Provavelmente oito. — fiz bico. — Sete? — continuei bicudo. — Seis.

— Melhor, não gosto de ficar sozinho. —falei.

— Parece um neném. — o neném aqui é você. — Tchau!

— Tchau! — beijei ele com a mão na porta do elevador, para não fechar.

Suas mãos apertaram minha cintura, seus lábios sempre macios e receptivos,
sua boca sempre vai se encaixar com a minha e eu não quero fazer nada para mudar isso.

— Até a noite. — falei após me afastar.

— Até gatinho. — beijou minha testa. — Se cuida.

— O mesmo para você! — entrei na academia vazia, acenei antes da porta fechar e ele sorriu para mim.

É completa a academia, hoje seria treino de perna e prancha, eu odeio fazer prancha!

Comecei a fazer meu treino, deveria ter trazido meu fone, mas consegui terminar noventa e nove porcento do treino sem ele, agora só falta a prancha.

Cinco minutos pensando em como matar quem inventou essa porcaria, eu acho um droga! Ódio me define ao fazer esse exercício.

Após terminar eu subi para o apartamento, tomei banho e fui deitar, só precisei levantar para tirar Mochi de onde ele ficou preso na sacada, você está gordinho para ficar entrando nessas frestas.

— Não entra aí de novo. — entrei e fechei para ele não voltar, coloquei ração para ele e segui para o meu quarto.

Vou dormir!

[...]

Jungkook chegou a central cedo como sempre, foi para a sua sala pegar o caso que o diretor sempre deixa ali para ele analisar, olhou o que seria e seguiu para a central de comando.

Todos já estavam sentados esperando sua chegada, foi para frente.

— Bom dia! Temos duas mortes para investigar, uma sábado e outra no domingo, pelo padrão é um serial killer. — falou.

— Mas serial killer não é a cima de cinco mortes? — um perguntou.

— Não é quantidade, é modo de operar. — explicou. — Namjoon entre em contato com os parentes das vítimas e peça para vir aqui, Yoongi visite o lugar que desovaram os corpos, Heron e Hoseok vão falar com os parentes das vítimas, Rosé vá ao necrotério olhar os corpos e faça um relatório detalhado com fotos, Taehyung e Hyun falem com a mídia não deixem isso se espalhar.

— E eu? — Hwasa perguntou.

— Já te passo. — falou.

— E essa aliança chefe? — Taehyung perguntou.

— Está namorando? — Hwasa perguntou.

— Sim, mas isso não convém a vocês saberem da minha vida pessoal, ao trabalho. — nem notou que foi grosso. — Hwasa, minha sala.

Os dois saíram da central de comando, Heron e Hoseok olhando aquilo já sabendo.

— Ela se fudeu muito ou pouco? — Hoseok perguntou.

— Muito, Jungkook sabe que Jimin ficou triste com que ela falou, como o Ji com certeza pediu para ele não demitir ela, vai levar um sermão que vai sair até torta de lá. — Heron respondeu.

Entraram na sala, Jungkook antes de sentar apontou a cadeira na frente da sua mesa, sentou e ela também.

— O que precisa falar comigo, chefe? — perguntou.

— Correm muitas fofocas com o meu nome nesse lugar, eu não ligo. — mas envolveram Jimin, aí ele se importou. — Você é uma ótima agente, mas se envolveu com fofoca.

— Eu não entrei em fofocas. — falou convicta.

— Você entrou, então você não falou que eu iria namorar a antiga estagiária porque gosto de pessoas sérias e perto da minha idade. — ela pensou.

— Mas isso foi na base de treinamento, como ficou sabendo? — quer o nome do boca grande.

— Isso não importa, também disse que Jimin não seria alguém para me interessar por ser espontâneo e doidinho, sem falar da parte que citou minha vida sexual. — Hwasa já estava pronta para a demissão. — Quem eu me interessaria não é da sua alçada, falando abertamente, se eu já transei ou não também não é, isso não interfere no meu trabalho.

Jungkook só a chamou para falar sobre isso, porque Jimin ficou triste, ele está acostumado com as fofocas, já Jimin é primeira vez tendo pessoas ao seu redor e se essas pessoas não o acham interessante para namorar quem ele ama, fica triste.

— Você só pode se incomodar com algo que vai me fazer um péssimo chefe, e nenhuma dessas coisas não fazem, eu não quero mais fofocas com meu nome e nem colegas de trabalho. — Jimin no caso. — Isso não faz bem para o convívio.

— Desculpa chefe, eu vou ser demitida? — perguntou.

— Não, só espero que isso não se repita, aí eu te demito. — respondeu. — Não se enfie em fofocas de novo, pode ir entrevistar os parentes com Heron e Hoseok.

— Tudo bem, não vai acontecer de novo chefe. — falou. — Desculpa novamente. — levantou e se curvou antes de sair.

Jungkook pegou seu celular, Jimin mandando mensagem, uma foto na academia sorrindo e com o cabelo rosa longe da testa, ficou admirando o namorado.

Mandou outra mensagem, sabia que ele não responderia, já deve estar dormindo.

Jimin acordou na hora do almoço, levantou e foi ao banheiro escovar o dente, lavou o rosto antes de sair, ouviu seu gato miando e outra voz na casa.

Não conhecia, é perigo!

Pegou sua arma na gaveta da mesa de cabeceira, saiu devagar do quarto e em passos lentos foi até a cozinha.

— Mão para cima, levanta devagar. — falou olhando a costa de uma mulher abaixada mexendo com Mochi.

— Eu juro que não fiz nada. — ela levantou com as mãos para cima.

— Vira devagar. — ela foi virando, estrangeira. — O que faz na minha casa? Como conseguiu entrar aqui?

— Eu tenho a senha, sou eu que limpo. — está com medo, Jimin viu pela mão tremendo.

— Quietinha aí. — pegou o celular sem deixar de apontar a arma para a "invasora".

Ligou para Jeon, ele vai confirmar.

— Oi gatinho! Eu saí de um interrogatório para te atender, o que aconteceu? — ouviu a voz do mais velho.

— Tem uma mulher aqui dizendo que ela é a pessoa que limpa a casa. — falou olhando ela ainda com as mãos para cima.

— Se o nome dela for Júlia e ela ter cabelo cacheado, sotaque forte, e uma marca de nascença no braço direito é ela mesmo. — deu as características.

— Qual seu nome? — perguntou a moça assustada.

— Júlia senhor. — respondeu.

— Mostre seu braço direito. — levantou a manga da camiseta, viu a marca em formato de morango, abaixou a arma. — Pode abaixar a mão, era só isso mesmo Jungkook, e me avisa a próxima vez já pensou se eu atiro nela?

— Você apontou a arma para ela gatinho? — Jimin desligou para não responder.

— Desculpa pelo susto, eu não estava sabendo que você viria hoje então me assustei. — se desculpou.

— Tudo bem, o senhor é namorado do senhor Jeon né? — confirmou.

— Eu mesmo, Park Jimin, sem senhor por favor, você quer que eu saia para não te atrapalhar? — perguntou.

— Não precisa, pode ficar. — Jimin concordou.

— Tudo bem. — voltou ao quarto para guardar a arma, foi ao seu antigo e trocou de roupa.

Quando voltou ela limpava a sala, foi para a cozinha fazer almoço, colocou arroz na panela elétrica e carne com legumes na pressão para ser fácil, se apoiou no balcão olhando ela limpar.

— Você vem de qual país? — perguntou.

— Brasil. — conhece.

— País lindo, é estudante do quê? — queria saber mais da moça.

— Como sabe que sou estudante? — perguntou.

— Sua mochila é da universidade de Seul. — apontou a mochila na cadeira.

— Estou estudando engenharia. — respondeu. — O senh... Você trabalha com o senhor Jeon?

— Sim, mas nem sempre fiz isso. — lembrou de seus tempos como hacker, sente falta dos crimes, mas isso faz parte do seu passado, ou nem tanto. — Você trabalha limpando casas para pagar a faculdade?

— É, e tenho uma irmã mais nova. — Jimin notou que isso era assunto delicado.

— Seus pais ficaram no Brasil? — perguntou.

— Não, eles faleceram. — respondeu.

— Então cuida da sua irmã sozinha? — confirmou. — Só trabalha aqui?

— Não, aqui e em mais quatro casas. — explicou.

— Durante o dia ela fica com quem? — estava interessado na vida da moça.

— Na escola, cinco horas eu busco ela, após dar a janta ela fica com uma vizinha para eu ir para a faculdade, volto antes das onze para conseguir colocar ela para dormir. — ela vive pela irmã pensou.

— Já pensou em trabalhar em um lugar que paga mais? — perguntou.

— Sim, mas não contratam estrangeira. — falou.

— Entendo. — pegou o celular ao não parar de vibrar.

Era Hoseok no grupo entre Hobi, Heron e ele.

Hobi - Jimin aparece aí, anda criatura.

Hobi - Acorda.

Oi, o que precisa?

Hobi - Você pode hackear uma coisa para mim?

O quê?

Hobi - Um banco, eu tentei, mas não obtive os resultados necessários.

Heron - Ele não passou nem da primeira barreira.

Hobi - Detalhes, o banco é o central de Busan.

O que eu preciso achar?

Hobi - Provas que o pai da vítima pagou para alguém matar a filha dele, vou te mandar o nome dele.

Jimin on.

Fui para o meu antigo quarto e peguei meu MacBook, sentei na cama e comecei a digitar, achei uma saída de dinheiro muito grande da conta dele que foi mandada para fora do país, aí eu invadi outro banco para ter o nome de quem recebeu.

Mandei tudo que achei para eles, fechei o MacBook, voltei para a cozinha ver se já está pronta a comida porque estou com fome!

Está pronta! Que maravilha!

— Júlia. — está limpando a sacada, entrou. — Vem almoçar.

— Estou sem fome, obrigada! — falou negando.

— Sou ótimo em ler pessoas, sei que está negando por vergonha, vem comer! — coloquei para ela e na mesa. — Quer refrigerante ou suco?

— Não bebo refrigerante, pode ser suco por favor. — sentou à mesa com muita vergonha.

— Também não bebo, só Jungkook bebe. — falei, peguei a jarra com suco de laranja, coloquei dois copos também, aí fui pegar comida para mim.

Só após eu me sentar e comer ela passou a comer, servi suco para ela e para mim, ela pretendia ficar sem comer até chegar em casa? Eu desmaiava, não aguento ficar sem comer.

— O sen... — olhei para ela. — Você é o primeiro que me coloca para comer à mesa.

— Nas outras casas come onde? — perguntei.

— Eu não como. — misericórdia, trabalhar com fome é horrível.

— Você vem uma vez na semana aqui? — confirmou. — Quando vir, pode pedir comida.

— Senhor Jeon disse isso, mas tenho vergonha. — você foi reprimida pelos outros patrões isso sim.

Já sei como resolver, mas preciso falar com o Jungkook afinal, a casa é dele.

Mochi apareceu miando, subiu na cadeira ao meu lado e miou mais.

— É, você já comeu muito hoje. — miou discordando. — Comeu sim. — miou de novo. — Só um pouquinho.

Levantei e coloquei ração para ele, olhou o pote e sentou me olhando.

— Nada de petisco bolinha, ração pura também é bom. — miou. — É, dieta!

Miou e foi comer contrariado, voltei para terminar minha comida.

— Você fala com ele? — confirmei. — Deve ter ele há muito tempo.

— Sim, seis anos. — falei.

— Se me permite perguntar, quantos anos tem? — perguntou.

— Dezenove e você? — perguntei de volta.

— Vinte e três. — nova também. — Você não parece ter dezenove.

— É, eu pareço ter mais né? — confirmou. — Acho até bom isso, é melhor para mim.

Terminamos de comer, eu fui lavar a louça e ela terminar de limpar a sacada, assim que terminei lembrei que preciso mudar minhas roupa de closet.

— Você já terminou aí? — perguntei e ela confirmou. — Me ajuda em algo?

— Claro. — me acompanhou até meu antigo quarto, entramos no closet lotado de roupa.

— Eu preciso mudar isso para o outro quarto que agora divido com o Jungkook. — quanta roupa misericórdia.

— E vai caber lá? Tem muita roupa. — ótima pergunta.

— Boa parte eu vou me desfazer porque não serve mais, quando comprei não estava com esse corpo, fiz academia e agora não serve mais, isso me lembrou que preciso comprar mais roupa. — falei pensativo. — O que gostar pode ficar para você.

— Mas são de marca. — falou olhando a etiqueta de uma da Gucci.

— Todas são de marca, eu não ligo, o que eu for me desfazer e você gostar pode pegar. — roupa é só ir e comprar mais.

Primeiro fui separando tudo que não me servia mais, são mais calças e algumas camisetas, também coloquei certos casacos que não fazem mais meu estilo na montanha de roupa em cima da cama.

— Agora isso vai para o outro closet. — ainda tem muita roupa.

Ela me ajudou levar e organizar no closet que agora irei dividir com Jeon, minha parte está vazia quase, Jungkook tem roupa para um cacete.

Voltamos ao outro quarto ajudei ela escolher o que queria, algumas eu empurrei para ela que negava, ainda sobrou muita roupa.

— Já são quatro horas. — falei olhando o relógio.

— Preciso limpar o escritório do senhor Jeon. — falou.

— Está liberada, eu limpo. — liberar ela mais cedo para não pegar o metrô cheio. — Pode ir.

— Eu posso limpar. — neguei.

— Pode ir. — consegui convencer ela a sair mais cedo, sozinho em casa novamente.

Peguei as coisas e fui para o escritório do Jungkook, quadro com crimes como sempre, mas não tem mais do Choi, tem dois com coisa de Serial killer e um com algo que eu não entendi absolutamente nada.

Analisei cada informação do quadro, vendas de drogas, estabelecimentos com prostituição, baladas, armas, isso parece uma organização criminosa.

Jungkook já está atrás de outra máfia? Ele não cansa.

Primeiro aspirei o tapete que cobre o chão do escritório inteiro, depois limpei os sofás, peguei o aspirador pequeno e aspirei a prateleira de livros, passei um pano para ficar bem limpo.

Fui limpar a mesa, organizei os papéis que estavam em cima, assim ficou fácil limpar o restante, as gavetas eu nem mexi.

Por curiosidade li um dos papéis, "compra de armas", tem a assinatura do Jungkook, ele assinou a compra de vinte mil armas para reposição.

Não sabia que o comandante que assinava esse papel da compra de arma, porque vinte mil? Está se preparando para uma guerra? Quanta arma!

Deixei para lá, devolvi na pasta que eu coloquei os outros deixei em cima da mesa, isso não é da minha conta.

Cinco e dez já, fui para o quarto e entrei no closet, troquei de roupa.

Mais uma rodada de academia, estou sentindo dor na perna por ficar uma semana sem treinar, preciso fazer meu corpo se acostumar de novo com isso.

Desci para a academia, dessa vez com fone e tem gente aqui, nem liguei, com o fone no ouvido fiquei quarenta e cinco minutos treinando, no final só tinha três senhoras conversando enquanto fazem esteira.

Voltei ao apartamento, Jungkook ainda não chegou, falta cinco minutos para às seis, é bom ele chegar logo.

Fui tomar banho, lavei meu cabelo e passei a hidratação rosa nele, ao sair fiz outro curativo para os pontos, não vejo a hora de tirar eles.

Eu tô louquinho para transar, e meu amado médico me proibiu de fazer enquanto estiver com os pontos, droga!

Escovei o dente antes de sair, entrei no closet, vesti cueca e camiseta preta grande que peguei emprestado para nunca mais devolver do Jungkook.

Sentei na frente do espelho para secar meu cabelo, estava passando a escova quando vi pelo espelho Jungkook entrar e se encostar em uma das partes com as mãos nos bolsos me olhando.

— Oi! — falei. — Chegou agora?

— Sim, peguei trânsito na volta. — falou, levantei e fui até ele abraçando sua cintura. — Um gatinho manhoso.

— Deixou seu gatinho sozinho. — fiz drama, ele beijou minha testa.

— Tadinho desse gatinho, um gatinho que apontou uma arma para alguém inocente. — meros detalhes.

— Eu não sabia que iria ter gente aqui, pensei que tivessem invadido. — falei.

— Ninguém invade aqui. — vai saber né? — Vou te avisar, antes que eu tenha que te ajudar a esconder um corpo.

— Eu não iria atirar nela. — só se não tivesse as respostas certas. — Teria que me ajudar mesmo, a culpa seria sua.

— Você puxa o gatilho e a culpa é minha? — exatamente. — Agora tô imaginando você apontando a arma para alguém.

— Fico normal. — falei.

— Tenho certeza que não, deve ficar gostoso. — safado! — Senti sua falta!

— Semana que vem eu já posso trabalhar, vai me chamar para ganhar beijinhos? Se não, eu nem vou. — precisa valer a pena eu acordar com as galinhas.

— Poderia ficar o dia na minha sala. — tentadora essa oferta.

— Aceito, agora me beija. — péssimo namorado, me deixa o dia inteiro sozinho e sem beijo, não se faz mais namorado como antigamente.

— Mimado! — quem que mimou?

Beijou-me devagar, com as mãos no meu rosto fazendo leves carícias, eu fico molinho desse jeito.

A cada vez que eu beijo ele fico com mais vontade de transar, isso está me matando, estou há quatro meses sem sexo.

Não tô bem!

— Gatinho! — falou em tom de repreensão. — O que está fazendo com a mão aí?

— Nada. — droga de pontos idiotas.

— Sabe que enquanto estiver com pontos não iremos fazer nada. — infelizmente.

— É, mas eu quero. — só um pouquinho não mata ninguém.

— Só quando estiver cem porcento gatinho. — você é mal!

— Namorado cruel. — riu do meu drama.

Ouvimos um miado, olhamos é o Mochi sentado reprovando a aproximação.

— Que ninguém pode ficar perto do papai né Mochi, só você neném. — peguei ele que olhava bravo para o Jungkook.

— Um gato está com ciúmes de mim, sinceramente. — para você ver como sou disputado.

— Eu vou ir para a sala, pode tomar banho. — saí do closet e do quarto. — Um gatinho ciumento, coisinha linda mais linda da minha vida.

— E eu? — ouvi Jeon perguntando.

— Segundo lugar é seu. — falei alto.

Fui para a sala, fiquei deitado no sofá assistindo jornal com Mochi dormindo na minha barriga.

A notícia mais importante do dia a máfia que se dizia ser a mais perigosa foi embora da Coréia, após uma realmente perigosa sair das sombras, essa que apareceu tem um líder com cargo importante em algum lugar que ainda não descobriram, deve ser essa que o Jungkook está procurando.

Com certeza é essa, porque fala das baladas que essa máfia é dona, são as mesmas que estão no quadro do Jungkook.

E o líder dessa que deu um cacete no Choi, já tem meu apoio por isso, mas esse líder deve ser alguém muito perigoso, uma pessoa amarga, maldosa, de sangue frio que não ama ninguém.

Quero distância de mafioso.

— Gatinho. — olhei para cima. — Está com fome? — neguei. — Milagre.

— Olha lá, eu nem estou comendo muito. — falei.

— Você não come muito, você come várias vezes, tem diferença. — sem vergonha.

— Sai daqui Jungkook, chato! — saiu rindo.

Palhaço!

— O que está assistindo? — perguntou.

— Jornal. — respondi. — Uma máfia mais perigosa saiu das sombras, você está atrás dela?

— Não, por quê? — sentei no sofá aproveitando que Mochi achou mais confortável meus pés, olhei ele na cozinha bebendo suco.

— Como assim não está? E aquele quadro sobre eles no seu escritório? — me olhou estranho.

— Andou xeretando meu escritório curioso? — óbvio.

— Eu limpei ele, então sim. — falei. — Agora responde.

— É só uma pesquisa, não estou atrás de nenhuma máfia. — estranho.

— Acho ótimo! Quero ficar bem longe de máfia. — voltei a deitar, logo ele apareceu com água e dois comprimidos.

— Porque quer ficar longe de máfia? — perguntou me vendo tomar os dois comprimidos.

— O último mafioso me bateu. — respondi. — Prefiro ficar afastado do perigo.

— Você gosta do perigo gatinho. — levou o copo para a cozinha.

— Gosto nada. — eu gosto.

— Você gosta, se não gostasse teria escolhido ficar apenas como agente da central e não de campo. — destalhes. — Se você tivesse a oportunidade para ser criminoso de novo, você seria?

— Não sei, provavelmente eu te perderia. — e eu não quero perder ele.

— Você não me perderia. — em que universo isso acontece? Eu voltando a velha vida e não perdendo o Jungkook? Impossível!

— Então sim. — respondi olhando a televisão.

— Sente falta em ser um fora da lei gatinho? — sentou perto da minha cabeça, me arrastei para deitar nas pernas dele.

— Sim, mas não vou te dar trabalho de novo. — falei. — Ou logo está com cabelo branco se precisar passar mais quatro anos atrás de mim.

— Onde você for estarei do seu lado. — trocaram o Jungkook por acaso? O que eu conheci nunca faria isso.

— Você largaria sua vida como comandante respeitado para ficar do meu lado? — confirmou. — Me ama muito mesmo.

— Com certeza amo. — fez carinho no meu cabelo e parou, peguei a mão dele e coloquei na cabeça de novo.

— Continua. — começou agora termina.

— Mimado. — sou mesmo. — Você que invadiu os dois bancos? Não consegue mesmo ficar longe do perigo.

— Faz parte de mim, fui eu. — amo correr riscos. — Eu não tenho mais acordo agora que Choi saiu do país.

— Sobre isso eu conversei com o governador, o diretor e o Jin. — olhei para ele esperando que falasse, até abaixei o volume do dorama que está passando. — Eu disse que te protegeria, você está seguro, ninguém vai te prender meu gatinho.

[...] Autora on.

— Porque convocou essa reunião Jeon? — o diretor perguntou, todos sentados na sala dele.

— Recentemente Choi o mafioso entrou em contato com o Jimin, dizendo que estava saindo do país e saiu mesmo. — todos ali sabiam o que significava. — Isso anula o acordo dele.

— Você quer o prender? — o governador perguntou.

— Isso não, esse é o novo acordo. — entregou uma cópia para cada um sentado. — Jimin tem coisas guardadas que causariam uma guerra mundial.

— Em troca dele não soltar tudo que sabe na mídia nós não prendemos ele? — o diretor confirmou.

— Não, só quero deixar claro que ele poderia se defender sozinho de uma prisão, meu acordo é diferente. — falou. — Virem a folha. — viraram e começaram a ler, se espantaram.

— Você não pode nos ameaçar. — o governador falou.

Jin só observando quieto, em briga de gente grande ele não entraria.

— Eu posso, se prenderem Jimin eu mato vocês..............………














































































































































O que Jungkook não faz para defender o gatinho dele? Nada.

Eu falei que em todas as vidas ele é mafioso, eu avisei.

Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!!!

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